Cap 12 - O CATOLICISMO ROMANO

O CATOLICISMO E A PERSEGUIÇÃO

"E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração." Apocalipse 17:6

O Catolicismo Romano sempre reivindica ter civilizado e cristianizado os povos das nações onde tem dominado. Os Católicos adoram dar ênfase às maravilhosas ações de caridade feitas em nome da Igreja Católica.

Entretanto, quando os Católicos falam sobre as bondades que estão fazendo, é preciso perguntar sobre as coisas ruins que fizeram no passado, perseguindo aqueles que não concordavam com eles. A história da Igreja Católica tem sido um grande horror há mil e quinhentos anos por causa disso. O Catolicismo determinou à morte as pessoas por causa das opiniões religiosas que essas pessoas possuíam! Precisamos alertar e instruir gerações futuras sobre os maus feitos do Catolicismo no passado de tal forma que esses feitos horrendos nunca sejam esquecidos.

A perseguição religiosa tem uma fortificação lógica, resultante da união da Igreja Católica ao Estado nas nações em que o catolicismo é a maioria. O Catolicismo Romano sempre pensou, ensinou e praticou que aqueles que discordam deles devem ser silenciados!

Na página 766, volume XIV, da Enciclopédia Católica, lemos: "A Igreja verdadeira (querem dizer a Igreja Católica) não pode tolerar nenhuma igreja estranha a ela". O décimo quarto artigo do decreto do Papa Pio IV, que é uma forma abreviada dos decretos do Conselho de Trento, é citado na página 768 do volume XIV da Enciclopédia da Católica, afirma que "os heréticos não devem ser só excomungados como também justamente executados". A espada, a tocha e a roda têm sido os instrumentos da Igreja Católica há séculos na evangelização e disciplina.

EXEMPLOS DA HISTÓRIA

A perseguição Católica daqueles que discordam deles vem desde o começo do papado, em aproximadamente 600 d. C.. Pedro de Bruys foi queimado vivo pela Igreja Católica, na França, em 1126, por acreditar que a igreja deveria ser composta apenas de pessoas regeneradas, por ensinar que as pessoas não deveriam ser batizadas até que viessem a usar a razão e por negar que a Ceia do Senhor é um sacramento.

Em 1177, o Papa Alexandre III determinou o extermínio de um povo chamado Valdenses. No começo do século XIII o Papa Inocêncio III ordenou uma larga cruzada contra os Albigenses porque rejeitaram o batismo infantil e a regeneração batismal. Os Albigenses eram Valdenses que tinham tomado seu nome de Albi, uma cidade do sul da França que foi o centro de suas influências. Durante a cruzada do Papa Inocêncio III contra os Albigenses, um exército de vinte e quatro mil soldados atacou Beziers, França, e mataram sessenta mil homens, mulheres e crianças. Segundo o livro de Thomas Armitage, História dos Batistas, muitos Albigenses morreram congelados, jogados de penhascos ou colocados em cavernas e feitas fogueiras nas suas entradas, sufocando suas vítimas com a fumaça. Alguns foram enforcados, afogados, serrados, desentranhados, tiveram seus membros esticados na roda, perfurados e crucificados de cabeça para baixo. O livro de Mártires de Foxe conta sobre uma instância em que quatrocentas mães que haviam se escondido na Caverna de Castelluzzo foram asfixiadas pela fumaça com seus filhos nos braços. O Catolicismo executou pelo menos um milhão de Albigenses na Europa, no século XIII, segundo Davi Benedito, na página 29 de seu História Geral da Denominação Batista.

Outro exemplo histórico de perseguição religiosa empreendida pelos Católicos é a Inquisição. A Inquisição foi o programa e encargo oficial da Igreja Católica responsável por encontrar, arrancar e punir todos os heréticos e outros culpados de descordar da doutrina Católica. O Papa Gregório IX estabeleceu a Inquisição em 1233. a Igreja Católica usou as autoridades civis para penalizar, aprisionar, torturar e confiscar propriedades e executar heréticos. As pessoas que descordassem da Igreja Católica eram tratadas pela Inquisição mais severamente do que se fossem assassinos. A Inquisição torturava e executava as pessoas acusadas de cometer crimes hediondos tais como recusar-se a oferecer orações pelos mortos, recusar-se a assistir missas, ensinar que apenas os crentes deveriam ser batizados e recusar-se a acreditar no purgatório depois da morte.

João Huss foi queimado vivo em 6 de julho de 1415 por ousar criticar a imoralidade e corrupção do papa, dos cardeais e dos sacerdotes, entre outros, da Igreja Católica. A Igreja Católica queimou William Tyndale vivo em 1536 pelo crime de traduzir a Bíblia para o Inglês.

Em 22 de agosto de 1572 ocorreu o que veio a ser chamado o Dia do Massacre de São Bartolomeu. Nesse dia os Católicos massacram trinta e cinco mil não-Católicos chamados Uguenotes, na França. Era tão grande o ódio que os Católicos nutriam pelos Uguenotes que, quando notícias do massacre chegaram à cidade de Roma, tocaram os sinos das igrejas e dançaram nas ruas.

Ao falar da Inquisição, podemos dizer que o holocausto de Hitler, ao matar seis milhões de Judeus, foi quase insignificante perto desse. Segundo Thomas Armitage, em sua História Sobre os Batistas, quinze milhões de pessoas foram cruelmente martirizadas pela Igreja Católica Romana durante a Idade Média. Armitage vai em frente e estima, na página 295, de seu livro, que desde este tempo o Catolicismo já derramou sangue o bastante para encher um rio de três metros de largura, três metros de profundidade e quarenta quilômetros de comprimento.

O Santo Ofício da Inquisição, como foi chamado, existe até hoje, mas seu nome foi mudado para Congregação para a Doutrina da Fé. É encabeçado atualmente pelo Cardeal José Ratzinger.

As cruzadas foram guerras santas inspiradas e conduzidas pela Igreja Católica. Os Seljuks islâmicos turcos tomaram a cidade de Jerusalém no ano 1071. As cruzadas foram expedições militares organizadas e promovidas pela Igreja Católica com o propósito expresso de tomar a Terra Santa e o sepulcro de Cristo das mãos dos turcos maometanos. As cruzadas duraram de 1096 a 1296 e envolveram tropas montadas na Itália, França, Inglaterra, Alemanha e Espanha.

Cruzada vem da palavra cruz. Tratava-se de soldados da cruz de Cristo e cada um usava uma cruz vermelha de pano costurada na sua manga e sobre seu peito. Literalmente a palavra cruzada significa usar uma cruz. A Igreja Católica deu a essa campanha militar o nome de cruzadas a fim de satisfazer suas ambições e conquistas na Idade Média. Muitos historiadores acreditam que ouve nove cruzadas incluindo a mais defamada Cruzada de Crianças, em 1212.

O Papa Urbano II foi quem iniciou a primeira cruzada para a Terra Santa. Para promover essa cruzada, Urbano convenceu a nação de que era um insulto ao Cristianismo a Terra Santa e especialmente o santo sepulcro estarem nas mãos dos infiéis turcos. Urbano convocou todos os Cristãos a ir para a Terra Santa e resgatar a tumba de Cristo dos infiéis. Prometeu que todos os que morressem nessa cruzada iriam diretamente para o céu. Aproximadamente um milhão de Católicos responderam ao chamado de Urbano e tomaram parte na primeira cruzada.

Quando os exércitos Católicos da primeira cruzada conquistaram Jerusalém, executaram ambas as populações judaica e islâmica da cidade. O historiador H. G. Wells descreve a captura de Jerusalém na primeira cruzada assim: "A matança foi terrível; o sangue dos conquistados escorria ruas abaixo, até os homens manchavam-se de sangue conforme passavam. Quando a noite caia, soluçando pelo excesso de satisfação, os soldados marchavam da matança até o Sepulcro e juntavam suas mãos sujas de sangue para orar". Durante todo o tempo das cruzadas a Igreja Católica ordenou que judeus e sarracenos (como chamavam os inimigos islâmicos) usassem uma roupa distintiva para assegurar que todos soubessem quem eles eram.

Os Albigenses e os Valdenses mantiveram-se contra a primeira cruzada e escreveram contra ela. O resultado de sua posição foi o Papa Inocêncio III ordenar uma cruzada que se mantivesse contra eles.

Roma é impiedosa na perseguição àqueles que têm procurado manter a verdadeira fé de Jesus Cristo e, em toda essa perseguição, a mortandade se faz em nome de Cristo! O Livro de Mártires de Foxe conta como os Batistas e tantos outros que discordavam de Roma levaram tiros, punhaladas, apedrejamentos, facadas, foram enterrados vivos, assados em espetos ou fornos, jogados em fornalhas e milhares de outras atrocidades.

Não é de se admirar que na Confissão de Fé da Filadélfia, de 1742, nossos antepassados Batistas tenham dito que "o papa de Roma ... é o anticristo, o homem do pecado e o filho da perdição, que exalta a si mesmo na igreja contra Cristo e tudo aquilo que se chama Deus"?

EXEMPLOS MODERNOS

A perseguição religiosa empreendida pelos Católicos Romanos não se extinguiu com o advento da Reforma Protestante nos séculos XV e XVI. Ela continua a existir modernamente, porém, com menos amplitude, ainda presentes diariamente em alguns lugares.

Recentemente, em 1959, a Confederação Evangélica da Colômbia, na América do Sul, reportou 700 casos de violência cometidos por Católicos contra Cristãos não-Católicos. Os prédios de quarenta e nove igrejas foram parcial ou totalmente destruídos e trinta e quatro outros foram confiscados. Na maior parte dos casos, a massa opositora foi conduzido pessoalmente ou individualmente pelos sacerdotes Católicos locais. Membros de oitenta e nove igrejas não-Católicas foram assassinados durante o período que se liga a esses eventos. Quando um sacerdote conduzia uma massa opositora contra a Primeira Igreja Batista, atacada em 22 de dezembro de 1951, o Embaixador dos Estados Unidos, que estava em frente o vão da porta do prédio da igreja, foi atingido na cabeça com um pedaço de tijolo. Em 1951, quarenta igrejas não-Católicas foram fechadas pelo governo Colombiano que era dominado pela Igreja do Estado, isto é, o Catolicismo Romano.

Recentemente, quando Justice e eu visitamos a cidade de Catanduva, no Brasil, encontramos uma senhora que é membro de um grupo com o qual o missionário Calvin Gardner trabalha. Essa senhora foi uma freira Católica e tem servido o Senhor gloriosamente. Seu nome é Gilda Brandi Curtu. Tiramos uma fotografia dela. Contou ao irmão Gardner como viu e participou da queima de Bíblias em duas grandes fogueiras acendidas por sacerdotes Católicos na cidade de Catanduva.

A revista Reportagens do Mundo Cristão, de outubro de 1993, disse que membros da Igreja Batista de São Nicolau de Guadalupe, perto da Cidade do México, foram atacados em 27 de junho de 1993 por um grupo irado de quatrocentos Católicos gritando "Não queremos religiões evangélicas em nossa cidade!". Dezenas de homens, mulheres e crianças foram injuriados pelas pedras jogadas pelo povo, a casa de adoração foi queimada e os carros dos adoradores foram destruídos. Um oficial da Igreja Católica, Bráulio Martinez, levou o povo armado com pedras e porretes para dentro da propriedade onde a igreja se encontrava e alegou que era apoiado pelo sacerdote "Padre João", como o chamou.

Em 1998 alguns homens da Igreja Batista Sherwood, da cidade de Oklahoma, foram a uma viagem missionária com o missionário Danny Roten em uma vila montanhosa perto da Posa Rica, no México, distribuir panfletos e testemunhar às pessoas. Certo dia, no fim da noite e primeiras horas da manhã, o som de um caminhão começou a circular ao redor do vilarejo dizendo às pessoas para não ouvir os evangélicos e para rasgar sua literatura. O chefe da polícia chegou à casa onde esses homens estavam ficando e disse-lhes que o melhor era deixar a cidade porque lá não estavam seguros.

No último ano alguns homens de nossa própria igreja experimentaram um pouco do sabor da perseguição Católica no México. Enquanto distribuíamos panfletos religiosos de porta em porta num vilarejo na montanha, fomos apedrejados por algumas mulheres Católicas iradas que gritavam que deveríamos sair porque estávamos lá para enganar as pessoas com mentiras.

A PALAVRA DE DEUS E A PERSEGUIÇÃO CATÓLICA

Apocalipse 17: 6 diz: "E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração". A identidade dessa mulher, cujo aparecimento no Apocalipse é futuro, não pode ser nunca separada da história da Igreja Católica Romana. Acredita-se amplamente entre os Cristãos conservadores que essa mulher representa o surgimento de uma igreja mundial que será dominada pelo Catolicismo Romano e seu papa.

O verso 4 de Apocalipse diz que essa mulher estava vestida de escarlata. "E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas; e tinha na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição". A escarlata é a cor distintiva dessa grande prostituta, como João a chama em Apocalipse 17:1. A cor principal do Catolicismo é a escarlata. Os cardeais vestem escarlata. Os mantos do papa são escarlata. O quarto verso desse capítulo fala da prosperidade e riquezas dessa mulher e a Igreja Católica é certamente caracterizada por tal riqueza. Suas abominações e a imundice da fornicação expressam a idolatria e a imoralidade que têm caracterizado o Catolicismo há séculos.

No verso 6 essa mulher é mostrada como estando bêbada com sangue. É um espetáculo vergonhoso ver uma mulher bêbada! Mas vê-la bêbada com sangue é uma coisa chocante! No Velho Testamento dizer que um rei ou país ficava bêbado com sangue era algo comum quando causavam muitas mortes.

Jeremias 46:10 é um exemplo. "Porque este dia é o dia do Senhor DEUS dos Exércitos, dia de vingança para ele se vingar dos seus adversários; e a espada devorará, e fartar-se-á, e embriagar-se-á com o sangue deles; porque o Senhor DEUS dos Exércitos tem um sacrifício na terra do norte, junto ao rio Eufrates".

Ainda pior, essa mulher não só estava bêbada com sangue dos homens como também com sangue dos santos e dos mártires de Jesus! O povo de Deus, os verdadeiros adoradores, os eleitos de Deus, aqueles por quem Cristo morreu e quem o Espírito santificou. Essa mulher, bêbada com sangue dos santos, expressa a sede de sangue do Catolicismo. Essa mulher perseguiu, torturou e martirizou de tal forma os verdadeiros santos que nosso texto diz que ela está bêbada com o sangue deles. A Igreja Católica tem manchado suas vestes com sangue de milhões de pessoas que permaneceram no evangelho de Jesus Cristo e a pureza da sua doutrina.

João ficou maravilhado quando viu essa mulher de escarlata. Ele ficou surpreendido e espantado ao tê-la em vista. "Maravilhei-me com grande admiração", disse João, em nosso texto. Ele ficou surpreso com o vestido dela, que era rico, enquanto que a maior parte dos verdadeiros crentes dos dias de João era de pessoas pobres que vestiam roupas simples. Ele ficou surpreso com o fato de que ela representava uma igreja e tivesse atingido tal proporção de grandeza e poder porque as igrejas dos dias de João eram pequenas e insignificantes aos olhos deste mundo. João ficou chocado e surpreso com o nome que estava na testa dessa mulher. Mais do que tudo João ficou chocado com a embriaguez dessa mulher com sangue dos santos, isto é, com sua desumanidade e total crueldade.

Quando olhamos para a história horrenda do Catolicismo, de tortura e matança dos Batistas e de tantos outros que discordaram deles, estremecemos também e nos enchemos de horror e espanto! O Catolicismo tem um passado repugnante! As perseguições, a Inquisição, as cruzadas e as perseguições modernas são uma mácula permanente de vergonha sobre a Igreja Católica!

De tempos em tempos o Catolicismo tenta justificar suas perseguições dizendo que essas coisas podem ser omitidas porque foram feitas numa época mais remota e menos esclarecida. Mas essa desculpa não cola! Durante todo o tempo em que Roma fez perseguições, alegou que seus papas eram infalivelmente corretos. Mas se o papa é infalível em questões de fé e prática como requer o Catolicismo, então os papas que ordenaram a Inquisição e as cruzadas eram infalíveis ao fazer isso?

O Catolicismo Romano não possui o conceito da compaixão do espírito de Cristo. Quando os discípulos de nosso Senhor quiseram destruir os descrentes pedindo que viesse fogo do céu sobre eles, o Senhor disse-lhes, em Lucas 9: 55-56 o que certamente se aplica à perseguidora Igreja Católica. "Voltando-se, porém, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las".

Leia-se a manchete do jornal de Santo Antônio (Texas), Notícia Expressa, de 13 de março de 2000: "João Paulo desculpa-se pelos erros da Igreja". A mídia tem feito muito dessa apologia, mas uma olhada mais atenta revela que é muito vaga e não menciona instâncias ou episódios específicos de perseguições praticadas pelos Católicos. Não se faz menção aos muitos milhões de atrocidades cometidas pela Igreja Católica contra os Batistas no passado e até nos dias atuais.

É possível consertar crimes do passado sem sequer mencioná-los? E como pode uma igreja que reivindica que seus papas são infalíveis condenar as ações passadas desses papas? Alguém pode se desculpar em alguma proporção, detalhamento ou com alguma sinceridade e ainda considerar corretos assassinos os inescrupulosos daqueles que queriam apenas seguir a Cristo de acordo com sua própria consciência?

 

Autor: Laurence A. Justice
Tradução: Albano Dalla Pria 05/01
Revisão: Calvin G. Gardner 12/01
Fonte: www.palavraprudente.com.br