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A Eternidade de Deus

Capítulo 5 do livro UM RETRATO DE DEUS (Índice)

A Eternidade de Deus

Deus é eterno em duração. No Salmo 90: 2, Moisés expressa esta verdade ao dizer: Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus. Esta passagem nos ensina que o mundo teve um começo, que deve a sua existência a Deus, o Criador, e que Deus já existia antes da formação do mundo.

Além disso, aprendemos que somente Deus é eterno, e nenhuma outra coisa ou pessoa possui o atributo da eternidade. Deus existe em um estado permanente, sem sucessão. Obviamente, este verso restringe as criaturas ao tempo, pois fala que a eternidade foi dividida em duas partes, ou seja, a eternidade passada e a eternidade futura, de eternidade a eternidade.

É muito difícil para nós alcançarmos o conceito da eternidade como um todo. O tempo tem início e fim. A eternidade é contrária ao tempo, pois é de infinita e imutável duração, sem fronteiras. Se Deus tivesse um começo, poderia ter um fim, e isso também ocorreria com toda a nossa esperança, felicidade, e existência! A eternidade de Deus é o fundamento da estabilidade de todas as Suas alianças relacionadas aos homens.

Muitas vezes as palavras Eterna (para sempre) e Eternidade são utilizadas nas Escrituras com referência a outras coisas além de Deus. Mas neste caso, tais palavras devem ser entendidas como que falando num sentido relativo. Às vezes elas descrevem algo de longa duração, mas que teria um fim, como o servo cuja orelha era perfurada, e que serviria para sempre (Deuteronômio 15: 17), mesmo que tal serviço se encerrasse com a morte.

Outras vezes, estes termos descrevem algo que não tem fim, mas que teve um começo, como a condição eterna das almas e dos anjos. Eles não eram nada antes de serem criados, mas nunca mais voltaram a serem nada novamente. Entretanto, quando falamos da eternidade de Deus, estamos falando de algo que é único e singular a Ele.

I. DE QUE MANEIRA DEUS É ETERNO.

A eternidade é um conceito negativo, ou seja, nós podemos definir melhor o que ela não é, do que de fato ela é. Esta mesma verdade também se aplica a outros atributos ou perfeições de Deus, devido as nossas limitações como criatura. Ser eterno significa não estar limitado ao tempo, pois sua duração não tem fim. Vamos destacar alguns aspectos da eternidade como um atributo de Deus.

Deus não tem princípio. Deus já existia antes do princípio, de acordo com Gênesis 1: 1. É impossível estabelecer um começo antes do tempo. O tempo começa com a fundação do mundo, mas Deus já existia antes do tempo, e, portanto, não teve princípio. Além do tempo, só existe a eternidade. E nada na eternidade poderia ter um começo, senão não seria eterno. Tudo que tem um começo depende daquilo que o trouxe a existência. Deus é independente. Ele não depende de ninguém para o Seu começo ou existência. Ele não criou a Si mesmo, mas é necessariamente Auto-existente. Esta existência eterna de Deus não poderia ser de outra forma.

Deus não tem fim. O salmista declara: Porém tu és o mesmo, e os teus anos nunca terão fim (Salmo 102: 27). Como ninguém O trouxe a existência, ninguém há que possa tirar isso dEle. Não há fraquezas em Deus que possam provocar qualquer tipo de corrupção em seu ser. Ele é o único que é imortal por natureza. Aquele que tem, ele só, a imortalidade (I Timóteo 6: 16). Todas as criaturas que são eternas dependem dEle para que sejam imortais. Ele pode facilmente nos criar ou nos aniquilar. Mas ninguém pode aniquilar a Deus, pois Ele não depende de ninguém para Sua imortalidade.

Não há uma sucessão em Deus. A primeira parte do Salmo 102: 27 diz: Porém tu és o mesmo. Deus não somente é o mesmo, como permanece sendo o mesmo em Sua existência. Como isso é diferente quanto a nós! Nós mudamos com o tempo, pois algo nos é adicionado ou perdido a cada dia. Você está envelhecendo enquanto lê esta página! Embora algumas coisas permaneçam imutáveis por algum tempo, ainda assim estão em constante movimento, como um rio que corre. Mas Deus está acima do tempo, e o tempo não tem nenhum efeito sobre Ele. Não há sucessão em Seus pensamentos, Ele vê tudo ao mesmo tempo. Embora haja sucessão e ordem nos eventos que se desencadeiam no tempo, não há, entretanto, uma sucessão no conhecimento de Deus no que diz respeito a esses eventos. Embora Deus tenha decretado a ordem dos eventos, enxerga todos eles ao mesmo tempo. Em outras palavras, não há sucessão nos decretos de Deus, embora haja uma sucessão na execução desses decretos. Deus conhece tudo ao mesmo tempo e decreta tudo.

Deus é eterno em Si mesmo. Não há conceito de eternidade à parte de Deus. Se Deus não existisse, não haveria eternidade existindo separadamente, pois todas as coisas, inclusive a própria eternidade, procedem de Deus. Da mesma forma, por Ele ser eterno, todas as Suas perfeições também são eternas. Se alguma coisa necessária a sua existência cessasse por apenas um só momento, então Ele não poderia ser um Deus eterno.

II. DEUS É NECESSARIAMENTE ETERNO.

Devemos humildemente confessar que o nosso entendimento neste assunto é limitado. Não há comparação entre tempo e eternidade. Entretanto, a Palavra de Deus desce ao nosso nível quando fala em eternidade. Novamente, o Salmo 102: 27 declara: os teus anos nunca terão fim. Até mesmo esta passagem se adapta nossa capacidade limitada, ao se referir a algo que nossa compreensão alcança, ou seja, anos. É claro que não deveríamos literalmente atribuir “anos” Àquele que é eterno. Vamos examinar algumas razões pelas quais Deus deve ser considerado Eterno.

O próprio nome pelo qual Deus é conhecido reivindica Sua eternidade. O nome Jeová confirma a Sua constante presença. Ele disse a Moisés que o Seu nome era “EU SOU O QUE SOU” (Êxodo 3: 14). Isto é, o Seu nome é uma indicação de que não existe nem passado e nem futuro para Ele. Quando lemos a Seu respeito como Aquele que é, e que era, e que há de vir (Apocalipse 1: 8), entendemos mais uma vez que estes termos são mais apropriados a nossa fraqueza de pensamento do que a Sua grandeza. Ele é um mar ilimitado de existência, uma vida infinita, uma presença eterna. Não há absolutamente nenhum ponto em que Ele estivesse e que não esteja agora, e o que Ele era, Ele é e sempre será. Seu nome nunca será mudado para EU NÃO SOU!

Deus tem vida em si mesmo (João 5: 26). Vida é essencial à Sua essência. Ele dá vida, mas não recebe vida. Seria impossível Ele não viver. A Sua existência é diferente da nossa. Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração (Atos 17: 28), mas não há ninguém que lhe dê vida, movimento, e existência. Ele é necessariamente auto existente, e aquilo que é auto existente, existe eternamente.

A imutabilidade de Deus exige que Ele seja eterno. Se ele tivesse passado de um estado de não existir para existir, uma mudança dramática teria ocorrido. Se Ele tivesse mudado do passado para o presente, ou do presente para o futuro, então haveria nEle mudanças. Sua eternidade é um escudo contra toda mutação. Vamos tratar mais da imutabilidade de Deus no próximo capítulo.

A infinitude de Deus exige que Ele seja eterno. Como Ele poderia ser infinitamente perfeito e finito em duração? Ser finito é a maior das imperfeições. Mas nada pode ser adicionado ou subtraído dAquele que é eterno.

O poder soberano de Deus exige que Ele seja eterno. As Escrituras unem este dois conceitos em Apocalipse 1: 8, Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso. Se Deus veio a existir em um determinado ponto, então o veio também o seu poder, o que significa que havia um ponto em que não havia poder algum nEle. Onde não há existência, não há poder. Onde não há poder, não há onipotência.

Se Deus não fosse eterno, então Ele não poderia ser a causa de todas as coisas. Somente aquilo que existe antes de tudo, é que não tem começo nem fim, pois existe por si mesmo. O fundador tem que existir antes da fundação. Se não existisse nada antes da eternidade, também não existiria nada agora no tempo. Se Deus não fosse um ser eterno, não haveria nenhum ser agora no tempo. Até mesmo um tolo não tentaria defender noções tão estúpidas e contrárias a existência eterna de Deus! Temos que admitir essa existência eterna, ou entraremos num labirinto sem esperança e cheio de contradições. Simplesmente aceite que tem que haver uma eterna e pessoal primeira causa.

III. SOMENTE DEUS É ETERNO.

I Timóteo 6: 16 diz claramente que o atributo da imortalidade pertence unicamente a Deus. Aquele que tem, ele só, a imortalidade. Isso também é uma indicação de que a eternidade é um atributo exclusivo de Deus. A existência eterna das criaturas não é intrínseca a elas, mas uma doação do Seu Criador. Nossa existência é precária e totalmente dependente do Doador da Vida, tanto agora como eternamente. Nada do que foi criado pode ser eterno no sentido pleno da palavra. Aquilo que em algum tempo não existia, não pode ser eterno. Aquilo que antes não existia e que passou a existir é mutável, e, portanto não é eterno. Nenhum efeito produzido pela vontade de uma causa voluntária pode ser igual à duração desta causa. Todas as coisas que foram criadas são finitas, o que as impede de serem eternas, pois a eternidade é infinita. Sendo assim, a eternidade propriamente pertence só a Deus.

O que devemos aprender deste atributo?

I. INFORMAÇÃO.

Cristo é Deus. A eternidade é um atributo do Filho de Deus, como Colossenses 1: 17 declara: E ele é antes de todas as coisas. O verso anterior nos diz que nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. Já que a eternidade pertence somente a Deus, e a Bíblia nos diz que Cristo é eterno, então Cristo certamente é Deus. No Velho Testamento, o sacerdote Melquisedeque prefigurou a Cristo em Sua eternidade, e o escritor de Hebreus declara esta verdade ao dizer: não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre. (Hebreus 7: 3). O próprio Cristo falou da glória que ele tinha com o Pai ante da fundação do mundo (João 17: 5). O profeta Miquéias fala da vinda do Messias como Aquele cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade (5: 2). Assim como a eternidade de Deus é o fundamento de toda religião, assim também a eternidade de Cristo é o fundamento do verdadeiro Cristianismo. Os Seus sofrimentos são a causa da nossa redenção porque Ele sofreu como Deus-homem. Somente Ele poderia padecer tais coisas como essas.

Para Deus tudo é presente. A eternidade é um ponto indivisível, não podendo ser dividida em pontos sucessíveis, como antes e depois. Deus não depende do passar do tempo para adquirir conhecimento. Seu conhecimento é co-eterno com Ele.

É uma grande e ímpia tolice discordar de Deus, questionando Seus decretos e ações.

A eternidade nos separa de Deus e O coloca acima de nós. Somente Ele pode ver o quadro geral do tempo, enquanto nós apenas um pequeno ponto. Assim como um bebê possui pouco entendimento, quando comparado com homens de cabelos grisalhos, muito mais nós, que nem chegamos aos pés da imensa sabedoria de Deus. Já que a eternidade não pode ser compreendida no tempo, então ela não poderia ser julgada por criaturas limitadas ao tempo. O silêncio, ao invés da crítica, é o que nos convém quando tratamos com as coisas pertencentes a Deus, e que estão acima da nossa compreensão. Jó permaneceu em silêncio quando Deus lhe perguntou: Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência (Jó 38: 4). Se reconhecermos a nossa própria pequenez, então reprovaremos a nós mesmos, inclusive quando nos tornamos demasiadamente curiosos quanto aos caminhos de Deus.

Todo pecado é um ataque contra a eternidade de Deus. Todo pecado é uma tentativa de destruir a Deus, de reduzi-Lo a um ser temporal, e de tratá-Lo como se Ele fosse tão desprezível quanto uma mera criatura. Aquele que tenta colocar um fim à glória de Deus, ao obscurecê-la, tenta por um fim à vida de Deus, procurando destruí-la. Todo pecado aponta para uma avaliação equivocada de Deus e de Suas perfeições.

Que terror é estar sob condenação de um Deus eterno! O pensamento a respeito da eternidade de Deus é um terror para os que O odeiam, mas um conforto para os que O amam. Um criminoso tremeria só de pensar que o seu Juiz e Executor vive eternamente. O castigo do perdido será proporcional à grandeza de suas ofensas e à glória de um Deus eterno.

II. CONFORTO.

O que seria das outras perfeições de Deus sem essa (eternidade)? Se elas fossem apenas temporárias, não poderíamos desfrutar de um consolo permanente.

Pelo fato de Deus ser eterno, Sua aliança também é eterna. Ele confirma a Sua promessa jurando por Si mesmo, isto é, pela Sua própria vida, a qual é eterna (Hebreus 6: 13). Antes da fundação do mundo, Deus prometeu a vida eterna a Seu povo (Tito 1: 2). Esta promessa é boa pelo fato dEle ser eterno por Si mesmo. Ele tem a eternidade nas mãos, e assim as promessas de Sua aliança são firmes e seguras.

Na aliança ou pacto de misericórdia, Deus tornou-se o nosso Deus, como uma possessão eterna. Porque este Deus é o nosso Deus para sempre (Salmo 48: 14). Ele é nosso durante a vida, através da morte, na ressurreição, e por todas as épocas que estão por vir. As bênçãos de Deus para o Seu povo são infindáveis, assim como Ele próprio. Nossa felicidade não poderá perecer enquanto Deus viver.

As bênçãos de Deus para o Seu povo são duradouras, assim como Ele próprio. Elas nunca irão envelhecer, pois não estão sujeitas à passagem do tempo. Na glorificação, não haverá remorso do passado, e nem ansiedade sobre o futuro, como ocorre agora, pois as bênçãos de Deus fluirão incessantemente. Ele pode aumentar o nosso gozo, mas não irá diminuí-lo. Isso será céu, o desfrutar de um Deus infinito e eterno, que não é semelhante a uma cisterna que pode se secar, mas é uma fonte que constantemente jorra.

Em todas as nossas angústias terrenas, A eternidade de Deus deveria nos encorajar. Assim como a revelação EU SOU O QUE SOU foi dada para fortalecer Israel, numa hora de grande necessidade no Egito, assim também o conhecimento dos Seus atributos deveria nos fortalecer. Ele é o grande EU SOU para o Seu povo hoje. Nossos problemas e perseguições não são eternos, e certamente terminarão um dia. Não devermos temer nada que seja meramente temporal, mas antes temer Aquele que é o único Deus eterno.

Ademais, somos confortados ao considerarmos que a eternidade de Deus faz com que as Suas promessas sejam seguras. Confiai no SENHOR perpetuamente; porque o SENHOR DEUS é uma rocha eterna (Isaías 26: 4). Nossa confiança nEle deveria se igualar à perpetuidade de Sua eternidade. Assim como Deus não pode morrer, Ele também não pode mentir. Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente (Isaías 40: 8). As promessas mais bem intencionadas dos homens frequentemente falham, por causa dos obstáculos que não podem ser vistos, ou mesmo da morte. Mas Deus vê tudo através de uma perspectiva eterna, e a morte não pode tocá-Lo. Embora algumas de Suas promessas levem milhares de anos para se cumprirem, Deus não retarda a Sua promessa, pois para Ele se passou apenas um dia (II Pedro 3: 8-9). Quem não desejaria esperar apenas por um dia para receber uma benção inefável e gloriosa?

III. EXORTAÇÃO.

Devemos nos arrepender dos pecados que cometemos há muito tempo atrás. O passar do tempo abafa muitos pecados em nossa memória, mas com a presença constante do Deus eterno, eles serão trazidos à tona. Não há um regulamento que limite o sistema de justiça de Deus. Se um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia, então os pecados de vinte anos atrás são vistos como se tivessem sido cometidos há cerca meia hora. Vamos, portanto, ficar profundamente tristes pelo nosso passado, e pelos pecados esquecidos, os quais ainda são um tema atual para Deus.

Devemos ser humildes diante do Deus eterno. Se compararmos a nós mesmos com criaturas inferiores a nós, nosso sentimento de grandeza se inflama, mas comparados a Deus, não somos absolutamente nada. Não somos nem capazes de entender completamente a eternidade de Deus, muito menos expressá-Lo. Devido ao pecado, nos tornamos o mais bruto dos homens em nosso entendimento (Provérbios 30: 2). Não há comparação entre tempo e eternidade. Deus diz: EU SOU O QUE SOU. Mas nós devemos honestamente dizer: Eu não sou o que sou. Isto é, Eu não sou auto existente, eu somente existo porque há um eterno poder sustentador maior do que eu. Lembrem-se, nós somos feitos do mesmo material que os pássaros fazem seus ninhos, que os vermes cavam, e sobre o qual as bestas pisam. A nossa existência terrena é muito, muito breve. Os termos que as Escrituras utilizam para falar da nossa vida incluem: o verme, a erva, a flor, o vapor, e a fumaça (Salmo 22: 6; Salmo 103: 15; Salmo 37: 20; Tiago 4: 14). Todos estes itens desaparecem rapidamente. Aos olhos de Deus, até mesmo Matusalém, o homem que mais viveu sobre a face da terra, viveu menos do que um dia! Os anjos, que são tão velhos quanto a terra, tremem diante de Deus, e nós que acabamos de chegar temos o direito de nos comportar com orgulho?

Devemos desviar os nossos olhos das coisas temporais e mundanas. Ousamos preferir o prazer momentâneo ao invés do Deus eterno? Que loucura, preferir uma gota de orvalho a plenitude de um oceano! A terra toda não tem mais do que uma semana de vida aos olhos de Deus. Que maldade permitir que nossas afeições e confiança sejam depositadas nas coisas terrenas! Todas as coisas neste mundo estão no processo de se acabar (I João 2: 17). Porque a aparência deste mundo passa, diz o apóstolo (I Coríntios 7: 31). Nada aqui pode nos satisfazer. Fomos feitos para termos comunhão com Deus, e nada pode verdadeiramente preencher nossos corações famintos. Aqueles que vivem somente para as coisas temporais, descem ao nível mais baixo de sua própria natureza, deixando de se comportar como homens. Eles passam por este mundo, mas arderão em chamas no fogo eterno, que nunca se apaga.

Nós deveríamos meditar com muito mais frequência nos atributos de Deus. Este é um dos assuntos fundamentais da religião. Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre. Amém (I Timóteo 1: 17). Que conforto encontraríamos em qualquer uma das perfeições de Deus se Ele fosse sujeito a expirar? Por outro lado, que prazer duradouro podemos esperar do pecado? Meditar na eternidade de Deus deveria fazer com que o pecado não tivesse nenhuma chance de se apegar a nós. Flertar com os prazeres do pecado parece ridículo quando colocamos isso na balança da eternidade de Deus.

Finalmente, pelo fato de Deus ser eterno, Ele é digno de nossas afeições mais sublimes e de nossos sentimentos mais profundos. Devemos olhar para Ele como sendo digno, não somente por causa do que Ele é para nós, mas por aquilo que Ele é em Si mesmo. A eternidade é uma qualidade extraordinária de se possuir. Nós, criaturas do tempo, deveríamos ficar maravilhados com Deus da eternidade. Além disso, deveríamos servi-Lo com alegria. Já que Deus é eterno, Ele merece nosso louvor contínuo. Vamos dizer como o salmista: Cantarei ao SENHOR enquanto eu viver; cantarei louvores ao meu Deus, enquanto eu tiver existência (Salmo 104: 33). O Ancião de Dias tem tanto o conhecimento eterno, para nos lembrar de nosso serviço a Ele, quanto a bondade eterna, para nos recompensar por isso.

Autor: Stephen Charnock 
Compilado para o seculo 21: Daniel A. Chamberlin, Pastor (covenantbcl@cs.com)
Tradução: Eduardo Cadete 2011 
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br 

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