Cap 04 - PONTOS RELEVANTES NO LIVRO DE JÓ

Capítulos 31-42

#44 Jó 31

Este capítulo é a conclusão final do discurso de Jó. Ele mantém sua integridade até o fim. Aqui ele a defende através de uma variedade de detalhes. Ele fala de pelo menos 12 indicações que provam que ele não era culpado, e das quais sua consciência não o condenava.

1. Lascívia, v. 1-4

v. 1 Pureza interior. Antes de Mateus 5, a humanidade já sabia que a lascívia é um pecado! Jó reconhecia a espiritualidade da lei escrita em seu coração, antes mesmo de ser oficialmente entregue no Monte Sinai! Nossa sociedade, tão repleta e patrocinadora da pornografia, necessita deste ensino!

- Pensamentos impuros: o pecado começa aqui. O que pensamos é tão importante quanto o que fazemos. O que pensamos determina nossas ações. Semeie um pensamento e você colherá uma ação, semeie uma ação e você colherá um hábito, semeie um hábito e você colherá um caráter, semeie um caráter e você colherá um destino. (Bob Gray)

- Note a conexão entre os olhos e os pensamentos. Se você quer evitar pensamentos de lascívia, mantenha seus olhos sob vigilância. Tome a atitude prática de arrancar um olho e atirá-lo para longe. O pecado deve morrer de inanição. Thomas, 239-240.

v. 2 “Deus não honrará tal pecado”. Como podemos evitar o pecado e a tentação, tanto quanto possível? Temendo a Deus! Esta atitude nos preserva de pecados íntimos. Henry: “Vergonha e senso de honra podem restringi-lo de aliciar a pureza de uma virgem, mas somente a graça e o temor de Deus é que o levaria a não cometer e nem pensar em tal ação.” Como José, entenda que isso é um pecado contra Deus! V. 4 também. Assim como 1: 1, 8-9; 2: 3.

v. 3 Há um preço a ser pago pelo pecado, algumas vezes nesta vida, porém, nunca escaparemos de prestar contas na vida futura. Portanto, evite qualquer coisa que o leve a pecar (como a lascívia).

2. Engano, fraude, v. 5-8

v. 5 – 6 Autoimprecação (clamar por castigo). “Que eu seja castigado”

v. 7 – 8 Note o progresso: olhos, coração, pés. OBS:O contrário disso: nosso coração governa nossos olhos, como no verso 1.

Mais Autoimprecação: “Que eu receba o mesmo tratamento.”

3. Adultério, v. 9-12

Ou por ser tentado (v. 9a), ou por ser um tentador (v. 9b).

v. 10 Mais Autoimprecação. “Que eu receba o mesmo pagamento em troca”. Eufemismo.

O que faz alguém evitar esse pecado vergonhoso? V. 11-12 O temor de ser punido pelos juízes humanos, e muito mais por Deus. Provérbios 5 – o caminho do inferno (versus casamento feliz).

4. Oprimir os servos, v. 13-15

v. 13 Injustiça

v. 14 “Eu tenho um Senhor!”

v. 15 “Todos teremos que responder a Ele.” Mais uma vez, o temor de Deus é que funciona como prevenção! Compare Efésios 6: 9.

- Como pessoas, somos iguais diante de Deus. Ele não faz acepção de pessoas.

- Não devemos ser altivos, nem preconceituosos, julgando pelas aparências.

5. Falta de compaixão pelo fraco e necessitado, v. 16-23

Ex: pobres, viúvas e órfãos. Jó fora acusado deste pecado, 22: 6-9.

v. 16 Nenhuma destas pessoas, nessa situação, deixou de ser ajudada quando vieram a Jó. Ele lhes deu: comida (v. 17), casa (v. 18) e roupas (v. 19-20).

- Devemos ter consideração, compaixão e generosidade pelas pessoas. (Mas aqueles que são preguiçosos e ociosos, não devem receber ajuda, 30: 1).

v. 21 – 22 Autoimprecação: “Se não estendi os meus braços de misericórdia, então que eles sejam destruídos.”

v. 23 Motivo: temor de Deus. Ele é quem nos dá todas as coisas; Ele é quem não nos coloca da posição de um necessitado.

6. Ambição, v. 24-25

Cobiça. Alguns amam tanto o dinheiro, que isso se torna como uma pessoa para eles, pois falam com ele! v. 24. Ele facilmente se torna um objeto de adoração. I Timóteo 6: 17. Senso de autosuficiência e satisfação, como o rico tolo, v.25. Quantos assumem que a prosperidade terrestre lhes assegurará prosperidade celestial!

Mamom versus contentamento.

7. Idolatria, v. 26-28

Adorar o sol e a lua, v. 26. Coração idólatra, v. 27 (beijar a mão é uma pratica das religiões pagãs).

v. 28 Prevenção: temor a Deus.

8. Vingança, v. 29-31

- Nossa atitude para com nossos inimigos fala muito a nosso respeito. Devemos amá-los! – Mateus 5: 44. Os inimigos de Jó se regozijaram da sua destruição (30: 1, 9).

v. 31 “Não deixei aqueles que estavam próximos a mim me incitarem contra os meus inimigos”. Isso ocorre com freqüência!

9. Falta de hospitalidade, v. 32

Outro dever Neotestamentário: Romanos 12: 12; I Pedro 4: 9; anciãos I Timóteo 3: 2; Tito 1: 8. Falhar nisso é pecado. A consciência de Jó não o condenava. E quanto a sua?

10. Conspiração, v. 33

Ex: encobrir, como Adão fazê-lo. OBS: Todos somos naturalmente hipócritas! Como Adão, nós naturalmente culpamos alguém mais!

Note a autenticação de Gênesis 3 sobre a queda do homem.

11. Covardia, v. 34.

Capítulo 29: 17.

12. Exploração, v. 38-40

Negócios injustos. Até mesmo o uso impróprio da terra! (Comp. Tiago 5: 4)

v. 39 Como Acabe fez com Nabote (I Reis 21)

v. 40 Autoimprecação. “Que a maldição não seja perdoada pela graça.”

Parentético; V. 35-37 Desejo de um julgamento, restituição da justiça, de um veredicto. “Ter uma audiência. Estar defronte de um juiz. Deixar que o acusador trouxesse por escrito suas acusações (v. 35). Eu não tentaria ocultar estas falsas acusações, antes consideraria uma honra torná-las públicas, de tão tolas que são! (v. 36). Eu corajosamente me dirigiria ao tribunal com uma consciência limpa. Eu traria por escrito a minha própria defesa (v. 35 desejo = assinatura; confissão de inocência).”

- A linguagem aqui me faz lembrar o evangelho! Apresentamo-nos diante de Deus como príncipes, nos aproximando com coragem. É o trono da graça! Tudo isso porque Cristo se aproximou do trono da justiça com as nossas acusações escritas contra Ele, as quais Ele realmente levou sobre os seus ombros (na forma de uma cruz) e como uma coroa (de espinhos)!

- Como Jó nós podemos nos chegar com confiança e coragem, sabendo que ninguém pode fazer qualquer acusação contra os escolhidos de Deus! Através da justiça de Cristo, nós podemos dizer: Quem dentre vós me convence de pecado? (João 8: 46).

Observe:

1. Toda a nossa vida deve ser vivida para Cristo. Governada pelas escrituras. Todo pensamento deve ser levado cativo a obediência de Cristo (II Coríntios 10: 5). Nenhum tempo ou ocasião dedicado ao pecado! Obediência perfeita a um Deus perfeito! Durham: “Sofra no exercício da santidade. Jó estava sob um pacto de graça, assim como você, e ainda assim quão perfeito ele era em seu caminhar.”

2. O temor de Deus nos preserva de muitos pecados íntimos. Embora a justiça de Cristo seja a base do nosso relacionamento com Deus, ainda assim Deus recomenda aos cristãos que evitem pecados internos e externos (como em 1: 1).

3. Pureza de coração é até aqui, outro incentivo em si mesmo para se permanecer puro: “Eu tenho até aqui seguido a Deus tão cuidadosamente...como eu poderia agora me voltar para o caminho do pecado?!”

4. Um coração puro não deve temer nenhum exame minucioso!

5. Há uma ocasião apropriada para limpar seu nome e defender a sua reputação. Peça a Deus que lhe dê sabedoria para isso. Assim como há uma ocasião apropriada para simplesmente deixar que Deus limpe o seu nome.

Pergunta: Jó foi muito longe ao fazer a sua autodefesa?

A. Sim. Ele parece um tanto confiante, quase vaidoso, no vs. 35-37. (nem todos os escritores concordam com isso). Ele parece dizer: “Que venha o julgamento. Eu mais pronto do que nunca.!” Ele não iria mais tarde se lamentar por tais palavras? Eliú, nos próximos capítulos, por acaso não fará menção destas palavras? Se isto é certo, vamos tomar muito cuidado para não ir muito longe tentando nos defender, a fim de silenciar nossos críticos. (Jó paga o preço por tentar silenciá-los! Ele precisava reprovar a si mesmo!)

Vamos ser cuidadosos em não desenvolver um comportamento arrogante sobre o julgamento. Ex: “Eu o verei no dia do julgamento!”

Conclusão:

V. 40b. As únicas palavras de que Jó se arrepende e confessa.

Sem uma solução rela ainda. Veja Green p. 117.

#46 Eliú entra

Jó 32

Chegamos à parte mais controversa do livro. Quem é Eliú? Um herói ou um vilão? Alguns não vêem nada de errado nele, enquanto outros; nada de bom, e há aqueles que ficam divididos entre as duas opiniões. (Eu sou mais inclinado a aceitar a primeira posição. Depende muito de como nós interpretamos e aplicamos o que ele diz.)

Os escritores modernos sugerem que ele não acrescenta nada de novo ao debate, concordando simplesmente com os três amigos. Ele é um jovem arrogante, boca-aberta, sabe-tudo, e que coloca palavras na boca de Jó, 35: 2. (Este ponto de vista pode somente ser aceito se admitirmos que Jó não falou nada de errado, ou imprudente.)

Se ele não diz nada de novo, então por que seis capítulos são dedicados a ele? Por que Deus não o repreende como fez com os outros três? Por que Jó não responde para ele da mesma maneira que respondeu aos outros? Por que Deus começa aonde Eliú termina? Veja como cap. 40: 2 8 concordam com 35: 2. (Em 38: 2, Deus se dirige á Jó, não Eliú.)

- Não vamos julgar Eliú da mesma maneira que os três amigos julgaram a Jó!

Pergunta: Por que Deus enviou Eliú? Por que não falou diretamente com Jó? Ver Green, pag. 126. A delicadeza de Deus!

Narrativa, v. 1-6a.

v. 1 Quando Jó terminou seu discurso, nenhum dos três amigos tentou falar novamente. Eles tentaram convencê-lo de que se encontrava sob julgamento devido ao pecado, mas eles não puderam abalar sua confiança, pois ele era justo aos seus próprios olhos. Ele insistia na sua própria integridade, por isso eles desistiram. Jó finalmente os havia silenciado!...Mas, há um custo bem alto nisso.

- Vencer um argumento pode custar mais do que o seu valor sugere. Ninguém pode contestar que Jó era justo. MAS, a questão que paira no ar é: como a justiça de Deus se encaixa na aflição de um homem justo?

v. 2 Eliú entra. Um dos muitos espectadores, um auditor dos discursos feitos até aqui. Talvez um parente de Abraão (Gên. 22: 21). Aqui temos um porta-voz daquela linha que teme a Deus, que irá defender a honra de Deus. Ascendeu-se a ira (4 vezes!). Primeiro, contra Jó. Eu vejo aqui um homem que é devorado pelo zelo da glória de Deus, cujo desejo é defender a Deus. Se por um lado, devemos evitar toda a ira desnecessária, lembre-se: Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar ao diabo. Tenha um interesse genuíno pela glória de Deus, para que não paire nenhuma sombra de revolta contra o bom nome de Deus. Note como a ira de Deus se ascendeu! 42: 7.

- Sejamos zelosos da honra de Deus. Há uma ocasião apropriada para uma indignação justa. Mas, tome cuidado para não cair na armadilha do diabo! Essa ira era justificável? Sim. Jó mantinha a sua própria integridade, mas não dizia o suficiente para manter a integridade de Deus. Jó não permitia que levantassem qualquer dúvida sobre o seu próprio caráter (como o cap. 31 vividamente declara). Mas, e quanto o caráter de Deus? Somos levados a acreditar que Deus simplesmente, por alguma razão que não entendemos, aflige o justo. Jó foi muito longe em sua autojustificativa. Ver cap 10: 2-3; 19: 11; 27: 2; 31: 35-37. “Eu quero comparecer perante um tribunal! Eu quero justiça! (Que Deus nos conceda misericórdia!) O tema: “Como Deus pode afligir o justo sem contrapor a Sua justiça?”Eliú não podia suportar isso! Ele enfatiza a justiça de Deus. OBS:Nunca a questione!

- Vamos defender a Deus mais do que a nós mesmos. Henry: “Jó deveria ter justificado e glorificado a Deus, deixando que a questão da sua reputação mudasse por si mesma.”

- Mesmo o mais maduro e consagrado dos santos pode exagerar uma determinada situação e precisar de correção. Henry: “Lisonjeamos nossos amigos quando não expomos as suas próprias faltas.”

- Em tempos de grande sofrimento, aflição, oposição e acusação, seja especialmente cuidadoso com a língua. (Jó 1: 22 não poderia ser colocado aqui).

- Não amaldiçoar a Deus não é o suficiente, pois devemos firmar Sua honra.

v. 3 Segundo, contra seus 3 amigos. Eles fizeram acusações muito graves e que não podiam provar. Mas, eles se recusavam a retirar tais falsas acusações. Eles estavam mais errados do que Jó! Os três amigos só podiam defender a justiça de Deus na maneira como tratava com Jó, e lançar dúvidas sobre o seu caráter. “Há erros dos dois lados.”...mas, Eliú está mais interessado em Jó.

- Na maioria das vezes, numa disputa acirrada, há erros dos dois lados. “Todos estão errados!”, assim Bill Rozell costumava dizer. Eliú surge como um moderador. (Embora sendo corajoso, nunca acusou Jó de hipocrisia).

v. 4 -5 A paciência e respeito de Eliú. Imagine a sua ansiedade ao esperar uma resposta correta dos outros três amigos, mas que não nunca ocorreu. Desapontamento! Algo precisava ser dito!

Apologia (Defesa) daquilo que ele fala, v. 6-22.

1. V. 6-10 “Eu entendi”. Deu preferência aos mais velhos e aparentemente também deu oportunidade para que falassem. Cap. 34: 1; 35: 1; 36: 1. Clame por sabedoria, v. 8 (como Eliú fez).

2. V. 11-13 “Eu ouvi tudo que foi dito”. Rápido para ouvir e tardio para falar. OBS:Seja um bom ouvinte. Henry: “Deveríamos estar sempre prontos a ouvir o que não gostaríamos, ainda que não pudéssemos provar todas as coisas.” Nunca responda um assunto antes de ouvi-lo por completo (Provérbios 18: 13).

3. V. 14-17 “Tenho algo novo a oferecer”. V. 14 “Não farei meras repetições daquilo que já foi dito.” Perspectiva nova e fresca. Durham: “Na maioria das vezes os espectadores entendem melhor o jogo do que os próprios jogadores.” O vs. 15 é uma narrativa?

4. V. 18-20 “Me sinto compelido a falar”. “Não consigo ficar em silêncio! Jó precisa ser respondido. Ele precisa de uma resposta!”

- A marca de um homem chamado por Deus. Compulsão. Mas isso foi no meu coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos. E abriu-se a minha boca, e não fiquei mais calado. Cri, por isso falei. Estive muito aflito. E ai de mim, se não anunciar o evangelho!

(II Coríntios 4: 13; I Coríntios 9: 16) Uma mensagem digna de ser ouvida e que deve ser declarada!

5. V. 21-22 “Serei imparcial”. “Não a meu respeito, não a respeito de Jó, mas a respeito de Deus, da verdade.” Compare I Tessalonicenses 2: 5 - Porque, como bem sabeis, nunca usamos de palavras lisonjeiras, nem houve um pretexto de avareza; Deus é testemunha.

- Aqueles que sofrem nunca serão ajudados com palavras lisonjeiras! Aponte-lhes a verdade, mesmo que isso doa, pois é único remédio verdadeiro e a cura.

Resumo:

Eliú surge como uma voz paciente, humilde e respeitosa da parte de Deus, sendo firme, corajoso, entusiasmado e zeloso da glória de Deus.

- Vamos nos esforçar para sermos assim! Há um tempo apropriado para falarmos! Henry: “Embora ele tivesse muito respeito pelos seus amigos, não os interrompendo quando falavam, ainda assim ele tinha muito mais respeito pela verdade e justiça (seus melhores amigos) para não traí-las pelo seu silêncio.”

#47 Jó 33

Deus freqüentemente fala aos homens através do próprio homem. Não deveria ser uma surpresa para nós que Ele o fizesse assim aqui.

Eliú notou que ambos os lados cometeram erros neste debate. Embora o erro de Jó não fosse tão grande como o dos três amigos, Eliú concentra-se em Jó (v. 32). Ele quer ajudar Jó. Ao fazer isso, ele defende a retidão de Deus em Seu trato com Jó. Cap. 32 – Ele se dirige aos três. Cap. 33 – Ele se dirige à Jó.

Devido a sua juventude e inexperiência, Eliú novamente defende seu discurso, v. 1-7 (como fez no cap. 32: 6-22). Ele entende que possa parecer meio fora de lugar, mas não pode permanecer em silencio.

I. “Jó, eu preciso falar!” v. 1-7.

v. 1 -2 Respeitoso. “Eu sei que estou sendo ousado.” OBS:Aqueles que falam em nome de Deus tomam para si um trabalho solene.

v. 3 Sincero. “Estou falando a verdade, e falando-a claramente.” OBS:Oh, ser compreendido! Esta é a carga e desejo daquele que fala.

v. 4 Humilde. “Eu reconheço a minha dependência de Deus.” OBS:Um pregador orgulhoso é uma contradição. Não pode levar o crédito do comissionamento e nem da mensagem.

v. 5 Coragem Santa. Sinceramente desejoso de ser corrigido se convencido do seu erro.

v. 6 -7 “Sou aquilo que você estava esperando!” Verdade absoluta neste caso! Ver capítulo 9: 32-35. “Jó, não vim sobrecarregar, ameaçar ou condenar você. Sou simplesmente um homem igual a você, e estou aqui para ajudá-lo. Você vai concordar com aquilo que tenho a dizer!”

OBS:Henry: “Se queremos convencer um homem corretamente; devemos fazê-lo pela razão, não pelo terror; pelo argumento justo, e não por uma mão pesada.”

II. “Jó foi longe demais”. V. 8-11.

v. 8 “Eu ouvi com meus próprios ouvidos. Eu não sou como os outros três que dão tiros no escuro. Eu somente responderei àquilo que você mesmo falou”. Cuidado em não responder aos boatos. OBS:Declarações públicas exigem uma resposta pública.

v. 9 Não a uma simples declaração, mas a soma de muitas. Ex: 9: 17-22; 10: 7a; (compare Zofar em 11: 4) o desafio de 13: 19-23 (não fale aquilo que não pretende dizer!); 16: 17; 23: 11-12. (Sabemos que Jó não reivindicava a perfeição de não pecar, mas insistia tanto na sua integridade, que parecia que Deus era injusto ao afligi-lo).

v. 10 “Deus comprou uma briga”. Como em 9: 23, 30-31; 16: 11-14. Parte B de 13: 24; 19: 11; 30: 21.

v. 11 De 13; 27; 14: 16-17; 31: 4.

- Seja cuidadoso com a autocomiseração e a autodefesa. Tiago 3: 2, tropeçamos de diversas maneiras, especialmente em palavras.

III. A resposta de Eliú, v.12-30.

1. Deus é soberano. V. 12-13.

v. 12 Embora o conceito que Jó tinha de Deus fosse tão grande, ainda assim precisava crescer. OBS:Esta mesma verdade se aplica a nós. Nosso conceito de Deus nunca é grande o suficiente, pois Ele é infinito. Deus usa as aflições para ampliar a nossa visão a Seu respeito. Henry: “Temos o suficiente disso numa simples e inquestionável verdade, se devidamente aperfeiçoada, ou seja: deveríamos sempre nos silenciar e envergonhar de nossas queixas sobre Sua providência e exceções, quando Deus está tratando conosco.”

v. 13 “Deus não nos responde! Não somos Seus juízes. Qualquer coisa que Ele faça está sempre correto”. Esta breve resposta estabelece o assunto. Henry: “Ele não é levado a justificar seus procedimentos ou satisfazer nossas demandas e questionamentos, Seus julgamentos certamente irão justificar a si mesmos. Se não ficamos satisfeitos com isso, a falha é nossa”. O direito que Deus tem de fazer o que quiser conosco, é inquestionável, Romanos 9: 18-21.

2. Deus se comunica com o homem de diferentes formas.

1) V. 14-16- Diretamente, através da Sua Palavra...naqueles dias, antes da revelação escrita, via palavras faladas, visões e sonhos. (Talvez a consciência esteja em pauta aqui). “Deus faz isso de tempos em tempos!”

2) V. 19-22 – Indiretamente, através da providência, especialmente a dor e a doença física.

3) Deus tem propósitos de graça em Suas muitas maneiras de se comunicar.

v. 17 -18 Para nos impedir de pecar (nosso propósito); Ele checa o nosso orgulho. OBS:Como ficaríamos orgulhosos sem as aflições! Você tem idéia de quantos pecados deixamos de cometer por causa da Palavra de Deus e das aflições?!

v. 23 -26 Deus usa as enfermidades para o nosso bem! Ele freqüentemente envia um mensageiro ou alguém para explanar os Seus propósitos e fazer notório Seu perfeito propósito e eqüidade. V. 24-26 Ele nos rebaixa a fim de nos levantar. Primeira indicação de que Jó poderia ser restaurado apesar de tudo o que lhe ocorrera. “Jó, Ele está lhe fazendo um favor!” OBS:Sofrimento corporal é, na maioria da vezes, benéfico para a alma.OBS: Deus nos livra do pecado e da ruína de um modo que não notamos a primeira vista. (Note uma indicação da redenção! Cristo o Profeta e Sacerdote. Intercessor, Mediador e Aquele a quem a justiça é imputada. Oh! Que plano maravilhoso Deus tem!)

v. 27 -28 Deus está disposto, pronto e ansioso para receber a todos aqueles que são chamados! Ele é acessível. Quão manso e misericordioso Ele é! (OBS:O pecado é inútil, Romanos 6: 21, e quanto mais cedo nós o confessamos e abandonamos, mais cedo encontraremos a misericórdia de Deus para nos libertar!)

4. Resumo: v. 29-30. “Deus trata com Seu povo o tempo todo desta maneira! Seus métodos repetitivos: A Palavra e as Providências, ministrando para que os dois caminhem juntos. Essa é a maneira como Ele nos protege e preserva.” “Jó, se você soubesse todo o bem que Deus tem feito até aqui, você não pensaria nEle como se fosse um inimigo seu! – Você agradeceria a Ele por não permitir um fim pior.”

- Reconheça a justiça de Deus em todas as Suas providências dolorosas. Salmo 119: 75: Bem sei eu, ó SENHOR, que os teus juízos são justos, e que segundo a tua fidelidade me afligiste. Se falharmos em enxergar isso, falharemos em tirar proveito das nossas experiências.

- Precisamos de constante disciplina a fim de evitarmos o pecado, crescermos em santidade, pensarmos mais nas coisas que são de cima e conhecermos melhor a Deus. Salmo 119: 71: Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos. Salmo 94: 12: Bem-aventurado é o homem a quem tu castigas, ó SENHOR, e a quem ensinas a tua lei.

- Certifique-se de que as aflições de Deus estejam produzindo um bom efeito em você. O mesmo sol que endurece o barro, derrete a cera. Veja esta ilustração em Thomas página 262: A esposa de um missionário que trabalhava no Paquistão, foi grandemente provada pela morte de seu bebê de apenas seis meses de vida. Uma velha senhora Punjabi disse a ela: “Uma tragédia dessas é como ser lançada num caldeirão de água fervente. Se você for um ovo, isso o endurecerá. Se você for uma batata, ficará macio, flexível, maleável e adaptável.” A esposa do missionário começou a orar, a partir de então, de maneira até um tanto “engraçada”, pois dizia: “Senhor, faça de mim uma batata!”

- Jó terminaria honrando a Deus de maneira que nunca fizera antes...ex: orando por seus amigos.

- Não precisamos ser desafiados particularmente por Satanás a fim de tirarmos proveito das aflições. (Talvez, isso nunca tenha sido revelado à Jó).

Quaisquer que sejam os planos de Satanás nas provações, os de Deus são sempre os melhores!

IV. Pausa: “Sua vez” v. 31-33.

“Jó, eu estou do seu lado! Estou aqui para ajudar, não para te condenar. Você pode rebater o que falei?”

- Vamos nos certificar de que nossas repreensões se originam de um coração desejoso em ajudar uma alma a se recuperar, e não meramente se ufanar em mostrar o quão certo nós mesmos somos!

O silencio de Jó fala por si mesmo, provando que a perspectiva de Eliú é muito diferente da perspectiva dos outros três. (Quem ousaria dizer que ele não acrescentou nada a discussão?!) Eliú acrescentou muito. Os três amigos puderam apenas defender a Deus acusando a Jó – “Aflição é julgamento”. Jó podia apenas defender a Deus dizendo: “Deus aflige o justo e o injusto (9: 22)”. Mas Eliú defende Deus dizendo: “As aflições são para o seu bem! Elas são uma prova da graça e misericórdia de Deus. Jó seria edificado, santificado e seu ouro ficaria mais refinado do que antes! O método que Deus emprega em cada caso, é de acordo com Sua soberana vontade. Ele sabe o que é melhor! Sendo assim, Deus é justo e Sua justiça vai se tornando mais evidente o tempo todo; Jó é um homem íntegro, cuja integridade está crescendo o tempo todo."

#48 Jó 34

Jó não tinha nada à responder quanto ao primeiro discurso de Eliú. Como deveríamos interpretar o silêncio de Jó? Ele ficou frustrado com Eliú...não valendo apena gastar seu fôlego com ele? Eu prefiro pensar que ele considerou a colocação Eliú como pendendo para o lado mais equilibrado, do que realmente ter ido “longe demais.” OBS:Após vencer um argumento, silenciando (freqüentemente alienando) nossos críticos, nós muitas vezes não acabamos percebendo, numa reflexão mais silenciosa, que falamos demasiadamente, ou apressadamente, exagerando assim a situação? Vamos trabalhar para domarmos nossa língua.

Agora, temos o segundo discurso de Eliú.

Note a repetição do apelo para ser ouvido nos versículos 2, 10, 16 e 34.

Note Eliú falando aos quatro, aos três e simplesmente a Jó.

I. Introdução, v. 1-4.

Falando aos quatro. Demonstra respeito aos anciãos.

- Nem todos que discordam de nós são tolos! Desejo de ser ouvido por ter uma contribuição significativa. Não era a autoimportância ou o ego inchado, mas uma responsabilidade recebida do Senhor, numa missão de Deus. Um desejo genuíno de que a verdade e a justiça prevaleçam.

- Devemos sempre procurar ajudar os dois lados.

II. Aonde Jó foi muito longe, v. 5-6, 9.

v. 5 (declaração feita em 27: 2 e 6)

v. 6 (declaração feita em 16: 16-17). Jó: “Eu deveria mentir e me incriminar falsamente!” Essa provação não veio por haver alguma transgressão em mim!”Verdade! Embora ele tenha sido mais zeloso ao se defender, do que assumir uma posição mais humilde e se submeter à providência de Deus.

v. 9 (declaração feita em 9: 22 e 24: 1). “Deus age de forma arbitrária (ex: mais por capricho do que por princípio). Ele não tem consideração nenhuma por nenhum homem.” Somos levados a pensar que é vão servir a Deus! Jó sabia que esta era a maneira como o ímpio pensava (21: 15), mas ele mesmo chega bem perto desse pensamento! OBS:Os santos são tentados a pensar assim, Salmo 73: 13-14.

Mesmo que ele não pensasse de maneira similar ao ímpio, ele tinha que admitir que isso poderia ser interpretado assim, e é por isso que Eliú tem o direito de chamar a sua atenção neste ponto.

III. Respondendo á Jó, v. 7-8, 10-33.

1. “Jó era muito rápido para falar. Ele estava determinado a falar mesmo às custas de Deus. Estas declarações eram equivalentes a zombar de Deus”, v. 7-8.

2. “Deus é justo”, v. 10-15.

v. 10 “Deus está longe do injusto. Se Ele fosse arbitrário em Seus tratos, isso seria injusto.”

v. 11 “Deus opera sob princípios de justiça, levando em conta Sua perspectiva eterna.”

v. 12 “Deus é justo em tudo que faz. Ele nunca é injusto com nenhum homem.”

v. 13 “Ele é absolutamente Soberano. Ele não responde a ninguém. Ninguém está acima dEle. Ninguém outorgou á Ele a autoridade de governar.”

v. 14 – 15. “Nossa vida está em Suas mãos. Se Ele está determinado a destruir um homem, Ele tem poder e direito para tanto. Tudo o que Ele tem a fazer, é nos fazer parar de respirar!”

- Se Deus exercesse justiça no sentido estrito, algum de nós continuaria a respirar?! Agradeça a Deus por satisfazer totalmente a Sua justiça ao castigar a Cristo em nosso lugar!

3. Dirigindo-se a Jó separadamente: “Porque Deus é justo e merece o máximo respeito”, v. 16-30.

v. 17 “Comparado com o perfeito amor da justiça de Deus, o melhor do amor do homem pela justiça, é odiá-la! Jó, você quer ser Deus? Você pensa que pode governar melhor do que Deus?

v. 18 – 22 “Você não falaria de um rei de forma tão descuidada quanto falou de Deus! Você não levantaria nenhuma dúvida sobre o caráter de um rei”. V. 19 “Deus merece um respeito ainda maior; Ele não faz acepção de pessoas; Ele fez os reis, ricos, pobres e etc.” (Jó tinha sido ambos, rico e pobre!) V. 20 “Estes reis estão a Sua disposição. Ele pode abater qualquer homem a qualquer momento, e ainda assim ser justo”. V. 21 “Deus é perfeito em conhecimento. Nada escapa dEle.”

v. 23 “Ninguém pode acusar Deus por ser tratado pior do que mereceria. Jó, Deus não errou com você!” Um conceito chave! OBS:Salmo 103: 10 - Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos recompensou segundo as nossas iniqüidades. Qualquer homem que esteja fora do inferno pode dizer isso! (E o inferno em si mesmo não é mais do que merecemos.) Não importa quão dura seja a nossa provação, Deus sempre estará nos tratando melhor do que merecemos.

v. 24 - 28 “Ninguém é tão poderoso que poderá escapar de ter que tratar com a justiça de Deus”.

v. 29 – 30 “A vontade de Deus permanece. Não há mudanças nEle e nem em Seus decretos de propósitos. Ele governa da maneira que mais lhe agrada”. Henry: “A rejeição do mundo não deve perturbar aqueles a quem Deus acalma com Seu sorriso. ...O sorriso do mundo não pode acalmar aqueles a quem Deus rejeita.”

Objeção: Tudo isso soa muito semelhante ao que os três amigos falaram! “Não há nenhum conforto para Jó.”

Resposta: O silencio de Jó (e a exclusão de Eliú por Deus no cap. 42) indica que ele ouviu alguma coisa distinta por parte de Eliú. Henry: “Jó não somente suportou tudo isso pacientemente, como também o recebeu gentilmente, pois viu que as intenções de Eliú eram boas, embora seus outros amigos o tivessem acusado, sua consciência o absolvia. Eliú o acusava, com aquilo no qual, provavelmente, seu próprio coração, agora sob reflexão, começou a lhe pesar.” Green: “Na boca de Eliú era diferente. Não havia censura oculta, nem insinuações, distorções ou falsas conclusões.” Eliú simplesmente defendia a justiça de Deus, mostrando aonde Jó tinha insistido demasiadamente em sua inocência.

4. O que Jó deveria ter dito, v. 31-33.

v. 31 “Eu mereço tudo isso (e muito pior!). Eu mereço uma repreensão pela minha forma de falar inapropriada.”

v. 32 “Mostra-me os meus pecados ocultos! Este orgulho oculto que eu mesmo desconhecia e que deve ser desarraigado!” Outro versículo chave. Que contribuição de Eliú! OBS:Salmo 19: 12 - Quem pode entender os seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos. Um espírito humilde, pronto a se arrepender de qualquer erro é apropriado a todo pecador remido!

v. 33 “Deus deveria fazer a tua vontade, Jó? Não, Ele fará a dEle, que é a melhor, quer você goste ou não! E não eu [ex: não sou o seu juiz. Não pretendo ocupar o trono de Deus quanto ao seu caso. Ele fará aquilo que lhe agrada, e não o que agrada a você e a mim!].” OBS:Quando não puder entender a Providência, submeta-se a ela!Confie na sabedoria de Deus. Faça o melhor uso dela (como Jó fez em 1: 21; 2: 10, quando ele não pecou com seus lábios). Henry: “Se alguns são punidos, a mais ou a menos do que pensamos que deveriam, ao invés de questionarmos a Deus, nós deveríamos considerar tal fato como algo secreto e conhecido apenas de Deus.”

v. 33 b Outra oportunidade e convite para que Jó falasse.

IV. Encerrando as declarações, v. 34-37.

v. 34 – 35 “Qualquer um que queira corrigir o que eu estou dizendo, é bem-vindo. Não vou abandonar Jó tão facilmente.”

v. 36 “Eu quero que este caso seja resolvido e não fique cercado pela incerteza. Isso precisa ter um fim, até onde podemos chegar.”

v. 37 “Ele não pode ficar sem uma resposta, para que não venha a dizer coisas piores do que já o fez até aqui!... e caia no pecado de presunção.” (O propósito gracioso de Deus em enviar Eliú: Evitar que Jó caísse em um pecado mais sério, nesta fase de grandes tribulações, angústia, dor e doença.)

Resumo: “Deus tem um bom propósito. E Ele não tem que desvendar este propósito a nós” (Capítulo 33). “Mas Ele é, sem sombra de dúvidas, justo em tudo o que faz (Capítulo 34). (Deus não tem que revelar o desafio Satânico para Jó para que ele tire proveito de toda a prova!)

Observações adicionais:

- Não dê as pessoas a impressão de que a soberania de Deus significa que Ele pode tratar indevidamente com a impunidade. (Pois, nosso senso de certo e errado nem sempre é igual ao dEle!)...que a graça soberana é arbitrária...que Calvinismo é fatalismo! Deus é justo em tudo o que faz.

- Defenda Deus a todo custo! Green: “Se um conflito surge entre Deus e suas criaturas, a quem Ele não tem nenhuma tentação de ferir, nem qualquer intenção de prejudicá-los, a certeza inegável e absoluta é; que Ele está certo e eles errados, mesmo que não consigam enxergar isso.”

#49 O terceiro discurso de Eliú

Jó 35

Havendo dado a Jó (e aos outros) oportunidade para responder, corrigir, etc., Eliú continua, v.1. Seu interesse, em todo o seu discurso, é o de ajudar Jó em sua longa jornada, ao defender a justiça de Deus em Seus tratos com Jó. OBS:Esta é a marca de um verdadeiro pregador: buscar sempre o bem das almas, mantendo e sustentando a honra, dignidade e a glória de Deus.

I. Há algum proveito em servir a Deus? V. 1-8

1. O que Jó disse: v. 2-3

v. 2 Jó nunca disse estas palavras ao pé da letra. Isso leva alguns a acusarem Eliú de grave pecado de tolice, comparando a sua colocação ao que os três amigos disseram. Porém, Deus interpreta da mesma maneira aquilo que Jó havia dito, 40: 8! - Porventura também tornarás tu vão o meu juízo, ou tu me condenarás, para te justificares? Portanto, Eliú interpreta de forma precisa o sentido das palavras de Jó. Ver cap. 32: 2 - E acendeu-se a ira de Eliú, filho de Baraquel, o Buzita, da família de Rão; contra Jó se acendeu a sua ira, porque se justificava a si mesmo, mais do que a Deus.Não era apenas um grande mal-entendido ou uma interpretação equivocada das palavras de Jó que Eliú infelizmente não percebeu. (ver cap. 9: 17; 10: 2-3; 27: 2.)

v. 3 Já levantado em 34: 9. Por que levantar este assunto novamente? Porque Eliú não ouviu da parte de Jó a resposta que desejava, ex: se humilhar, arrepender, confessar. Isso obriga a que Deus mesmo traga a Jó a este ponto! Jó sabia que esta era a maneira como o ímpio pensa e fala (21: 15). Entretanto, ele dá a entender o mesmo em 9: 22; 10: 15. “Qual o proveito em servir a Deus?”

- Às vezes não percebemos o quanto as nossas palavras se assemelham as palavras dos ímpios. Quantas vezes nós reclamamos que o tempo está muito quente, muito frio, seco demais, úmido demais, etc. Nós condenamos a teologia anã do livre arbítrio, que não reconhece que Deus exerce controle sobre tudo, mas nos preocupamos e tememos, duvidando de tal controle! Nós condenamos outros naquilo que aprovamos ou naquilo que nos desculpamos .

- Novamente, Asafe questionou se ele havia purificado o seu coração em vão (Salmo 73: 13). Nenhum de nós está livre de pensar da mesma maneira em meio a severas provações. Mas, desperte antes de verbalizar isso! (v.15). O ponto que Eliú deve responder: Deveríamos esperar “lucro” neste mundo? Podemos fazer mais para Deus, do que Ele faz por nós, servi-lo melhor do que Ele nos serve? Deus pode ficar nos devendo alguma coisa pelo serviço que prestamos a Ele? Podemos ser mais justos do que Ele?

2. A resposta de Eliú, v. 4-8

v. 4 “Aqui vai a minha resposta”

v. 5 “Aprenda com a criação. Pare e olhe. O que você vê? Nuvens...olhe acima delas! Pois Deus é mais alto do que elas!” A mesma observação feita em 33: 12 – A inquestionável soberania de Deus.

v. 6 “Seu pecado não afeta Deus, sem diminui a Sua essência e glória.”

v. 7 “Suas boas obras não podem acrescentar, aprimorar ou aperfeiçoar a Deus.”

v. 8 “Não é assim com o homem, pois nossas ações afetam e influenciam a outros para o bem ou para o mal.”

Ponto: Deus é perfeito e imutável. Embora o pecado seja cometido contra Ele, pois é contra a Sua lei e honra, isso não afeta o Seu Ser. Ele não pode ser perturbado, diminuído, derrotado ou destronado! Nem podemos acrescentar nada a Sua perfeição (de outra forma, Ele não seria perfeito). Deus não precisa de nada (Atos 17: 25; Salmo 50: 12). Isso significa que nós não podemos obrigar Deus a fazer nada. Ele não nos deve nada como recompensa pela nossa obediência. (Nenhuma recompensa pode ser contada como graça, Romanos 4!) Ele não deve nada aos homens. (Se Ele propõe ou promete algo bom para nós, Sua obrigação é para consigo mesmo e não para conosco.) Porém, nós é que somos devedores! Se estamos fora do inferno, é por causa do Seu favor imerecido! Permaneça humilde diante deste grande Deus!

II. Por que Deus não ouve o clamor dos necessitados? V. 9-13

v. 9 Lembrando Jó em suas citações em 24: 12 e talvez 19: 7. “Por que Deus não ouve o clamor dos necessitados e oprimidos?”

v. 10 “Porque evidentemente eles não clamam a Deus. Eles não reconhecem Deus como Criador. Ou, eles não são gratos a Deus pelas Suas misericórdias (sons na noite), até mesmo por nos fazer homens, e não animais selvagens, v. 11”

v. 12 “Ou se eles oram, nada recebem por causa do seu orgulho. Eles não estão na verdade orando. Estão pedindo mal (Tiago 4). Não é uma oração sincera e submissa. É muito mais uma ordem, se não uma maldição!”

v. 13 “Jó, Deus não ouve este tipo de oração.”

- Ore com humildade, sinceridade, arrependimento e coração submisso. Qualquer coisa menos do que isso é tomar o seu nome em vão. Reconheça-o como sábio Criador, que lhe cerca com misericórdias que você tende a negligenciar. Seja agradecido por não ser um animal (Bunyan chegou a invejá-los).

- Muitos clamam a Deus na adversidade. Isto não prova que somos participantes da graça. O verdadeiro teste da nossa condição espiritual é se clamamos a Deus em tempos de prosperidade, lembrando-se dEle o tempo todo.

- Se Deus não responde as nossas orações como desejamos, esteja certo de que Ele tem um bom motivo para isso! O propósito das nossas aflições é (entre outras coisas) nos humilhar. (Até mesmo Jó precisava ser refinado na graça, totalmente aparte do que Deus estava provando a Satanás.) Se as nossas aflições não tem nos humilhado o suficiente, então Deus não ouvirá as nossas orações para removê-las. Porém, nós deveríamos agradecê-Lo por permitir que elas permaneçam, até que seu trabalho se complete.

v. 14 a de 9: 11; 23: 3, 8-9, 14-16. Jó sabia que ao partir desta vida, nós veremos a Deus no último dia (19: 6), mas talvez não até lá. Sem esperança imediata.

v. 14 b “Mas Deus é um Deus de julgamento e justiça. Ele está fazendo o que é justo!... Há esperança, Jó...você O verá, e a Sua justiça será completamente revelada!”

v. 15 “Mas Jó, pelo fato de você não ter aprendido tudo o que deveria das aflições, Deus continua a te visitar com elas. A despeito da grandeza de Deus, você ainda é um tanto teimoso e estúpido.

v. 16 “Portanto, Jó falou estas palavras e eu estou discutindo-as.”

- O tempo apropriado para as visitas de Deus se faz de acordo com Sua vontade. Algumas vezes ele nos visita com aflições, outras com conforto.

- Seja paciente sob a vara de Deus. Confie nEle. O Pai Celestial sabe o que é melhor. O dia do julgamento revelará Sua perfeita justiça em tudo o que foi feito. Aguarde pacientemente a vinda do Senhor (II Tess. 3: 5). Henry: É totalmente vão para nós, apelar para Deus ou nos justificar, se não procuramos entender a causa das nossas aflições, como também é vão orarmos por alívio, se não confiamos em Deus, pois todo homem que não confia em Deus não pense que receberá do Senhor alguma coisa (Tiago 1: 7).

Conclusão:

- Quando alguém apontar os nossos erros, tome isso como sendo de Deus. Considere isso como um ato de misericórdia. Receba isso calma e pacientemente. (Como é comum nos eriçar e partirmos para o ataque, apontarmos as faltas do outro, ou nossos pontos positivos, ou minimizarmos o erro!)

#50 O discurso final de Eliú

Jó 36: 1-25

Quarto e último discurso. Nenhuma citação refutada, como aconteceu anteriormente. Eliú visualiza um grande quadro: O propósito de Deus em Seus tratos com a humanidade. Ele tratou um pouco com isso no capítulo 33 (Deus nos aflige a fim de nos humilhar, ou nos manter longe do pecado e da destruição final.

Note que neste capítulo aparece três vezes a expressão “Eis que Deus”, V. 5, 22, 26, a qual aponta para Deus.

I. Introdução, v. 1-4.

v. 2 “Concluindo” – E segue-se um longo discurso (típico de um pregador! Mas há um interminável suprimento de verdades!). Note seu interesse para que a justiça de Deus seja provada, v. 3.

v. 3 – 4 Não é arrogância, mas uma firme convicção de que esta falando a verdade de Deus. “Minha contribuição é vital. Silenciar seria um crime! (Consciente de que estava sob inspiração? Compare com Paulo, etc.). A responsabilidade do pregador: “Isto precisa ser dito!”

II. As várias maneiras de Deus tratar com a humanidade, v. 5-15.

1. Deus exerce seu magnífico poder de maneira justa, v. 5-7.

v. 5 “Ele não despreza nem desdenha do humilde.”

v. 6 “Ele trata o ímpio com justiça. Ele também concede ao pobre um justo e correto tratamento.” Não faz acepção de pessoas. Equidade perfeita.

v. 7 “Como Governador Moral do Universo Ele recompensa o justo, e mantém os olhos sobre os reis que são justos. Ele está pessoalmente envolvido com os assuntos da terra.” Para alguns, isso soa igual ao que os três amigos disseram. Mas...

2. Deus tem o propósito de corrigir os homens a quem Ele aflige, v. 8-11.

Faltava esta perspectiva no discurso dos três, mas é vital para que haja um entendimento apropriado de todo o evento, de toda história humana, e da nossa própria vida e experiência.

v. 8 “Se Deus aflige o homem”...

v. 9 ...é para que enxerguem seus pecados e considerem seus caminhos..

v. 10 ...para que sejam corrigidos, disciplinados e voltem ao caminho reto.

v. 11 “Se isso ocorrer, Deus os recompensará com bênçãos e livramento das aflições.”

- Quando Deus expõe os seus pecados, Ele lhe faz um favor!

Este é o mesmo velho “evangelho da prosperidade”? Penso que não, pois ele mostra que Deus tem um propósito nas aflições, isto é: quando as aflições cumprirem o papel a que foram enviadas, então serão removidas por Deus.

Pergunta: “Mas e se Deus nunca remover as aflições?”

Resposta: Então temos que continuar a aprender com elas! Ele nos concederá paz interior para suportar a aflição, ou nos levará para o céu, onde finalmente ficaremos livres de todas as aflições.

Considere: Em nossa rejeição ao cruel evangelho da prosperidade, que mantém a utopia atual, não devemos esquecer passagens como essas: Salmo 34: 7; Efésios 6: 1-3; I Timóteo 4: 8. Com toda certeza, o lugar mais seguro do mundo, está na obediência a Deus! Henry: “A piedade é o único caminho seguro para a prosperidade e o prazer.” É evidente que qualquer coisa que Deus nos dê é para o nosso bem, tendo como objetivo final, que a prosperidade da nossa alma seja mais desejável do que a prosperidade material, e quando chegarmos ao céu, então gozaremos a plenitude dessas promessas. Não importa o quanto os santos sejam afligidos, pois eles são mais felizes do que o mais feliz dos perdidos!

3. Mas, nem sempre prestamos atenção aos propósitos de Deus revelados nas aflições, alguns não dão a devida atenção ou tiram algum proveito, mas ficam mais duros, teimosos e orgulhosos, mostrando assim toda a sua hipocrisia, v. 12-14.

Eles permanecem ignorantes. Eles colhem ira. Eles não clamam a Deus com sinceridade. Eles são julgados e são punidos com os sodomitas!

4. Resumo, v.15. OBS:Somente Deus pode abrir os ouvidos do surdo! Graça Soberana ou nada além de pessoas espiritualmente mortas, insensíveis a voz de Deus e Suas obras de graça!

- Considere as várias maneiras como as aflições atingem as pessoas:

- Salvos são santificados.

- Pecadores deixados sem desculpas

- Precisamos olhar para Cristo em nossas provações. É Benéfico. “A cruz sem Cristo nunca ajudou a nenhum homem.” Que benefício as aflições tem feito a você?

III. Como isso se aplica a Jó, v. 16-17.

Um fascinante e importante princípio, o qual é aplicado pessoal e diretamente a Jó: “Se você tivesse sido paciente em meio a estas aflições, e não murmurado, como o ímpio faz, você já teria ficado livre delas!” O prolongamento das aflições era, no caso de Jó, o resultado de um discurso inapropriado, autojustificação, e defesa excessiva. “Jó, se você se humilhar, e defender a justiça de Deus mais do que a sua, então encontrará alívio.” Ele fez isso após Deus ter lhe falado!

Não é a mesma coisa que os outros três falaram. Eles rapidamente acusaram Jó de pecados desconhecidos. Eliú, porém, somente se concentra naquilo que Jó havia dito, e em suas atitudes durante as provações do presente.

Se o propósito das aflições é nos humilhar, então Deus não as removerá até que cumpram o seu propósito. Com toda certeza, livramento virá quando estivermos preparados para isso! (Eliú não sabia quais eram os propósitos de Deus nesta ocasião, nem nós em nossa experiência! Mas, devemos caminhar humildemente com Deus, tirando proveito das provações, a despeito dos seus propósitos ocultos.)

IV. Conselho saudável, v. 18-25.

v. 18 Uma admoestação aos santos, um aviso sobre as conseqüências do pecado. “Deus pode matá-lo. E então não haverá livramento terreno ou direito de defesa (que você considera tão importante!)...

v. 19 Deus não pode ser subornado.

v. 20 Não há lugar para se esconder. Ou, a morte pode não ser uma saída tão feliz como você pensa! Jó, não há lugar para presunção. Olhe cuidadosamente para o estado da sua alma!

v. 21 Não vá pelo caminho do pecado ao invés do caminho da aflição. É melhor sofrer do que pecar!”

- Ninguém está acima deste tipo de exortação. Henry: “Este foi um conselho amigável e necessário para Jó. Mesmo os bons homens tem a necessidade de manter-se no temor da ira de Deus. `Você é um homem sábio e bom, mas cuidado com a mão de Deus, pois o melhor e mais sábio dos homens, ainda assim, é merecedor do Seu castigo.`” Jó não era um hipócrita, mas ainda assim precisava ser alertado contra a hipocrisia!

- Todo pecado tem sua raiz no coração do crente! Avisos contra a apostasia e castigo são apropriados a todos nós.

v. 22 “Deus exalta a si mesmo, e tem como propósito o ensino através das provações.” Que professor!

v. 23 Ninguém dá a Deus uma missão. Sua obra é perfeita. Não podemos impedir Suas providências.

v. 24 – 25 Todos estão assistindo, sendo assim, glorifique a Deus em suas provações! Até as gerações futuras tirarão proveito do seu exemplo!”OBS:Não importa o que aconteça, adore a Deus. Testifique da Sua justiça!

Observe:

1. Paralelo: Eclesiastes 7: 14.

2. Todos os filhos de Deus são disciplinados. Isso prova que somos filhos! Hebreus 12: 6; Salmo 94: 12-13; Apoc. 3: 19, Prova Seu amor!

3. Deus aflige os cristãos para o bem deles. Castigo vs. correção. Ilustração de um juiz com um condenado na corte vs. com seu filho em casa: ambos recebem tratamento similar, mas com diferentes objetivos em vista!... Ele é justo nos dois casos!

Deus é justo, reto e correto em tudo o que faz!

OBS:Você tem tirado proveito das suas aflições? Tem aprendido sobre paciência, submissão, dependência e humildade? Você o está adorando? Orando? Sendo refinado?

4. Tenha bom ânimo. Calvino (referindo-se a I Cor. 11: 32): Portanto, devemos ter bom ânimo em meio as nossas provações, sabendo que Deus tem um propósito na nossa salvação, e faz o mesmo ao mostrar-se duro conosco. Pois, se quisermos que Ele sempre seja um Pai amoroso, tratando-nos sempre com brandura, iremos abusar da Sua bondade continuamente, forçando-O a nos mostrar Seu descontentamento, caso contrário, pereceríamos. Isto é o que de fato Eliú desejava dizer.”

#51 Jó 36: 26 - 37: 13

Eliú abordou dois pontos principais até aqui. (1) Deus é absolutamente soberano sobre tudo e todos. (2) Deus exerce Sua soberania de maneira sabia e bondosa. Ele tem proposto através das aflições que permite: propósitos de graça, assim como propósitos de julgamento. O sofrimento humano pode ter um propósito criativo, assim como um destrutivo. Como a dor do parto é rapidamente esquecida por causa do seu resultado! (Mas não é assim com a dor causada por pedras nos rins!)

Agora Eliú inicia a parte final do seu discurso, focado na grandeza de Deus nas coisas comuns, especialmente no clima e na atmosfera. Veremos Deus mesmo abordando temas similares.

Por que toda esta ênfase na criação, criaturas e Criador? Porque isso nos ajuda a manter a perspectiva correta de todas as coisas (que possamos ver isso ou não).

Note como as três divisões que se seguem começam com uma declaração sobre a nossa incapacidade de compreendermos a Deus, 26, 29, 37: 5. OBS:Não conseguimos compreender muitas coisas a respeito de Deus! (Fato que deveríamos estar conscientes!)

v. 26 Deus é grande (comp. V.5 e 22). Ele é eterno. Criaturas limitadas ao tempo não deveriam esperar compreender totalmente a Ele e as Suas obras. Henry: “Sabemos que Ele existe, mas não o que Ele é. Sabemos o que Ele não é, mas não o que Ele é. O conhecemos em parte, mas não perfeitamente.... Não compreendemos sua existência, pois Ele é infinito.” Portanto, não temos o direito de achar que Ele está errado, questionando Sua sabedoria. Ele está fora do nosso alcance! OBS:Tudo o que podemos fazer e nos submeter e confiar.

I. O ciclo da água, ou o que os cientistas chamam de ciclo hidrológico, v. 27-28

A benção da Chuva! Uma verdadeira maravilha. Deus suspende pequenas moléculas acima da terra, desafiando a gravidade (via corrente de ventos) até que formem largas gotas e caiam sobre a terra, beneficiando assim a humanidade. ....conforme o vapor sobe! Oh, o que a sabedoria Divina fez!

II. Trovoadas, 29 – 37: 4

v. 29 nuvens e trovões

v. 30 raios (tão brilhantes que iluminam até as profundezas escuras do oceano)

v. 31 dilúvio? Ambos os fins são mencionados: julgamento e provisão. OBS:Nossa vida é sustentada num delicado balanço: Muita chuva = dilúvio. Pouca chuva = seca, fome. Uma linha muito fina de misericórdia sustenta o nosso mundo.

v. 32 escuridão, semelhante à noite, provocada por uma severa tempestade. Não podemos controlar a luz do sol! (Temos um senso muito artificial de segurança em nossas casas bem construídas!)

v. 33 Trovões nos avisam que a tempestade está prestes a chegar. Vapor (ou condições atmosféricas) de alguma maneira alerta o gado (rebanhos, criação animal), que sai em busca de abrigo. Havia uma tempestade se aproximando? Talvez. Deus falou através de um redemoinho, 38: 1. Eliú levou tudo isso muito a sério, 37: 1-2. “Isso faz meu coração disparar neste exato momento! Jó, você deveria ouvir isso!” OBS:Não deveríamos falar de Deus e de Suas obras de maneira fria e superficial. Precisamos sentir a mensagem que pregamos! Não um mero exercício acadêmico. Uma fria profissão de fé (um ministério amaldiçoado!). Você não pode afetar a outros se não foi profundamente afetado em si mesmo. Você é movido lá no seu íntimo? Então, mova a outros.

v. 3 Deus envia as tempestades para onde desejar.

v. 4 Trovões é a Sua voz! Quando você ouvi-los, saiba que a chuva e o vento estão chegando.

VII. Geada, gelo e neve, 5-13

Mais exemplos sobre a nossa incapacidade de compreendermos a Deus:

v. 6 Deus determina se teremos neve, orvalho ou enchente. Que poder! Sua palavra é a Sua obra, falar e fazer são uma coisa só para Ele!

v. 7 Em tempos de “inclemente” (ausência de misericórdia) clima, o homem tem abreviar o seu trabalho e buscar abrigo para se proteger. No inverno, e quando tudo está congelado, o homem fica de mãos atadas. Deus tem um propósito nisso! Que conheçamos as suas obras!

- Tire proveito das ocasiões mais comuns. Pergunte: “O que posso aprender a respeito de Deus nesta situação?” Busque compreender pelo menos alguma coisa dAquele que é incompreensível!

- Quando não pudermos trabalhar, deveríamos meditar.

v. 8 Assim como os animais, busque abrigo.

v. 9 Ventos carregados de frio ou de calor saem ao Seu comando.

v. 10 Se o trovão é a Sua voz, a geada é o seu sopro. Ele faz com que largas quantidades de água se congelem.

v. 11 Ele esvazia as nuvens e as desfaz.

v. 12 Deus está no controle total dessas coisas! Ele está intimamente envolvido em governar o dia a dia deste mundo, dos planetas e do universo. OBS:Se maravilhe disso. Fique em paz em tudo o que Ele faz.

v. 13 Ele tem propósitos nas variações do clima. (1) Correção. Pense a respeito de Moisés que tremeu e temeu diante do Sinai. (2) Para manutenção da terra. (3) Misericórdia para com os homens ao lhe dar colheitas, comida e água.

Observe:

v. 1 Mantenha pensamentos sublimes sobre Deus. Aprenda com a criação. Contemple seu poder inescrutável na tempestade. (Falamos freqüentemente a respeito do tempo, mas raramente a respeito de Deus, que dirige todas as coisas, e é servido por elas.)

v. 2 Deus, como Criador, tem o direito de fazer o que quiser com a Sua criação. Se quisermos que Ele mude, e se adapte a nós, estaremos pedindo a Ele que abandone Sua deidade.

v. 3 Se nos submetemos a Deus nas mudanças climáticas, e tiramos proveito disso, por que não fazemos o mesmo quando as circunstâncias das nossas vidas mudam?!

Conclusão de Eliú

#52 Jó 37: 14-24

Nesta última porção do seu último discurso, Eliú aponta para criação como um testemunho de que não compreendemos Deus, o Criador, assim como não compreendemos Sua inescrutável sabedoria e propósito na criação ou na natureza. O ponto é óbvio: Se não entendemos o que Deus faz nas tempestades e trovoadas, será que seremos capazes de entender Seus propósitos nas aflições desta vida?

(Lembre-se que talvez uma tempestade real estivesse por vir, enquanto Deus se aproximava.)

Nestes versos Eliú conclui seu discurso e faz suas “considerações finais”.

I. “Não entendemos muitas coisas sobre a criação.” V. 14-18

v. 14 Outro apelo para ser ouvido! “Pare e pense! Não fique satisfeito com o alcance do seu conhecimento no presente. OBS:Sempre há mais para aprendermos e aplicarmos. As maravilhas de Deus, ex: criação. Série de perguntas:

v. 15 “Você sabe como Deus coordena todas as coisas que você observa nos céus e no clima? Você entende a maravilha que é o raio?”

v. 16 “Você sabe como Deus forma e guia as nuvens?...e as suspende na atmosfera?”

v. 17 “Você sabe como ocorre a mudança das estações?...na primavera sopra o vento quente, e as roupas que você veste o mantém rapidamente aquecido no inverno!”

v. 18 “Você ajuda Deus a sustentar o céu, que é o firmamento do seu poder (Salmo 150: 1), espalhando um claro e colorido por do sol? Ele precisa de alguma ajuda?”

Note: Deus é perfeito em conhecimento (v. 16) e em todas essas coisas. Não sabemos como Ele faz tudo isso. Nem podemos fazer uma réplica delas. Nós simplesmente nos maravilhamos com a Sua infinita sabedoria manifestada através delas. Salmo 19: 1-2.

- Devido a perfeição do conhecimento de Deus, deveríamos admitir nossa incompetência em fazer qualquer julgamento a Seu respeito. Não temos o direito de corrigi-Lo ou desafiá-Lo em qualquer coisa que faça. Não sabemos o que Ele está fazendo no reino natural, nem no espiritual. Porém, Ele certamente está trabalhando em ambos os reinos, e Ele sabe o que está fazendo! (Uma confortante, calma e apaziguadora verdade! Tire proveito disso!)

II. “Portanto, não deveríamos ser apressados ao falar.” V. 19-20

v. 19 “Jó, todos nós estamos em trevas a respeito de muitas coisas sobre Deus...digo isso, a menos que você possa nos iluminar! Todos nós deveríamos admitir nossa ignorância!”

- Algumas coisas nós deveríamos estar contentes em não saber. Deixe isso com Deus. (Sem desculpas pela preguiça mental ou falta de estudo. Mas, todos nós temos muito que aprender, e sempre estaremos aprendendo!)

- Algumas vezes deveríamos nos calar e não dizer absolutamente nada!

v. 20 “Não pense que o meu discurso acrescenta alguma coisa a Deus. Ele não está aprendendo nada por meu intermédio! Pois, se eu tivesse a ousadia de tentar instruir, contender, ou impedir as providências de Deus, Ele poderia justamente me destruir num piscar de olhos! Eu estaria me colocando no lugar de tolo.” Ainda que isso fora o que Jó repetidamente pediu, ou seja, uma audiência com Deus para arejar suas queixas: 13: 3; 16: 21; 23: 3-7. OBS:Uma consciência limpa pode facilmente superestimar a si mesmo! Cuidado com a autoconfiança na autodefesa.

III. “Mas Deus tem propósitos em todas as coisas.” V. 21-22

v. 21 Agora, enquanto o redemoinho se aproxima (38: 1). Deus está se aproximando. Ele habita nas trevas espessas (I Reis 8: 12). Fez das trevas o seu lugar oculto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as nuvens dos céus.(Salmo 18: 11). As trevas são o véu da Sua infinita glória, que de outro modo cegariam os nossos olhos, como fez com Paulo na estrada de Damasco. Ainda que Ele mostre um pouco da Sua glória.

v. 22 Deus vem do norte, Deus apareceu numa brilhante glória, semelhante ao ouro, dos lados do norte, Sua habitação (Salmo 48: 2 etc.). Eliú está completamente tomado pela compreensão da majestade de Deus, como Moisés no Sinai! (O impacto que Eliú tivera, Jó não teve, mas Deus mesmo o faria sentir.)

IV. “A conclusão de tudo: Temor a Deus.” V. 23-24

Como se Eliú quisesse acrescentar alguma coisa antes que Deus começasse a falar. Resumo do seu discurso: “Novamente, Deus é grande! Incompreensível. Excelente em Seus atributos. Todavia, Ele é bom; Ele não aflige desnecessariamente. Os três amigos: “Deus está além de nós, mas está irado com você.”

Eliú: “Deus está além de nós, mas é bom para com você.” Ele não aflige de boa vontade (como em Lam. 3: 33). Ele não está afligindo você para se divertir, Ele não é cruel nem opressivo.

v. 24 “Nossa única resposta a Ele deveria ser um paciente, submisso, humilde e amoroso temor. Ele não honrará o orgulhoso, o sábio aos seus próprios olhos, que discorda da Sua palavra e O desafia. Como Eclesiastes 12: 13-14. O que mais Salomão ou Eliú poderiam dizer?!

Observe:

1. Faça das obras ordinárias de Deus, as quais temos a tendência de nos acostumarmos com elas, como um motivo de adorá-Lo, v. 16 doxologia. Até mesmo o calor do corpo, v.17! Seja um estudante da natureza, pois criação é uma escola para nossa instrução. Contemple o Criador!

2. Ignorância a respeito de Deus é um dos nossos grandes obstáculos e tendência. Busque conhecê-Lo.

3. Não sabemos por que Deus faz muitas coisas. Mas, não precisamos saber! Seus pensamentos vs. os nossos (Isaías 55: 8-9; João 13: 7). Nós simplesmente devemos nos submeter humilde e alegremente, confiando, temendo e obedecendo a Ele. Espera em Deus (Salmo 42).

4. Se Deus tem um propósito em cada gota de chuva que cai, é certo que Ele tem um propósito em cada provação que permite aos Seus filhos!

5. O objetivo final de Deus, é que o temamos, v. 24. Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante dele. (Ecles. 3: 14) – Não com um temor escravizador, mas com um amoroso temor. Fique maravilhado, incline-se em reverência, admire e adore, louve e sirva. Cada provação, aflição, dor e calamidade deve nos levar na direção em que venhamos a tirar proveito delas.

#53 Deus Fala

Jó 38

A grande reviravolta nos discursos! Todos concordam que esta é a porção mais sublime do livro (Ex: a maior, mais bonita e tremendamente inspiradora). Imagine a cena do v. 1: O solitário, doente e franzino Jó, sentado sobre cinzas, coçando-se com um caco te barro, cercado de miseráveis confortadores, que agora permaneciam em silencio, e na presença de um que o colocara em silencio (Eliú), com uma grande tempestade a caminho...nuvens escuras, redemoinhos...

Finalmente Deus falou! OBS:Deus tem sempre a última palavra! Ai daqueles que pensam que podem debater com Ele!

Eliú tinha preparado o caminho para que Deus falasse. OBS:Este é o dever do ministro. Compare com João, o Batista, que preparou o caminho do Senhor.

- Devemos prestar atenção nos ministros de Deus que fielmente pregam Sua Palavra.

- Se não aprendemos com os ministros de Deus, então Ele poderá nos ensinar de outra maneira, como através de um redemoinho, por exemplo! Ele sabe como obter nossa atenção, produzir arrependimento. Um chamado específico, mesmo depois da nossa conversão, na vida Cristã.

Dois discursos principais, com respostas de Jó após cada um deles (40: 3-5; 42: 1-6)

I. Introdução. V.1

Depois disto o SENHOR, somente uma vez, nos discursos anteriores, este nome JEOVÁ, EU SOU, é utilizado (12: 9. E nenhum dos seus amigos se dirigiu diretamente a Deus). Este nome indica a Sua autoexistência, imutabilidade e fidelidade. Este nome, por si mesmo, deveria trazer conforto e ajuda para Jó, como também para nós.

Respondeu a Jó, que misericórdia da parte de Deus em descer para falar com Jó! O silencio de Deus é mais terrível! Melhor ouvir uma repreensão da parte de Deus do que não ouvi-lo. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te (Apoc. 3: 19).

De um redemoinho, Se Jó houvesse respondido anteriormente da mesma maneira que respondeu a Eliú, talvez Deus não precisasse falar! OBS:Mas, somente Deus pode convencer e converter.

- Em tempos de providências extraordinárias e incomuns, dê atenção especial à voz de Deus. “Senhor, que queres que eu faça?”

- O que aparenta ser um sinal de ira, para destruir e ameaçar, pode ser um meio pelo qual Deus mostra a sua misericórdia. Uma tempestade é uma grande benção, se Deus estiver falando conosco através dela.

II. Pergunta inicial, v.2.

Quem é este, como se perguntando: “Quem é você? Quem você pensa que é Jó? Ele se dirige a Jó, e não a Eliú, como alguns supõem, v.1.

Escurece o conselho...Como Eliú já havia registrado, Jó tinha ido “longe demais” em alguns dos seus discursos. Ele falou precipitadamente, sem pensar direito, e foi ignorante ao questionar os propósitos e a bondade de Deus para com ele.

- Deus é um Deus de conselho, ex: propósito ou conselho, sabedoria e pré-conhecimento. Mas, isto é um segredo Seu, a menos que seja do agrado dEle revelar a nós. Somos limitados, nossa capacidade tem limites. Mas, Ele é ilimitado e infinito. Um Deus de profundos e ocultos propósitos.

- Deveríamos tratar com muita cautela os segredos de Deus, não ofuscando, obscurecendo, ocultando, ou confundindo, a fim de não causarmos mais mal do que bem! Sempre mencione o Seu nome com reverência, temor e humildade, tratando os assuntos referentes ao Seu designo e propósitos com “prudente e especial cuidado”

- Silencio é melhor do que palavras sem conhecimento. Quantas palavras sem conhecimento são proferidas em discussões teológicas! (Henry diz que os debates a respeito do Lapsarianismo (Eleição) fazem parte desta categoria). Quaisquer palavras sobre Deus que não esteja em conformidade com Sua revelação escrita, são palavras sem conhecimento.

- Nunca devemos interpretar a providência de forma contrária ao caráter de Deus. Nunca duvide da bondade de Deus para com os Seus eleitos!

Note que Deus reprova Jó, não pela sua vida anterior (como fizeram os três), mas por suas palavras no presente. Este assunto foi levantado somente após o capítulo 3.

Note que Deus não acusa Jó de impiedade (era o que Satanás queria), mas de ignorância. OBS:Devemos ter discernimento, tendo cuidado para não acusar falsamente alguém de impiedade, quando o problema pode ser simplesmente de ignorância.

III. Deus desafia Jó, v. 3.

Cinge os teus lombos = preparação para uma ação extenuante. “Jó, prepare-se! Estou lhe dando aquilo que você pediu. Mas, isso será muito difícil para você!”

Como homem = “Quem é você? Você é apenas um homem...um homem que ousou me questionar (em certos aspectos)!”

“Eu farei as perguntas, e você me dará as respostas. (Se você não quer responder a Eliú, então responda a mim. Jó, você não pode ficar em silencio comigo!)”

Isto é o que Jó havia desejado, comparecer um dia diante do tribunal de Deus. Cap. 13: 22; 23: 3-4; 31: 35. Ele tinha a confiança que seria declarado inocente. Mas, veja só, ele logo se declara culpado, 42: 3! (Outra prova de que Deus está falando com Jó, não com Eliú).

- Cuidado com aquilo que você pede para Deus!

- Cuidado com a autoconfiança, para não perder a perspectiva de que em última instância, somos pecadores diante de Deus. Todos devemos ser humildes diante dEle.

- Cuidado para não sentenciar a Deus! Confiança vs. presunção.

Observe:

1. Embora sendo perfeito e reto, Jó ainda necessitava ser mais humilde, quanto mais nós!? Portanto, espere que Deus venha a interferir em sua vida, interromper, etc.

2. Melhor cingir os lombos para trabalhar para Deus, do que debater com Ele! Melhor contender por Ele, do que com Ele.

3. O Jó que surgirá após isso, será um Jó mais humilde e santo. Por isso, Deus fez mais do que mostrar a tolice do propósito de Satanás. O ataque de Satanás, inconscientemente, se tornou uma ocasião para uma maior santificação! Green p. 140. Admiremos os caminhos de Deus!!

#54 “Onde estavas tu?”

Jó 38: 4-11

Deus pede respostas à Jó, v. 3.

Observações Gerais:

1. Henry Morris contou 77 perguntas! As respostas de Jó demonstram que Ele entendeu a mensagem em alto e bom som.

2. Em ambos os discursos nós vemos Deus fazendo uma “Análise Científica”. Aqui há boas sugestões para pesquisas. Realmente, algumas questões foram em grande medida respondidas, enquanto outras permanecem virtualmente sem respostas.

3. Esperávamos que Deus respondesse as perguntas de Jó sobre suas provações. Ao invés disso, Ele faz uma análise científica! (o que para muitos parece irrelevante, mas está longe disso). Deus não fica na defensiva. Deus não precisa se defender a si mesmo... explicar as razões do seu governo, providências. (Antes, Deus parece zombar de Jó com estas perguntas. “Onde estavas tu?”) É para o benefício de Jó, não o seu próprio, que Deus fala.

4. Qual era o propósito desta análise científica? É claro que isso era para o benefício de Jó, para torná-lo mais humilde, pois este foi o seu efeito. Mas, como foi que isso tornou Jó mais humilde? Alguns dizem que isso foi tremendamente avassalador para Jó, desfazendo-o completamente. Porém, Green assinala que foi mais por Deus demonstrar Sua bondade na criação. Jó havia questionado a bondade de Deus. (Ele admitiu sua confusão, agitação). E aqui Deus abundantemente prova Sua bondade sobre toda a criação.

A mensagem de Deus não foi meramente: “Eu sou o Todo-Poderoso. Você não tem outra escolha, exceto submeter-se.” Nem, “Minha sabedoria e mistérios estão muito além do que você poderia alcançar”... embora isso tudo seja verdade! Nem, “Nenhum conhecimento mais profundo pode ser alcançado. Você terá que aguardar até chegar ao céu para obter uma resposta”.

Não, há uma solução aqui para Jó. O poder e sabedoria de Deus, associados a Sua bondade, brilha através destes discursos. Jó começa a aprender mais sobre o caráter total de Deus, 42: 5. Especialmente, sobre sua compaixão e misericórdia, Tiago 5: 11. Há verdadeiramente uma face sorridente por detrás da franzida providência! Um Deus de propósitos... propósitos de graça.

Uma harmonia de poder, sabedoria e bondade. Green: “Deus é igualmente amoroso e gracioso, quando permite as aflições, e também quando nos faz prosperar em abundância. É muito bom quando Deus faz isso, é uma das melhores coisas que poderia acontecer.”

II. Criação, v. 4-7

Deus fala em termos familiares aos construtores, medindo os fundamentos e marcando com barbante, v. 4-5. Fundamento; bases, v. 6. Aqui não há dúvidas de que se trata do primeiro dia da criação.

v. 7 Os anjos cantando e jubilando, maravilhados e louvando a Deus pela Sua criação. Eles também, muito provavelmente, foram criados no primeiro dia. A conexão entre os anjos e as estrelas. Ambos são chamados de “exército do céu” nas Escrituras. Talvez, como a terra foi dada ao homem para habitar, assim as estrelas foram dadas aos anjos como residência. Porém, as estrelas só foram criadas no quarto dia. Até aquele dia, penso que os anjos eram uma fonte temporária de luz. Seja como for, imagine o quanto eles se regozijaram ao testemunhar tudo isso. Tudo era bom! Deus assinala: “Jó, onde você estava? Fale-me, se você pode responder”, v. 4. “Até mesmo os anjos não entenderam. Eles estavam assombrados. E você deveria estar muito mais!” [OBS:Se os anjos, uma raça melhor, adoram e louvam, façamos o mesmo!] “Jó, você é tão experimentado em tantas coisas.... você deve ser capaz de responder a este quebra-cabeça!”

III. Os oceanos, v. 8-11.

Talvez seja uma descrição do terceiro dia da criação. Da massa de água a terra seca.

v. 8 Como a construção de uma barragem.

v. 9 Atmosfera que dividiu o dossel (faixa ou cobertura de vapor) de águas acima (que posteriormente caiu sobre a terra no dilúvio) das águas abaixo.

Talvez isso descreva o dilúvio. Morris argumenta bem sobre isso.

v. 8 O rompimento das águas do grande abismo.

v. 9 Quarenta dias de trevas, enquanto o dossel de águas se condensava e caía.

v. 10 Mudanças topográficas na terra após o dilúvio, criando grandes bacias para acomodar todas as “novas” águas.

v. 11 A aliança de Deus com Noé, não mais destruir a terra com dilúvio.

O ponto de Deus: “Jó, Quem fez isso tudo? Quem mantém os oceanos em seus lugares? Este é um dos Meus atos de bondade para com a terra e os homens.” Além disso, Se Deus não nos consultou na criação, controlou o dilúvio, por que pensaríamos que Ele agora necessitaria dos nossos palpites em Seu governo?!

Observe:

1. Satanás mesmo um dia adorou a Deus como Criador! (v. 7). Deus está fazendo aqui uma declaração para Satanás (assim como para Jó), colocando-o em seu lugar de criatura, e fazendo-o lembrar de onde ele havia caído? Uma nota de vitória.

2. Por que tanta ênfase na criação? Porque ela é um motivo de alegre e triunfante celebração para as criaturas racionais. Compare os Salmos. Que sabedoria, poder e bondade! Calvino, após falar a respeito de quão pequenas são as maiores obras feitas pelos homens, concluiu: “O que devemos fazer então, exceto somente adorar ao nosso Deus, confessando pessoalmente que não chegamos nem perto da Sua imensa grandeza, e nem da Sua tão incompreensível sabedoria? Na verdade, este é um bom motivo para andarmos em humildade e temor, quando começamos a considerar as maravilhosas obras de Deus, as quais, em todos os lugares, mostram-se a si mesmo em perfeita ordem com a natureza.”

Porque isso coloca todas as coisas numa perspectiva correta! Como em João1: 1, a eternidade de Deus; também em Atos 14: 15- (Listra); Atos 17: 24-29 - moldura para o evangelho; Romanos 1: 25 - problema de inverter esta ordem. Em Cristo está a nova criação! – II Coríntios 5: 17.

3. O fato é que Jó não estava lá, nem mesmo Adão, pois foi criado no sexto dia! Já que nenhum de nós estava lá, deveríamos crer no testemunho do Único que estava; O Deus Triúno!

Os cientistas materialistas dependem do princípio do uniformetarianismo, o qual assume que presente é a chave para o passado. (Observação, experiências, hipóteses). Previsibilidade, estabilidade, mudança lenta. “Todas as coisas continuam em um ritmo constante de desenvolvimento e mudança.” Como em II Pedro 3: 4. Mas, eles não tem resposta para a origem das coisas. O big bang deles nega a própria premissa do uniformetarianismo - mudança cataclísmica do nada para alguma coisa! (E adicionar bilhões de anos não trás ganho nenhum a eles. O mesmo problema continua.)

Deus tem dado um duplo testemunho para todos verem: 1. A Criação (a própria existência do grande universo e tudo nele). 2. O Dilúvio (evidenciado pelas características geológicas de toda a terra, as quais não tem outra explicação) Pedro coloca isso como: prova do juízo vindouro. Somente a bondade divina é o que impede que isso ocorra agora... bondade que deveria levá-lo ao arrependimento.

Estas perguntas de Deus para Jó continuam sendo relevantes ainda hoje! Agradeça a Deus pelas respostas!

#55 Jó 38: 12-38

Satanás havia tocado em Jó (com a permissão de Deus) tanto de forma temporal/externa como espiritual (através dos 3 amigos). Deus restaura Jó em ambas as áreas, porém em ordem inversa.

Primeiro Ele dá a Jó conselhos espirituais, depois restaura suas riquezas e família.

Nestes conselhos espirituais, Deus continua a fazer mais perguntas para Jó na área do “conhecimento científico”. (Tendo perguntado a respeito dos fenômenos passados, Ele agora se reporta ao presente.) Estas perguntas deveriam ser respondidas por Jó (v. 3); elas iriam ensiná-lo humildade, e também se tratava de um assunto de “conhecimento científico”.

I. A luz da manhã, v. 12-15

“Jó, você já criou um único dia sequer? Você já fez com que o sol surgisse pelo menos uma vez? (Eu tenho feito isso dia após dia!). O sol surge e faz a terra aparecer, se revelar (v. 14a), as plantas e árvores se espalham com beleza, como trajes finos sobre a terra, pelas muitas estampas produzidas pela sua luz (v. 14b)”.

II. As trevas do mar e da terra, v. 16-21

v. 16 Oceanos – suprido a partir de fontes subterrâneas, não vistas a olho nu, até recentes descobertas. Profundo do abismo = mananciais profundos... quilômetros!

v. 17 A morte é um mistério em si mesmo, assim como as profundezas sob a superfície da terra (onde corpos são enterrados) permanecem sendo um mistério.

v. 18 Dimensões da terra, mais compreensível para nós do que para Jó.

v. 19 – 21 Conseguir produzir luz suficiente nas profundezas do mar, ou em uma mina de carvão, é ainda um desafio para o homem! A luz do sol continua sendo algo espantoso para nós (e nos aponta para o Criador), como fez o Salmista, 19: 4-6.

v. 21 Ainda hoje, ficamos maravilhados, como as estrelas que estão tão distantes de nós, e ainda assim podem ser vistas. Confirmando a tenra idade da terra! Idade aparente da criação. Não, Jó não era nascido quando as estrelas pela primeira vez começaram a emitir luz!

III. Os céus de perto e de longe, v. 22-38.

v. 22 – 23 Neve e granizo ainda permanecem sendo um mistério! Todos os seis lados de cada floco de neve. Deus os entesoura como um arsenal de guerra a ser utilizado contra os seus inimigos, como no Egito (Êxodo 9), na conquista de Canaã (Josué 10), talvez na batalha de Débora e Baraque (Judas 5: 20), e é mencionado em Apocalipse 16: 21 como um julgamento. O exército de Napoleão não pode resistir ao rigoroso inverno Russo em 1812, nem o exército de Hitler em 1943.

v. 24 “Você pode explicar as propriedades da luz, como ela se dispersa a partir de uma fonte para todos os lugares, enquanto a luz da manhã ilumina toda a face da terra?” (Ou, a separação da luz por um prisma em um espectro de cores?) Qual a conexão com o vento oriental? Não sabemos até hoje!

v. 25 – 28 Deus guia a formação de chuvas no céu, o seu curso através dos rios na terra, e o ziguezague dos relâmpagos (os quais parecem ser casuais para nós). Henry: “Aqueles que temem a Deus, não deveriam ter medo de relâmpagos ou trovões, pois não são “balas perdidas”, mas seguem o caminho que Deus determina, não tendo como intenção, feri-los. “Até mesmo uma gota de orvalho se forma ao meu comando.”

v. 29 – 30 Há mais referências a neve, gelo e frio no livro de Jó, do que em qualquer outro livro da Bíblia. A precipitação personificada, como que possuindo um pai, sendo gerada (v. 28), nascendo, sendo concebida (v. 29).

v. 30 Lagos congelados, e talvez geleiras.

v. 31 – 33 Constelações:

Plêiades: Sete estrelas (melhor vistas através de um telescópio). Todas agrupadas, através da gravidade (diz Morris; diferente das estrelas da constelação de Órion). Cadeias, literalmente bandas, Doces influências. (Ou associado com a primavera, uma doce e feliz estação. Compare com Gênesis 1: 14.)

Órion: Inverno; forte, vestido para a batalha; três estrelas no seu cinturão.

Constelações: 12 sinais para os doze meses do ano; zodíaco (círculo de animais). Isaías 40: 26

Ursa maior: A Ursa Maior é uma das constelações que mais facilmente se identifica no céu. Tem forma de uma caçarola, embora alguns povos antigos a identificassem como uma caravana no horizonte, bois atrelados, uma concha e mesmo um homem sem uma perna. O par de estrelas Merak e Dubhe formam as chamadas «Guardas», muito úteis para se localizar a Estrela Polar. Curiosamente, existem duas estrelas (Mizar e Alcor) que se confundem com uma apenas, mas um bom observador consegue distingui-las a olho nu. Sua estrela alfa é Dube, o grande Urso; Merak, o lombo da Ursa, é sua beta e Phekda, a coxa da Ursa, é sua estrela gama. Completando as quatro mais proeminentes está Megrez, a raiz da cauda da Ursa.

Seus filhos: Ursa menor, que inclui a Estrela Polar ou Estrela Norte, importante na navegação. “Você pode guiar a estrela guia?!

v. 33 Tempos e estações; influência da lua sobre as marés, etc. Antiguidade das constelações! Salmo 147: 4 – Deus chama todas elas por nome! Ele fez as estrelas e seus grupos. (Será que a astrologia perverteu a mensagem original das estrelas pretendida por Deus através delas?)

v. 34 “Você não pode controlar a chuva!”

v. 35 “Nem os raios. Eles não dizem: “estou ao seu serviço!”

v. 37 Deus conta as nuvens (!) e as gotas de chuva.

v. 38 Ele refresca a terra seca com a chuva, fazendo as rachaduras desaparecerem.

v. 36 Resumo: Sabedoria e entendimento vem de Deus. Quão pouco sabemos, e o que sabemos, foi concedido por Deus.

O ponto:

“Jó, você é ignorante e fraco, e Eu sábio e poderoso. Você não tem o direito de questionar a MINHA administração em todas estas coisas. Se você não pode controlar a luz do dia, como você ousa tentar me controlar!?” Henry: “Deveríamos tentar ser mais sábios do que Deus, quando toda sabedoria que temos nos foi concedida por Ele?” Porém, há mais:

“Jó, em todas as minhas providências, Eu sou bom!” Deus está simplesmente diminuindo Jó. Ele o está humilhando por questionar Sua bondade. (Tiago 5: 11 novamente.)

Note:

v. 13 A luz do dia evita que os homens maus cometam mais crimes.

v. 15 Eles suspiram pelas trevas, mas a luz do dia é como um braço quebrado para eles! OBS:Cada nascer do sol é um impedimento para o mal! Deus é muito melhor para nós do que imaginamos.

v. 16 Nunca mais haverá um dilúvio global, agradeça a Deus pelas passagens subterrâneas.

v. 17 “Estou sustentando a sua vida, Jó!”

v. 18 “Eu controlo a terra seca e plenitude dela, na qual o homem vive e trabalha.”

v. 26 – 27 “Eu controlo a quantidade de umidade de partes da terra que sequer são habitadas pelos homens. Você nem se preocupa com estes lugares, mas Eu sim! Eu sou bondoso com a vida animal, e até mesmo com a vida das plantas!”

v. 32 “Eu forneço a luz para orientação dos que viajam por terra e por mar.”

Resumo: Deus governa e controla todas as coisas! Romanos 8: 28

- Seja humilde em sua ignorância! O que sabemos é nada comparado com aquilo que não sabemos.

- Maravilhe-se com a demonstração de bondade, da parte de Deus, através da criação! Não reclame do clima! Deus está controlando tudo.

- E muito mais, maravilhe-se da Sua bondade na redenção. Na criação, Ele fez tudo a partir do nada. Na redenção, Ele fez algo com aquilo que era pior do que o nada!

- Procure fazer uma aplicação espiritual do que lê: ex: v. 24 com João 3: 8. O mistério do trabalho do Espírito Santo.

#56 A vida animal

Jó 38: 39 – 39: 18

Mais uma análise de cunho científico da parte de Deus. Agora utilizando os animais. Treze são mencionados em ambos os discursos, alguns mais detalhadamente.

Propósito da análise: Demonstrar à Jó a sabedoria, poder e bondade de Deus. Várias perguntas, porém não com o objetivo de obter respostas, mas conduzir Jó a: humilhação, arrependimento, confissão e adoração.

Estas perguntas não deveriam ser tediosas para nós. (1) Elas são fascinantes do ponto de vista científico. Apesar de tudo, Deus nos mandou sujeitar e dominar a terra, que devemos começar com o conhecimento dela. (2) Elas refletem algo sobre o caráter de Deus. Portanto, vamos considerar os animais!

1. Leão, v. 39-40.

“Rei dos animais”. Não caçamos para eles!

1) Não precisamos, pois eles caçam para si mesmos.

2) Não ousaríamos, pois ao invés de comerem a presa que lhes trouxermos, eles nos comeriam!

Os leõezinhos são alimentados por Deus. Salmo 104: 21 - Os leõezinhos bramam pela presa, e de Deus buscam o seu sustento. Porém, Deus cuida muito mais do seu povo, Salmo 34: 10 - Os filhos dos leões necessitam e sofrem fome, mas àqueles que buscam ao SENHOR bem nenhum faltará.

2. Corvo, v. 41.

Deus alimenta os corvos! Deus interpreta seus gritos como “orações” dirigidas a Ele em prol do seu sustento! (OBS:Que isso nos encoraje a orar, não importando quão fracas sejam nossas orações!) Eles andam e vagueiam, sacudindo as asas em suas “orações” (OBS:assim deveríamos colocar os pés em nossas orações).

Deus é bom para eles.

OBS:Vemos a mesma declaração no N.T.: Considerai os corvos, que nem semeiam, nem segam, nem têm despensa nem celeiro, e Deus os alimenta; quanto mais valeis vós do que as aves? (Lucas 12: 24). Confie em Deus!

III-IV. Cabras montesas, Corsa, 39: 1-4.

Cabras das montanhas, cervas. Em especial, quanto a sua reprodução,

Ciclo de vida desde o nascimento até a idade adulta. Lutando para nascer.

Henry: “Este fato deveria servir de conforto para as mulheres, quando em trabalho de parto, pois se Deus ajuda até mesmo as corsas quando do nascimento dos seus filhotes, não ajudaria e socorreria aquelas que têm uma aliança com Ele, ao darem a luz aos seus filhos?”

A bondade de Deus em estar presente no seu nascimento, provendo alimento (v. 4).

V. Jumento selvagem, v. 5-8.

Barnes: “Não é muito fácil para nós entendermos estas alusões, pois temos uma visão proverbial do jumento como sendo um animal estúpido, teimoso, obstinado, e que empaca à toa. Porém, não era esta a visão de antigamente, pois eles são mencionados como se distinguindo por sua velocidade, espírito selvagem e insubordinado.”

Como se Deus dissesse: “Jó, você é quem o fez selvagem? Você pode domá-lo? (v. 5). Eu sou Aquele que o criou para viver em seu habitat natural (v. 6-8).”

- Se não somos capazes de governar este tipo de animal selvagem, não seria uma grande pretensão tentar governar a Deus?

VI. Boi selvagem, v. 9-12.

Provavelmente um tipo de boi selvagem ou o búfalo, agora extinto: um animal muito largo, com mais de 1,8 metros de largura entre os ombros! Ele era forte, com chifres e selvagem... indomável, impossível de ser utilizado no trabalho rural.

“Jó, você não pode fazer com que o boi selvagem o sirva, ou faça a sua vontade, sendo assim, você pensa que pode fazer isso com Aquele que é o seu Criador?!”

VII. Avestruz, v. 13-18.

Muitos estudiosos pensam se tratar da cegonha aqui (ver margem), em contraste com o avestruz. A cegonha é bem conhecida pelo espírito materno e familiar.

Não é um fazedor de ninhos, mas esconde seus filhotes na terra, sem se preocupar se serão pisoteados. Algumas vezes um avestruz “estranho” poderia esquentá-los durante a noite! Tudo isso faz parte do instinto animal dado por Deus, v. 17. Ao usar suas asas, ele pode ultrapassar um cavalo!

Observe:

1. Podemos aprender mais a respeito de Deus e dos Seus caminhos através da criação, do que pensamos num primeiro momento! Seja um estudante, um observador de toda criação. Veja algo do Criador.

2. Deus está perfeitamente familiarizado com a Sua criação. Um perfeito conhecimento daquilo que Ele mesmo criou! (O homem tem aprendido muito da criação desde os dias de Jó. Porém, nosso conhecimento é ainda imperfeito, sujeito a correção e adição.)

3. Deus providencialmente satisfaz o apetite, provê o habitat adequado e preserva a vida dos animais. Ele é bom e compassivo para aquela multidão de criaturas que não foram feitas à Sua imagem e semelhança. Ele as supre abundantemente. (E para alguns Ele faz com que sejam o suprimento, devido à maldição! Considere a Sua soberania!) Ele poupou a Nínive, em parte, por causa dos seus muitos animais! Ele se preocupa pelo menos com o boi que trilha o grão! Como Ele é bom! Jesus mesmo foi cercado de animais quando do seu nascimento.

Seja gentil com os animais! Deus o é! Até mesmo aqueles animais que são de grande proveito ao seu proprietário! Aqueles animais que nós nem sequer pensamos, ou nos preocupamos, Deus pensa e cuida deles! Ele não se esquece nem mesmo de um pardal (Lucas 12: 6)! Contemple Sua bondade! Ele se preocupa muito mais com o homem feito a Sua imagem e semelhança, em especial, com os Seus filhos e filhas, remidos pelo sangue de Cristo! Ninguém pode acusá-Lo de não se importar!

Note Salmo 104: 11-35 (especialmente, v. 28). (Um dos muitos textos paralelos.) Que nos leva a nos regozijarmos e alegrarmos.

#57 Cavalos, Gavião, Águia

Jó 39: 19-30

Deus dá continuidade a Sua análise de cunho científico. Perguntas acompanhadas de observações relevantes. Obviamente, estamos apenas arranhando a superfície. Não se trata de uma análise detalhada de cada aspecto da vida dos animais mencionados. E, é claro, Deus poderia se estender e aprofundar muito mais! Porém, Ele falou tudo o que precisava ser dito. Jó entendeu a mensagem. Que possamos fazer o mesmo!

- Nós deveríamos apreciar e admirar o método de Deus; usar a criação para “ensinar” Jó. (Pense no galo “pregando” para Pedro!) Sejamos estudantes da criação, ou pelo menos, observadores cuidadosos, a fim de mantermos a perspectiva correta da grandeza, poder, sabedoria e bondade de Deus, assim como a nossa pequenez e dependência, não esquecendo o grande interesse de Deus por nós.

I. Cavalo, v. 19-25.

Mencionado no verso 18, como sendo debochado pelo avestruz, numa corrida. Mas, cada uma das criaturas de Deus tem o seu ponto forte. Em ocasiões de perigo, ou numa batalha, o avestruz não é apto para este tipo de tarefa! Ele é conhecido por se esconder. Mas o cavalo é ideal (ex: projetado por Deus) para isso. Ele é forte e destemido na batalha. O cavalo de guerra é o que está em vista aqui (não o cavalo utilizado no plantio, corrida, etc.).

Do ponto de vista literário, estes versículos são considerados inigualáveis, pela beleza da descrição deste animal.

Imagine o impetuoso cavalo, num vale (lugar de batalhas com montaria) ávido pela batalha, impaciente enquanto aguarda, bufando, relinchando, causando temor ao inimigo, e ao mesmo tempo inspirando o cavaleiro, fazendo tremer a terra, respirando ofegante, com sua crina flutuando no ar, enquanto corre para o campo de batalhas. Sem temor. Vitorioso no que faz. Corajoso, intrépido. (você não pode assustá-lo, como faz com um gafanhoto! V. 20.) Ele Corre tão rápido, que parece engolir o chão, levanta uma nuvem de poeira e ignora o chamado para recuar (v. 24). A batalha está no seu sangue! É feliz naquilo que faz, v. 25.

Primeira menção: Os cavalos e carros de Faraó, ao perseguirem Israel, foram engolidos pelo mar.

Última menção: Logos de Deus e os santos, montados em cavalos brancos, vencendo a besta, o falso profeta e os reis da terra (Apoc. 19).

A bondade de Deus em prover um animal tão forte para servir ao homem (de várias maneiras), diferente do boi selvagem e do avestruz. Deus poderia ter feito todos os animais inúteis, mas Ele nos deu o cavalo, que pode ser governado a partir de um freio colocado em sua boca (Tiago 3: 3).

Nota: As guerras são uma forma de Deus controlar a terra. Ele preparou o cavalo para isso (embora não conhecida pelo homem até depois da queda).

Mas, Deus é maior do que os cavalos! Ele os fez! Ele disse: O cavalo é falaz para a segurança; não livra ninguém com a sua grande força (Salmo 33: 17). Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz nas pernas do homem (Salmo 147: 10). Deus menciona a falácia desses animais. (OBS:Coitado dos homens que adoram os animais!...como a vaca, o elefante, o jaguar. Somem-se a isso aqueles que defendem os direitos dos animais atualmente.)

II. Gavião, v. 26.

Após a batalha, aves de rapina se alimentam dos cadáveres, desfrutando dos despojos!

Como eles voam? Jó por algum acaso os ensinou? Não, eles é que nos ensinam! A teoria sobre o vôo só foi desenvolvida nos tempos mais modernos. Pense como estas aves enormes foram projetadas para voar, possuindo penas muito leves e ocas, assim como seus ossos, tudo bem balanceado, etc. Que obra maravilhosa de engenharia! Mais uma magnífica obra de Deus!

Barnes: “Um falcão que pertenceu ao rei Henrique IV da França, escapou da cidade de Fontainebleau, sendo encontrado, vinte e quatro horas depois, no arquipélago de Malta. A distância percorrida pelo falcão foi de 2.170 km, numa velocidade média de 91,7 Km/h, supondo-se que ele tenha voado o tempo todo, sem interrupções. Esta extraordinária velocidade é uma prova da sabedoria divina.”

A migração para regiões mais quentes, a fim de preservar a espécie, é mais uma demonstração da bondade de Deus para com estas criaturas finitas, que implantou nelas tanto a habilidade, quanto o instinto de sobrevivência.

III. Águia, v. 27-30.

Pode voar muito alto, mesmo em linha reta, até o ponto de a perdermos de vista (OBS:Isaías 40: 35). Constrói imensos ninhos, que chegam muitas vezes a pesar toneladas, e em lugares inacessíveis. Possui uma visão tremendamente poderosa, v. 29, para caçar. O poeta Grego, Homero, escreveu a respeito disso em 800 AC! Ela ainda se destaca pela sua velocidade de descida na caça de presas vivas. Barnes: “No ano de 1737, na Noruega, um menino de dois anos de idade foi carregado por uma águia à vista dos seus pais. Anderson, em sua história sobre a Islândia afirma que naquela ilha, crianças entre quatro e cinco anos de idade, tiveram o mesmo destino.”

Quem iria limpar o campo de batalha? Esta era a ferramenta de Deus para este tipo de limpeza.! V. 30. Provida de garras e bico próprios para rasgar e devorar, literalmente corta até chegar aos ossos. Isto mostra a bondade de Deus em criar tanto o animal que vai para a guerra, quanto aquele que limpa as carcaças que ficam expostas pelas baixas da guerra, antes que estas apodreçam e espalhem doenças!

Observe:

1. Precisão inspirada nestas descrições, confirmada mais ainda através dos anos.

2. O Construtor destas criaturas tem mais poder e sabedoria do que elas. Portanto, vamos exaltar o Criador acima da criação. Não olhe para a criação como um fim em si mesmo. Salmo 145: 9-16: 147. Seja Deus exaltado e o homem humilhado!

3. Se Deus é bom para com Suas criaturas menores, cuidando e provendo para elas, como não o seria muito mais bondoso e cuidadoso com os Seus remidos! Esta é, sem dúvida nenhuma, a mensagem de Deus para Jó em Sua análise científica. Este grande e poderoso Deus é quem cuida de você, crente em Jesus Cristo! I Pedro 5: 7.

#58 O arrependimento de Jó

Jó 40: 1-5

Modus operandi: Este parece seguir o mesmo do primeiro discurso de Deus. Note como o versículo 6 inicia o segundo discurso da mesma forma que o primeiro, no capítulo 38: 1. Talvez Deus tenha feito uma pausa em Seu discurso, a fim de permitir que Jó respondesse. Porém, Jó não queria falar nada! Deus insiste que ele responda, v. 2, mas Jó não o faz, v. 4-5.

I. O questionamento de Deus

Possivelmente, no versículo 2, Deus falou com uma voz suave e menos intimidadora, antes de voltar a se comunicar através do redemoinho. Note a gentileza de Deus: (1) Ele fala, ao invés de acusar diretamente. (2) Ele fala na terceira pessoa, ao invés de se dirigir diretamente a Jó, utilizando-se da segunda pessoa.

Entretanto, isto é um questionamento, e Jó entendeu isso perfeitamente. OBS:Devemos estar atentos às reprovações gerais, fazendo de cada uma delas uma aplicação pessoal.

Seria como dizer: “Jó, estou aguardando. O planejado era que você me respondesse, 38: 3. Você estava aguardando por esta oportunidade...aqui está ela! Você esteve contendendo Comigo no excesso dos seus discursos, agora pode Me instruir! Portanto, diga-Me o que devo fazer agora! Você não tem sido feliz comigo...tudo bem, agora você pode responder.”

- Isso prova que nossa abordagem foi correta, isto é, que Jó foi muito longe, como Eliú havia falado. Deus considerou as palavras de Jó como uma “tentativa de se ensinar a Deus”.

- Isso prova o ponto do discurso anterior: “Jó, você pode Me dar instruções? Se você nem sequer pode instruir os animais...como poderia Me instruir?”

- Vamos tomar muito cuidado em não nos apressarmos em nossa defesa, acusações apressadas contra Deus é uma demonstração de orgulho, como se merecêssemos mais do que Ele nos dá. Como ofendemos e erramos freqüentemente nisso!

Deus considera tal atitude como um pecado de presunção. Guarde o seu coração e os seus lábios.

Deus parece estar pressionando Jó a fazer uma confissão pública. Seus três amigos precisavam ouvir isso. OBS:Confissão pública deve ser honesta e sincera, não forçada, hesitante ou duvidosa. (Alguns casos de disciplina realizados pela igreja vêm a minha mente, quando uma confissão forçada acabou por deixar que o coração se tornasse mais amargo e ofendido). Confesse de boa vontade, livremente e com arrependimento sincero.

Jó sabia muito bem a ousadia que era tentar instruir a Deus, ver cap. 21: 22. Entretanto, era exatamente isso o que ele estava tentando fazer! 23: 3-4; 31: 37. OBS:O que sabemos versus o que fazemos! A sua obediência caminha junto com o seu conhecimento?

Pergunta: Por que Deus é tão severo com Jó, cujo pecado era menor do que o de seus amigos que o provocaram?

Resposta: Deus iria tratar com eles mais tarde. E é bem provável que Deus queria que eles tivessem um exemplo vivo de arrependimento a ser seguido! Jó era uma lição.

- Ser totalmente humilde diante de Deus, não reivindicando nenhum “direito”, é a melhor forma de exemplo que outras pessoas precisam observar em nós. Se você deseja que os outros se arrependam dos seus pecados, esteja certo de que você se arrepende dos seus.

II. A resposta de Jó

Finalmente, Jó se dirige a Deus. Mas, não com aquela coragem que ele anteriormente imaginava que teria! Pelo contrário, pois estava totalmente humilhado, quebrantado e sem argumentos. Portanto, não seria inadequado chamar isso de: “O arrependimento de Jó”.

1. Ele faz uma confissão completa e sincera diante de Deus: Sou vil, ex: pequeno, frágil, sem valor, indigno, desprezível. Totalmente corrompido.

- Uma marca de verdadeira convicção: ficar do lado de Deus e contra você mesmo. “Deus, Tu não erraste comigo, Eu é que errei contigo! O Senhor não cometeu nenhum erro contra mim, mas eu é que não fiz outra coisa senão errar contra Ti!”

Jó estava totalmente humilhado! Veja o contraste que há em suas palavras quando o orgulho crescera nele. A palavra humilde vem do Latim, humilis, e significa: humus = sujo, terra, baixeza, vileza.

“Humilhado no pó” é uma redundância!

2. Sem defesa, v. 4b. Nada á argumentar, declarar, exceto “culpa”!

- Compare com Romanos 3: 19, calado versus defesa, negar, dar desculpas, transferir a culpa, etc. Não é um silêncio de ignorância, confusão, teimosia, ou ira, mas de remorso, vergonha, culpa, e de uma total e incondicional entrega. Este é o verdadeiro arrependimento.

3. Abandono do pecado, v. 5. “Já falei mais do que deveria! Na minha pressa, falei mais de uma vez em minha própria defesa, mas agora não ousaria dizer mais nada”. Uma retratação, buscando desfazer (se possível) todo o mal causado. Uma mudança de direção. Não persistindo na autojustificação. (OBS:Quantos são teimosos em admitir um pecado, persistindo no erro, esperando eventualmente vencer!)

Há também uma saudável desconfiança de si mesmo...para então confiar total e completamente em Deus. Todos os que se prostram diante da Sua misericórdia, vão encontrar um Deus mais misericordioso e gracioso em perdoar! Um nobre perdão, realizado pelo pagamento do débito do pecado, através de um grande Substituto provido por Deus.

Aplicação:

Esta é a forma como devemos viver todos os dias! Arrependendo-nos, confessando, abandonando o pecado e reivindicando somente os méritos de Cristo. Philip Henry, acusado de dar muita ênfase ao arrependimento, disse esperava levar consigo o seu arrependimento até a porta do céu! Você vive desta maneira.

Compare o arrependimento do publicano: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! Ou Paulo... dos quais eu sou o principal. Ou Pedro, Senhor, ausenta-te de mim, que sou um homem pecador! Ou Isaías, Ai de mim... , Amigo, você sabe do que Jó está falando? Você fica do lado de Deus e contra você mesmo? Você se arrepende no pó diante Dele?

“Calado”, Eu confio na sua misericórdia. Você abandona o pecado e confia somente em Cristo? Vamos fazer como Jó, renovando o nosso arrependimento e fé.

#59 O segundo discurso de Deus

Jó 40: 6-14

v. 6 Inicia um novo discurso, que é o segundo e último de Deus para Jó. Deus novamente fala através de uma tempestade violenta, mostrando Seu poder e glória. No final do primeiro discurso Jó se encontrava totalmente humilhado e arrependido, um réu confesso, preferindo estar em silêncio e sem falar mais nada. Todavia, Deus o questiona novamente.

v. 7 Repete 38: 3. “Jó, você admitiu a derrota, mas vamos voltar ao ring para mais um assalto!”

I. Por que mais um discurso?

Não tinha sido o suficiente? Seu arrependimento não fora sincero? Deus estava sendo cruel ao espremer o assunto? As razões para este segundo discurso são as seguintes:

1. Não importa o quanto nos arrependamos, pois sempre haverá lugar para mais! Nunca nos tornaremos humildes demais. Somente Deus conhece todos os nossos pecados, orgulho, etc., os quais, nós mesmos, muitas vezes nem estamos cientes. Calvino: “Embora não percebamos certas falhas em nós, nunca deveríamos deixar de nos autocondenar. Ainda que não haja absolutamente nada em nós neste presente momento, Deus sabe que poderíamos cair em pecado hoje ou amanhã, até mesmo neste exato minuto e, portanto, Deus está nos disciplinando, fazendo uso da medicina preventiva. Sendo assim, vamos suportar com paciência as aflições que Deus nos envia, tendo em nós a certeza, de que por estes meios, Ele busca melhorar o nosso bem-estar.” O homem humilde precisa se tornar ainda um pouco mais humilde.

- Por que às vezes nos advém outra aflição, antes mesmo que tenhamos nos recuperado da anterior? Podemos estar tomados de um câncer maior do que imaginamos, e Deus, como um cirurgião competente, tem que extirpar, eliminando assim todo o foco da doença, para o nosso próprio benefício! Ou, trata-se apenas de prevenção.

- Se Deus humilha você, é somente para que Ele possa exaltá-lo no tempo apropriado (I Pedro 5: 6), como fez com Jó. Portanto, seja paciente!

2. Jó recebeu muito bem o primeiro discurso, sendo assim, ele estava preparado para mais. OBS:Uma vez que andamos na luz que enxergamos, Deus pode nos conceder mais luz ainda. Ao invés de ver o discurso de forma negativa, ele o enxergou positivamente, até aqui tudo bem!” OBS:Deus malha o ferro enquanto está quente. Note que não há uma repetição do que foi declarado no cap. 38: 2- Jó não pecou com seus lábios ao responder nos versículo 4 e 5 do cap. 42.

3. Como dissemos anteriormente, talvez Deus pretendesse que Jó fizesse uma confissão “não forçada”, como nos versículos 1 e 2, mas espontânea, voluntária.

4. A resposta do cap. 42 foi mais completa, pois Jó não somente se autocondena, mas glorifica a Deus e a Sua justiça. Jó parece crescer mais ainda neste segundo assalto. Há uma experiência mais profunda em cada evento, e Deus está fazendo um favor a Jó aqui. Tudo para o seu bem.

II. O método de Deus nesta parte da análise

Alguns questionam o formato, mas não a análise científica. Deus aqui trata o assunto de forma direta com Jó, mostrando o propósito e o objetivo desta análise científica.

III. Os desafios de Deus para Jó, v. 8-14.

1. Quanto à justiça de Deus, v. 8.

Este foi um grande tema. Jó praticamente havia acusado a Deus de injustiça. (Lembre-se, os três amigos deram a Jó apenas duas alternativas: diga que você é culpado de pecado, ou diga que Deus não é justo. A consciência de Jó testificava quanto a sua integridade, sendo assim, ele não poderia aceitar a primeira opção. Mas, ele sabia que Deus era justo e, portanto, não poderia amaldiçoá-Lo em Sua face! Entretanto, ele fez alguns questionamentos sobre a justiça de Deus no trato com ele, como em 19: 7.)

- Nunca defenda a si mesmo em detrimento de Deus! Autodefesa é um negócio perigoso. Quanto mais defensivos somos, mais tendemos a acusar a Deus. Descontentamento é contender com Deus, condená-Lo, acusá-Lo de injustiça...reivindicando assim um melhor tratamento. Cuidado!

- Defenda o caráter de Deus a qualquer custo, mesmo que a sua reputação tenha que sofrer. O nome de Deus é melhor do que o nosso! Deus deve ser exaltado em qualquer que seja a situação, Romanos 3: 4 (Salmo 51: 4); Neemias 9: 33; Daniel 9: 7.

Que pergunta dilacerante! Quão perto Jó esteve de amaldiçoar a Deus, apesar de tudo que sofreu?! Somente a graça sustentadora de Deus é que o guardou e preservou.

- Nós já teríamos apostatado há muito tempo, se Deus não nos suprisse com a Sua constante e renovada graça!

2. Quanto ao poder de Deus, v. 9.

Braço = poder. “Você pode falar em uma tempestade como Eu?! Se esqueça de comparar-se às criaturas, e compara-se a mim!”

- Quão fracos nós somos! Quão impotentes quando comparados ao Criador!

3. Quanto à majestade de Deus, v. 10.

Jó tinha simplesmente confessado o quanto era vil, pequeno, frágil, sem valor, indigno e desprezível.). Deus aqui simplesmente reforça a vasta diferença existente entre Ele e os homens.

- Estejamos certos de que a nossa confissão não seja apenas passageira, mas uma realidade permanente. Obtenha e preserve o sentido da glória de Deus!

4. Quanto ao domínio de Deus sobre as pessoas soberbas, v. 11-14.

“Jó, rebaixe seus inimigos soberbos, se você pode!” Porém, Jó não podia.

“Jó, se você puder rebaixá-los, então você poderá competir comigo.” Porém, Jó não podia dar ordens aos seus inimigos e nem dizer a Deus o que fazer.

- Deus odeia o orgulho! O Orgulho é maligno e leva a destruição! Ele será humilhado, v. 11; abatido ou subjugado, v. 12; Deus o atropelará, v. 12; o enviará para a cova, v. 13. Pense como o orgulhoso Faraó foi humilhado...e como isso fez com que outros temessem. (Ver Apoc. 19: 1-2, O julgamento de Deus exalta Sua glória).

- Pense como você governaria. Que bagunça faríamos! Mas os caminhos de Deus são perfeitos.

v. 14 “Jó, se você pode fazer todas essas coisas, você não precisa de mim! Você pode salvar a si mesmo. Você não precisa da minha ajuda para se recuperar das suas calamidades, e de se justificar diante dos seus amigos. Na verdade, você é quem me dará conselhos em como governar o mundo!”

- Não podemos vencer o orgulho de ninguém...nem mesmo o nosso! Precisamos que Deus nos salve, liberte e conquiste.

- Salvar a si mesmo. Impossível! Quem poderá dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou de meu pecado? (Prov. 20: 9)

- Henry: “Se Deus, e somente Ele, tem poder suficiente para humilhar e abater o soberbo, sem dúvida que Ele tem sabedoria suficiente para saber quando e como fazê-lo, e não é atribuição nossa prescrever ou ensiná-Lo como governar o mundo. A não ser que tenhamos um braço como o de Deus, não deveríamos pensar em pegar o trabalho das suas mãos.”

- “Jó, examine o seu próprio coração quanto ao orgulho!” Vamos fazer o mesmo!

Não existe aqui uma referência oculta do que Deus está realizando através desta experiência toda – humilhando um orgulhoso Satanás? OBS:Que Ele possa humilhar Satanás através de nós todos! Não vamos dar a Satanás qualquer base para se gabar contra Deus! Vamos guardar as nossas línguas, os nossos corações e as nossas mais profundas atitudes. Que Deus possa se orgulhar de nós perante Satanás!

#60 Jó e o Beemote

Jó 40: 15-24

Após falar plenamente da lição a ser aprendida através de uma “análise científica” (especialmente quanto à humildade e dependência), retornamos à análise. Deus fala a respeito de dois animais, ambos largos, fortes e de alguma maneira misteriosos. Como se Deus deixasse o maior por último. O primeiro é um animal terrestre, já o segundo; um animal marinho.

II. O que é o Beemote?

Plural de bestas, um termo geral (geralmente domesticável, ex: gado, mas selvagem). Obviamente tinha em vista um animal em particular. (Plural majestoso, com verbos no singular, enfatizando seu enorme tamanho.) Mas qual? Os escritores antigos sugerem que seja um elefante ou um hipopótamo. Mas, a cauda do v. 17 não coopera! Eles pensaram em animais com os quais estavam familiarizados.

Provavelmente, se trate de um dinossauro extinto. Talvez um Brachiossaurus? Morris: “Os modernos eruditos da Bíblia, em sua maioria, tem se tornado tão condicionados a pensar em termos de longos períodos de geologia evolucionista, que nunca lhes ocorreu que a humanidade tenha uma vez vivido no mesmo mundo com os grandes animais, que hoje são encontrados somente na forma de fósseis.” Alguns sobreviveram ao dilúvio na arca, porém mais tarde se tornaram extintos devido às mudanças climáticas e a escassez de recursos após o dilúvio. Morris sugere que alguns deles podem ter adentrado profundamente nas florestas de pântanos, em busca de comida, água e calor.” (Felizmente, não precisamos saber exatamente que animal seja esse, a fim entendermos aonde Deus quer chegar.)

Note que se trata de uma criatura (v. 15 criado no mesmo dia?), não uma invenção lendária ou imaginária.

Um termo utilizado hoje em dia para descrever algo imenso, de grandes proporções.

II. As características deste animal enfatizadas aqui:

1. Força intimidadora.

v. 16 – 18.

v. 19 Obra prima...Talvez se referindo ao tamanho, força. Um exemplo singular da criatividade de Deus.

v. 24

2. Independência. Não teme ninguém. Ninguém o desfia. Outros saem seu caminho

3. Dieta:

v. 15 b

v. 20 Herbívoro, vegetariano; nenhuma ameaça aos pequenos animais. Contemple a bondade de Deus! Se ele fosse carnívoro, o homem estaria ameaçado de extinção. Os homens eram anões perto dele, porém, não lhes causava dano algum.

v. 23 Grande capacidade para a água

4. Inofensivo, pacífico, v. 21-22. Não se escondia como os animais ferozes fazem hoje!

III. O ponto de Deus para Jó.

1. “Eu fiz este animal juntamente com você, Jó!” v. 15.

- Tema o Arquiteto e Criador de tamanho animal!

- O Deus que desenhou e fez o Beemote, foi quem nos desenhou e fez. Curve-se diante da grandeza do Criador.

2. “Eu controlo este animal, assim como controlo você, Jó!” v. 19b. Somente Deus podia se aproximar dele. Deus podia caçá-lo, e tira sua vida a qualquer momento. Porém, Deus fornecia sua comida e água (outra demonstração de bondade). OBS:Se Deus controla tamanho animal como este, Ele também nos controla – nossa vida, nossas provações, forças e fraquezas, comida e água, cada detalhe.

3. “Jó, se você não ousa se aproximar de um animal como o Beemote, por que se aproximaria de mim (com queixas)?”

Beemote e Leviatã ilustram o orgulho, a independência e as pessoas intocáveis do v. 11-13. Jó não podia abater o Beemote, assim como não pode fazê-lo com o homem soberbo e menos ainda com Deus (para fazê-Lo responder a Jó). Mas, Deus pode abater o poderoso e o orgulhoso! E Ele o faz! E fará!

Portanto, devemos manter uma postura humilde em nossos corações diante de Deus.

#61 Leviatã (Parte 1)

Jó 41: 1-11

Outro animal muito discutido, que Deus utiliza em Sua análise científica. Uma exposição final do tesouro de Deus de evidências que tornariam Jó mais humilde. A julgar pelo espaço dedicado a ele, trata-se de um animal importante para o argumento de Deus.

I. O que é/era o Leviatã?

Os escritores antigos debatiam muito se de fato se tratava de uma baleia ou de um crocodilo. Entretanto, assim como o Beemote, a descrição não se encaixa em nenhum dos dois (ex: escamas, impossível de ser capturado).

Novamente, é possível Morris esteja correto ao dizer que se tratava de um dinossauro aquático, agora (ou recentemente) extinto! Associado com o mar aqui e também no Salmo 104: 25-26. Evidentemente se trata do maior animal marinho já criado por Deus. (A propósito, o tamanho do Brachiossaurus, que sugerimos como sendo o Beemote, era de 23mts de cumprimento por 12mts de altura.)

Termos: Leviatã, aparece 5 vezes; ver Isaías 27: 1 serpente veloz, e o leviatã, a serpente tortuosa, nos fazendo lembrar a criatura possuída por Satanás quando tentou Eva. Dragão, outro grande animal marinho.

Este Dragão, também traduzido como baleia em Gênesis 1: 21; serpente, em Êxodo 7: 9-12; chacais em Lamentações 4: 3. Jó já tinha se referido a esta criatura como baleia, traduzido como chacal em 30: 29. (??? tan) De uma raiz não muito utilizada, provavelmente o significado para alongar; um monstro, isto é, uma serpente do mar (ou um outro enorme animal marinho); também um chacal (ou outro animal terrestre): dragão, baleia.

Aquilo que chamavam de dragão, nos tempos bíblicos, nós agora chamamos de dinossauro (do grego "deinos", terrível, e "saurus", réptil). Transmite a idéia de uma serpente gigante.

Morris sugere que seja um plesiossauro (ver ilustração). Note o pescoço longo, assemelhando-se a uma serpente.

Historicamente falando, devemos notar que as antigas civilizações já contavam histórias de dragões que cuspiam fogo (cap. 40: 19-21). Marinheiros com longas histórias de monstros e serpentes marinhos. Do site Answers in Genesis:

O relato de pessoas que disseram ter visto uma “serpente marinha”, a descrevem como um animal muito grande, assemelhando-se ao crocodilo, porém muito maior, cerca de 15 a 18mts de cumprimento, e encontrados em alto mar. Por exemplo: um animal semelhante foi visto, ao norte do Atlântico, durante a primeira guerra mundial, quando o navio Inglês movido a vapor (Iberian) naufragou, abatido pelo submarino alemão U28. Alguns segundos após o Iberian ter sido torpedeado e afundado, houve uma explosão subaquática. O comandante do submarino e alguns dos tripulantes relataram o seguinte: “Um pouco depois vimos pedaços de destroços, e entre eles um gigantesco animal marinho, que se contorcia e lutava ferozmente, lançando estes destroços a uma altura de 18 à 30mts...Não tivemos tempo de fotografar, pois o animal submergiu após cerca de 10 a 15 segundos....Ele tinha cerca de 18mts de cumprimento e era semelhante a um crocodilo, possuindo quatro nadadeiras poderosas e uma longa cauda, afilada no final.”

“O Monstro de Aramberri” é o apelido dado a um fóssil de plesiossauro gigante encontrado no México em 2002 por pesquisadores Mexicanos e Alemães. Imagina-se que se trata de um tipo de pliossauro conhecido como Liopleurodon ferox. O programa da BBC, Caminhando com os Dinossauros, descreve a criatura como tendo cerca de 20mts de cumprimento e 150 toneladas. Entretanto, existe uma considerável disputa sobre o tamanho e espécies dos ossos fossilizados.

De qualquer modo, o Leviatã era imenso, feroz e um terrível animal marinho.

II. Esboço do capítulo.

1. De um modo geral, a força do Leviatã e sua natureza indomável são destacados (impossível de amedrontá-lo ou derrotá-lo), v. 1-10a.

2. A grande que Jó (e nós todos) deveria aprender, v. 10b-11. A grande sabedoria e poder de Deus.

3. Mais detalhes específicos sobre as características do Leviatã. A menos que Jó tivesse a experiência de um marinheiro, ele teria apenas ouvido falar desse animal. Ainda que Jó tivesse visto algum, teria sido muito breve. Mas, Deus revela este animal, e suas características, com precisão de detalhes.

III. A grande força do Leviatã. (Note as perguntas:)

v. 1 . Não podia ser capturado como os demais animais que viviam nas águas, através de uma linha com anzol. Que linha e que tipo de anzol não seria necessário para caçar um animal tão extra-ordinário como esse!

v. 2 “Você poderia caçá-lo, colocá-lo numa jaula e levá-lo para casa?!”

v. 3 Ele não pode ser subjugado como um prisioneiro, vindo a clamar por misericórdia.

v. 4 Ele não se submete como a um servo.

v. 5 Não é um brinquedo que pode ser considerado como esporte ou entretenimento (ex: ser carregado pelo polegar).

v. 6 Não há celebração de vitória por sua captura, onde sua carne seria comida. Ou, tirar proveito com a sua venda.

v. 7 “Suas armas e táticas não servem de nada contra ele! São ineficazes!”

v. 8 “Eu desfio você a colocar a mão nele, Jó! Chame-o para uma luta. E desista enquanto estiver com vida!”

v. 9 Todas as esperanças de pegá-lo foram em vão. Pois, quando frente a frente com ele, o homem fica aterrorizado e teme por sua vida.

v. 10 a Ninguém se iguala a ele! Melhor política: fique bem longe dele.

IV. O ponto de Deus

Deus mesmo faz a aplicação:

1. “Se você não ousa se aproximar do Leviatã, como ousa se aproximar de mim, Seu Criador!...discordando das minhas providências! Não mereço mais temor do que ele? v. 10b. O menor questionando o maior.

OBS:Compare Salmo 76: 7. Pense num animal ou evento mais assustador que você possa imaginar...e tema a Deus muito mais!

2. “Quem veio antes de mim, que eu seja obrigado a retribuir-lhe?” Citado em Romanos 11: 35. “Se você pensa que Deus deve alguma coisa à você, então envie a Ele a conta!”

O pensamento em si mesmo absurdo e blasfemo! Ele é independente.

- Deus não está em obrigação com ninguém. Tudo que recebemos da parte dEle, com excessão do julgamento, é fruto da Sua bondade. Obrigação e graça são mutuamente exclusivas.

- Pensamento mais humilhante para as nossas mentes: Não não me deve nada! “Jó, Deus não tem que te dar nada de bom!” Agradeça a ele pelo mínimo dos favores, sem mencionar o maior e inimaginável favor da redenção.

3. “Sou dono de tudo. Tenho direitos sobre tudo. Como sou proprietário de tudo, sou também livre para fazer o que quiser com Minhas criaturas, até mesmo com você, Jó!”

Pense no senhor na parábola dos trabalhadores na vinha. Acusado de injustiça, ele responde: Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom? (Mateus 20: 15). Direitos absolutos como Proprietário, Criador, Sustentador e até mesmo como Redentor!

- Deus não nos deve nada. Dependemos da Sua misericórdia. E, portanto, clamar por Sua misericórdia é o lugar mais seguro que podemos estar! Ele é rico em misericórdia com todos os que o invocam. Porquanto não há diferença entre judeu e grego; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. (Romanos 10: 12)

Aqui podemos descansar em paz: Deus controla soberanamente a mim e aos meus leviatãs.

Pergunta: “Onde está a bondade de Deus nisso tudo? O mero controle soberano não traz conforto real.”

Resposta: A bondade está no fato do leviatã estar confinado ao oceano! E Satanás, aquela antiga serpente, está confinada a uma esfera delimitada por Deus, não podendo tocar em Jó sem a permissão de Deus. Se Deus deixa o Leviatã enrolar-se com você, é para o seu bem! (Veremos um pouco mais disso mais tarde!)

#62 Leviatã (parte 2)

Jó 41: 12-34

Não devemos esquecer que o propósito de Deus em estender a análise científica, incluindo estas duas criaturas, era de humilhar a Jó, mostrando que ele não poderia subjugar estas maravilhosas e criaturas. Ver cap. 40: 11-14. A necessidade de Deus.

Vimos um pouco como era essa grande criatura (uma espécie de dragão ou dinossauro), sua característica geral (v. 1-10a), e a autoridade, supremacia e Senhorio de Deus (v. 10b-11). Agora chegamos a:

Uma descrição mais detalhada das suas características:

Deus diz: “Vou fazer uma descrição mais detalhada deste animal.” Note que para o Criador, é um animal belo, maravilhoso e gracioso!

1. Indomável, v. 13-14. Ninguém pode se aproximar dele. Nenhum tipo de freio pode domá-lo. Pois quem ousaria abrir sua boca para colocar lá o freio?! (Note que esta é a última pergunta do capítulo.)

2. Uma camada externa impenetrável, v. 15-17. Réptil.

3. Luz e fogo, v. 18-21. Quando ele “espirra”, expele ou libera ar, há claridade. Até os seus olhos brilham! Ele lança fumaça e fogo. Talvez um mecanismo químico para ajudá-lo a caçar.

4. Grande força, v. 22-24. O que causa tristeza aos marinheiros é uma alegria para ele. Ele é intocável. Ousado e corajoso de coração.

5. Para ser temido, v. 25. Um encontro com ele faz com que a pessoa se prepare para morrer. “É melhor tentar me livrar dos meus pecados e me preparar para encontrar com o meu Criador!”

6. Ainda assim ele é destemido, v. 26-30. Nenhum tipo de armamento é eficiente contra ele. O fundo mais rústico do mar não é desconfortável para ele.

7. Novamente, esta característica notável de exalar fogo, v. 31-32. Borbulhando, com odor. Ele poderia ser seguido pelo rastro de bolhas que deixava. Ele fazia com que o mar parecesse mais velho, através de uma espuma branca de vapor.

8. Não havia animal semelhante a ele em terra, v. 33. Aqui vemos a sabedoria de Deus demonstrada, ao limitar este imenso e poderoso animal a água. Em terra, ele provocaria uma grande destruição. (Entretanto, lembre-se que o maior animal terrestre, o Beemote, era herbívoro, graças à bondade de Deus! 40: 15.)

9. Ele por cima de todas as outras criaturas, como sendo inferiores, v. 34. Um verdadeiro rei do reino animal.

Aprenda:

1. Qualquer tipo de excelência encontrada nas criaturas deveria nos apontar para Deus. Deus está mais interessado do que uma simples análise científica. Ele quer que Jó entenda algo sobre Deus através disso tudo.

“Jó, você não pode controlar este extraordinário animal. Você pensa que pode me controlar? Você não pode subjugar este animal, portanto, o seu próprio braço não pode salvá-lo (40: 14). Jó, Eu controlo este animal, assim como controlo você e suas provações.”

2. Devemos temer a Deus mais do que tememos qualquer coisa criada (ex: animal, pessoa, anjo e demônio). É mais fácil ficar diante do Leviatã do que diante de Deus!

3. É difícil resistir em não fazer uma comparação entre o Leviatã e Satanás. O inimigo e instrumento das aflições de Jó. Considere algumas descrições aqui: poderoso, nenhum homem pode domá-lo, não teme ninguém na terra (v. 33), é orgulhoso (v. 15, 34), coração endurecido (v. 24). Não há dúvida de que Jó conhecia o relato da tentação de Eva feito pela serpente. Talvez esse fosse o motivo de Deus manter em segredo o que estava ocorrendo com Jó no capítulo 1 e 2.

Bunyan fez o mesmo paralelo: Apoliom. “Era horrível o aspecto do

“monstro; estava coberto de escamas, semelhante às dos peixes; tinha asas como de dragão, e patas de urso; do ventre saía-lhe fumo e fogo, e a sua boca era semelhante à boca do leão.”

Descrição de Apocalipse 12: 7-9 e 20: 2.

Embora não sejamos páreo para Satanás, devemos lembrar que ele não é páreo para Deus. O Deus-Homem esmaga a cabeça da serpente na obra da redenção. Ver Salmo 74: 12; Isaías 27: 1; Hebreus 2: 14-15. E, em Cristo, nós também esmigalhamos Satanás. Ver Salmos 91: 13; Romanos 16: 20.

Que alegria!...ver o orgulhoso Satanás totalmente humilhado perante Deus!

4. Além disso, também vemos o orgulho do homem retratado no Leviatã. Ele se considera invencível. Mas os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar, e as suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus. (Isaías 57: 20-21). Pense a respeito do poema de invictus (“invencível”) de William Ernest Henley.

Do fundo desta noite que persiste A me envolver em breu - eterno e espesso, A qualquer deus - se algum acaso existe, Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos, Sob os golpes que o acaso atira e acerta, Nunca me lamentei - e ainda trago Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria, Somente o Horror das trevas se divisa; Porém o tempo, a consumir-se em fúria, Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino, Nem por pesada a mão que o mundo espalma; Eu sou dono e senhor de meu destino; Eu sou o comandante de minha alma.

O julgamento certamente virá contra tais pessoas. Os olhos altivos dos homens serão abatidos, e a sua altivez será humilhada; e só o SENHOR será exaltado naquele dia.(Isaías 2: 11). Ver Judas 13-21.

5. Pensamentos a respeito da morte e do julgamento deveria nos levar a purificar nossos corações, e buscar a purificação que somente Deus pode dar, v. 25.

#63 Jó arrepende-se ainda mais

Jó 42: 1-6

Seria presunção comentar sobre o livro de Jó. Pois ele está repleto de realidades impressionantes do Deus vivo. “Como Jó, só podemos levar nossa mão à boca.” (Francis Andersen).

Já tínhamos visto Jó se arrepender, 40:3-5. Convencido, confessando o pecado, nada a dizer, exceto: “culpado!” Porém, isso somente ocorreu depois que Deus exigiu uma resposta. Deus então vai para outro assalto (segundo discurso, é evidente que Deus poderia continuar e continuar sucessivas vezes!). Esta era a vez de Jó falar, mas sem nenhum aviso, v. 1.

Observações gerais:

Aqui o arrependimento de Jó é mais completo. Ele inclui palavras de louvor a Deus. Ele até mesmo cita a Palavra de Deus como um testemunho contra si mesmo.

- O arrependimento é uma obra incompleta. Sempre há lugar para mais. Se você parou de se arrepender..., Cuidado!

- Deus está mais interessado a respeito da condição do nosso coração do que da quantidade das nossas palavras. (compare a oração do Fariseu com a do Publicano, longa vs. curta, Lucas 18.)

I. O entendimento de Jó quanto ao poder de Deus, v.2.

Palavras de louvor. Ao invés de amaldiçoar a Deus, Jó está entoando os louvores do Altíssimo! Ao invés de ficar amargurado contra Deus, Jó se aproxima dEle ainda mais.

É evidente, e vemos no capítulo 1, que Jó tinha algum conhecimento a respeito do poder de Deus. Mas agora o seu conhecimento cresceu, aumentou. Agora, graças aos discursos, Jó tem uma visão mais ampla sobre Deus, Seu poder e Majestade.

Jó consegue conciliar o poder e direitos que Deus tem de fazer tudo o que bem entender. Bem sei eu que tudo podes.

OBS:Este é um ponto de total submissão que todo Cristão deveria chegar. Nisto se encontra a verdadeira adoração: reconhecer a autoridade de Deus sobre tudo. A maior parte da Palavra de Deus, e de Suas Obras, foi concedida para nos ensinar sobre a Sua soberania absoluta. Mas, nós temos que entoar louvores, demonstrando nossa aprovação com regozijo, nos submetendo doce e alegremente.

OBS:Você está em paz com as providências de Deus? nenhum dos teus propósitos pode ser impedido... (1) Nenhum pensamento dos homens pode ficar em oculto para Deus. (2) Nenhum dos propósitos de Deus pode ser impedido de ser executado, pois Ele cumpre toda a Sua vontade. Seu propósito sempre prevalece. “Deus, o Senhor sabe o que eu preciso ouvir!”

II. O entendimento de Jó sobre a sua própria ignorância, v. 3.

v. 3 a é uma citação do que Deus falara em 38: 2. Escurecer o conselho de Deus com palavras sem conhecimento. Jó aceita a reprovação de Deus: “Eu precisava ouvir isso!”

v. 3 b a resposta de Jó. “Eu fui pela minha cabeça! Além da minha capacidade. Eu falei brutamente acerca de coisas das quais não era qualificado para dar opinião.” “Eu tomei a responsabilidade de ser mestre antes mesmo de ter ido para a escola.” Calvino “Somos muito fracos para tentar atingir tamanha altura!”

Henry: “A razão pela qual nós brigamos com a Providência é porque não a entendemos, e deveríamos ficar contentes em estar no escuro quanto a elas, até que o mistério de Deus se revele.”

“Eu questionei coisas que não era qualificado para fazer.” Alguém perguntou a Agostinho o que Deus estava fazendo antes de criar a terra, e a resposta foi: “criando o inferno para pessoas que questionam tais coisas!”

- Quantas vezes nós falamos ou questionamos em nossa ignorância! Quando em ignorância sobre algo, seja especialmente cuidadoso com as palavras. Certifique-se de que está falando algo que você sabe! Na multidão de palavras não falta pecado, mas o que modera os seus lábios é sábio (Provérbios 10: 19). Somos mais culpados do que imaginamos. (lembre-se de Isaías ficou mais convicto dos pecados que cometera em suas palavras após ter visto a Deus.)

- “Não devemos falar ou pensar a respeito das coisas secretas de Deus, a não ser com reverência e humildade.” (Calvino) Não seja bisbilhoteiro!

- Em quebrantamento, humilhação e confissão a Deus é que encontramos liberdade e libertação!

III. Jó entende mais sobre si mesmo e Deus, v. 4-6.

v. 4 Jó obedece e responde a Deus. Jó cita duas vezes aquilo que Deus lhe perguntara anteriormente. (38: 3; 40: 7). “Deus, eu não ousaria dizer mais nada, exceto responder aquilo que o Senhor me perguntou.” Note como Jó fala humildemente: Escuta-me [eu oro]. Não mandando que Deus o ouça, como antes, mas clamando que Ele ouça o Seu humilde servo, a quem foi solicitado uma resposta. “Deus, aqui segue a minha resposta:...v. 5-6.”

...Algumas coisas a respeito de Deus e de Jó. OBS:O que mais necessitamos?! “Nossa sabedoria, na medida em que ela deva ser considerada sólida e verdadeira, consiste basicamente de duas partes: o conhecimento de Deus e o de nós mesmos.” (Calvino, primeira sentença do Livro 1, capítulo 1 das Institutas)

v. 5 “Meu conhecimento a Seu respeito cresceu profundamente!” Não que Jó desconhecesse a Deus anteriormente. Mas, um conhecimento vivificante, crescente, com uma experiência e apreciação mais profunda de Deus. Sentindo Seu poder! – Talvez na tempestade ou na consciência.

- Precisamos aclarar cada vez mais o modo como vemos a Deus! Sermos constantes estudantes e adoradores. Quanto mais claramente enxergamos a Deus, maior será a nossa confiança, e o nosso arrependimento para com Ele. (OBS:Arrependimento para com Deus!)

- Tudo centrado em Deus. “Não importa quais sejam as minhas provações, mas a glória de Deus é o que importa!

As provações de Jó continuavam as mesmas, mas sua atitude para com elas, e para com Deus é que mudou. Isso levou Jó a um arrependimento maior!...Portanto...OBS:Cuidado com o conhecimento apenas especulativo e intelectual, pois somente fará crescer o seu orgulho.

v. 6 me abomino = desprezo, rejeito. Autoestima tão baixa quanto poderia chegar, enquanto a sua estima de Deus atinge pontos mais altos! “O cristão fica mais belo aos olhos de Deus quando se torna mais sujo diante dos próprios olhos.” (Robinson) O mais santo dos santos é o último a saber disso.

- Prova da graça: Você fica maravilhado pelo fato de Deus ainda falar com você?! Me arrependo no pó e nas cinzas, na qual esteve sentado por semanas - sinal de humildade. Compare com Gênesis 18: 27, as palavras humildes de Abraão.

- Se arrependa dos pensamentos indignos contra Deus, e dos elevados sobre si mesmo.

- Seu arrependimento é constante, vivo? Cresce? É mais abrangente? Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. (Provérbios 4: 18)

#64 RESPOSTA AOS TRÊS AMIGOS

Jó 42: 7-9

Após conduzir Jó a uma situação de completa humildade, confiança em Deus, e paz com a Sua providência, Deus agora começa a tratar com seus 3 amigos. Ele fala com eles por intermédio de Elifaz, que provavelmente era o líder, o mais velho dentre eles, e também o primeiro que falou com Jó.

Eles, evidentemente, não foram afetados pelo segundo discurso de Deus a Jó. OBS:Aquilo que convence a alguns, pode passar despercebido por outros.

Note que o verso 7a não faz referência alguma às palavras de Jó. OBS:Deus sempre tem a palavra final em todas as coisas!

1. A tratativa de Deus para ambas as partes, v. 7.

Henry: “Jó é exaltado, enquanto seus três amigos, mortificados.” Jó passou por uma sabatina de ciências, a despeito da sua justiça, mas eles foram ordenados a oferecer um sacrifício pela tolice que cometeram.

I. Os Três amigos.

Imagine a surpresa da parte dos três. Eles esperavam um cumprimento, um “parabéns”. Mas ao invés disso, se depararam com a ira de Deus! OBS:Imagine quantas surpresas teremos no dia do julgamento final (embora eu veja estes três como homens tementes a Deus). Eles estavam confiantes quanto a terem falado apenas a verdade. Mas Deus viu tudo isso de maneira completamente diferente. Eles cometeram o pecado de omissão, ou seja, falharam em falar retamente acerca de Deus (repetido no vs. 7 e 8). OBS:É nosso dever falar a verdade, toda a verdade, e nada além da verdade!

OBS:Deus pode ficar irado com seus filhos. Ele vê todos os nossos pecados.

2. Jó

Nenhuma palavra de ira contra Jó. A expressão “meu servo” aparece quatro vezes entre os versos 7 a 8, assim como apareceu nos capítulos 1: 8 e 2: 3. Jó havia chamado Deus de “o Seu Redentor” (19: 25). Intimidade que só é possível por causa da aliança da graça! Deus, a exemplo de Jó, pode também chamar você de “meu servo”? Você o conhece como Redentor e Senhor?

Jó tinha falado a verdade, aquilo que era reto. Talvez esta seja uma declaração que surpreenda até mesmo a nós! Deus não terminou simplesmente corrigindo seu servo Jó pelos erros cometidos em seus discursos? Sim, mas vamos nos lembrar da observação aguçada de Calvino ao comentar: Jó tinha bons motivos, mas argumentou mal, enquanto seus amigos tinham motivos fracos e pobres, mas argumentaram bem. A despeito de seus erros, impaciência, e confusão, Jó era, acima de tudo, um homem reto. Os seus discursos seguiram na direção correta, enquanto os de seus amigos não, ainda que tivessem utilizado alguns princípios verdadeiros. Eles interpretaram mal a disciplina paterna, tratando-a como uma punição judicial. A posição assumida por eles, quanto ao caso de Jó, era completamente equivocada.

OBS:Devemos olhar de forma abrangente para a vida daqueles que professam a Cristo, e não somente para uma determinada declaração ou evento. (Pense a respeito de Pedro negando ao Senhor, mas ele foi, acima de tudo, um grande pregador e líder).

As aparências enganam. Os amigos de Jó estavam saudáveis e prósperos, mas Deus estava irado com eles. Enquanto isso, Jó estava extremamente doente e falido, mas Deus se agradava dele. Deus muitas vezes mostra a sua ira quanto às aparências. Assim como se deleita na sinceridade dos seus filhos, mesmo que estes se encontrem sob grande angústia e sofrimento.

Deus estava mais satisfeito com Jó do que Jó estava consigo mesmo.

OBS:Isso deveria sempre seguir esta ordem! E aí de nós se isso for ao contrário!

No final, todos foram humilhados, tanto Jó como seus três amigos. OBS:Vamos todos buscar o lugar mais humilde diante do Deus Todo-Poderoso! Não há lugar para orgulho na Sua presença. (Mas, e quanto Eliú? Não vemos nenhuma repreensão porque ele simplesmente falou aquilo que era reto, a verdade. Ele apenas tratou dos pecados de Jó no presente, e não de coisas imaginárias do passado, como fizeram os três amigos. Pecados do presente são aqueles que Deus está interessado.)

II. A PROVISÃO DE DEUS PARA OS SEUS AMIGOS, VS. 8-9.

Eles deveriam oferecer sacrifícios e esperar pelas orações de Jó a favor deles, a fim de que pudessem ser perdoados de seus pecados e estar em paz com Deus.

Contemple a misericórdia e a graça de Deus aqui demonstrada. A ira de Deus não tinha o objetivo de destruí-los, mas de corrigi-los. Ele prescreve o remédio. Ele nunca abandona os seus filhos! Ele não desiste deles! Graças a Deus pelo seu perdão e por lavar os pecados dos seus amados filhos quando pecam!

Deus aqui nos dá um maravilhoso quadro da redenção:

1. Sacrifício de sangue. Uma vida substituindo outra, a fim de poupar a vida daquele que será redimido. Sem derramamento de sangue não há remissão de pecado! (Hebreus 9: 22)

2. ...oferecida pelas mãos do sacerdote apontado por Deus. Jó era uma figura de Cristo aqui. Deus não aceitaria seus amigos exceto através de Jó. Da mesma maneira, Deus só aceita pecadores pelas mãos de Cristo, como nosso Mediador. Ele é o único Mediador apontado por Deus para efetuar a nossa redenção! (Hebreus 3: 1-2). Ele também é o próprio sacrifício... A sua encarnação tornou isso possível.

3. Deus aceitou a Jó, vs. 8-9. Deus aceitou a Cristo! Aqui reside toda a nossa confiança! Com Cristo como o nosso Mediador, nós estamos plenamente seguros. Nele nós somos aceitos (Efésios 1: 6). Tanto os três amigos, quanto Jó, foram todos aceitos.

Jó orou por eles. Pense em Cristo orando por nós, mesmo quando estava sendo sacrificado. “Pai, perdoa-lhes!” [Jó é apenas uma figura, e não um mediador de verdade. Compare Ezequiel 14: 14, 20. ]

Resumo: (Robinson- pg 276) “Não pode haver reconciliação entre Deus e o homem sem sacrifício. Não há reconciliação sem perdão dos pecados, e não há perdão sem que a justiça seja satisfeita, e não há satisfação da justiça sem haver um sacrifício. OBS:Este é a maneira pela qual Deus efetua a redenção! Da sua maneira, pois não há outra maneira! Deus tratará com o nosso pecado através de um substituto ou segundo a nossa tolice! Mas Ele certamente tratará com o nosso pecado de uma forma ou de outra!

OBSERVAÇÕES ADICIONAIS

1. Devemos nos apropriar do sacrifício, apresentando como se fosse o nosso. V.9 Eles obedeceram. A obediência ao evangelho do arrependimento e fé. Olhe além de você mesmo, olhe para Cristo.

2. O exemplo do arrependimento de Jó. “Se ele precisava de arrependimento, quanto mais nós!”

3. Jó perdoando e sendo perdoado. O seu perdão prova que ele foi perdoado (Mateus 6: 15).

4. Precisamos nos reconciliar com outros antes que a nossa adoração seja aceita. Os amigos de Jó tiveram que se reconciliar primeiramente com ele, indo até a ele humildemente. (Mateus 5: 23-24).

#65 A restauração de Jó

Jó 42: 10-17

Aqui temos a solução da história. Vimos como Deus restaurou a Jó na ordem inversa das suas calamidades: espiritualmente (via Eliú e Deus no redemoinho) e agora materialmente.

I. Emancipação

1. Quem libertou Jó? Deus. Somente Ele é capaz. Ele controla tais coisas. Ele permitiu que Satanás tivesse acesso a Jó, sustentou a Jó através disso tudo, e agora o livra.

2. Libertação do cativeiro. Jó havia sido libertado do temor, dúvidas e incertezas. A presença sensível e o favor de Deus retornaram, mas agora ele é liberto do cativeiro das suas aflições externas. OBS:Com a licença de Deus, Satanás age como alguém que toma um prisioneiro. Talvez houvesse mais aflições temporais do que imaginamos. Compare com Lucas 13: 16 - E não convinha soltar desta prisão, no dia de sábado, esta filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás tinha presa. Jó aprisionado por Satanás e Satanás aprisionado por Deus!

3. Note o tempo da libertação: quando orava pelos seus amigos. Nenhuma cena no livro todo é mais majestosa do que esta: ver Jó, no fundo do poço, intercedendo como sacerdote, por cada um daqueles que haviam lhe causado as mais profundas aflições terrenas. Compare com Cristo sendo exaltado após interceder e sofrer por nós.

- Que marca de graça! Ore por aqueles que erraram contra você. Ele não diz: “Nunca orarei nem adorarei mais com vocês, etc.”. Se você conhece o perdão, então deve perdoar! Nenhum rancor, nem amargura.

- Nós iremos sempre promover o nosso melhor interesse, quando orarmos pelo melhor interesse dos outros! O bom e prazeroso retorno das orações. Mas, quanto a mim, quando estavam enfermos, as minhas vestes eram o saco; humilhava a minha alma com o jejum, e a minha oração voltava para o meu seio. (Salmo 35: 13). Enquanto Jó ora por eles, sua própria situação melhora! A alma generosa prosperará e aquele que atende também será atendido. (Provérbios 11: 25).

- Enquanto trabalhamos para salvação de outros, fazemos bem a nossa própria alma. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem. I Timóteo 4: 6 (não no sentido absoluto, mas como um instrumento da nossa própria perseverança). Sendo consciente a respeito da alma dos outros, nos tornamos mais conscientes da nossa.

4. Descrições gerais da libertação, tudo em dobro.

II. Consolação, v. 11.

Talvez duas vezes mais amigos do que antes.

Todos os que permaneceram distantes, sem oferecer ajuda, agora ouviram o discurso de Deus, e viram os três amigos humilhados e arrependidos. Sem dúvida, eles prestaram atenção à repreensão feita aos outros. OBS:Você faz o mesmo? Ao vermos outros sendo castigados, vamos ouvir e temer!... para que Deus não faça um exemplo de nós.

- Eles comeram com ele, sinal de aceitação e amor.

- Eles o consolaram e confortaram. OBS:Isso não é uma pequena benção.

- Eles trouxeram presentes. A riqueza de Jó dobrou.

III. Compensação, v. 12.

Conforme o relato, calculamos que Jó recebeu exatamente o dobro daquilo que encontramos no capítulo 1: 3. OBS:Deus é preciso!

Note que somente o primeiro caso é mencionado. E assim abençoou o SENHOR o último estado de Jó, mais do que o primeiro (Ecles. 7: 8).

- O que aparentemente parece ser uma perda, prova que é ganho para nós. Deus só toma aquilo que Ele pode dar mais (embora nem sempre do mesmo gênero, como Jó aqui). Compare com Mateus 19: 29, cem vezes mais!

- Certamente que isto aponta para a felicidade que encontraremos no céu para aqueles que sofrem por causa de Cristo na terra. II Coríntios 4: 17; Romanos 8: 18; Tiago 1: 12. Nossas expectativas superadas, como a rainha de Sabá, nem metade do que foi dito!

- N.T. Perspectiva: Piedade é ganho. Aqueles que ensinam outra coisa (ganho é piedade) são orgulhosos, sem conhecimento, corruptos de entendimento e destituídos da verdade (I Timóteo 6).

IV. Família, v. 13-16.

Por que o número de filhos foi o mesmo, e não o dobro? Porque, na realidade, ele não perdeu seus dez filhos...somente estava separado por um fino véu.

Evidentemente, esta nova geração foi tão consagrada quanto à primeira. Filhos tementes a são um presente de Deus! Mas isso não é uma coisa automática. OBS:Ore por eles!

As filhas normalmente não são mencionadas na genealogia, mas aqui recebem uma menção especial, v. 14-15. Conhecidas por sua beleza e prosperidade. Um testemunho do elevado padrão de respeito que Jó demonstrava às mulheres. (OBS:Nem a beleza, e nem a prosperidade são desprezadas em si mesmo). Somente reconheça o caráter passageiro delas. A beleza é vã, assim como as riquezas, se isoladas, e vãs em comparação com a graça. Mas, as mulheres que temem a Deus, não precisam ignorar sua própria natureza e parecerem feias. Cultive a beleza interior acima de tudo, mas não se esqueça que a exterior é um dom de Deus, devendo ser devidamente tratada em seu próprio contexto. Não é pecado ter espelho! Glorifique a Deus em seu corpo, dentro dos princípios bíblicos. (Algo que faça com que a glória de Deus possa ser manifesta, até mesmo através da nossa aparência e expressão). O significado do nome delas: a beleza delas e a alegria de Jó

Jemima – “dia” (como a beleza da luz após as trevas), ou “rolinha” (beleza, paz e inocência).

Quezia – “Cássia” Planta aromática, um tipo de Canela de grande valor, doce perfume.

Quéren-Hapuque - era uma pintura de olhos, normalmente preta e de forma curva , usada para chamar a atenção para os olhos de uma mulher.

- Considere o nome que você dá ou dará a uma criança. O mais apropriado, é que honre a Deus. Não como Bathsheba (filha de um juramento) ou Osama.

v. 16 Quatro gerações. Frutífero.

Mais 140 anos. Talvez o dobro da sua idade que tinha quando o seu mundo desmoronou (70).

V. Glorificação, v. 17.

...quanto a sua alma e morte. Ele morreu farto de dias, satisfeito, feliz e santo. Nunca foi colocado novamente em testes tão extremos. Somente uma coisa melhor ocorreu a Jó: se encontrar com Deus!

Então, Satanás foi totalmente derrotado. Jó serviu a Deus tanto na prosperidade quanto na mais extrema das dificuldades. Nunca amaldiçoou a Deus. Ao invés disso, Jó apreciou a bondade de Deus muito mais do que se Satanás nunca o tivesse afligido! Que Deus!

Observe:

- Este é o método norma de Deus: Ele faz com que as artimanhas de Satanás se voltem contra ele mesmo.! Ele permite que Seus filhos sofram por um pouco, e então lhes dá uma alegria muito maior do que aquela que teriam se não tivessem sofrido! (Isto permanece sendo uma verdade tanto agora quanto na eternidade.)

Veja o espírito alegre de Jó para com Deus; muito mais feliz do que se não houvera sido tão seriamente provado. Nenhum pesar. Que Deus!

- Os Cristãos são freqüentemente preparados para maiores bênçãos através do sofrimento e humilhação. Cruz, seja bem-vinda!

- Novamente, encontre conforto em saber que as aflições do presente são apenas uma preparação para um futuro triunfante.

- Deus recompensa a fidelidade, perseverança e obediência. A graça da recompensa adicionada a graça da obediência, portanto, tudo graça! Que Deus! Vamos admirar todos os Seus caminhos, mesmo aqueles que nos são penosos no presente.

#66 O fim que o Senhor lhe deu

Tiago 5: 11

Fim da jornada! O adeus a Jó. O que deveríamos levar “para casa” destes estudos, acima de tudo? Tiago nos diz! Único lugar do N.T. que menciona o nome de Jó.

Exposição:

Tiago nos exorta a suportar com paciência e firme perseverança. 1: 3-4; 5: 8-10. O poder do exemplo: paciência em ação. Nisto Jó se destaca, pois seus sofrimentos são inigualáveis.

“Considere o quanto nós contamos por felizes aqueles que suportam grandes dificuldades.” Uma verdade no reino puramente terreno. Ilustração: Uma família que viveu 20 anos exilada numa prisão no deserto de Marrocos, e finalmente escapou no ano de 1990!

Porém, especialmente os Cristãos, são considerados como felizes por suportar as provações, mas a felicidade não como resultado subjetivo de um estado de ânimo, mas como um estado de mente aprovado por Deus.

Ouvistes...O nome de Jó nunca será bem conhecido se não consideramos o seu grande sofrimento.

Paciência... Duas palavras traduzidas como paciência no N.T., e Tiago utiliza as duas No capítulo 1, paciência significa: temperamento que não sucumbe facilmente diante dos sofrimentos”, o oposto de covardia e desencorajamento, no verso 3-4 (??p?µ???´) ; e verbo (suporta -??p?µe´??) no v. 12. A mesma coisa aqui no texto, duas vezes suporta....paciência (ex: tolerância, perseverança).

Mas, a paciência do cap. 5 verso 10, é aquela que “exerce autocontrole”, não retaliando ou se opondo com ira ou vingança. Normalmente traduzida como (µa?????µ?´a) “Longanimidade”.

Jó parece não ter demonstrado longanimidade em algumas ocasiões, mas sempre demonstrou que suportou! OBS: Deus não recorda a impaciência de Jó, mas somente o fato de que ele suportou! Manton: Onde a inclinação do coração está certa, as enfermidades do povo de Deus não são mencionadas.” Que graça!

Vistes...mais ainda do que ouvir!

O fim que o Senhor...objetivo, término, propósito, resultado. Como Jó terminou? Cheio do melhor de Deus, tanto aqui quanto na eternidade. A causa e a maneira: muito misericordioso, lit. extremamente misericordioso, ex: um grande coração. Amoroso, cuidadoso e generoso. Piedoso, cheio de misericórdia.

Aprenda:

1. Devemos levar para casa o fato de Deus ser bom para Seus filhos, mesmo que Ele permita que soframos por um tempo. Mantenha Deus em foco. Aprenda alguma coisa sobre Deus no livro de Jó. Em todas as provações da sua vida como Cristão, veja sempre a mão de Deus. Olhe para Sua bondade (como diversas vezes apontado na “análise científica”)

Este é o grande final. Não se desvie deste rumo! Manton: “Espere pelo final, o começo geralmente é de Satanás, mas o final, pertence a Deus.”

2. Nós apreciaremos mais a Sua bondade quando tivermos passado pelo vale da humilhação. Jó aprendeu mais da bondade de Deus através das suas provações, do que poderia aprender de outra maneira.

Nota: “Nós vemos a bondade de Deus a despeito das nossas aflições”, mas “Nós vemos a bondade de Deus “especialmente” através das nossas aflições.” (Quão imaturo, fraco e corrompido seríamos, se pensássemos de outra maneira!)

3. Não importa quão carrancuda seja a providência de Deus, lembre-se que o sorriso de Deus está por detrás dela. Jó questionou isso algumas vezes (e se arrependeu profundamente). Ele pensava que Deus estava contra ele. Mas, através de Eliú, e mais tarde através de Deus mesmo, Jó acabou enxergando que “o que ele pensava ser um terrível ataque de um inimigo mortal, era o poderoso abraço de um amigo. O que ele pensava ser ataque um mortal de armas inimigas, era uma incisão habilidosa do grande médico que fere, mas cura. Nas próprias provações que ameaçavam varrer sua confiança em Deus, agora ele encontra um firme e novo apoio, pois ele discerne nelas uma prova clara do amor celestial.” (Green).

- Deus está exercitando Seu amor para conosco, mesmo quando permite as providências obscuras. Green: “Não é o suficiente dizer que as aflições são capazes de serem conciliadas com o amor divino. Elas são em si mesmas um fruto deste amor. Deus é igualmente gracioso quando permite a aflição, e também quando nos permite prosperar.” “É muito bom quando Deus faz isso, é a melhor coisa que pode ocorrer.” AMEM!

- Pensamentos modernos errados: “Deus concede muitos benefícios, mais benefícios do que provações, portanto, Ele é bom e me ama.” Verdade: “Deus é bom em tudo o que me concede, e tudo, no final, é para o meu bem.

- Não colocar as bênçãos de um lado da balança, e as aflições do outro, e as bênçãos serem mais pesadas do que as aflições!” Não! Jó era capaz de pegar todas as aflições e mudar de lado na balança! Nada era realmente contra ele! Romanos 8: 31. (Este foi o motivo pelo qual Jó pode perdoar seus três amigos tão rapidamente!) Green: “A adversidade é boa quando vem de Deus.” Nunca pense que Deus está contra você! Solzhenitsyn, falando a respeito do Arquipélago de Gulag disse: “Portanto, prisão, bendigo o teres feito parte da minha vida....pois foi através de você que eu descobri onde reside o significado existência terrena, não como costumávamos pensar, na prosperidade, mas no desenvolvimento da nossa alma.”

- Como Jó, devemos ver a harmonia que existe entre o poder e a bondade de Deus em tudo na nossa vida. Submetendo-nos doce e humildemente. E nos arrependermos por toda a nossa impaciente murmuração. (Como somos tolos!...Como Agur: Na verdade eu sou o mais bruto dos homens, nem mesmo tenho o conhecimento de homem (Provérbios 30: 2). Nada é mais precioso no Cristão do que uma submissão inquestionável e uma adoração verdadeira para com Seu Pai Celestial.

- Mantenha a perspectiva! Aqueles que suportam a provação, verão a misericórdia do Senhor para sempre. Com esta certeza, você pode receber qualquer coisa que Satanás lançar sobre você. Salmo 143 é um paralelo disso.

 

Autor: Daniel A. Chamberlin, Pastor (covenantbc@cs.com)
Tradução: Eduardo Cadete - 2011
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br