Cap 30 - O Tabernáculo

As Vestes Sacerdotais

Ex 28.4-35; 39.1-32

Introdução

A pessoa elegida por Deus para ser o sacerdote era Arão, e seus filhos que estavam com ele (Ex 28.1). Vestes sagradas seriam feitas para eles “para glória e ornamento” (Ex 28.2). Essas vestes eram exclusivas para o uso dos sacerdotes (“vestes a Arão para santificá-lo”, Ex 28.3, 41) quando para com Deus administrarem o ofício sacerdotal (“para que me administre o oficio sacerdotal”, Ex 28.3, 41).

O Tabernáculo representa Cristo o Único Meio pelo qual Deus habita no meio dos pecadores. Portanto estas vestes nos ensinam de Cristo no Seu oficio do Único Mediador entre Deus e os homens (I Tm 2.5, 6). Sabemos que as vestes do sumo sacerdote e dos seus filhos “são para glória e ornamento” (Ex 28.2, 40). Cada peça manifesta a glória de Cristo e ensina-nos como a Sua Pessoa e Seus Atributos são adornos diante de Deus na Sua Obra Medianeira. Não procure outra lição no estudo destas vestes a não ser de Cristo.

O Tabernáculo era “uma alegoria para o tempo presente”, ou seja, naquele tempo o Tabernáculo servia para a habitação do Senhor (Ex 25.8; Hb 9.9), e era a “sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas” (Hb 10.1). Portanto o Tabernáculo não é um modelo para nós hoje imitarmos na igreja. Tudo no Tabernáculo era uma representação de Cristo, e quando Cristo veio, todas essas “sombras” não tinham mais a necessidade de existir. Por isso, não há razão nenhuma para o sacerdotalismo e ritualismo existirem em nenhuma igreja evangélica hoje.

As Peças em Geral – Ex 28.4, 28, 40-42

O Peitoral, o Éfode com o Urim e o Tumim e as pedras de engaste, o Manto, a Túnica Bordada com os Calções e um Cinto, e a Mitra com a sua Lâmina de ouro, e, as Tiaras (v.36-39, 40).

Os Materiais – Ex 28.5

As vestes dos sacerdotes eram de ouro, o azul, a púrpura, o carmesim e de linho fino torcido.

A Representação dos Materiais

O ouro representa a divindade de Cristo, o azul aponta o fato que Cristo é dos céus, a púrpura lembra-nos de reis, o carmesim manifesta a humilhação de Cristo na Sua morte e o linho fino torcido ensina-nos da Sua justiça e a Sua pureza, pois o linho fino era branco.

Imagine a confusão e ilógica que seria para um sacerdote aproximar-se de Deus com qualquer roupa e de qualquer maneira. A glória da obra e a glória do lugar exigem vestes à nível desta glória.

Não adoramos, nem servimos o Santo Deus sem santidade (Hb 12.14; Sl 66.13) Deus é Espírito e importa a Ele ser adorado em espírito e em verdade (Jo 4.24).

Como é o seu espírito? Lavado? Usado para a Sua glória? A sua adoração espiritual é conforme a verdade?

As Peças Individualmente Descritas e a Simbologia de Cada Uma – Ex 28.6-43

O Éfode – Ex 28.6-14

Mesmo sendo o peitoral, com suas pedras de engaste, mencionado primeiro na lista (Ex 28.4), o éfode é descrito primeiro (Ex 28.6-14). Por isso aprenderemos dele primeiro.

O éfode era a parte exterior, a última peça das vestes sacerdotais, era uma peça comum de todos os sacerdotes (I Sm 22.18). Até Samuel, sendo ainda jovem foi “vestido com um éfode de linho” (I Sm 2.18). Todavia, para o Sumo Sacerdote, era reservado o éfode com matérias preciosas.

O éfode das vestes sagradas, como o peitoral, era composto de todo o tipo de material reservado para as vestes sacerdotais (Ex 28.6). O éfode representava a divindade de Cristo (ouro), a origem de Cristo, dos céus (azul), a Sua realeza (púrpura), a Sua humilhação na morte (carmesim) e a Sua justiça e pureza (linho fino torcido de cor branca).

O oficio sacerdotal cuida da aproximação a Deus do pecador arrependido e a comunhão com Deus pelos pecadores perdoados. Pelo fato das vestes do sacerdote incluir aquilo que aponta à divindade (ouro), origem celestial (azul), posição de realeza (púrpura), pureza e justiça (linho fino torcido), beleza e preciosidade (obra esmeralda) e também aquilo que representa a morte (carmesim), a alta qualificação do sacerdote é ensinada.

Deus não aceita aquele que chame a si mesmo para essa posição (que alguns auto-proclamados apóstolos fazem hoje) e nem qualquer um que a ‘igreja’ possa estabelecer nessa posição (como faz a igreja católica). Pastor, padre, apóstolo, profeta, presbítero, ancião, freira, monge ou ‘santo’ nenhum podem servir nesse ofício exclusivo. São todos desqualificados para serem O Mediador aceito por Deus. As vestes sacerdotais apontam ao alto padrão de qualificações que Deus estipulou para O Mediador que agrada Ele. Aquele em quem você tem esperança para agradar Deus em seu lugar preenche todas as qualificações que Deus pede para ser aceito como mediador?

Somente Cristo é Mediador qualificado! Ele é Deus (ouro - Mt 1.23, “Deus conosco”; Is 9.6, “Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”). Cristo veio dos céus (azul - Jo 6.38, “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”). Cristo será feito Rei dos Reis no Seu Reino literal (púrpura - I Tm 6.15; Ap 17.14; 19.16). Somente Cristo é sem pecado e inocente (linho fino torcido - Hb 7.26, “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus”). Este Mediador é o resplendor da glória de Deus (obra esmeralda - Hb 1.3) e somente Este Substituto, o Eleito de Deus, poderia satisfazer Deus no lugar dos que o Pai Lhe deu (carmesim - Is 42.1, “meu eleito”; Jo 6.39, “Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia”; Is 53.10, 11, “Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão. 11 Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniqüidades deles levará sobre si”). Você tem crido nEste? Este lhe representa?

As Duas Ombreiras com as Suas Duas Pedras de Ônix, O Cinto do Éfode e as duas cadeiazinhas de ouro – Ex 28.7-12

Há um modelo exato dado por Deus a Moisés no monte Sinai para o Tabernáculo e “todos os seus pertences” (Ex 25.9). Segundo este modelo os artífices trabalharam “para que façam tudo o que te tenho ordenando” (Ex 31.6). As vestes sacerdotais faziam parte deste modelo sagrado (Ex 25.7; 31.10). O fato que o modelo era detalhado e os artífices capacitados especialmente pelo Espírito de Deus (Ex 31.3-6) nos ensina a “decência e a ordem” que Deus pede na igreja (I Co 14.40, “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem”; I Tm 3.15, “Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade”), tanto adora um Deus de decência e ordem (II Sm 23.5, “Ainda que a minha casa não seja tal para com Deus, contudo estabeleceu comigo uma aliança eterna, que em tudo será bem ordenado e guardado, pois toda a minha salvação e todo o meu prazer está nele, apesar de que ainda não o faz brotar”), quanto é por Seu Espírito. Há detalhes na ordem que Deus pôs todas as coisas e que são importantes a considerar em relação à adoração correta, mas tal assunto não é nosso neste contexto. O Jesus Cristo é o assunto e estes detalhes apontam às Suas perfeições.

As duas ombreiras com as duas pedras de ônix terão gravados nelas “os nomes dos filhos de Israel” (Ex 28.9-12). Como as pedras preciosas foram minadas da terra, o povo de Deus, apresentado por Cristo, vem de pó. Sem Cristo estávamos andando “segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. 3 Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. 4 Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, 5 Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), 6 E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; 7 Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. 8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. 9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie; 10 Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.2-10).

O propósito das duas ombreiras é para unir o éfode (Ex 28.7) e para levar os nomes dos filhos diante do SENHOR para memória (Ex 28.12). Foi dito de Cristo que o “principado está sobre os seus ombros” (Is 9.6) pois Ele apresenta-nos diante de Si mesmo como Representante e ao Pai como Advogado, “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.25-27). Temos em Cristo a união com Deus e estamos preciosos diante de Deus.

Você é levado por Cristo diante de Deus para memória? Ou somos levados diante de Deus por Cristo pela graça de Deus ou somos separados dEle com a Sua ira permanecendo sobre nós (Jo 3.36).

O Cinto do éfode era glorioso também. O Alfa e o Ômega, que conversava com João era cingido com um cinto de ouro também (Ap 1.13) mostrando a Sua divindade vista e exercitada em toda direção ao redor dEle. Temos um Grande Sumo Sacerdote em Jesus Cristo, e tendo tal Representante e Advogado “retenhamos firmemente a nossa confissão” (Hb 4.14).

O Peitoral e As Suas Pedras de Engaste – Ex 28.15-29

As vestes do sumo sacerdote “são para glória e ornamento” (Ex 28.2). A primeira parte das vestes mencionadas é o peitoral que contém essas pedras de engaste (Ex 28.4). O peitoral, com as suas doze pedras de engaste, era a parte primordial e a mais cara de todas as vestes. As outras partes das vestes eram secundárias, dando assim bases pelas quais o peitoral se apoiava.

Simbologia

As pedras de engaste simbolizam a preciosidade dos Cristãos a Deus por Cristo (Malaquias 3.17.)

Todo o povo de Deus individualmente está representado por essas pedras preciosas neste peitoral do sumo sacerdote. As pedras são doze em número e os nomes de todas das doze tribos estão esculpidas “como selos, cada uma com o seu nome” (Êxodo 28.21).

A lição do selo aponta à atitude de Deus para com o Seu povo: Seu Povo é de Sua propriedade particular (Jo 17.6, “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra”), Seu Povo é autêntico (Jo 17.7, 8, “têm verdadeiramente conhecido que saí de Ti”, 23, “Eu neles, e Tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade”) e o Seu Povo é seguro (Jo 17.11, “as Tuas coisas são Minhas” 24, “Pai ... onde Eu estiver, também eles estejam comigo”). As pedras de engaste estando no peitoral e o peitoral estando sobre o coração do sumo sacerdote, a serenidade do relacionamento de Deus por Seu povo em Cristo é manifesta. A salvação que vem de Deus pela obra de Cristo abençoa Seu povo com “todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais” (Ef 1.3). Tão grande salvação é essa! É relacionamento!

Existe uma lição que vem do fato dos nomes das doze tribos sendo esculpidos nas pedras (Ex 28.21). Essa lição nos ensina que cada um dos filhos de Deus é conhecido por Deus individualmente (João 10.3, “chama pelo nome às Suas ovelhas”; II Timóteo 2.19, “O Senhor conhece os que são Seus”). É palavra fiel e digna de toda a aceitação que, se você é um filho de Deus lavado pelo sangue de Cristo, você é precioso para com O Pai (Malaquias 3.17). Cada um destes filhos também é conhecido em amor por Cristo como Mediador deles (João 10.14-16, 27-29). Nenhum dos filhos de Deus é perdido na multidão de cristãos. Ele conhece os Seus. Tão grande salvação é essa! É posição!

Essa lição nos incentiva a estreitar os nossos laços com nosso Pai celestial por nosso Salvador. Se o sábio Deus tem o prazer de considerar cada um dos Seus como uma jóia preciosa, cada uma das Suas jóias preciosas devem buscar primeiro este Pai celestial em tudo o que se faz (I Coríntios 6.17-20; II Tm 2.19, “e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade”).

Também se Deus ama os Seus ardentemente, os Seus devem amar uns aos outros conforme diz o Apóstolo João na sua primeira epístola capitulo quatro versículo onze, “Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros.”

Posição

As pedras foram engastadas em ouro nos seus engastes enchendo assim o peitoral com “quatro ordens de pedras” (28.17-20). As doze pedras diferentes foram sárdio, topázio, carbúnculo, esmeralda, safira, diamante, jacinto, ágata, ametista, berilo, ônix e uma jaspe (veja: Ez 28.13; Apocalipse 21.19, 20). Mesmo que a ciência moderna não saiba quais exatamente são os nomes atuais dessas pedras podemos saber que eram valiosas e lindas pois as vestes do sumo sacerdote eram “para glória e ornamento” (Ex 28.3).

“Como o peitoral, com os nomes das tribos de Israel, era o adorno mais brilhante vestido pelo sumo sacerdote, assim são os nomes dos eleitos de Cristo as mais preciosas jóias que Ele tem tão perto do Seu coração”, (Spurgeon, Till He Come, pg. 86) Ex 28.28,29.

“Nunca se separará o peitoral do éfode” (Ex 28.28) como também nunca se separará o amor de Deus pelos Seus (Rm 8.35-39). Quando o sumo sacerdote se vestia do éfode para se apresentar em obediência diante de Deus, a sua glória e ornamento, os nomes do seu povo perto do seu coração, necessariamente foram apresentados juntos. Cristo está com Deus O Pai hoje e com os nomes de cada um dos Seus filhos no Seu coração. Tão grande salvação é essa! É relacionamento, é posição, é eterna!

Valor

O valor destas pedras, no seu lugar engastadas em ouro no peitoral, é alto. Esse valor e glória dos Seus o Pai viu em amor desde a eternidade passada (Jr 31.3, “amor eterno”; II Tm 1.9, “Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos”; II Ts 2.13, “por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação”; I Jo 4.19; Ef 1.4). Mas o Seu Povo amado desde a eternidade passada não teve sempre a aparência de alto valor. Alguns estavam incrustados nas camadas de lama nas profundidades do mar e outros foram tirados das minas escuras e longe da luz e do conhecimento humano. Nas suas formas brutas, as pedras que se tornariam engastadas em ouro no peitoral do sumo sacerdote e levadas eternamente na presença terrível de Deus (Gn 28.17; Dt 10.17), eram feias e aparentando valor algum. Mas, sendo achadas por aqueles que conhecem seu valor, extraídas da posição original do mundo, carregadas, lavadas, cuidadosamente cortadas e precisamente lapidadas foram transformadas para serem glória e ornamento nas vestes do sumo sacerdote.

Nisso podemos perceber a benção do amor eterno e particular de Deus pelos Seus. Os Seus, cada um deles, andavam segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Cada um antes andava nos desejos da carne e fizeram a vontade da carne e dos pensamentos. Cada um era um filho da ira (Ef 2.1-3). O Salmista, usando outra linguagem, diz que estes estavam num lago horrível, num charco de lodo (Sl 40.2). Mas o amor eterno de Deus viu estes ‘perdidos’ (Lu 19.10) e os deu ao Seu Filho Jesus (Jo 6.37-39), que por Sua vez, redimiu estes com Seu próprio sangue na cruz (Jo 17.6-9, 19; II Co 5.21), para trazê-los a Deus, lavados, santificados e purificados, para serem a Sua glória e ornamento eternamente diante de Deus.

Beleza

A beleza destas pedras de engaste é emprestada. A beleza das jóias não é percebida se a luz não passar por elas. Deixadas a sós, mesmo cortadas e lapidadas perfeitamente, a sua beleza e valor não são vistas até os raios da luz focalizarem nelas. Cristo é a Luz do mundo (Jo 8.12; 9.5). Ele é a Luz de fora que faz com que as Suas pedras preciosas estejam brilhantes, gloriosas e adornadas o suficiente para estarem sempre diante de Deus. Cristo no Seu Povo faz que sejamos úteis e gloriosos (Mt 5.16-19; II Pe 4.14). Na medida em que a sua vida seja feita conforme a imagem de Cristo é que a sua beleza e utilidade são vistas. A vida cristã não tem valor aparte da Luz brilhando por ela.

Como é contigo? Você está ainda num lago horrível, num charco de lodo? Arrepende-se dos seus pecados e crê com fé no Senhor Jesus Cristo para ter os seus pés postos sobre a Rocha.

Já tem sido lapidado pela mão cuidadosa do Senhor mas os hábitos ruins da sua vida velha ofuscam a sua beleza e adorno ao Senhor diante dos homens? Confesse e abandone tais pecados para voltar a reconhecer as bênçãos de um relacionamento privilegiado diante de Deus.

O Urim e O Tumim – Ex 28.30

A Bíblia não explica abertamente a forma, o uso, o material, ou o significado do Urim e o Tumim. Há o que Deus deseja guardar para Ele, e tais coisas não são para nós. Todavia, da própria Bíblia (uso das palavras Urim, 7 vezes e Tumim, 5 vezes) podemos saber algumas importantes verdades, e estas verdades são para nós (Dt 29.29). O que podemos saber sobre o Urim e o Tumim: (1) foram postas “no peitoral”, Ex 28.30, (2) no hebraico Urim significa “luzes” (#0224, Strong’s), e Tumim significa “perfeições” (#08550, Strong’s), (3) fazia juízo, ou conhecimento, da vontade de Deus por eles, Nm 27.21; I Sm 28.6, (4) a ausência destes impedia o ministério do sacerdote, Ed 2.63; Ne 7.65 (5) a presença deles era abençoada, Dt 33.8.

Desde que o Urim significava “luzes” e o Tumim significava “perfeições” é possível que o desígnio deles eram para revelar as perfeições de Deus e a Sua vontade aos sacerdotes para o povo de Deus. A Lei revelou a perfeição de Deus no Seu caráter e na Sua essência pelos seus mandamentos e pela simbologia dos seus sacrifícios e cerimônias. Esta simbologia cumpriu-se no Evangelho, na obra e na pessoa de Jesus Cristo, cheio de “graça e de verdade” (Jo 1.14, 17). “O conhecimento da glória de Deus” está “na face de Jesus Cristo”, (II Co 4.6).

Pela vida de Cristo, a revelação de Deus claramente foi anunciada (Mt 1.21; 3.17; 17.4). A perfeição exigida por Deus, Cristo manifestou na Sua obediência completa a tudo que Deus Pai deu-O a fazer (Jo 17.4; Fp 2.8-11). Nisso entendemos que Cristo é representado pelo Urim e o Tumim, a revelação da perfeição de Deus.

Pela morte de Cristo, Deus fez justiça plena, uma revelação da perfeita justiça de Deus operada por Cristo para com o pecado de todo pecador que se arrepende e crê pela fé nELe (I Pe 3.18, “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito”). Nisso entendemos que Cristo é representado pelo Urim e o Tumim, a revelação da perfeição de Deus.

Pela ressurreição de Cristo Deus revelou diante de todos o Seu Salvador pelo qual, com justiça há de julgar o mundo (At 17.31; I Co 15.4-8). Pela ressurreição de Cristo a perfeita salvação de Deus foi feita (Hb 7.25, “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles”). Nisso entendemos que Cristo é representado pelo Urim e o Tumim.

O seu mediador tem o Urim e o Tumim a revelação das perfeições de Deus na sua pessoa, atributos e obra? Há um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo Homem (I Tm 2.5, 6).

Como mencionado, conhecer a vontade de Deus foi pelo uso do Urim e do Tumim (Nm 27.21). Isso fala de Cristo também. Por Cristo ser o Verbo, a Palavra de Deus, conhecemos a vontade de Deus. O Pai mostrou tudo o que faz ao Filho, portanto aquele que busca a luz e a perfeição por Cristo, achará (Jo 5.20; Pv 2.1-6; Cl 2.3). Pelo fato de Cristo ser a comunicação de Deus ao homem, a igreja neotestamentária é incumbida de pregar Cristo a toda nação, e aos discípulos, ensinar tudo que Ele tem ensinado (I Co 15.1-5; Mt 28.19-20). Tendo essa orientação confiável, a ovelha de Deus pode “entrar e sair” e achar todas as suas necessidades supridas (Jo 10.9).

A Bíblia apresenta os filhos e os servos de Deus no Velho Testamento buscando a orientação divina e o SENHOR dando-a (Jz 1.1-2; 20.18, 28). Essa busca era através do éfode no qual estava o Urim e o Tumim (I Sm 23.9-12; 30.7-8). Lembramo-nos que tudo no tabernáculo estava sujeito à ordem divina: “Faça tudo conforme o modelo” (Ex 25.9, 40; 26.30; 27.8; Nm 8.4; At 7.44; Hb 8.5). A submissão à vontade de Deus é fundamental para o louvor correto e a adoração que agrada Deus (Jo 4.24; Is 58.3-14). Há uma maneira correta de buscar o SENHOR! É por Cristo! Ai daquele a quem Deus não se revela (II Sm 28.6; Mt 7.21-23)!

Está submissa a Cristo? A sua submissão será evidente na sua obediência à Palavra de Deus. A sua vida está sendo feita conforme a imagem de Cristo mais e mais?

Somente sendo submissa à palavra de Cristo e sendo feita conforme a Sua imagem podemos esperar ter a revelação de Deus para o seu caminho, e a conhecer melhor a perfeição de Deus quando busca a orientação divina por Cristo.

Jo 8.12-18, “Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida. Disseram-lhe, pois, os fariseus: Tu testificas de ti mesmo; o teu testemunho não é verdadeiro. Respondeu Jesus, e disse-lhes: Ainda que eu testifique de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei de onde vim, e para onde vou; mas vós não sabeis de onde venho, nem para onde vou. Vós julgais segundo a carne; eu a ninguém julgo. E, se na verdade julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas eu e o Pai que me enviou. E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou”.

Você adora e ora com o Urim e Tumim?

O Manto do Éfode – Ex 28.31-35; 39.22-26

Feito de azul, a qualidade de Cristo como Mediador vindo dos céus é exaltada. Nessa qualidade celestial Ele tem a autoridade do Pai, as Palavras do Pai, as obras do Pai, o agrado do Pai em tudo. Nessa qualidade celestial de Cristo Deus justifica completamente o pecador que vem a Ele pelo Seu Filho Jesus (Rm 8.1-4).

Quem está em Cristo, tem a vida eterna que é celestial, pois no céu não há mais morte. É importantíssimo ser vestido do Celestial para agradar o Deus do céu para sempre.

O Sacerdote, com este manto:

É vestido – v. 32, 35 do peito até os pés; Jó 29.14. Como Deus ‘vestiu’ Adão e Eva com as túnicas de peles, Cristo é a vestimenta agradável e propícia para todo pecador que se arrepende dos pecados e vem a Deus pela fé em Cristo (Gn 3.21; Is 61.10, “Regozijar-me-ei muito no SENHOR, a minha alma se alegrará no meu Deus; porque me vestiu de roupas de salvação, cobriu-me com o manto de justiça, como um noivo se adorna com turbante sacerdotal, e como a noiva que se enfeita com as suas jóias”).

É coberto – v. 35, estará sobre Arão quando ministrar; Is 59.17; o significado da palavra hebraico para manto (#4598, Strong’s) é no senso de cobrir ou cobrindo. Cristo é a justiça nossa (II Co 5.21).

É ouvido – v. 35, para que se ouça ao entrar e quando sair no serviço. Nós oramos por Cristo (Jo 14.13, 14) e entramos neste serviço por sermos em Cristo (Hb 10.19). O nosso serviço nunca é por nós.

O Manto:

É todo de azul – Ex 28.31; 39.22. Jesus manifesta ricamente tudo e somente o divinal e celestial. Satanás não tem nada com Ele (Jo 14.30) como o príncipe deste mundo tem aliado com a nossa carne (Rm 7.18, 23). Como Ele agrada o Pai perfeitamente em tudo que é e faz, o Pai nos faz aceitáveis a Si mesmo completa e eternamente pelo Amado Filho (Ef 1.6). Igreja, intenções, caridades, sacrifícios, etc. são contaminados pela fraqueza da carne, mas Ele é Deus conosco cujo trabalho O satisfaz trazendo paz celestial para todo o sempre (Is 53.7-11). Como é importante ter Cristo Jesus como Salvador e Mediador!

Tendo Ele na sua vida, fará tudo novo. Terá um novo cântico, alvos celestiais, e deleite em submeter-se à lei de Deus. Terá tristeza com o mundo e todo o seu curso, e tremendo desânimo pelas limitações da carne (Rm 7.24). A obra de Cristo no Seu povo diante de Deus é tão completa quanto necessária. Não barganhe com nada menos da obra dAquele que é divino por completo (II Co 5.18-21).

É peça de roupa usada por Sacerdotes (Arão – Ex 28.31-35; Esdras – Ed 9.3, 5; todos os levitas – I Cr 15.27), Reis (Saul - I Sm 24.4-11; Davi – I Cr 15.27; Cristo – Ap 19.16), homens de bens (Jó – Jó 1.20; amigos de Jó – Jó 2.12), e por Profetas (Ezequiel – Ez 5.3). Cristo usa esse manto por direito. Ele é o Grande Sumo Sacerdote que penetrou nos céus (Hb 4.14), o Rei dos Reis (Ap 19.16), e quem está nEle é feito sacerdote e rei (Ap 1.5,6), tem a mensagem divina como profeta e veste roupa nupcial feita no céu, por ser feito Filho de Deus.

É ornamental e festivo – Jó 29.14; Is 3.22; Is 61.10. Jesus é a beleza da vida Cristã, precioso para os que crêem nEle (I Pe 2.7). A Sua justiça os cubra e é o único adorno que prezam.

É a segunda peça para o sacerdote vestir – 29.5; Lv 8.6-9. Logo depois de vestir a túnica de linho fino, vestiu-se o manto. Depois da peça que representa a justiça que Cristo ganhou pela Sua obra na cruz, vem essa peça que denota a divindade e a origem celestial deste Justo.

É protegido de dano – 28.32. Como a justiça de Cristo é eterna, os cobertos por ela são seguros para todo o sempre nada os podendo condenar (Rm 8.1, 31-34, “Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo o seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós”). A religião do homem falhará mas é celestial e eterna a justiça que vem do céu. Não há dano nenhum para os que estão em Cristo Jesus.

É com romãs coloridas – 28.33 Feitas de fio torcido como o éfode foi feito (39.2, 3). “Um trabalho bordado esmerado”. Significando a beleza e representação de bom cheiro que Cristo é ao Seu Pai. Os que são de Cristo também têm a beleza do seu perfume, sendo que a sujeira do fedido pecado das “velhas coisas” do mundo são passadas quando Cristo é vestido (II Co 5.17). O Cristão, fixo pela graça em Cristo, tem tudo para agradar ao Pai, quando acoplado com o suave e reverente som das campainhas feitas de ouro puro.

É com campainhas de ouro puro entre uma romã e outra – 28.33, 34. A declaração do Evangelho é música aos ouvidos de Deus pois em Cristo Ele é glorificado (Jo 12.27-28; II Co 2.16; Ef 5.2). O manto de justiça que o arrependido tem por Cristo somente cheira bem quando tem a harmonia de uma vida conforme a imagem de Cristo, pois somente dessa forma o som do Evangelho é ouvido (Lc 16.13, “Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom”). Ter as aparências de justiça sem o ‘som’ que anuncia Cristo pela vida é não ser coberto corretamente (Jo 10.25-27)

É peça importantíssima – 28.35, “para que não morra”. Como a obediência explícita para o sacerdote ministrar diante de Deus, com ameaça de morte, assim Cristo é perfeito como também a Sua obra. Somente os que descansam plenamente na pessoa de Cristo têm a importantíssima peça da sua roupa de justiça sem a qual ninguém verá o Senhor. Hb 12.14, “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;”.

A Representação do manto:

Muitas são as suas representações. Significa justiça – Jó 29.14; Is 61.10 - sem manto quer dizer que confessa estar com pecado, portanto, sem justiça – Ez 26.16; Zelo – Is 59.17; Autoridade e proteção - compromisso – Ez 16.8; Ap 19.16 - Ser com este manto temos autorização para entrar na presença de Deus (Jo 14.6; Hb 10.19-23) e eterna proteção (Jo 10.27-30; Jd 24).

Quem está lhe representando diante de Deus?

Seu mediador tem a autoridade de Deus cobrindo ele?

Seu mediador tem a justiça de Deus cobrindo ele?

Seu mediador tem compromisso contigo?

Seu espírito está descoberto ou coberto? Coberto de justiça?

A Túnica de Linho Fino e O Cinto Bordado – Ex 28.39 e, Os Calções de Linho – Ex 28.42-43

Mesmo que a túnica bordada está na lista depois do manto (Ex 28.4), estudaremos a túnica agora, na descrição desta parte das vestes sacerdotais a túnica segue a descrição da lâmina de ouro puro (Ex 28.36-39). Nessa passagem a túnica é descrita apenas como de linho fino e o cinto é feito “de obra bordada”. Todavia, em Ex 39.27, é dito que “de obra tecida” foram feitas essas túnicas. Obviamente a boa obra bordada era pelo processo de tecelagem. Os calções de linho são mencionados depois da túnica e do cinto (Ex 28.42, 43). Todavia, desde que o propósito deles era de cobrirem a carne nua dos lombos até as coxas, foram vestidos antes de tudo. Todavia, desde que os calções cobriram somente os lombos até as coxas, foi necessário ter a túnica e o cinto também.

A túnica, o cinto e os calções eram para o sacerdote e para os seus filhos. Quer dizer, o que é bom para o sacerdote é bom para os seus filhos.

A túnica, os calções e o cinto foram todos feitos de linho fino. O linho fino sendo branco tem o significado de justiça (Ap 7.14; 19.8, 14). Antes de qualquer coisa aquilo que Cristo é como o Grande Sumo Sacerdote, Ele é justiça. Essa justiça foi ganha e não imputada. A justiça que Jesus tem é fruto da Sua obra obediente e vicária na cruz. Cristo, o Justo, foi feito homem e levou sobre Si o pecado de muitos, e pelo pecado condenou o pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Ele recebeu toda a ira do eterno Deus e satisfez Deus completamente ao ponto que não há condenação para os que estão em Cristo Jesus (Is 53.10-12; Rm 8.1-4; Fp 2.8-11). Pela Sua obediência em tudo que o Pai lhes deu a fazer, por ter pagado os pecados do Seu Povo, e por ter a vitória pela Sua ressurreição, Cristo foi feito à justiça de Deus. A Sua justiça foi obtida pela Sua obra. A nossa justiça é imputada por estarmos em Cristo. Portanto, os que nEle crêem são feitos a justiça de Deus em Jesus Cristo (Rm 3.21-26; I Co 1.30).

Essa justiça é básica para qualquer relacionamento de paz com Deus como são básicas essas peças nas vestimentas dos sacerdotes. Cristo poderia ser do céu (manto de azul), ter os Filhos de Deus perto do Seu coração (pedras de engaste no éfode), esconder consigo os mistérios da vontade de Deus (o Urim e Tumim), mas se faltasse justiça, não poderia ser o Mediador nem o Substituto que é necessário para representar e remir os Seus.

O Mediador que precisamos tem que ser como nós mas sem pecado para agradar o Santo. Este fato de um inocente morrer para o culpado é ensinado desde o jardim do Éden (Gn 3.21). É também enfatizado pela Lei de Moisés nas suas cerimônias de holocaustos tanto para adorar o Santo (Lv 24.2-7), quanto ser perdoado por Ele (Lv 4.20-35). Cristo é como nós, nascido de mulher e sob a lei (Gl 4.4) mas Cristo é sem pecado (I Pe 2.22). Cristo cumpriu toda a Lei em todos os pontos, na letra e no espírito, na ação e no coração (Jo 17.4; Lc 24.24; Gl 3.13; Fp 2.6-8). Cristo é como nós para nos representar, e obediente em tudo para nos remir. Sim, Cristo é justiça e nos imputa a nós essa justiça (II Co 5.21).

Ele não poderia ser o nosso Substituto se não fosse feito justiça pela Sua obediência em tudo. De outra forma seria como nós tendo seus próprios pecados para pagar. Sendo pecador como nós, toda e qualquer obra dEle seria contaminada pelo pecado. Se não fosse feito justiça. Mas, Cristo se fez semelhante aos homens, mas sem pecado (Fp 2.7; Mt 4.1-11; Hb 4.15). Ele é Substituto idôneo pois Ele é, para os remidos, e por Deus, feito justiça (I Co 1.30). Contudo, as Suas justiças são imputadas aos Seus quando estes se arrependem dos seus pecados e crêem pela fé nEle (II Co 5.21). Sim, Cristo é primeiramente justiça e nessa qualidade pode ser o nosso substituto.

Como observamos antes, a túnica de linho fino também era vestida pelos filhos do Sacerdote (Ex 28.40). Os salvos são feitos conforme a imagem do Salvador (Rm 8.29; Cl 3.10). Os filhos de Deus em Cristo são aceitos por Deus, ou seja, os com a justiça de Cristo imputada a eles podem entrar e sair diante de Deus com ousadia (Hb 10.19-23). Também, por serem justiça podem ministrar diante de Deus pelos outros como sacerdotes (Ap 1.5, 6; II Co 5.18-20). Verifique que a sua primeira veste é a justiça de Cristo e não as suas próprias justiças. Não existem obras de justiça oriundas do homem que satisfazem o Santo dos Santos como satisfaz a obra completa de Cristo no lugar do pecador. Se não tivermos a justiça de Cristo imputada a nós não temos como ver Deus (Jo 3.36; Hb 12.14). Se arrependa e creia pela fé em Cristo! Vigiai e orai para que não manche essa veste, pois é a parte mais básica para um bom testemunho. Aquilo que você é internamente é a sua primeira pregação aos de fora (I Tm 4.12-16; Mt 7.15-20; Tg 3.8-18).

O cinto bordado ou, melhor, tecido, segura essa túnica ao corpo. Pela sua posição, beleza e utilidade o cinto pode representar a prontidão, força, fidelidade e integridade de Cristo (Gill). A justiça sem a prontidão de obedecer seria contraditória. Os que têem a esperança de serem vestidos com a justiça de Cristo, precisam examinar se suas vidas igualam a sua confissão. Se dizem que têem a justiça de Cristo mas não têem vidas no mesmo nível precisam ter cuidado pois podem ser achados nus (Ap 3.1, 17-19). O conjunto das vestes básicas é completo somente com o cinto tecido. Este quer nos ensinar que a justiça imputada tem juntamente a prontidão de fazer e a fidelidade em fazer a vontade de Deus. Como estas vestes eram do sacerdócio, os verdadeiros cristãos precisam estar prontos e ativos no ministério intercessor diante de Deus pelos outros. Seja pronto para ser um intercessor pelos que estão fora tanto quanto os que já estão em Cristo (Gl 6.1; I Sm 12.23; Jo 17.9, 20-23).

Lembre-se que estas vestes eram “para Me administrarem o oficio sacerdotal” (Ex 28.4, 41). Para os que aproximam a Ele e ministram diante dEle existem rígidas exigências postas por Deus. Essas vestes, e apenas essas vestes são aceitas por Deus. O não cumprimento destas exigências resultavam em morte (Ex 28.35, 43). Porém, nenhum filho de Adão pode cumprir tais exigências (Rm 5.12; Is 59.1-13). Somente Cristo pode (Fl 2.8-9). Os que reconhecem os seus pecados e a condenação justa de Deus; os que estão cansados do engano e da sua abominação diante de Deus, podem ser lavados pelo sangue de Cristo mediante o arrependimento dos pecados e a fé em Cristo. Sim, são estes pecadores que são chamados para virem ao Senhor (Mt 11.28-30). Ser lavado pelo sangue de Cristo é estar vestido com a túnica de linho fino, ou seja, com a justiça de Cristo (Ap 7.14; 19.8).

Tentar entrar na presença de Deus de outra forma seria igual àquele que ousava participar nas bodas sem as vestes de núpcias (Mt 22.11; Ap 19.8). Exigência divina somente pode ser preenchida com a provisão divina: Cristo. Tem as vestes propícias para entrar na presença de Deus?

A Mitra de Linho Fino – Ex 28.38, A Lâmina de Ouro Puro – Ex 28.36-38 e As Tiaras – Ex 28.40

As nove vezes que a palavra “mitra” é usada na Bíblia:

Êx 28.4, “Estas pois são as vestes que farão: um peitoral, e um éfode, e um manto, e uma túnica bordada, uma mitra, e um cinto; farão, pois, santas vestes para Arão, teu irmão, e para seus filhos, para me administrarem o ofício sacerdotal”.

Êx 28.37, “E atá-la-ás com um cordão de azul, de modo que esteja na mitra, na frente da mitra estará”.

Êx 28.39, “Também farás túnica de linho fino; também farás uma mitra de linho fino; mas o cinto farás de obra de bordador”.

Êx 29.6, “E a mitra porás sobre a sua cabeça; a coroa da santidade porás sobre a mitra”.

Êx 39.28, “E a mitra de linho fino, e o ornato das tiaras de linho fino, e os calções de linho fino torcido”,

Êx 39.31, “E ataram-na com um cordão de azul, para prendê-la à parte superior da mitra, como o SENHOR ordenara a Moisés”.

Lv 8.9, “E pôs a mitra sobre a sua cabeça; e sobre esta, na parte dianteira, pôs a lâmina de ouro, a coroa da santidade, como o SENHOR ordenara a Moisés”.

Lv 16.4, “Vestirá ele a túnica santa de linho, e terá ceroulas de linho sobre a sua carne, e cingir-se-á com um cinto de linho, e se cobrirá com uma mitra de linho; estas são vestes santas; por isso banhará a sua carne na água, e as vestirá”.

Zc 3.5, “E disse eu: Ponham-lhe uma mitra limpa sobre a sua cabeça. E puseram uma mitra limpa sobre a sua cabeça, e vestiram-no das roupas; e o anjo do SENHOR estava em pé”.

Aprendemos pela examinação destas referências:

- a mitra era para ser posta sobre a cabeça (Ex 29.6; Lv 8.9; 16.4; Zc 3.5), para cobrir (Lv 16.4). Em I Co 11.3-10, o cobrir denota submissão. Cristo era submisso ao Pai e como Filho completamente submisso em amor fez a obra redentora que salva os pecadores (Sl 40.7, “Então disse: Eis aqui venho; no rolo do livro de mim está escrito”; Jo 17.4, “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer”; Lc 22.42, “todavia não se faça a minha vontade, mas a tua”; Fp 2.7-8, “Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”). Se vamos servir Deus em qualquer capacidade, e especialmente no oficio de sacerdote, orando e ministrando a Palavra de Deus aos outros, temos que ser submissos. A nossa submissão não deve ser regida subjetivamente pelos sentimentos ou emoções. Serviço movido pelas emoções é variável e inconsistente e, portanto, inaceitável. Todavia, submissão objetiva é aceitável por ser movida pelo entendimento (Mc 12.30, “de todo o entendimento”) e alicerçada na doutrina (Jo 4.24, “Jo 4.24, “Deus é Espírito, e importa que os que o adorem o adorem em espírito e em verdade”). A sua cabeça na adoração evidencia a submissão?

- o uso da mitra era ordenado pelo SENHOR a Moisés (Ex 39.31; Lv 8.9). Como observado antes, Deus é exigente na maneira como Ele deve ser servido. Quem serve Ele melhor não é necessariamente o pragmático, líder carismático ou o inventivo, mas aquele que limita-se a fazer tudo conforme a vontade revelada de Deus. Cristo veio não para fazer a Sua própria vontade mas a dAquele que O enviou (Jo 5.30, “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou.”; Jo 6.38, “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”). Por isso, a nossa mensagem, como a adoração, deve limitar-se àquilo ordenado pelo SENHOR como exemplificou o apóstolo Paulo (I Co 2.1-5).

- a mitra faz parte das vestes santas do sacerdote (Ex 28.4; Lv 16.4). Como a santidade convém na adoração! Sl 29.2, “Dai ao SENHOR a glória devida ao seu nome, adorai o SENHOR na beleza da santidade”; Sl 96.9, “Adorai ao SENHOR na beleza da santidade; tremei diante dele toda a terra”. A beleza da mitra, era que ela, pela lâmina de ouro, a coroa da santidade, anunciava o que é precioso diante de Deus, ou seja, a santidade. O cordão de azul que segurava essa lâmina representa que essa santidade veio do céu. O nosso Mediador foi separado para o Seu ministério mesmo antes da fundação do mundo. Cristo pode vestir-Se de todas as vestes sacerdotais pois Ele é santo, a beleza diante de Deus. Se vamos exercitar a nossa vocação de sacerdote convém que seja feita em santidade.

- o uso da mitra foi uso exclusivo do sacerdote quando cumpria o oficio sacerdotal (Ex 28.4, “para Me administrarem o oficio sacerdotal”; 29.6, “E a mitra porás sobre a sua cabeça”; Lv 16.4, “Vestirá ele”; Zc 3.5, “Ponham-lhe uma mitra limpa sobre a sua cabeça”). Os filhos usariam as tiaras, que eram de linho e amarradas à cabeça (Ex 28.40)

- a mitra era acompanhada por uma lâmina de ouro puro, a coroa da santidade, e um cordão de azul (Ex 28.36, 37; 39.31; Lv 8.9). A lâmina de ouro, sendo gravada nela “como as gravuras de selos: SANTIDADE AO SENHOR” (Ex 28.36). Essa lâmina era atada na frente da mitra com um cordão de azul. Estava “sobre a testa de Arão, para que Arão leve a iniqüidade das coisas santas, que os filhos de Israel santificaram em todas as ofertas de suas coisas santas; e estará continuamente na sua testa, para que tenham aceitação perante o SENHOR” (Ex 28.38). Cristo é O Santo (Is 47.4, “O nosso redentor cujo nome é o SENHOR dos Exércitos, é o Santo de Israel”). Cristo é o Santo AO SENHOR (Lc 1.35, “E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus”). Não há santo como Jesus Cristo. Ninguém irá ao Pai senão por Ele! Somente por ter os pecados lavados pelo sangue de Jesus pode qualquer um ousar entrar na presença de Deus. Por Cristo ser divino e eterno e imutável santo Ele é O eterno e imutável Mediador com SANTIDADE AO SENHOR na Sua testa. Neste oficio Ele representa eternamente todos que se arrependem dos seus pecados e crêem pela fé nEle. Quando Deus olha para você, Ele vê o quê? Se você deseja exercitar eficientemente o oficio sacerdotal, saiba que precisa da SANTIDADE AO SENHOR coroando a sua submissão a Deus para o bem do outro. Não adianta guardar iniqüidade no seu coração contra Deus ou seu próximo (Sl 66.18, “Se eu atender à iniqüidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá”; Mt 5.23, 24, “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta”). O seu serviço para com os outros é tão eficiente quanto seu viver na santidade. Os santificados devem andar como santos, mas, se não andar como deve, Cristo, O Justo, não nos representa. Cristo é nossa lâmina de ouro que nos apresenta a Deus (I Jo 2.1, “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”).

- antes de pôr a mitra sobre a cabeça, o sacerdote tinha que banhar a sua carne na água (Lv 16.4). Isto representa a dedicação total do sacerdote à sua obra sacerdotal. Cristo dedicou-se até a morte (Fl 2.7,8). Se vamos ministrar pelos outros diante de Deus, é necessário ter a nossa carne constantemente mortificada (Gl 2.20; 5.16, 25; Rm 6.16-23; 12.1-2). A água para nos limpar a carne é a Palavra de Deus. Aquele que medita nas Palavras da vida (Sl 1.2,3), que come a Palavra de Deus (Jr 15.16), que pensa naquilo que é puro, justo, de boa fama (Fp 4.8,9) nunca tem o sua vigor murchado, e nunca tem falta do necessário físico, espiritual ou moral. Quando reservamos muito tempo diariamente para comungar particularmente ao Senhor como ao serviço público convém que primeiramente nos banhemos com a Sua Palavra.

- a mitra deveria ser limpa (Zc 3.5). Cristo se veste da mais pura e limpa justiça e é determinado O “Justo” (I Jo 2.1). Se houver alguém aqui se sentindo sujo e manchado, com as suas melhores vestes somente como trapos da imundícia, ou esteja nu, que venham ser vestidos com as justiças de Cristo e ter suas vestes lavadas no sangue de Cristo. É através do sangue do Justo que as vestes são branqueadas (Ap 7.14). Somente depois de ser lavado, pode ministrar como sacerdote.

- como grande parte das vestes, a mitra foi feita de linho (Ex 28.39; 39.28; Lv 16.4). Como o linho fino representa justiça (Ap 7.14; 19.8,14), Cristo, primeiramente, da parte mais alta, é justiça. Portanto Ele é supremamente digno de operar como Mediador diante de Deus para com os pecadores (Ap 5.9, 10 “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra”). Antes de ministrar para com os outros, verifique que tenha se despojado das suas próprias justiças e tenha vestido a justiça de Cristo (Cl 3.8-11). Que os Teus sacerdotes “vistam-se” de justiça, e que a sua justiça seja a de Cristo (Sl 132.9)!

 

Autor: Pr Calvin Gardner
Ortografia e correção grammatical: Brenda Lia de Miranda 04/2007
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br