Cap 04 - Daniel Parks

O Batismo Cristão (17):

Batizar é Subordinado à Pregação (I Coríntios 1: 13-17)

Paulo o apóstolo, declara em I Coríntios 1:17: "Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar...".

Paulo, aqui, não exclui o batismo dentre as obrigações

do ministério que Deus lhe concedeu. Ensina, sim, que o batismo está subordinado à pregação do evangelho.

I. Por que o batismo está subordinado à pregação do evangelho?

1. A pregação é, mas não o batismo, absolutamente essencial para a salvação dos pecadores.

    i. O batismo não é absolutamente essencial para a salvação porque Paulo confessa: "Dou graças a Deus, porque a nenhum de vós batizei, senão a Crispo e a Gaio... E batizei também a família de Estéfanas; além destes, não sei se batizei algum outro. Porque Cristo enviou-me não para batizar..." (versículos 14-17). Se o batismo fosse absolutamente essencial para a salvação, Paulo nunca teria feito tal afirmação.

    ii. A pregação é, de fato, absolutamente essencial para a salvação, pois Paulo confessa: "Porque Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho". O que ele confessa, aqui é, em outra parte, reforçado por sua confissão de que "pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho" (1 Coríntios 9:16).

    Nós nunca lemos Paulo declarando: "Eu agradeço a Deus por não pregar a nenhum de vós, porque Cristo não me enviou para pregar o evangelho". Nem o lemos declarando "E ai de mim se não batizar".

2. O evangelho, não o batismo, é "para nós, que somos salvos... o poder de Deus" (v.18). Isso está de acordo com a declaração de Paulo, em outro momento, de que "O evangelho de Cristo... é o poder para a salvação de todo aquele que crê" (Romanos 1:16). Portanto:

    i Porque o evangelho, não o batismo, é o instrumento através do qual Deus regenerará o Seu eleito (I Coríntios 4:15): "Porque eu pelo evangelho vos gerei em Jesus Cristo" (cf. Tiago 1:18).
    ii. Porque o evangelho, não o batismo, é o instrumento através do qual Deus chamará Seu eleito para a Salvação (II Tessalonicenses 2:14): "Para o que pelo nosso evangelho vos chamou".
    iii. Porque o evangelho, não o batismo, é o instrumento pelo qual Deus unirá Seu eleito a Cristo (Efésios 3:6): "A saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho;".
    iv. Porque o evangelho, não o batismo, é o instrumento pelo qual Deus confirmará Seu eleito (Romanos 16:25): "Àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo".
    v. Porque o evangelho é o instrumento pelo qual Deus abolirá a morte e trará a imortalidade à luz (II Timóteo 1:10): "Nosso Senhor Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho".
Paulo, portanto, identifica o evangelho como "a mensagem pregada para salvar aqueles que crêem" (v.21). Deus não salva ninguém, exceto aqueles que crêem na "mensagem da cruz" (v.18) o evangelho de "Cristo crucificado" (v. 23). Portanto, quando um pecador despertado pergunta: "Que devo fazer para ser salvo?", os pregadores do evangelho respondem: "Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo" (Atos 16: 30f). Eles não dizem: "Confia no batismo e serás salvo".

II. Como tem sido demonstrada a subordinação ao batismo?

1. O batismo era subordinado à pregação no ministério terreno de Jesus Cristo (João 4:2): "Ainda que Jesus não batizava, mas os seus discípulos". Jesus Cristo dedicou Seu ministério à pregação do evangelho (Marcos 1:14), deixando aos outros o batismo dos convertidos.

2. Batizar é submeter-se à pregação na Grande Mandamento de Jesus Cristo (Marcos 16: 15 & Mateus 28:19): "E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura"; "Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". Os discípulos são preparados através da pregação do evangelho e tais discípulos salvos são, subseqüentemente, batizados.

3. O batismo era subordinado à pregação no ministério dos apóstolos de Cristo. Já havíamos considerado, aqui, a evidência dessa verdade no exemplo de Paulo (v. 12-17). Encontramos evidência semelhante na conversão de Cornélio, recordada em Atos 10. Pedro fez o necessário, quando pregou o evangelho de Cristo (v. 34-43), concluindo a sua mensagem com a promessa "Todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome". Quando eventos subseqüentes evidenciaram que havia de se acreditar no evangelho e que os crentes foram salvos (v.44-46), Pedro delegou aos outros a responsabilidade de batizá-los (v.48).

Certamente Jesus Cristo e seus discípulos não teriam agido de tal forma, se o batismo fosse absolutamente essencial para a Salvação!

III. Quem deturpará tais verdades gloriosas?

Paulo os identifica como "os que perecem", em contraste, a "para nós que somos salvos" (v.18). Pereceram porque subordinaram a pregação ao batismo. Pelo fato de acreditarem que o batismo é essencial para a salvação, admitiriam "Meu Cristo enviou-me para batizar! Ai de mim se não batizo".

IV. Por que aqueles que perecem subordinariam a pregação ao batismo?

1. O evangelho de "Jesus crucificado" é "escândalo" para aqueles que estão perecendo (v.23). Esse foi o caso dos judeus na época de Paulo, porque "os judeus pedem sinal" (v.22), ou uma evidência sobrenatural externa como fundamento da sua fé. "Disseram-lhe, pois: Que sinal, pois, fazes tu, para que o vejamos, e creiamos em ti? Que operas tu?" (João 6:30).

Tais pessoas são impressionadas por milagres vistos com seus olhos, não pela mensagem a ser aceita no coração. A idéia de que alguém pudesse ser salvo através da crença no que foi feito por Cristo na cruz é, portanto, um escândalo para eles.

2. O evangelho de "Cristo crucificado" é "loucura" para aqueles que estão perecendo (v.23). Esse foi o caso dos gregos na época de Paulo, porque "os gregos buscam sabedoria" (v.22), ou a evidência racional como fundamento de sua fé. São como seus antepassados atenienses que zombavam do evangelho porque, para eles, o mesmo era ilógico (Atos 17:32). Não querem nada com o evangelho que humilha seu orgulho, declarando: "nenhuma carne se glorie perante ele (de Deus)" e por declarar que a única "sabedoria de Deus" é encontrada em "Cristo Jesus" (v. 29,30). A idéia de que alguém pudesse ser salvo através da crença no que foi feito por Jesus na cruz é, portanto, loucura para eles.

O pregador da salvação através do batismo alimenta suas fantasias de ambas as formas.

Primeiramente, para aqueles que "buscam sabedoria", o pregador da salvação através do batismo declara o evangelho da salvação apenas pela graça através da fé em Cristo somente ser uma "loucura". Com suas aguçadas habilidades em eloqüência e debate e, por meio do entrelaçamento habilidoso das Escrituras, convence os homens pecaminosos de que podem merecer a salvação e absolvição perante Deus através de suas próprias obras.

Portanto, é a antítese de Paulo, que admitiu: "E eu ... não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado. E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor. A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder; Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus" (I Coríntios 2:1-5). E, quando Paulo ouve os homens chamarem sua mensagem de salvação apenas pela graça, através da fé em Cristo somente, de "loucura", ele responde: "Aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação" (v. 21).

Segundo, para "aqueles que pedem um sinal", o pregador da salvação através do batismo alega realizar o maior deles na água do batismo. Alega que o milagre da regeneração do espiritualmente morto é realizado quando ele o batiza; ele, por meio disso, nega que eles são regenerados através de Deus somente, desvinculado da intervenção humana (como em João 1:12f, 3:3-8 e Tito 3:5). Alega que o milagre da salvação dos pecadores realiza-se quando os batiza; nega, por meio disso, que são salvos somente pela graça e pela fé (como em Efésios 2:8f). Alega que, na verdade, os pecados são perdoados quando ele efetua o batismo; ele, assim, nega que, na verdade, são perdoados pelo sangue de Jesus Cristo (como em Mateus 26:28, Hebreus 10:11f; 9:26). Alega que os pecados são, na verdade, purificados quando ele realiza o batismo; nega, dessa maneira, que eles são, na verdade, purificados pelo sangue de Jesus Cristo (como em Apocalipse 1:5; 7:14).

Ele, portanto, é a antítese de Paulo, que considerava mais a mensagem que o ritual, pregando mais que batizando, e a obra de Cristo no Calvário maior que a obra de um homem na água.

Em quem você acreditará? O pregador que exalta Cristo? Ou negará o evangelho, exaltando o batismo sobre ele?

 

 

Mensagem Radiofônica nº 455 -22 de Dezembro de 2002
Seu servo pela causa de Jesus (II Coríntios 4:5),
Autor: Daniel E. Parks, pastor, Igreja Batista Redentora
2801 Cleveland Boulevard, Louisville, KY 40206
502.899-9205(igreja);812.280-9574(residencial)
Página da Igreja na Web: sovereign-grace.net/redeemer/redeemer_baptist_church.htm
Mensagens:grace-for-today.com/parks.htm    sovereign-grace.com/parks.htm
Serviço de registro redentor: sovereign-grace.net/redeemer

 

Autor: Daniel E. Parks
Tradução: Albano Dalla Pria 2003
Revisão: David Creten Gardner - Jan 2004
Edição: CGG Março 2004
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br