Cap 14 - Dois Estudos Sobre O Lar

A Família - A Descendência para Deus

Ml 2.15, “E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.”

Todos os males da sociedade sejam financeiros, políticos, trabalhistas, escolares ou religiosos têm a sua origem no coração do homem. Sabemos como é o coração do homem (Jr. 17.9; Rm. 3.10-23). A instituição que Deus estabeleceu, ainda no jardim do Éden, vinculando um homem e uma mulher de maneiras específicas formando uma unidade é o que chamamos “casamento ou matrimonio”. O ambiente formado pelo amor exercido por todos os membros resultante desta união cria o que chamamos de “lar”. O lar tem suma importância na vida humana, pois é o berço de costumes, hábitos, caráter, crenças e a moral de cada ser humano. Podemos dizer que a forma como caminha o lar caminha o mundo, e também, o que é bom para a família é bom para o mundo.

Tal lar, tal mundo

Reconhecendo a existência e a influência do pecado, sabemos que nem todos os lares estão operando com as mesmas regras e propósitos. Aprender o que a Bíblia ensina sobre o assunto do lar é um bom começo para qualquer lar alcançar o alvo que Deus tem para todos aqueles que se comprometem diante dEle a cumprirem os votos solenes e sagrados de matrimônio.

Há um Propósito para o Casamento: Deus deseja uma descendência para Ele. Ele deseja esta continuidade, ou seja, uma persistência de características que O agradam.

Deus criou tudo para a Sua glória (Rm. 11.36). Ele criou o homem para servi-Lo e deu-lhe uma ajudadora idônea para conseguir este fim (Gn. 2.18-25). É lógico que chegamos à conclusão que o casamento, aquilo para qual Ele fez os dois a ser um, é para produzir uma descendência para Deus. Por que Deus instituiu o matrimonio? Por que Ele buscava uma geração que vive para a Sua glória.

Deus estabeleceu o casamento para atingir a Sua descendência. Longe de ser um ambiente onde a carne pode reinar na sua paixão egoística, o casamento é a instituição que Deus deseja usar para que haja uma geração que O glorifique. Nesta instituição única, onde o homem e a mulher faz uma união inviolável, Deus honra-a dando apenas a ela o meio de ter uma descendência para Ele. Ele manifestou o quanto o lar é próximo ao seu coração instituindo-o antes da igreja ou do governo civil.

Ml 2.15, “E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.”

Abençoado o casal que se guarda em seu espírito, sendo fiel um para com a outro! Aqueles que determinam e insistem em não ter respeito às limitações divinas, terão de responder a Deus (Hb. 13.4, “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará”)!

Há um Fruto que Deus deseja do Casamento. É evidente que o homem não vive para sempre neste corpo na terra. Se Deus tiver uma descendência, e se desejar usar o matrimônio para isso, é evidente que filhos desta união serão necessários. Quer dizer, Deus designa que o casal que O teme tenha fruto, ou seja, filhos.

Não simplesmente que tenha filhos, mas uma descendência para Deus. Para isso será necessária a graça de Deus (Jo. 15.3-5, “sem mim nada podes fazer”) e a sabedoria que oriunda do temor de Deus (Pv. 1.7, “O temor do SENHOR é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.”; Tg. 1.5-6).

Esse fruto do ventre que é seu galardão não é produzido por acaso, ou pelo instinto do homem. É produzido através de muitas orações zelosas pelos pais.

A aplicação fiel da Palavra de Deus em todas as situações no lar é primordial para ter tal galardão.

Também aquela disciplina corporal que é consistente e amorosa, aquela que visa o ensino de responsabilidade pessoal e não aquela que busca estabelecer o machismo.

É exigido o ministério fiel e responsável de uma igreja neotestamentária. O lar que tem a descendência que Deus busca fielmente participa numa congregação neotestamentária pela qual o Filho de Deus se deu a Si mesmo (At. 20.28).

Também não sejam presunçosos em si mesmos. Se não tiver um exemplo fiel dos pais submetendo-lhes alegremente à Palavra de Deus para com os seus próprios deveres no lar, qualquer ensino aos filhos para com os deveres deles no lar será suspeito.

Sl. 127.3, “Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre o seu galardão.”

A Graça de Deus Necessária para ter A Descendência de Deus. Estes filhos que tornarão a ser a valiosa herança do Senhor dada por Deus ao casal que deseja O honrar, não começam como anjinhos. Nas suas naturezas humanas, mesmo não aparecendo assim, são como qualquer pagão (Ef. 2.2-3; Tt. 3.3; I Co. 6.11).

Em tempo determinado a graça de Deus será eficazmente operada nos corações destes filhos (Jo. 10.27, “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem”; Fp. 2.13, “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.”).

Pela pregação da Palavra de Deus o Espírito Santo operará soberanamente entre estes mortos em ofensas e pecados, trazendo cada um daqueles que o Pai tem dado a Cristo a se arrepender dos seus pecados e crer pela fé no Salvador Jesus Cristo. De tais cristãos são criados os filhos que são a descendência para Ele: Ef. 2.8-10, “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.”; II Ts. 2.13-14, “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade; Para o que pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.” Louvado seja Deus pela Sua graça manifesta pela salvação em Cristo Jesus!

Já conhece essa graça? Tem sido levado a reconhecer os seus pecados? Já se viu culpado e condenado eternamente pelos seus pecados? Saiba que Jesus Cristo foi feito pecado no lugar dos pecadores que se arrependem dos seus pecados e creem nEle pela fé. A cada um destes Deus imputa a justiça de Cristo: “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.”, II Co. 5.21.

A Graça de Deus para com os Filhos que já estão Crescidos, ou não estão sendo uma benção, se estão numa prisão ou continuam não salvos, saiba que a graça de Deus não é limitada apenas para os avisados desde cedo! Pode aparecer uma impossibilidade que as suas orações sejam respondidas, mas a verdade é: “As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus”, Lc. 18.27. Seja animado pelas promessas de Deus dar aos que dEle pedem, de encontrar aos que O buscam e de abrir aos que batem (Mt. 7.7) Tenham bom ânimo! Peçam que Deus seja gracioso para com eles, busquem a misericórdia dEle em favor deles e batam às portas do céu suplicando-O que faça o impossível entre seus filhos!

A graça torna pecadores imundos de todas as idades em servos fieis (I Co. 15.10, “Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo.”) Onde o pecado é grande, a graça é maior (Rm. 5.20, “Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça;”).

Como disse o Pr. C. H. Spurgeon: Maravilhosa graça! Deus nos dá graça, e depois nos galardoa por tê-la. Ele opera em nós, e depois determina o fruto daquela operação como nosso. Operamos a nossa salvação em temor e tremor por que Ele opera em nós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade (Fp. 2.12, 13)

Ml 2.15, “E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.”

Há uma Estrutura que Deus Deseja para O Casamento. O propósito divino daquele casamento abençoado que produz a descendência de Deus geralmente não vem de qualquer lar. Essas bênçãos de Deus são produzidas geralmente daquela união onde o temor de Deus é evidente pela obediência amorosa da Sua palavra. Através desse tipo de união que respeita a estrutura que Deus deseja, virão os filhos que os pais cristãos almejam.

Essa estrutura original estabelecida por Deus no jardim de Éden não foi abolida quando o pecado tornou realidade. Tinha mudanças e adaptações mas não foi eliminada.

Antes do pecado:

O lar tinha limitações: não comer tudo, pois apenas a erva e fruto eram liberados para o consumo do homem: Gn. 1.28, 29; 2.17.

Nesta instituição divina houve a responsabilidade de o homem trabalhar: dominar sobre os animais, Gn. 1.26-28; lavrar e guardar o jardim, Gn. 2.15.

O primeiro lar pelo qual Deus desejava uma descendência para Ele ainda antes do pecado tinham posições diferenciadas que foram determinadas pelo soberano Deus: Adão o líder, Eva a ajudadora, Gn. 2.20-22; I Tm. 2.10-13, “Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva.”. Essas posições não eram baseadas pelo valor pessoal de nenhuma das partes. As posições eram baseadas na soberania, a sabedoria e na vontade de Deus para que o lar produzisse uma descendência para Ele. Essa vontade divina colocou o homem como o primeiro responsável no lar: Gn. 2.16, 22; 3.6; Rm. 5.12. Para que Deus tivesse a descendência que agradava a Ele, a mulher foi criada para ajudar seu marido neste propósito: Gn. 2.20-23; I Co. 11.3, “Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo”, 7-9. Depois do pecado sabemos que os filhos têm uma posição determinada por Deus também (Ef. 6.1-3)

Ml 2.15, “E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.”

Depois do pecado o lar continuava com as mesmas limitações, porém, eram ampliadas e modificadas, Gn. 3.17-19, 23. O pecado sempre atrapalha o bom e o melhor.

Para o homem o trabalho foi aumentado e tornou-se obrigatório: Gn. 3.17-19.

As posições no lar não foram eliminadas mas a dificuldade de respeitá-las começou: Gn. 3.16; I Tm. 2.9-14. O homem continuava como o primeiro responsável, mas agora o seu bom desempenho seria mais difícil e a desobediência traz graves consequências: I Co. 11.3; para o homem entre o povo de Deus quando insistia na sua desobediência trouxe morte para toda a família dEle, Js. 7.22-26; os homens rebeldes e pagãos também eram responsáveis pelas suas ações, Dn. 6.24. Para a mulher a sua submissão ao marido se tornou difícil e com dor, Gn. 3.16; I Co. 14.34, 35, 40.

OBS: Pelo lar ser de Deus, e Deus sendo imutável, sabemos que há sempre a necessidade da obediência aos princípios divinos com os quais Deus instituiu o lar. Estes princípios não vão mudar. Enquanto o homem esforça-se para submeter-se aos mandamentos de Deus, ele é abençoado grandiosamente por Deus e Deus assim é glorificado. Quando o homem, em rebeldia, se esforça em fazer só a sua própria vontade ele traz para si traumas sérios e problemas maiores para todo a sociedade.

Começou atrasado? Não sabia dessas verdades? Deseja ter um lar em que Deus abençoa com a descendência para Ele? Desmantele qualquer atitude, ação ou propósito que não esteja em submissão completa aos desígnios divinos para o lar. Que o homem ame e cuide bem da sua esposa como Cristo amou e cuida a igreja, entregando-se a Si mesmo por ela (Ef. 5.25) Que a mulher seja em tudo sujeita a seu marido assim como a igreja está sujeita a Cristo (Ef. 5.24). Que os filhos aprendam cedo a serem obedientes a seus pais no Senhor, honrando-os todos os dias das suas vidas (Ef. 6.1-3; I Tm. 5.8) Assim será bem para todos no lar e Deus terá a Sua descendência.

Há uma Estrutura que Deus Odeia para O Casamento: O que é do mundo não é de Deus (I Jo. 2.16) Aquela displicência para com as responsabilidades sérias no casamento que a televisão e a internet popularizam, não é de Deus e, portanto desprezada por Ele. Aquelas amizades onde multiplicam as más conversações que desvirtuam tudo que Deus deseja, também não são de Deus e não devem ser buscadas (I Co. 15.33, “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.”) Aqueles conselhos fofocados pelas creches ou espalhados pelos avôs e avós não salvos, e aquela moda que o mundo impõe devem ser comparados em primeiro lugar com as Escrituras antes de serem aceitos como comportamentos aceitáveis no lar (Is. 8.20, “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles.”; Mt. 6.33, “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.”)

Com Deus há absolutos: Como há luz e há trevas; sabedoria e tolice; certo e errado; assim há o que Deus estabelece para o lar qual Ele abençoa com a Sua descendência e há o que o mundo prefere para o lar qual Ele abomina e sobre qual não derrama as Suas bênçãos.

Se os pais falharem no treino os filhos em alguma área importante, estão permitindo que o mundo os treine naquela área (Lackely, pg. 6).

Ml 2.15, “E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.”

Uma Descendência Para Deus. Essa descendência que desde a eternidade Deus programou para que o casamento desse fruto é para Ele. Portanto, o homem não tem direito de opinar, mudar, eliminar, ou modificar nenhuma característica dela. Deus deseja continuidade, ou seja, uma persistência de características que agradam Ele naquilo que Ele faz em geral e particularmente naquela primeira instituição formada por Ele, ou seja, o matrimonio. É pelo lar que Ele determinou que essa continuidade vem.

Sl. 127.3, “Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre o seu galardão.”

O que posso fazer para ter essa descendência para Deus? Quer participar nessa união onde Ele coloca a Sua herança e onde há essa recompensa gloriosa dEle ainda nessa vida?

Primeiramente, se ainda não conhece a salvação em Jesus Cristo, antes de qualquer coisa conheça a graça de Deus que opera a salvação em Jesus Cristo em todos os que se arrependem dos seus pecados e creem pela fé nEle (Ef. 2.8-9) Seja salvo em Jesus Cristo! Arrependei-vos e crede no Evangelho!

Se for um jovem ainda não casado, procure crescer nas mesmas qualidades que você espera achar no seu cônjuge: Pv. 31.10-31. Para ter paz e um lar abençoado, procure um namoro com jugo igual, ou seja, no Senhor.

Observação: Deus pode transformar um jugo desigual num troféu da Sua graça. Mas será que é sábio tentar Deus numa área tão importante quanto a decisão que vai influenciar tudo que você é e será pelo resto da sua vida? Não é melhor bancar com as bênçãos do Todo-Poderoso por fazer segundo a Sua vontade?

Ainda sobre esse assunto devemos enfatizar: Como podem ser treinados os filhos na doutrina e admoestação do Senhor se os pais não estiverem em acordo (Ef. 6.4)? Como pode parte da estrutura da família servir as trevas e a outra parte da estrutura servir a Luz na qual não há trevas nenhumas? Há como esperar ter a comunhão com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo neste lar (I Jo. 1.5-8)? Como pode a Palavra de Deus ter o seu lugar principal no lar onde ela não é entendida, crida ou lida por um dos responsáveis para determinar a estrutura do lar (Sl. 119.9, 11, 105; II Tm. 3.15-17)? Como pode a igreja glorificar Deus no lar que não tem responsabilidades para com ela (Ef. 1.22-23; 2.20-21)?

Se desejar que o seu lar tenha uma descendência para Deus, treine os filhos desde cedo na doutrina e admoestação do Senhor (Ef. 6.4). No mesmo lugar onde Deus tem a Sua descendência a Sua Palavra também tem a preeminência. É necessário que a Sua Palavra influencie a maior parte das vidas de todos os membros possíveis neste lar (Ef. 5.18-6.4; Cl. 3.16-21; II Tm. 3.16-17).

O respeito pela autoridade, o exercício de autocontrole e responsabilidade pelas ações, somente serão realidades se a estultícia que está ligada ao coração da criança for afugentada pela vara da correção (Pv. 22.15). Neste lar coloque a Palavra de Deus no seu lugar devido para que ela seja lida, entendida, crida e estudada por todos no lar (Sl. 119.9, 11, 105; II Tm. 3.15-17).

Se desejar ter um lar onde o ambiente é propício para os filhos crescerem como a descendência de Deus, sirva a Luz no qual não há trevas nenhumas. Assim gozará no seu lar a comunhão com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo (I Jo. 1.5-8).

Onde Deus tem a Sua descendência é lógico que a Sua Palavra terá a preeminência ai também

A descendência de Deus estará onde estão sendo exercitadas as responsabilidades regulares para com a igreja onde Deus por Cristo é glorificado em todas as áreas da sua operação e adoração (Ef. 1.22-23; 2.20-21). Essas bênçãos veem de Deus, mas veem sobre aqueles que crescem na graça e no conhecimento de Jesus Cristo (II Pe. 3.18). A sua fidelidade a Deus numa igreja neotestamentária fará grande diferença em todos que compõem o seu lar e será uma boa influência para com a sociedade.

Já está em Cristo? É primordial! É para já!

Está em submissão aos princípios dEle para com o seu lar? Buscará nEle a força e a sabedoria necessárias para fazer do seu lar um lugar onde Deus produz a descendência para Ele?

Se for descendência para Deus, não vai ser segundo o curso deste mundo!

Ml 2.15, “E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.”

Ceifando onde Salomão Semeou

Ec. 11.1-6

O livro de Eclesiastes foi escrito por Salomão depois de ter desviado do caminho que devia andar (I Rs. 11.1-6, “E o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha de Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidónias e hetéias, das nações de que o SENHOR tinha falado aos filhos de Israel: Não chegareis a elas, e elas não chegarão a vós; de outra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor. E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o SENHOR seu Deus, como o coração de Davi, seu pai, porque Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidónios, e Milcom, a abominação dos amonitas. Assim fez Salomão o que parecia mal aos olhos do SENHOR; e não perseverou em seguir ao SENHOR, como Davi, seu pai.”

Repito, este livro veio a ser escrito depois do desvio e, pela graça de Deus, depois da sua volta ao caminho que foi ensinado quando mais jovem. Ele exemplifica Pv. 22.6, “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.”

Se desejar que o seu lar produza uma descendência para Deus:

1, “Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás.” Não seja tímido mas esforça-te em inculcar as Escrituras em seus filhos!

Educar almas significa semear, ou seja, ajudar a implantar princípios verdadeiros nos corações dos filhos. A responsabilidade dos pais é treinar e desenvolver estas verdades continuamente, até que estejam enraizadas no coração do filho, a ponto de que sejam visíveis no seu comportamento e raciocínio.

Demora ver os resultados deste ensino. É igual a lançar semente na terra. Até que o processo todo da semente se transformar em fruto tempo suficiente tem que passar. Assim quando se lança o pão as águas. A corrente leva embora, longe de vista. Quando voltar o que foi lançado pode ser só depois muito tempo. Assim, o resultado do ensino mostrará fruto anos depois.

Existe uma tendência entre os pais de desculpar as atitudes inaceitáveis dos filhos com os dizeres “é coisa de criança” ou “é coisa de jovem”. Essa atitude é nada menos do que uma fuga da responsabilidade de corrigir as ações dos filhos. Esse ditado também reflete uma descrença na própria Bíblia que diz: até uma criança se dá a conhecer pelas suas ações (Pv. 22.15). Conclui-se, portanto, que ações tolas vêm de uma criança tola. E nesse caso, é necessário correção, não uma desculpa. A tolice deve ser cortada em crianças de qualquer idade. As atitudes da criança evidenciam o que ela traz em seu coração. Mas a educação adequada traz para tal coração prudência, autocontrole e sabedoria (Pv. 29.15). Vale a repetição: é necessária a educação, não uma desculpa.

Quando os pais requerem dos filhos que lhes obedeçam e quando os filhos obedecem aos pais, Deus abençoa a todos grandemente. No mundo há muitas influências contrárias à boa formação dos filhos. Por causa do pecado existe uma destruição geral no mundo. Quando há obediência da parte dos filhos e, além disso, da parte dos filhos para com os pais, cria-se uma proteção sobre tais filhos. Ela funciona como um guarda-chuva que resguarda os que estão embaixo dele dos diversos elementos da natureza.

Deus protege os filhos que obedecem a seus pais dando-lhes favor especial (Jr. 35.14-19), glória particular (Jo. 17.4; Fl. 2.8-11), bênçãos reservadas (Pv. 3.13-18) e oportunidades exclusivas (Êx. 20.12; Ef 6.1-3).

Os dias longos podem se referir ao fato de que esses filhos, em geral, não seriam atingidos por desastres naturais a fim de que morressem cedo. Refere-se também às oportunidades de enriquecimento, pois quanto mais se vive, maior é o número de oportunidades para se obter êxito nos negócios. Se os pais forem obedientes a Deus, os filhos saberão em que caminho devem andar (Dt. 6.6-9) e, estando no caminho certo, terão grandes recompensas.

Pode ser que os filhos passem por fases de rebelião, mas os que foram instruídos no caminho que devem andar voltarão a não se desviar dele em tempo propício. A esperança que a nossa dedicação de educar desde cedo os nossos filhos não será em vão mas terá o seu efeito piedoso até quando envelhecer (Pv. 22.6)

Segue os quatro passos bíblicos (II Tm. 3.16) neste tempo de formar virtudes nos seus filhos:

Ensinar – O filho tem que saber o que é esperado dele. Antes de qualquer correção é necessário que saiba o que é correto. Simples e diretamente comunique o que é certo e é errado. Exemplo: o que vem primeiro na responsabilidade dos pais para com os filhos em Pv. 22.6, “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.”? Educar vem primeiro.

Redarguir – Chamar a atenção. Quando os filhos não fazem conforme o ensinado, é hora de chamar a atenção deles para o ocorrido. Não é tempo de correção, nem de gritaria. Trazer ao conhecimento deles que as ações deles estão ferindo princípios estabelecidos de antemão.

Corrigir – Quando o filho insiste em ser negligente naquilo que não é aceito e ensinado é necessária a correção. A correção é aquilo que traz a mudança desejada no comportamento do filho. Se não transforma o erro em obediência não é correção aceitável.

Instruir em justiça – Depois da correção e a volta de um espírito manso de submissão no filho, é hora de repetir o que é correto e o que é errado.

Fases de rebelião, influências más e outros desafios virão e farão o resultado desejado demorar vir. Mas não deixe isso lhe impedir de lançar o teu pão sobre as águas, ou seja, de ensinar, ensinar e de ensinar os seus filhos!

Se desejar que o seu lar produza uma descendência para Deus:

2, “Reparte com sete, e ainda até com oito, porque não sabes que mal haverá sobre a terra.” Pv. 23.13-14. Seja generoso no tempo edificante gasto com os filhos e os esforços estruturando o seu lar. Estudem juntos com os filhos quais são as responsabilidades de cada membro do lar. Seja positivo! Não deixe para depois o que deve fazer já. Invista tempo e atenção no desenvolvimento dos filhos. Se Deus lhe der mais um filho para treinar para Ele, reparte com ele aquilo que tem ensinado aos outros também. Tanto mais, melhor!

Ninguém sabe quando a atual situação mudará. A oportunidade apresentada agora é o dever da hora. Seja fiel e sábio com o que Deus lhe dá no dia de hoje. O amanhã virá no tempo oportuno mas é hoje quando deve repartir o necessário para com os filhos (Dt. 6.4-9, “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.”).

Por não saber qual mal virá, seja doença, ou perda de finanças, capacidades, vida ... usem as oportunidades agora para o bem!

Se desejar que o seu lar produza uma descendência para Deus:

3, “Estando as nuvens cheias, derramam a chuva sobre a terra, e caindo a árvore para o sul, ou para o norte, no lugar em que a árvore cair ali ficará.”

No treino dos filhos para ser a descendência para Deus, lembra-se que haverá causa e efeito – Pv. 22.6, “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.”

As nuvens cheias são a causa das águas derramarem sobre a terra. O ensino da criança no caminho que deve andar pode ser a causa dela agradar o Senhor. Como uma nuvem não sendo cheia não derramará chuva sobre a terra assim se não houver ensino apropriado para a criança andar, ela não terá como andar conforme o agrado de Deus nem aos pais.

Não complique o ensino bíblico dos filhos com o ensino da filosofia, da psicologia, ou o jogar a culpa pessoal na complexidade de personalidades dos seus parentes até o quinto grau, etc. Se a criança estiver fazendo o que é certo, ela pode ser dita que é uma criança sábia. Se ela não estiver fazendo o certo e sabido, ela é uma criança tola. (Pv. 20.11, “Até a criança se dará a conhecer pelas suas ações, se a sua obra é pura e reta.”) Não misture a verdade pura de Deus com a “sabedoria” do mundo!

Use o que tem pois Deus o reporá. As nuvens cheias derramam a chuva sobre a terra. Em tempo propicio quando elas derramarem as suas águas, elas têm como ser reabastecidas pois os córregos que as chuvas alimentam, se ajuntam aos ribeiros maiores que se ajuntam aos rios que findam no mar. No mar há água suficiente para encher novamente as nuvens para que tenham o que derramar sobre a terra.

Enquanto Deus lhe der conselhos pela Sua palavra para saber treinar os filhos para que se tornem descendência para Deus, derramem tais lições abundantemente na sua família. O efeito será essencial para que vocês como pais estejam supridos por Deus, ou pelos próprios filhos. Se estiver fiel a ensinar prudência aos filhos, os filhos serão abastecidos com a prudência na idade maior. Eles voltarão a ser uma benção a você na sua necessidade.

Esse versículo pode ensinar que existem coisas que têm que acontecer e não podemos mudá-las. Serão tão necessárias quanto a chuva é para a terra. Podemos ter tristezas, desafios, um baixo nível de riqueza entre outras mil de acontecimentos que não temos controle. Mas, como é natural as nuvens caírem água quando são fartas de umidade, assim é natural para termos desavenças quando vivemos neste mundo. Verifica essas referências: Jo. 16.31; Tg. 1.2-4; Rm. 8.28.

Quando a morte vier, terminarão as oportunidades, todas!

Portanto, não esteja demasiadamente preocupado com as coisas que não pode mudar, tais como personalidades, condição de saúde, capacidades, opiniões dos outros, entre outros. Onde estas coisas existem, como onde a arvore grande caia e naquele lugar fica, assim estas coisas ficarão sem a nossa possibilidade de mudar a situação.

Se desejar que o seu lar produza uma descendência para Deus:

4, “Quem observa o vento, nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará.”

Sempre existem mil desculpas para os que as buscam, ou seja, para os que não querem fazer o seu dever. Um pouco de oposição basta para alguns pais desistir de vez de treinar os filhos. A criança se jogando no chão, ou pelo menos ameaçando a se jogar, é suficiente para alguns renunciar o seu papel de estabelecer e exercer autoridade, nem ser um bom exemplo e cumprir as suas responsabilidades.

Os que observam o vento são como o preguiçoso: Diz o preguiçoso: Um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas. (Pv. 22.13) Pois é, um leão está nas ruas. Talvez tenha mais outro no seu guarda-roupa?! O homem trabalhador não o vê, o homem que encara as suas responsabilidades não o vê, mas aquele que quer fugir das suas obrigações, oh sim, este o vê! E vendo o leão, ele se julga com razão para se desculpar e fazer nada para resolver a situação, nem para resolver como fazer as suas responsabilidades.

O homem sábio vai ao encontro do leão, ou seja, ele faz o necessário para controlar a situação. Ele é quem estabelece os limites para os filhos e não vice-versa. Se o estabelecer limites é como fazer uma cerca ao redor dos filhos protegendo-os daquilo nocivo no lado de fora, então os pais são quem devem erguê-la e mantê-la erguida. O homem preguiçoso corre daquilo que não é, e crê aceitável pleitear o muito improvável para ser displicente nas suas responsabilidades. Porém o homem sábio não busca desculpas. Ele busca soluções práticas, e, achando-as, implementa-as!

“O temor do SENHOR é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.”, Pv. 1.7. Se necessite de sabedoria, teme a Deus! Assim terá para aplicar a Sua Palavra nas oportunidades que se aparecem. Não espere até que entenda tudo sobre os filhos. Apesar das aparências, aplique o ensino das Escrituras. Não observe o vento, nem para as nuvens! Olhe para a Jesus Cristo o Autor e consumador da fé. Olhe para as suas responsabilidades!

Se desejar que o seu lar produza uma descendência para Deus:

5, “Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da mulher grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas.”

Como já sabe, este livro foi escrito por Salomão depois de muitos anos como rei. As suas 700 esposas e 300 concubinas viraram a sua cabeça. Porém, quando velho, voltou à tona. Escreveu este livro para mostrar como é vazia a vida sem as considerações de Deus na formula.

Salomão reparte conosco que a ignorância sobre como Deus faz qualquer evento não é razão nenhuma para qualquer um de nós a parar de obedecê-lo com zelo. As coisas secretas de Deus NÃO são para nós (Dt. 29.29). Como pais, se não sabem como uma instrução assentará com seu filho, como tal limitação que imponha na filha será proveitosa para ela, ou se não sabe o efeito que tal exortação fará nos anos vindouros, tal falta de saber NÃO É RAZÃO de ser ocioso diante de um claro mandamento ou indiferente diante das suas responsabilidades para com a disciplina do seu filho ou outro qualquer dos seus deveres.

Se desejar que o seu lar produza uma descendência para Deus:

6, “Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas serão igualmente boas.”

A confiança em Deus traz liberdade. A consciência está livre de preocupação sobre tudo que não sabe e que não pode fazer.

Quando não estiver preocupado sobre o que não sabe, nada mais resta a não ser, ser ativo fazendo o seu dever: pregue a Palavra de Deus aos outros! Instes a tempo e fora de tempo! Vista-se com a armadura de Deus e avance! Busque primeiro o Reino de Deus e a Sua justiça! Teme a Deus e guarda os Seus mandamentos!

Seja responsável e persevere com a esperança. Tenha bom animo! Pode ser que tudo que faz produz fruto agradável a Deus. Assim que diz a escritura: “tu não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas serão igualmente boas.”

Bibliologia:

BÍBLIA ONLINE EM PORTUGUÊS. Versão: 2.00.02, Timnathserah, Inc. Winterbourne, 2006

BÍBLIA SAGRADA. Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, São Paulo, 2007.

CHRISTENSON, Larry, The Christian Family. Bethany Fellowship, Minneapolis, 1970.

DICIONÁRIO HOUAISS. Objetiva, Rio de Janeiro. 2009.

GONÇALVES, Josué, Tentação e Maturidade. Editora Mensagem para Todos Ltda. Bragança Paulista, 2009.

LACKEY, Bruce, God’s Promise about Children. Way of Life Literature, Oak Harbour, 1991.

PEARL, Michael and Debi, To Train Up A Child. No Greater Joy Ministries, Pleasantville, 2004.

PRIOLO, Lou, Teach Them Diligently. Timeless Texts, Hackettstown, 2000.

WILLIAMS, Ronald E., The Correction and Salvation of Children. Hephzibah House, Winona Lake, 1980.
Autor: Pr Calvin Gardner
Revisão do texto: Edson Basilo 04/2011
Robson Alves de Lima, 06/2011
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br