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Cap. 13 - A Doutrina Anticristã da Perda da Salvação

I João 2.18-22

Pr. Calvin Gardner

Em meados do século XVIII, surgiu uma nova forma levemente modificada do pelagianismo. Em tempo foi chamado de arminianismo. As principais doutrinas do arminianismo afirmam que:

1. A eleição (e condenação no dia do julgamento) é condicionada pela fé racional ou não-fé do homem;

2. A expiação, embora qualitativamente suficiente a todos os homens, só é eficaz ao homem de fé;

3. Sem o auxílio do Espírito Santo, nenhuma pessoa é capaz de responder à vontade de Deus;

4. A graça não é irresistível; e os crentes são capazes de resistir ao pecado, mas não estão livres da possibilidade de cair da graça .

Poderíamos discorrer sobremaneira acerca de cada ponto desta doutrina, mas quero enfatizar somente a última, o cair da graça ou a doutrina que afirma que o verdadeiro cristão pode perder a salvação. É difícil imaginar qualquer igreja pregando que a morte de Cristo não é suficiente para salvar e guardar eternamente todos aqueles que confiam em Sua redenção, porém, tal doutrina é constituída como base de muitas igrejas evangélicas ou não evangélicas.

Entre as igrejas que creem na perda da salvação e não são consideradas Evangélicas, destacamos: a igreja Católica, a Luterana , os Adventistas , a fé Muçulmana , A Igreja de Cristo – aquela fundada por Alexandre Campbell.

Essa doutrina que mistura as obras dos homens com a manutenção da salvação está até mesmo entre as igrejas que são consideradas Evangélicas, como anteriormente mencionado. Os maiores grupos de denominações que creem nessa doutrina são os Pentecostais . Alguns destes são as Igrejas Apostólicas , A Igreja dos Nazarenos , A Igreja Assembleia de Deus , O Evangelical Outreach , A Igreja de Cristo Internacional , Congregação Cristã do Brasil .

Todavia, nem todas as instituições Pentecostais seguem essa heresia. Entre os Pentecostais que não creem na perda da salvação, encontramos: A Igreja da Vida Nova , A Igreja de Deus – O Caminho Antigo , Igreja Evangélica Cristo Vive , O Ministério Bereia Angola, A Igreja de Cristo no Brasil , , e talvez umas poucas outras.

Podemos notar que entre as Igrejas não Pentecostais, além dos Batistas, os Presbiterianos, Igreja Evangélica Congregacional e a Igreja Evangélica Reformada , não creem na perda da salvação.

Os Metodistas creem, ao menos hoje, como o fundador João Wesley. Wesley, a quem um colega pastor denomina “O Pai de O Pentecostalismo”, aceitou completamente a visão arminiana de que cristãos genuínos podem apostatar e perder sua salvação. Seu famoso sermão "A Call to Backsliders", “Uma Chamada aos Rebeldes” demonstra claramente isso. Resumindo o sermão de Wesley, destacamos: "o ato de cometer pecado não é o fundamento para a perda da salvação… a perda da salvação está mais relacionada às experiências que são profundas e prolongadas. Wesley via dois caminhos principais que para ele resultaria em uma definitiva queda da graça: pecado não confessado e a atitude de apostasia." E discorda de Armínio ao sustentar que tal apostasia não é final. Quando menciona aqueles que naufragaram na fé (I Tim 1.19), Wesley argumenta que são "não apenas um, ou cem, mas, estou convencido, milhares … incontáveis são os exemplos … daqueles que estavam na fé, mas agora estão caídos” Uma queda na fé, é final. O apostato pode arrepender-se, entrar na graça novamente, cair e entrar, cair e entrar...

Mas, graças à graça de Deus, a salvação é eterna e é do salvo pela graça de Deus (Ef. 2.4-10) desde antes do começo do mundo (Ef. 1.3-8) até o Dia de Jesus Cristo (Fp. 1.6). A graça é conforme “o beneplácito da Sua boa vontade” (Ef. 1.5). Deus designou que essa salvação fosse para “louvor da glória da Sua graça” (Ef. 1.6, 12, “com o fim de sermos para louvor da Sua glória...”). A graça não diminui a responsabilidade do homem pecador para com o Evangelho.

A responsabilidade do homem nesta salvação é patente e evidente: Fé, At. 16.31, “crê no Senhor Jesus Cristo”; e arrependimento At. 17.30. Se o homem pecador não se arrepender e crer no Salvador, nunca será salvo - Jo. 3.16-18, 36, “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.” Portanto, coexistem a graça de Deus na salvação e a responsabilidade do homem.

Se você ainda não é um salvo, saiba que o conhecimento ou crença numa doutrina não é o suficiente para lhe garantir a salvação. A eleição e a predestinação não é a salvação! A salvação é por uma Pessoa. Jesus Cristo é Quem trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo Evangelho – II Tm. 1.10. A Sua Obra na cruz feita no lugar do pecador que, outrora se arrepende e crê pela fé nEle, satisfaz o Justo Juiz – Is. 53.10-11; At. 17.31. Se não conhece a salvação da sua alma somente e apenas por Jesus Cristo, corra a Jesus nosso Salvador para ter o perdão diante de Deus. É tempo de conhecer a salvação da sua alma! Corra já pela fé nessa maravilhosa obra Única por Jesus Cristo e será salvo.

Observe atentamente: Há os que ensinam que o cristão pode perder a salvação, mesmo sendo lavado pelo sangue de Jesus (Ap. 1.5), selado pelo Espírito Santo (Ef. 1.13-14) e seguro na mão de Cristo e de Seu Pai (Jo. 10.28-29). Essa doutrina é anticristã, pois é contra o Messias!

A doutrina da Perda da salvação é Anticristã porque Divide a Inciativa da salvação entre Deus e o homem.

A doutrina arminiana enfatiza que o homem pecador, “sem uma influência externa” pode ser salvo. A Bíblia, porém ensina que o homem é “morto” em ofensas e pecados (Ef. 2.1-3), e inimigo de Deus (Rm. 8.5-8). A regeneração é descrita como sendo uma ressurreição (Rm. 6.3-4; Cl. 12-13; Ef. 2.5-6; Gl. 2.20). O pecador morto em pecados precisa demasiadamente de toda a ‘influência externa’ possível. Ele precisa de algo fora da sua pessoa. O pecador precisa de vida espiritual. Se ele não pode ver e nem entrar no Reino de Deus se não nascer de novo. Portanto, a iniciativa é Daquele que não é morto. A iniciativa da salvação é Daquele que é Vida, e tem a Vida. Jesus Cristo é a Vida (Jo. 14.6). O homem está morto. A iniciativa então é de Deus. Se a iniciativa fosse do homem ou ainda em conjunto com o Salvador, o homem teria como gloriar-se nisso (Ef. 2.9). Quando ao homem é compartilhada qualquer glória, Cristo não recebe toda a glória que Lhe é devida. Portanto, essa doutrina é anticristã.

A doutrina da Perda da salvação é Anticristã porque Divide o Poder da salvação entre Deus e o homem.

Jonas 2.9 diz “do SENHOR vem a salvação” A salvação é uma regeneração espiritual– Jo. 3.3-5. O que é do Espírito Santo não vem da carne onde não habita bem algum (Jo. 3.6; Rm. 7.17-18). Porém, a carne é a única coisa que o pecador tem. Os que creem que o cristão pode perder a salvação creem que, pela graça comum todo homem é levado a ter capacidade de se salvar “sem uma influência externa”. Destarte, essa doutrina é anticristã, pois inclui o homem na obra que apenas pertence a Deus por Jesus Cristo. Cristo é menosprezado. Cristo não é tido como o Único Senhor e Salvador Todo-Suficiente. Aquele que engrandece o homem em qualquer medida minimiza Deus na mesma proporção.

A doutrina da Perda da salvação é Anticristã porque Divide a Glória da salvação entre Deus e o homem.

Isaías diz, Is 48:11 Por amor de mim, por amor de mim o farei, porque, como seria profanado o meu nome? “E a minha glória não a darei a outrem”. Os remidos no céu dão as glórias devidas a Deus, por ELE fazer toda a obra! (Ap. 4.11; 5.12). Até os não remidos reconhecem isso. (Nabucodonosor, Dn. 4.34-35).

Quem tiver a iniciativa e o poder, terá também a glória. Mt. 6.13, “E não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.” Quem tem o reino e o poder, também é devida a glória. Observe Quem foi visto com a glória: Jo. 1.14, “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.

Se o homem tiver uma parte qualquer na sua salvação, ele tem algo para se gloriar – Ef. 2.9; Rm. 11.6. Diante disso, menos glória é dada a Cristo e, por conseguinte, contra o desejo do Pai – Fp. 2.8-10. Sendo contra Cristo, é anticristã.

A doutrina da Perda da salvação é Anticristã porque faz de Cristo e a obra feita por Ele na cruz uma piada

Deus Pai tem um eterno plano para salvar o Seu povo do pecado, da corrupção e das misérias do inferno (II Ts. 2.13; II Tm. 1.9). Para efetuar este plano Ele deu um corpo ao Seu Filho. Este Unigênito do Pai submeteu-se ao sacrifício definitivo para todos aqueles que o Pai Lhe entregou (Hb. 10.4-14; Jo. 6.37-40; 10.29;17.6, 9-11, 24; Fp. 1.29). O Espírito Santo concordou em testificar do Filho pela Palavra de Deus, e de convencer os pecadores da Verdade (Jo. 14.26; 15.26; 16.8-13).

A cruz de Cristo foi o lugar que o gracioso plano do Deus eterno foi consumado, de uma vez para sempre (Hb. 10.9-18). Tudo isso seria uma piada sem graça se, qualquer um daqueles que foram incluídos no decreto eterno do Pai, na submissão do Filho ser o Substituto idôneo pelos pecados destes, e no objetivo da obra do Espírito Santo testificar de Cristo eficazmente, repito, seria uma piada se um destes perdesse tal grande salvação.

Se um único destes pecadores contemplados a experimentar pessoalmente da obra consumada de Cristo na cruz, caísse no pecado ao ponto de não poder desfrutar do eterno e glorioso fim que Deus em graça planejava pelo sacrifício de Seu Filho Jesus Cristo, o próprio Jesus Cristo seria falho. Se qualquer doutrina ensina que Cristo é falho, é doutrina anticristã!

Cristo teve propósitos eternos quando foi na cruz (Hb. 12.1-3):

1. Cristo padeceu na cruz uma vez pelos pecados. O propósito desta morte era para levar-nos a Deus – I Pe. 3.18, “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito”.

2. Cristo desejava que os quais por quem Ele morreu vivessem para Ele – II Co. 5.15, “E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou”.

3. Cristo amou a igreja e deu o Seu próprio sangue por ela nessa cruz. O propósito dEle era para resgatar ela com o Seu próprio sangue – Ef. 5.25-26; At. 20.28, “Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.”.

4. Cristo se deu a si mesmo na cruz para remir de toda iniquidade todos os que se arrependem dos seus pecados e creem pela fé em Cristo – Tt. 2.14, “O qual se deu a Si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para Si um povo Seu especial, zeloso de boas obras”.

5. Cristo é tido como o príncipe da salvação (Hb. 2.10). Pela graça de Deus a Jesus foi dado um corpo, para que Ele provasse a morte por todos e trouxesse muitos filhos à glória, os quais ele chama irmãos – Hb. 2.9-11, “Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos. 10 Porque convinha que Aquele, para Quem são todas as coisas, e mediante Quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas aflições o Príncipe da salvação deles. 11 Porque, assim O que santifica, como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos,”

6. Pela única oferta de Cristo na cruz, Ele aperfeiçoou para sempre os que são santificados – Hb. 10.14, “Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados”.

7. Deus deu o Seu Filho livremente na cruz para todos nós. Isto prova que Ele vai nos dar todas as coisas prometidas e compradas pelo Seu sangue – Rm. 8.32, “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes O entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele todas as coisas?”

8. Deus nos amou e nos lavou dos nossos pecados no sangue derramado na cruz por Seu Filho Jesus. Este também nos fez reis e sacerdotes para Deus e Seu Pai – Ap. 1.5-6, “E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Aquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém ”.

Se um único Cristão verdadeiro caísse no pecado e perdesse essa grande salvação feita na cruz por Jesus, a obra de Cristo no madeiro seria falha. Cristo seria responsável, pois o pecador não tem mais nenhuma condenação! Seria justo para Cristo ficar fora do céu. O salvo, por quem Ele fez todas essas obras mencionadas e inúmeras outras, ficaria livre. O salvo gozaria das bênçãos obtidas da salvação. O Salvador ficaria fora por falhar em eliminar o castigo daquele pecado que estava impedindo aquele cristão desobediente de ir ao céu. Espero que você esteja entendendo como essa doutrina é ridícula e como ela é contra o Messias, portanto, anticristã.

A doutrina da perda da salvação é anticristã. Ela desfaz o que Deus, o Pai, planejou na eternidade passada, aquilo que o Filho submeteu-se a fazer, e fez para o agrado do Pai na cruz, e aquilo que o Espírito Santo realizou e realiza para efetuar tal plano.

A doutrina da Perda da salvação é Anticristã porque Nega Admitir a Pecaminosidade do Pecado

Os que creem na perda da salvação negam admitir que o pecador é completamente sem capacidade de ajudar a si mesmo a obter a salvação. Estes querem dizer que Deus opera com a graça comum para com todos os homens. É verdade que Deus opera com a graça comum para com todos, mas a graça comum sozinha não leva ninguém à salvação.

A graça comum é manifesta a todos (Sl. 136:25; 145:9; At. 17:24-26) incluindo bênçãos ao estrangeiro, dando-lhe pão e vestimenta (Dt. 10:17-19), à natureza, suprindo todas as suas necessidades (Sl. 104:11-22; Lc. 12:6; Mt. 6:28-30). A graça comum estende tanto aos justos e injustos, como aos bons e maus, juntamente dando-lhes sol, chuva e tudo para viver bem (Dt. 29:5; Mt. 5:43-45; Lc. 6:35; 16:25). Essa graça comum é dada aos homens em geral, proporcionando-lhes um governo civil, que é um instrumento de Deus (Rm. 13:3,4; I Pe. 2:14). A graça comum faz parte das coisas minuciosas (“até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados”, Lc. 12:7) até as coisas impossíveis de medir, a preservação do mundo e tudo que nele há (Neemias 9:6; Cl. 1:16,17). Conjuntamente com estas bênçãos Deus também dá a mensagem de salvação a muitos que nunca serão salvos (Mt. 13:19-22; At. 14:15-17; Rm. 2:4; I Tm. 4:10). Essa graça comum pode ser resistida (Mt. 23:37) e é resistida por todos que vão para o inferno. Que essa graça geral não é salvadora é entendida pela observação de que, os maus continuam maus depois da manifestação de tal graça, mesmo que tal graça e bênçãos sejam maravilhosas (Rm. 2:4).

Mas, não é somente isso que os que creem na perda da salvação querem dizer pela graça comum. Um adicional é dado por aqueles que creem nessa. Eles somam algo às Escrituras e isso não pode ser permitido. Eles concluem que a graça comum de Deus traz todos os homens ao mesmo nível de poderem ser salvos sozinhos. Ensinam que os pecadores têm uma capacidade moral e natural para decidirem se podem ser salvos ou não, através do seu livre arbítrio. Querem dizer que a vontade não foi afetada pela queda. Disso já sabemos melhor.

Não aceitamos que o pecador possa ver ou entrar no Reino de Deus, sem que antes haja primeiramente uma operação de dEle. Jesus determinou que, se não nascer de novo não pode ver e nem entrar no Reino de Deus – Jo. 3.3-5. Paulo afirmou que na carne não habita bem algum – Rm. 7.18. Do coração do homem pecador procede tudo que o contamina e nada que possa agradar a Deus – Jr. 17.9; Mt. 15.19; Rm. 8.8. João estabeleceu que os nascidos de novo não nasceram do sangue, não da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus – Jo. 1.12-13. Paulo instruiu Tito afirmando que, quando a salvação apareceu foi pela benignidade e amor de Deus para com os homens, e não por obra alguma do homem. A salvação é obra somente da misericórdia de Deus, pela lavagem da Sua Palavra que traz a regeneração, e pela obra do Espírito Santo, renovando o pecador por Jesus Cristo, nosso Salvador – Tt. 3.4-6.

A doutrina que ensina que o pecador pode se salvar pelos seus próprios esforços, por sua vontade, ou por outra maneira, menospreza a morte de Cristo. O Seu sacrifício não foi completamente necessário, pois o homem pecador não tinha tanta necessidade para ser salvo. Ele não era tão morto nos pecados e ofensas. Essa doutrina despreza o dito de Jesus a Nicodemos. Essa doutrina também menospreza o soberano valor sobre tudo que o Pai deu a Jesus – Mt. 3.17; 17.5; II Pe. 1.17.

Esta doutrina da perda da salvação leva o homem a exaltar-se. Quando o homem exalta a si mesmo, Cristo é roubado da exaltação suprema que o Pai Lhe concedeu – Fp. 2.8-10; Ap. 4.11; 5.12.

Quando uma doutrina leva o homem a pensar que os seus esforços ou vontade renderam em parte a salvação da sua alma, ele enfraquece a sua própria “salvação.” Essa doutrina engana o homem a não ter a salvação bíblica, qual é só por Jesus. Nisso é uma doutrina anticristã.

A doutrina da Perda da salvação é Anticristã porque Adiciona Obras do Homem à Obra de Cristo

Essas obras são salvaguardas para o salvo se manter “salvo” para com Deus. Essas salvaguardas são as obras de obediência do cristão. Essa doutrina confunde a manutenção da salvação por Jesus Cristo com a obediência devida do cristão.

“Do SENHOR vem a salvação” – Jn. 2.9

A Apresentação do Cristão Irrepreensível, com Alegria Perante a Sua Gloria é do SENHOR também!

Judas 1.24-25, “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória, ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”.

A manutenção da salvação é pelo Pai

– I Pe. 1.3-5, “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós, que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo”;

Fp. 1.6, “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo”;

Jo. 10.29, “Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.”

A manutenção da salvação é por Jesus Cristo:

- Autor e Consumador da Fé – He. 12.2, “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.”

- Intercede sempre para os Seus – Hb. 7.25; 9.24; Rm. 8.34.

- Guarda os seus de tropeçar – Jd. 1.24, 25 “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória, ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”.

- Segura os seus na Sua mão – Jo. 10.28

- Guarda-nos até o dia perfeito – II Tm. 1.12 (Hino 377)

A manutenção da salvação é pelo Espírito Santo:

- Consola-nos – Jo. 14.16; Rm. 8.14-16

- Ajuda-nos nas nossas fraquezas – Rm. 8.26

- Incentiva-nos à obediência da Palavra de Deus – I Co. 12.13

As Obras do Cristão

Como é errado crer que qualquer parte da salvação é pelas obras do homem (Rm. 11.6; Ef. 2.8-9; II Tm. 1.9) também é tão errado crer que a salvação não produz obras alguma. (Ef. 2.10; Tg. 2.14-18, 26).

A salvação transforma o pecador arrependido em uma nova criatura (II Co. 5.17); gera no interior do homem, ou seja, no íntimo daquele pecador que, pela graça é trazido a crer pela fé em Jesus Cristo como o Único Salvador, o prazer na Lei de Deus (Rm. 7.22); incentiva aqueles chamados pela vocação santa a despedir-se do homem velho com os seus feitos e vestir-se do novo homem (Cl. 3.8-11).

Se a salvação não transforma o pecador, ela não é uma salvação que vale a pena, pois tal “crente falso” será reprovado no último dia.

- Pv. 26.11, “Como o cão torna ao seu vómito, assim o tolo repete a sua estultícia”.

- II Pe. 2.22, “Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vómito, e a porca lavada ao espojadouro de lama”.

- Tt. 1.16, “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra”.

- Hb. 6.8, “Mas a que produz espinhos e abrolhos, é reprovada, e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada.”

Quais são Algumas Destas Obras que São Produzidas pela Salvação?

- Não deixar a congregação – Hb. 10.25; Cl. 3.10-16

- Amar os irmãos – Jo. 13.34

- Apoiar a obra de Deus financeiramente – Mt. 23.23 Ensina-nos que nenhum mandamento é sem importância. Porém, o que pertence ao coração e à vida para com Deus deve receber a melhor e a primeira atenção. A parte externa é menos importante do que a parte interna da lei. Mas a parte externa é valida.

- Orar sem cessar – I Ts. 5.17; Ap. 8.3-4;

- Ser grato a Deus – I Ts. 5.18

- Ser cheio do Espírito Santo – I Ts. 5.19; Ef. 5.16-18

- Mortificar a carne – I Ts. 5.22

- Ocupar-se com a Palavra de Deus – Jo. 17.17; II Tm. 3.16-17

- Confessar os pecados – I Jo. 1.8-9; 2.1-13

Conforme a doutrina anticristã, Jesus não é o único Que guarda o salvo de tropeçar ou apresentar este salvo diante de Deus – Ju 1.24. Este próprio, precisa fazer essa obra também. Pela falta de depender somente em Jesus Cristo para a salvação e de não confiar apenas na obra de Cristo para nos apresentar irrepreensíveis com alegria perante a Sua glória, essa doutrina é anticristã. Portanto, não confunda um com o outro.

Questionamento aos que creem na doutrina (anticristã) da perda da salvação:

1. Pelas Escrituras sabemos que a salvação depende do amor eterno, e a graça e a misericórdia de Deus que é desde a eternidade e até a eternidade – Sl. 103.17; Jr. 31.3; II Tm. 1.9. Se um pecador, que pela fé entra nesse amor, graça e misericórdia eterna, acaba se perdendo, é evidente que a salvação não depende do amor, da graça e misericórdia de Deus. Então, do que depende?

2. A salvação depende da graça redentora pela qual Deus compra para Si mesmo os Seus, pelo sangue precioso de Cristo (Ap. 5:9). Esses são remidos de toda a iniquidade (TT. 2.14), da maldição da lei (Gl. 3.12), e se estabelece na Rocha que é Cristo (Sl. 40.1-3). Se um pecador comprado por Deus pelo sangue de Cristo venha a ser condenado, não é evidente que a salvação não depende da redenção de Cristo?

3. A salvação depende da graça de Deus, da Sua vivificação (Ef. 2.1), da Sua regeneração, ou seja, da graça renovadora do Espírito Santo (Tt. 3.5). Se depois da graça de Deus, da vivificação, da regeneração, ou da graça renovadora do Espírito Santo, ainda haja a possibilidade do salvo ser banido da presença do Senhor no lago de fogo (Ap. 21.11-15), não é uma afirmação de que graça é falha e insuficiente para salvar o pecador?

4. A salvação depende da graça justificadora (Rm. 3.24). Pode o pecador ser justificado de todas as coisas e ainda ser condenado e ficar com os incrédulos pela eternidade (At. 13.39)? Se assim for, não é evidente que a graça justificadora não pode salvar o pecador?

5. A salvação depende da graça santificadora (I Co. 6.11). Pode um pecador ser santificado, lavado e justificado no nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito Santo e ainda ser perdido? Então, não é claro que a graça santificadora não salva?

6. A salvação depende da graça de adoção (Ef. 1.4,5). Pode um pecador receber a adoção de filho, ser herdeiro de Deus por Cristo (Gl. 4.5-7) e cair no pecado e perder o céu? Se assim for, não é claro que a salvação não depende da graça de adoção?

7. A salvação depende do dom da graça de Jesus Cristo (I Jo 4.10). A salvação depende da obra de Cristo! Depende em Cristo para os pecados que Cristo levou sobre Si, os ofícios dEle sendo profeta, sacerdote e rei, e na Sua obra trazendo o salvo à união da Sua igreja (At. 20.28)! A salvação depende da obediência ativa e passiva na obra de Cristo quando na terra (Fp. 2.8-10) e na Sua intercessão no céu (Hb. 7.25).

O pecador arrependido, pela graça expressiva de Deus, confia em Cristo como o Alicerce, Rocha, Cidade Forte, A Vitória (Rm. 7.24-25), Escudo (Sl. 18.2), e é trazido a esconder-se nEle como numa cidade de refúgio, beber dEle como Água Viva (Jo. 4.10-14), comer dEle – o Maná do Céu (Jo. 6.32), entrar por Ele - O Caminho e A Porta e fazer parte do aprisco, e andar com Ele no caminho estreito.

Será que esse pecador pode conhecer Cristo como O Irmão Mais Velho, sim, o Amigo mais perto de um irmão; ser unido a Ele como Marido Amado e Cabeça Viva; ter a sua vida escondida com Cristo em Deus, ter vida verdadeira, ser do corpo dEle, ser osso de Seus ossos e participar da Sua carne e sangue; ter Cristo como a sua Justiça, Força, Porção e o seu Tudo; ser abençoado com arrependimento para a vida e ter Cristo a esperança da glória (1 Pe. 1.23; Gl. 5.22) – e depois de tudo, ser condenado. Se tudo isso pode ser uma realidade e o pecador ser tão agraciado e ainda ser perdido, poderia me informar do que a salvação depende?

Se não for Cristo a salvação, quem é ou o que é a salvação?! Pode ser a Chance, a sinceridade, a linhagem, a moralidade, ou a religião? Não! É somente Cristo.

Importante indagar: Cristo é a sua única salvação? Cristo é a Única Salvação que Deus reconhece! Venha depender do amor eterno de Deus manifesto em Seu Filho, Jesus Cristo! Creia na obra de Cristo na cruz, onde derramou o Seu sangue e, pela qual Deus Pai compra de volta o pecador arrependido e o dá vida eterna!

Implicações Perigosas da Doutrina da Perda da Salvação

“O pecado que pode deixar o verdadeiro cristão fora do céu é aquele que fará Jesus ir ao inferno, pois os nossos pecados estão nEle”

Muitos cristãos gostam de classificar as suas ideias e doutrinas e dividir tudo em compartimentos. A isto denominam de compartimentagem. Funciona assim a bendita compartimentagem: O sujeito tem várias doutrinas que ele defende e cada um está num lugar adequado na sua mente. Dentro desse compartimento ele pode entrar, e, essa parte é fundamental, fechando a porta ele pode admirar a sua doutrina e toda sua beleza. Quando termina essa visita, ele abre a porta, fecha-a e entra num outro compartimento. Aí, outra vez, ele admira e estuda a sua doutrina. Tudo continua bem, até um belo dia quando não fecha uma das portas. Quando isso acontece, as ideias dos vários compartimentos misturam-se. Acarretando a descoberta de que, as doutrinas separadas, parecem boas, mas quando são levadas à luz de outras doutrinas, as falhas de uma delas ou mais, têm defeitos ridículos. Creio que a doutrina que admite a perda da salvação é assim. Quando as outras doutrinas forçam ela ser consistente, ela se descobre ridícula.

Se qualquer Cristão verdadeiro acaba indo ao inferno apesar da morte de Jesus Cristo no seu lugar:

- Cristo ficará no inferno no lugar de tal Cristão, pois os pecados desse salvo foram postos nEle pelo Pai – Is. 53.6, “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.”; Rm. 4:25, “O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação.”; I Pe. 3.18, “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito;”. Os pecados do cristão foram levados por Jesus Cristo. Por isso, se um desses pecados tem o poder de fazer qualquer cristão ficar fora do céu, o Salvador é o responsável! Portanto, Cristo, o Substituto, fica fora do céu e vai ao inferno pelo pecado do cristão infiel.

- O Pai também ficará no inferno, pois mentiu. O trabalho da alma do Seu Filho Jesus Cristo no lugar dos salvos, não O realmente satisfez. Um pecado pelo qual a alma de Cristo trabalhou não satisfez O Pai como foi profetizado – Is. 53.10-11; II Pe. 3.9; Jo. 3.16

- O Espírito Santo ficará no inferno, pois Ele não guardou aquele que Ele selou, e isto, apesar de ser o penhor daqueles que têm fé no Filho de Deus, Jesus Cristo – Ef. 1.13-14; II Co. 1.22; 5.5. O Consolador não pode nos consolar, pois Ele não é consolado - Rm. 8.11-17

Portanto, se um pecador resgatado, ou um pecador remido pela obra de Jesus na cruz perder a salvação, haverá mudanças radicais no céu.

Felizmente não há possibilidade nenhuma de perder a salvação. O Pai agradou a Si mesmo com o sacrifício do Filho. Por isso Ele O ressuscitou dos mortos – At. 17.30-31, “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam; 31 Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos”.

Não são as obras de obediência que salvam ou mantem o pecador remido por Jesus Cristo. Deus, o Pai se satisfez com a obra do Filho na cruz. Deus Pai se satisfaz com as orações do Filho que a faz em prol dos Seus – Jo. 17.20-21; Rm 8.34, “Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.”; Hb. 7.25, “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles”.

Deus Pai aceita a obra de Cristo a guardar de tropeçar cada um dos Seus – Ju 1.24. Você se contenta com aquelas obras de Cristo que satisfazem o Pai?

A sua fé está em Cristo Jesus? Que grande amor o Pai nos tem dado, dando-nos o Teu Filho Bendito! Que grande dívida temos para com o Pai, vivermos separado daquele pecado imundo que Ele levou por nós na cruz.

Hb 12.4, “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado”.

“Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora. Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós.” I Jo. 2.18-19

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Autor: Pr Calvin Gardner
Correção gramatical: Jair Renan Alves de Almeida Batista 05/2013
Fonte: www.palavraprudente.com.br