Cap 20 - Escatologia

O Reino de Deus e As Parábolas – VII

A Rede Pesqueira

Leitura: Mateus 13.47-50

Versículo para Memorizar: 1Co 9.24, “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis”.

Queremos entender melhor um ponto que já mencionamos em outra lição quando estudamos sobre o trigo e o joio. A parábola da rede pesqueira, entre outras verdades, enfatiza que o Reino de Deus está neste presente tempo não purificado. Há um contraste feito entre o mundo religioso e o reino real e é exposto para que os que tenham ouvidos ouçam.

A Realidade de Falsos Discípulos

Desde o tempo de Adão, o homem natural tem problema com a verdade. A mensagem da verdade no tempo de Noé foi rejeitada ao ponto que todos menos oito almas foram destruídas (I Pe. 3.18-20). No tempo da Lei de Moisés, sim, entre o próprio povo de Deus, ou seja, a nação de Israel, tanto o mensageiro como a mensagem da verdade repetidamente foram rejeitados. No tempo do Novo Testamento não tem sido diferente. O próprio Jesus, sendo Ele próprio o Evangelho, pregou o evangelho, e Ele foi crucificado por isso. O Apóstolo Paulo foi rejeitado pelos judeus (At. 17.1-5). Um ponto interessante em muitos destes exemplos é que a rejeição da verdade foi motivada pelos religiosos. Não é isso esquisito? Foram os religiosos que apedrejaram Estevão (At. 7.53-60), clamaram pela morte de Cristo (Jo 19.6-16), fizeram manobras para matar o Apostolo Paulo (At. 23.12-15). Quer dizer, existiam muitos que se achavam no caminho da verdade e mataram o próprio Verbo de Deus e os Seus enviados. Não é muito diferente hoje no Reino de Deus.

Essa parábola trouxe à luz uma realidade aos discípulos: Os peixes bons e os maus conviverão até a consumação dos séculos. Por causa das igrejas neotestamentárias serem compostas pelos mesmos que fazem parte do Reino de Deus podemos dizer que numa igreja também pode conviver toda qualidade de peixes juntos, ou seja, os verdadeiros junto com os ruins. Há muitos hoje confundindo a religião com a verdade. Como a igreja primitiva incluía Judas Iscariotes, também as igrejas neotestamentárias incluem hipócritas, os falsos professos, ou seja, os peixes ruins e maus junto com os bons. Jesus quis avisar os Seus discípulos dessa verdade para não serem enganados ou surpreendidos dessa realidade.

I Co 9.24, “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis”.

A Dificuldade dos Próprios Falsos Reconhecerem que Não São Bons

Não há somente os que confundem a religião com a verdade e perseguem os verdadeiros, existem também os que se julgam discípulos de Jesus mas não são. Podem argumentar: “Temos comido e bebido na tua presença e tu tem ensinado nas nossas ruas”, Lc. 13.26. Não eram perseguidores mas confraternizaram com o Mestre. Em Mateus sete a mesma coisa é manifestada e adiciona a gravidade dessa realidade pois diz “muitos me dirão naquele dia” (Mt. 7.22). Há muitos que acham que estão andando na companhia daqueles que entram pela porta estreita. Eles pensam que fazem parte do grupo evangélico, mas Deus avisa que não são. São lamentavelmente peixes ruins e maus. Estão juntos dos peixes bons e pensam que são bons. Como o coração do homem é enganoso! Estes são como as virgens tolas que não tinham óleo para as suas lâmpadas. Em todos os outros aspectos eram iguais às virgens prudentes (Mt. 25.1-13).

Infelizmente muitos destes peixes ruins e maus são recrutados nas igrejas evangélicas por causa de um evangelismo “dinâmico” que provoca apenas manifestações de aceitação mental, ou somente alinhamento racional com a verdade, ou experiências emocionais espontâneas ou progressivas. Como se tudo isso comprovasse a verdadeira regeneração espiritual. Estes são logo batizados, feitos dizimistas, ocupam cargos nas igrejas. Todavia, muitos destes estarão entre aqueles que serão separados e lançados na fornalha de fogo onde haverá pranto e ranger de dentes. Quando isso acontecer eles não perceberão porque tamanha perdição (Mt. 22.12, “E ele emudeceu”).

Se Cristo estivesse entre nós ministrando hoje, os métodos de evangelismo dEle seriam ridicularizados pelos próprios evangélicos. Quando os interessados para serem discípulos vieram a Cristo, ou quando alguns mostraram interesse para fazer parte do Reino de Deus, Cristo, não deu opções agradáveis a estes nem encobriu realidades negativas da vida cristã. O método dEle fez com que o candidato contasse primeiro o custo de ser salvo antes de mais nada. Uma vez um escriba veio dizer: “Mestre, aonde quer que fores, eu te seguirei”, Mt. 8.18-22, Lc. 9.57-62. Jesus não deu as boas-vindas a este, abraçando-o calorosamente e regozijando se pelo interesse. Jesus confrontou-lhe com a triste realidade que o caminho era cheio de sacrifícios. Ele ensinou que, como Ele mesmo não tinha lugar para reclinar a cabeça, não seria para este uma vida cristã confortável ou fácil. Outros pediram primeiramente tempo para sepultar seus pais. Jesus, não desprezando o respeito de filho para com o pai, enfatizou que os seguidores dEle tem que colocá-Lo em preeminência, Mt. 8.21-22. Quando o jovem rico procurou Jesus para que pudesse herdar a vida eterna, Jesus não facilitou a sua entrada mas revelou a insinceridade da sua indagação, Mt. 13.26-48. Jesus exemplificou a maneira correta para evangelizar.

Pelos pregadores pragmáticos, pregando hoje algo além da graça de Deus e a necessidade do arrependimento dos pecados e a fé somente no sacrifício de Jesus Cristo, muitos ignoram que são falsos. Uma sopa de verdades misturadas com contradições e doutrinas dos homens produz muitos falsos. Depois, estes falsos são protegidos pelas desculpas que os outros dão: “Este é um Cristão carnal somente”, ou “É culpa de um líder menos empolgante”, ou “Falta de um amigo sincero”, ou “Por falta de participação maior”, etc. Culpam a timidez. Tudo vale! Todavia, pode estar faltando o elemento principal, ou seja, a regeneração. Como são cegos os que servem tal sopa mortífera também há grande falta de percepção entre os que engolem essa sopa venenosa. Por isso estão muitos falsos professos em lugares escorregadios convivendo entre os bons.

I Co 9.24, “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis”.

O Senhor Permite a Convivência dos Ruins Entre os Bons

O Senhor conhece quem é dEle e quem não é (Jo 2.23-25; 6.70). Como na parábola do trigo e o joio, os peixes maus e ruins ficam juntos até o tempo certo, ou seja, a consumação dos séculos. Existe a disciplina bíblica para a igreja exercitar para com os que andam abertamente em pecado (Mt. 18.15-20; I Co. 5.1-7, 12). Todavia, esta parábola mostra quem deve fazer a separação entre os falsos despercebidos e os verdadeiros. Não é a igreja. Deus cuidará da separação dos maus entre os justos.

Podemos pensar que Deus deseja que o Seu reino esteja cheio de cidadãos obedientes, submissos, verdadeiramente servindo-O de coração. Isso é o Seu desejo sim. Todavia, nesta fase do Reino de Deus a completa pureza no Reino de Deus não é uma realidade. Podemos errar e pensar que devemos purificar o Reino de Deus para que seja como o Rei deseja. Todavia, o tempo para Ele fazer isso, não é o presente. Mas será logo.

Não é somente responsabilidade de Deus separar os maus dentre os bons, mas o fim dos séculos pode ser hoje. Está pronto? Uma sondagem do seu coração, um julgamento aberto das suas obras e pensamentos será feito (Mt. 13.48-50). Está pronto?

Para que este dia não pegue ninguém despreparado a Bíblia é cheia de exortações para cada um que pensa estar entre os verdadeiros, de examinar-se a si mesmo Sl. 26.2; 139.23-24; I Co. 11.28-32; II Co. 13.5; Gl. 6.4; II Tm. 2.21; II Pe. 1.10; Ap. 2.5). Notou a quem você deve examinar? Isso, a si mesmo! Pode orar pelos outros, e deve aconselhar os outros à obediência (Hb. 10.24). Mas deve se limitar a examinar-se a si mesmo.

I Co 9.24, “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis”.

O Reino de Deus Será Purificado a Seu Tempo

Como foi ensinado na parábola do joio e o trigo, a rede pesqueira também avisa o futuro julgamento dos falsos professos que estão entre os bons até ao fim. A pregação de João o Batista avisava desse julgamento futuro desde cedo (Mt. 3.12; Lc. 3.17). Não são os que desviaram pelo caminho e caíram na perdição, ou não são os que não têm raiz em si mesmos e saíram por não serem como nós, mas são outros. São os que continuam enganados e estão juntos com os verdadeiros no fim. Serão reconhecidos, separados e lançados na fornalha de fogo na consumação dos séculos. Como o estado futuro do Reino de Deus será radicalmente diferente do que é hoje!

Jesus Cristo é o Todo-suficiente e eterno Salvador Único. Deus se agrada plenamente com O Filho Unigênito, Jesus Cristo. Os pecadores que se arrependam dos seus pecados crendo pela fé no sacrifício de Jesus Cristo – o Justo pelos injustos – são salvos eternamente; são peixes bons; são o trigo; são os justos. Estes serão recolhidos para sempre estar com seu Senhor e Salvador.

Você tem entrado pela porta estreita? O espírito de Deus testifica com seu espírito que é Seu filho? A sua maneira de viver manifesta o andar do caminho apertado? Você luta contra o seu pecado e tem a vitória sobre a natureza velha? Não estou perguntando se tem satisfação na sua religião, mas quero que considere realidade. Se a separação entre os peixes ruins e bons fosse feita hoje você seria recolhido entre os bons ou os maus? O seu coração responde com desgosto e afronta por alguém duvidar da sua confissão de fé? Ou você humildemente pede que Deus sonda todo o seu coração? Não fique satisfeito em estar entre os bons. Esteja somente satisfeito em ser um dos peixes bons.

I Co 9.24, “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis”.

 

Autor: Pastor Calvin
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br
Edição gramatical: Edson Basilo 1/2009