Cap 2 - Estudo Bíblico pelo Pr Forrest Keener

A Impecabilidade de Cristo

 

Introdução:

Por favor, peço-lhes a sua gentileza que abram as suas Bíblias, para o livro aos Hebreus, ao capítulo número quatro e versículo treze. Segurando esta referência em suas Bíblias, também abram à primeira Epistola de Pedro capítulo número um e versículo dezoito. Na epistola aos Hebreus capítulo quatro e versículo treze a Escritura diz, !E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar. Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado?. I Pedro 1.18 diz, !Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós?. Eu tenho dois textos co-adjuntos com estes essa manhã: Hebreus 4.15, !Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado?. E também I Pedro 1.19,20, !Mas com o sangue precioso de Cristo,? ! tratando da nossa redenção ! ?como de um cordeiro imaculado e incontaminado? - e eu quero que considerem esses dois versículos e mantê-los no seu pensamento. 

Como Pastor Smith falou ontem à noite, e como Pastor Laurêncio Justice o seguiu, eu pensei algo e até comentei isto ontem à noite a estes colegas na saída: !se vocês levassem as implicações necessárias e lógicas das suas mensagens à sua devida conclusão ! quero dizer que se levassem os pensamentos abordados às conclusões lógicas ! esta mensagem seria absolutamente desnecessária. Ninguém que segui essas verdades às suas conclusões poderia duvidar a impecabilidade de Cristo. Todavia, é um assunto que é precioso para nossa consideração. Eu sou convicto que você não faz cristãos pela pregação do Cristianismo; você faz cristãos por pregar Cristo. Cristãos amadurecem, mesmo que devemos ensiná-los os princípios de comportamento piedoso. Certamente vocês entendem isso. Mas o mistério de piedade não é piedade na nossa parte, mas é a piedade na Pessoa de Jesus Cristo e crescemos como Cristãos pela aprendizagem crescente de Cristo, como diz o tema desta conferência. E todas as outras coisas que deveríamos ser ensinados e que devemos ensinar não têm a mínima importância até refletindo a imagem do Cordeiro de Deus somos transformados na Sua imagem. Portanto doutrina é importante. Estes pontos não são argumentações inúteis ou sendo contenciosos em pontos doutrinários desnecessários; são verdades valiosas para nosso crescimento na imagem do nosso Senhor Jesus Cristo.

Impecabilidade:

O significado em inglês da palavra impecável é: ser limpo, completo, consumado, sem defeito (Nota do Tradutor: impecável em português: Não sujeito a pecar; imaculável. Dicionário Aurélio Eletrônico - Século XXI ver. 3.0, nov 1999). Você provavelmente já sabe que ninguém realmente pode construir uma doutrina sem entender o significativo das palavras usadas na Escritura. Mas, não pode corretamente construir uma doutrina apenas pelo significado de palavras. As palavras isoladas não significam nada ! e eu não importo se for em grego ou hebraica ou inglês ou qualquer outra ! as palavras não têm significado definitivo fora do contexto em que se encontram, ou seja, a construção gramatical das frases. Então, quando falamos sobre a impecabilidade de Cristo, tratamos além de somente a Sua caráter quando perguntamos: Ele foi completo? Ele era sem defeito? Mas estamos tratando da pergunta: Cristo poderia ter pecado? Sei que este pode parecer algo acadêmico. Mas a realidade do assunto enquanto tratamos disto, o ponto tratado é: a capacidade hipotética de Cristo. Não há muita gente que afirmariam que Cristo pecou. Contudo eu lembro de um homem que disse Cristo pecou o Seu primeiro pecado quando tinha doze anos na ocasião que Ele não seguiu Seus pais de Jerusalém. Mais estúpido disso impossível. Mas não existem muitos que afirmariam que Cristo realmente pecou ou mesmo que Ele quase pecou, mas hipoteticamente dizem que poderia, então a  afirmação do meu assunto hoje é que era absolutamente, indubitavelmente impossível para Cristo a ter cometido pecado. Agora você sabe do que eu estou falando. Sabemos o alvo da mensagem. 

Argumentos para Pecabilidade

Então, quais são as razões afirmadas por aqueles que afirmam pecabilidade? Os argumentos que eu tenho ouvido vieram de uma lógica humana e afirmam isto: não teria glória na Sua inocência. Em outras palavras, argumentam a Sua inocência. Mas isto não é impecabilidade. Isto não é o que diz a doutrina Bíblica da impecabilidade de Cristo. A doutrina vai além disso e afirma que Ele nem tinha a capacidade. E eles dizem, !Mas se Ele não tivesse a capacidade, não teria glória na Sua perfeição?. Isto quer dizer que Ele lutou contra todos os pecados contra quais nós lutamos, e Ele venceu tal guerra. Louvado seja Deus! Temos a salvação nEle porque Ele lutou e venceu. Basicamente, isto é o argumento. Eles afirmarão que Ele foi tentado em todos os pontos como somos tentados, e se eles experimentam tentações e, presta atenção aqui, eles reconheçam que ! segue o meu pensamento cuidadosamente e não pula na frente de mim ! a capacidade de ser tentado não só implica, mas prova que temos uma falha inata. E isto está correto. Não é completa a argumentação, mas é correta até aquele ponto. Então eles argumentam isto. Não só este, argumentariam que sem a capacidade a pecar, ou em outras palavras, se Ele não tivesse a capacidade para pecar, a tentação seria inexistente e Ele não poderia Se compadecer com as nossas fraquezas como a Bíblia indica que Ele compadece. Eles também afirmam que se Ele não tivesse a capacidade a pecar, Ele realmente não tinha uma natureza humana, porque junto com a natureza humana há a capacidade de pecar. Pr. Justice claramente, também Pr. Smith, os dois, introduziram este assunto ontem à noite quando trataram do primeiro Adão e o último Adão. A diferença, ou o pensamento tratado aí por Paulo é que não estamos tratando da natureza caída de Adão quando pregamos sobre Cristo tornando carne. Mas eles não entendem isso. 

Há dezenas mais destas argumentações e, quero ser gentil quando digo que existem alguns pregadores que estão alunos apurados da Bíblia que absolutamente afirmam a pecabilidade de Cristo. Eu creio que eles são absoluto e inteiramente errados. É a minha opinião que eles tenham tal posição é porque têm lido livros demais antes que consultaram as suas Bíblias; ou seja, escolheram um livro escrito por alguém influenciado pelos homens, como Pr. Justice mencionou ontem à noite, que realmente duvidem a divindade de Cristo mas são eruditos e tenham a capacidade boa para produzir um livro.  Os outros absorvem aquele erro antes mesmo a entender o que a Bíblia ensina. Daqui para frente, lêem as suas Bíblias com uma mente preconceituosa. Eu não quero ser menos do que gentil, mas creio que essa avaliação é correta. 

Problemas com Pecabilidade

Agora, vamos examinar rapidamente alguns problemas com a idéia hipotética de pecabilidade. Em outras palavras, eles dizem que Cristo hipoteticamente poderia ter cometido pecado. E alguém outro dirá, !Bem, porque estamos estudando assuntos hipotéticos?? Bem, em essência, este é um caso hipotético e creio que o seu estudo é válido porque em quase todos os casos, o argumento não é que Cristo pecou, mas que hipoteticamente poderia ter cometido pecado. Portanto isso torna hipotético em si mesmo. 

A Profecia

Agora, deixa-me afirmar: qualquer pecado na parte de Jesus Cristo ! pense disto; é somente lógica, mas não há nada errada com lógica ! qualquer pecado na parte do Senhor Jesus Cristo violaria necessariamente centenas de profecias. Portanto a Escritura seria anulada e o Senhor afirmou que a Escritura não pode ser anulada, não pode ser anulada. Pensem das profecias que não seriam cumpridas se o Senhor Jesus Cristo teria cometido pecado. Eu estou tratando o problema com a hipótese que este povo apresentam. Não somente isto ! isto não é para confundi-lo, mas segue o meu raciocínio comigo ! se a ação foi possível, ou seja, qualquer ação de pecado, se fosse possível, necessariamente o evento ou a eventualidade dela seria possível. Presta atenção: neste caso, não seria consumada a obra da nossa salvação ! e está só consumada no Calvário ! mas ela seria indeterminada; a obra da salvação seria incerta. Está me seguindo? Se fosse possível para nosso Senhor ter cometido pecado, a certeza da salvação de todos os eleitos seria em dúvida e incerta até que Ele de fato tornou vitorioso das tentações que foram diante dEle. Em outras palavras, tal argumentação diria que a salvação não foi feita até a cruz, mas a própria salvação era incerta até a cruz. Não é a verdade? Qualquer outra conclusão é impossível, na minha opinião.

Os Tipos do Velho Testamento

Não somente isto, tratando do Velho Testamento ! ou seja, por exemplo: milhares de ovelhas imaculadas foram imoladas. Qual diferença seria se fossem imaculadas ou não? Uma ovelha morta é simplesmente uma ovelha morta! O que? Com certeza, não! O Senhor deu instruções exatas que este tinha que de ser um cordeiro do primeiro ano, um macho sem mancha e sem mácula. Por que? Foi por causa de ser o único tipo de cordeiro que poderia tirar os pecados dos filhos de Israel? Nenhum cordeiro tirou seus pecados. Não é possível que o sangue de touros e bodes tirassem pecados! Por que tinham que ser imaculados? Porque foram um tipo, ou a figura, do Senhor Jesus Cristo. Se tivesse pecado nEle, todos aqueles tipos, cada um sem exceção, teriam falhado. Isto é lógica hipotética. Eu entendo isso. Mas o assunto em pauta é hipotético em essência.  

O Que É Tentação?

Creio eu que é importante que reservamos um tempinho para tratar dos usos da palavra ?tentado?. É necessário, pois tentação é muito importante neste assunto. (Hebreus 4.15) Este grande sumo sacerdote que compadece-Se da nossas fraquezas foi tentado em tudo como nós. E eu penso que justamente aqui é o problema, não em definir a palavra corretamente, mas em nosso entendimento do próprio assunto de tentação. O que é tentação? Tem sido sugerido por alguns que a palavra aqui traduzida ?tentado? devia ser traduzida !provado?. Não fará diferença nenhum se damos um novo nome ao veneno. Chamando o veneno de canja será a mesma. Trocando ?tentado? pela palavra !provado? não ajudaria pois a verdade é que !tentar? significa: provar a fé ou virtude ou caráter pela indução a pecar. Isto é o que estamos tratando.

Tentação Objetiva

Tentação é objetiva e subjetiva. Segue o meu raciocínio, por favor. Quero fazer isto tão simples como posso, ou seja, o Diabo sai para tentar os homens e ele apresenta diante deles atrativos para fazer o que é vil. Mas estes atrativos a fazer bem ou mal, quaisquer que sejam, tem nenhum efeito a não ser em relação aquele que está dentro daquele homem. Está pegando a idéia do que estou falando? A natureza do homem vai ser o fator determinante se algo é uma tentação ou não. Por exemplo, alguém se refere a um certo prato de comida e dirão, !Não é uma tentação?? Todavia, aquele mesmo prato não é uma tentação a todos. Eu gosto de espinafre; mas alguns não gostam de espinafre. Eu gosto muito de brócolis; meu irmão mais velho não gosta de brócolis. Mas eu gosto de brócolis; mas existe alguns que não são tentados pelo brócolis. Eu gosto de brócolis. Especialmente quando tem muito queijo derretido nele. Está percebendo o que eu quero dizer? Mas existem alguns que não são tentados pelo brócolis. Em outras palavras, a nossa natureza faz a diferença. Sabe, existem pessoas que Deus entregou a um sentimento perverso e estes são tentados pelos assuntos acerca da homossexualidade. Mas contrariamente, eu me revolto, e posso tornar-me violento até ferir alguém pela simples sugestão deste assunto. Quando era moço, de vinte anos de idade, um homem sentou-se ao meu lado num cinema e começou a me tocar. Eu conheci este homem e não tive idéia nenhuma que era dessa persuasão. Ele me seguiu até o cinema e sentou-se ao meu lado. Eu virei a ele e afirmei claramente: !Se você me tocar de novo, eu te mato." Este levantou-se e saiu, que era uma boa idéia. Entende? Nem todos reagem desta maneira. Entendam, eu tenho uma natureza pessoal que se revolta por tais coisas. Todavia, como posso ser tentado por uma mulher, nunca posso ser tentado por um homem. 

Tentação Subjetiva

Agora o assunto da tentação não é somente objetivo, mas subjetivo. O Diabo ronda e procura objetivamente a tentar outros. Mas ele só pode incentivar ou somente pode sujeitá-los a si mesmo somente na medida que houver uma natureza que possa se submeter a tal provação. Está podendo seguir essa linha de lógica? 

O Senhor Jesus Cristo disse, !se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim?. Você pode afirmar o mesmo? Eu não posso. Amado, quando Satanás aparece, eu preciso orar! Isto porque ele pode achar todo tipo de fraqueza e falha comigo. Mas não no Senhor Jesus Cristo. Está vendo, quando a Bíblia afirma, !como nós, em tudo foi tentado? ela se refere a todas estes atrativos que Satanás apresenta diante nós, ele apresentou diante do Senhor Jesus Cristo. Mas! Existe uma natureza caída dentro de nós que não existe no Senhor Jesus Cristo. 

A Natureza Divina de Cristo

E agora chego a meu último e, creio eu, o ponto mais importante. Penso eu que a grande lição necessário está no entendimento da natureza do Senhor Jesus Cristo. Agora, quase todos que querem afirmar a pecabilidade de Cristo dirão: !Com certeza, não cremos que Cristo pudesse ter pecado na Sua natureza divina. Mas na Sua natureza humana que poderia ter cometido pecado." Este é o cerne do seu argumento. A encarnação não incluía o esvaziamento da Sua divindade imutável. Eu quero dizer disso de novo: A encarnação de Jesus Cristo em nenhuma forma, negava a Sua divindade imutável. Temos que de ser cuidadosos em nosso estudo, que sejam assuntos soteriológicos, proféticos, qualquer que sejam, temos que de ser cuidadosos a relacioná-los à pessoa de Deus. 

Deus é Imutável

Por exemplo, a os que fiquem dizendo: !Deus olhou no futuro e viu quem seria salvo." Por favor, amado, acorde! Deus não olha no futuro. Ele é onipresente. Ele está em todo lugar em todo o tempo. Ele também não aprenda nada pela observação como ?viu quem seria salvo? e baseado nisso fez uma decisão. Se estes amados gastaram tempo com Deus entenderiam melhor. E quando tratamos da divindade de Cristo, ou quando tratamos a natureza de Deus, devemos entender que um dos grandes atributos de Deus é imutabilidade! Ele não só não muda, como não pode mudar, pois Ele deve mudar para o melhor, que implicaria que Ele era imperfeito antes da mudança; ou Ele deve mudar para o pior, que implicaria que Ele tornou inferior à posição prévia. Ele tem que ser imutável pela Sua natureza divina. 

A União das Naturezas de Cristo

Agora, se isto for verdadeiro, quando Ele se encarnou, é completamente impossível para nós criarmos hipóteses que dizem que Ele poderia ter deixado ao lado qualquer atributo da Sua divindade. Somente se for possível para Jeová morrer ! e isto não é uma hipérbole ? somente na mesma medida que é possível o Jeová morrer, pode mudar a Sua divindade. Agora, alguém vai argumentar: !Mas este não importa, pois não estamos tratando a Sua pessoa como Deus, mas estamos tratando a Sua pessoa como homem." Vou tratar disso daqui um pouco.  

Com certeza, eu não sou um perito de qualquer forma quando tratamos esta união misteriosa (a união da natureza humana com a natureza divina) de Cristo. Às vezes brincamos entre nós que essa união misteriosa é algo além da nossa capacidade a entender, mas tal união é um fato. É um fato Bíblico. Neste homem que chamamos Jesus Cristo é ?Deus conosco?, !Jeová conosco?. Isto é o que verdadeiramente significa o Seu nome. Neste !Jeová conosco?, houve uma união da natureza de Jesus Cristo como homem e a natureza de Jesus Cristo como Deus. Houve uma união que não podemos ver, que não podemos tocar, que não podemos analisar, que não podemos definir; mas ela existe. É inconcebível e é anti-Bíblico que a natureza humana poderia de qualquer maneira violar a natureza divina. Ela não podia de qualquer forma alterar a natureza divina pois divindade é imutável. Estou enfático que isto não é possível. Então, quando tratamos disto, usamos I Timóteo 3:16: !E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade?. Como podemos aprender de Deus? !...Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória." Quem é o assunto aqui? Não está tratando de um conceito ou mera manifestação de Deus!  Está tratando uma Pessoa! Jesus Cristo. 

Mas o fato do assunto é que quando tratamos desta união, logo entendemos que ela vai além da nossa capacidade de analisar, a defini-la completamente, entender absolutamente tudo, mas mesmo assim, sabemos que existe uma união destas duas naturezas. O Apóstolo Paul afirmou: !Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado." De alguma forma, Paulo estava confessando: !eu tenho uma personalidade dupla." Eu não gosto de usar estes termos frequentemente pois hoje em dia os psicólogos fazem bastante bagunça destes termos. Todavia freqüentemente ouvimos pessoas honestas dizerem: !Parte de mim quer fazer isto, outra parte de mim quer fazer aquilo." Você já sentiu assim? Sabe por quê? É porque você é a descendência de Adão. Mas não é assim com Cristo. Ele não é descendência de Adão. Ele não tinha uma personalidade dupla. Eu não tenho tempo para confirmar tudo, mas nunca houve um momento na vida de Cristo quando parte dEle quis fazer uma coisa e parte dEle uma outra. Nunca. Mesmo que fosse homem, mesmo que fosse Deus, não existia conflito nEle. Não achará nada ao contrário nas Escrituras. Busque-o, acha-o, e me mostre e eu pedirei desculpas. Mas você não descobrirá nada nas Escrituras que apresenta Cristo em dúvida dizendo: !Eu não sei o que Eu vou fazer. Eu gostaria de fazer isto, mas também Eu gostaria de fazer??. Não existe isso nEle. Há união. É uma união misteriosa que vai além do meu entendimento. Ele era Deus manifesto na carne.

A Divindade Não Pode ser Comprometida

Preste bem a atenção e assenta isso como um princípio básico: deidade verdadeira não se compromete. Mas eu não estou dizendo se ela for comprometida ela cessa a ser deidade verdadeira. Existe uma diferença. Eu estou afirmando que deidade legítima não pode ser comprometida. É infalível. É imutável. Ela entende todas as eventualidades. Ela controla tudo. Está vendo, eu faço decisões que são erradas e às vezes tenho circunstâncias em dúvida; e tenho decisões quando quero fazer algo, mas às vezes tenho medo. Sabe por que? Porque existem tantas eventualidades que eu não posso controlar. Mas a mesma não é verdadeira com Deus. Existem tantas coisas cotidianas que eu não conheço, mas isto não é verdade com Deus. E existem tantas coisas das quais eu estou incerto, mas isto não é verdade com Deus. Você já fez algo e depois pediu desculpas? Deus nunca faz isso. Está vendo? A própria natureza de Deus impede toda a argumentação daqueles que promovem a possibilidade de Cristo a cometer pecado. Ele não é descendente de Adão. Pastor Laurêncio Justice tratou bem o assunto disto ontem à noite quando tratou da maneira que Cristo foi concebido no ventre de Maria. E, eu não sou um cientista. Eu tenho ouvido muitos argumentos deste assunto e eu estou maravilhado às vezes de algumas idéias apresentadas. Talvez seja do seu conhecimento de um artigo de M. R. De Haan sobre a composição química do sangue e multidões foram fisgados por este artigo. E eu até fiquei envergonhado quando alguns dos meus colegas promoveram esta idéia. Eu quero lhe dizer algo importante: tudo disso é além do nosso entendimento; e as afirmações que o M. R. DeHaan fez, nem eram de um ponto de vista médico. Não podem ser provadas de um foco médico. Mas a verdade é que tudo disso é além de nós. Ele não foi da geração de Adão; Ele foi o último Adão. Observe 1Co 15.45: !o último Adão em espírito vivificante." Adão foi feito alma vivente e !o último Adão em espírito vivificante?. Entende-se, existe uma diferença entre !vivente? e ?vivificante?. Por exemplo, eu sou uma alma vivente. Mas eu não sou nada vivificante pois ?vivificante? significa a capacidade ou envolvimento em ativar vida. Não um ?espírito vivificado? pois, isto seria igual à uma alma vivente, entende Cristo não  foi um espírito vivificado, mas um espírito vivificante. Este é um gênero completamente diferente. Cristo é o último Adão, Ele é Deus. Ele é feito na semelhança de Deus, até na Sua humanidade. O tempo não me permitirá a abrir este assunto e eu não devo, pois é um assunto diferente. Mas deixa me avançar a uma outra verdade. Adão ! preste bem a atenção ? sendo uma criatura foi absolutamente dependente na graça de Deus para manter a sua santidade. Eu estou sempre envergonhado quando escuto um pregador Batista afirmar publicamente, !Adão foi criado inocente." Obviamente Adão foi, e também foram todas as árvores no jardim e todos os cachorros e os passarinhos e tudo demais. O que importa o fato que Adão foi criado inocente? Dizem que Adão pecou porque Deus criou nele a capacidade de fazer uma escolha. Este raciocínio iguala a afirmação que gatos sobem nas árvores porque eles têm quatro pernas. Jumentas têm quatro pernas, também, mas elas não sobem nas árvores. É um argumento estúpido. É lógica desarrazoada. Adão foi criado positivamente santo. Como poderia Adão perder aquela santidade? Me ajude aqui um pouco. Ele caiu por pecar? Ou ele pecou caindo ou porque ele caiu? Agora, eu conheço a resposta desta porque a Bíblia me dá a razão, mas sem a Bíblia eu não poderia lhe dar uma resposta. A Bíblia diz de Judas que se desviou, ou seja pelo pecado o homem caiu (At 1.25; I Jo 3.4). Mas como pode um homem não caído cometer iniqüidade? Ou, se olhasse de forma diferente, como poderia ele ter caído sem pecar? Em outras palavras, você não pode descrever a origem de pecado. A não ser que você afirma isto: Deus criou Adão com o propósito de trazer a Ele um povo eleito que seriam salvos pelo sacrifício do Senhor Jesus Cristo. Eu entendo que esta idéia entra na área de lapsarianismo e entendo que a minha afirmação me colocaria do lado de supralapsarianismo, mas realmente não me importa tanto um quanto o outro, pois creio que estamos pensando além da nossa capacidade de raciocinar quando falamos deste assunto. Por isso, se eu for errado nem mesmo me faça nervoso. 

O Propósito do Decreto Eterno de Deus

Eu creio que Deus reteve a graça de Adão para Se glorificar pela redenção que está em Jesus Cristo. E eu creio que a Bíblia provaria isso se tivesse tempo a desenvolvê-lo. A Bíblia confirmará isso. O cerne do assunto é que, como este assunto desenrola, a queda de Adão foi decretado por Deus. Isto não quer dizer que Adão não era culpado. O decreto não justifica o seu pecado, mas a sua queda foi decretada por Deus. Se você não crê nisso, o problema é que você não entende os desígnios de Deus. O decreto de Deus inclui todos os eventos que virão a acontecer. Adão transgrediu porque foi decretado; por que o decreto de Deus incluiu a queda? Porque Deus fazendo isso nos mostra que somos dependentes totalmente na graça de Deus por tudo. Quero dizer, você cairia da graça depois de ter entrado no Céu se não fosse a graça de Deus. Se não existisse a natureza da graça não existiria a segurança eterna. 

Quem Peca São os Pecadores

Preste bem a atenção: Adão tornou um pecador por pecar. Você não torna um pecador por pecar. Adão sim, mas você não. Você peca por ser pecador. Agora se segue este princípio ? que você peca por ser um pecador; quer dizer, você faz o que você faz por ser o que você é. Agora pergunto: como Cristo poderia ter pecado se não fosse um pecador? Você entende o que estou afirmando. Em outras palavras, porque a própria natureza de Cristo de não ser pecadora nos afirma que Ele não poderia ter pecado. Jesus Cristo não poderia ter cometido pecado porque Ele não era a descendência de Adão. Ele era a descendência da Divindade. Escuta as Suas palavras a Sua mãe em Caná: !Mulher, que tenho eu contigo?? Você já quis saber o que esta frase significava? Eu não sei o que significava; quando você descobre, me diga. Mas eu acho que tem a ver com este assunto.

Conclusão

Grave isso na sua mente ! e eu estou terminando ? grave na sua mente a natureza de Cristo: Quem Ele foi; o que Ele era; O que Deus é; e, fazendo assim, necessitará a rejeitar a idéia de qualquer pecabilidade hipotética do nosso Senhor Jesus Cristo. Ele era o Cordeiro sem mancha e mácula. Ele era !o santo? que de Maria havia de nascer sem qualquer efeito e influência da natureza pecaminosa de Adão. Pastor Laurêncio Justice mencionou ontem à noite que seria tolice a pensar que Maria foi nascida sem pecado ou veio ao tempo de dar a luz sem ter cometido pecado. Eu concordo plenamente com ele. Ela era uma pecadora; Ele era o Salvador dela. Somente pecadores necessitam de salvadores. Portanto, a idéia que ela não era pecadora é tolice. Mas a verdade é, tanto mais se reconheça Quem Cristo é, quanto entenderá que é indubitavelmente necessário a impecabilidade absoluta. Obrigado por seu tempo.

 

Transcrito de cassete: Joy Ellaina Gardner 10/2006

Tradução: Joy Ellaina e Calvin Gardner 04/2007

Autor: Pr Forrst Keener
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br