Cap 04 - Deus Quer Pentecostalimo?

Doutrina e prática pentecostal e a Bíblia

Doutrina e prática pentecostal e a Bíblia

(Dt 8:2; 13:1-5; Sl 66:10; 81:7; Is 8:20; Jr 5:31; 29:8,9; Mt 7:15,16; 18:7; 23:15; 24:4,5,23-26; Mc 13:21; Lc 2:35; 12:57; 17:1; 21:8; At 13:10; 20:29,30; Rm 2:24; 16:18,19; I Co 14:20,29; II Co 2:17; 4:2; 11:3,4,13-15,19;13:5-7; Gl 3:1; Ef 4:14; Cl 2:4-8; I Ts 5:21; II Ts 2:11; I Tm 1:19,20; 4:1,2,7; 6:5; II Tm 2:17,18; 3:13; 4:3,4; Tt 3:10; Hb 13:9; II Pd 2:1-3,18; I Jo 2:18,19,26; II Jo 1:7; Jd 1:4-16; Ap 2:2).

“Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.” (I Jo 4:1).

O objetivo deste capítulo é testar o sistema doutrinário pentecostal, colocá-lo à prova para ver se ele está de acordo com o padrão que Deus estabeleceu, em Sua Palavra, todo crente deveria comparar todo ensino recebido, de quem quer que seja, com a Bíblia, se todos fizessem isso quase todos os problemas cessariam, partindo da premissa, é claro, de que seria cumprido o ensinamento bíblico e não o humano, a palavra provai, do verso-texto, traduz a palavra grega “dokimazo¯”, que significa testar, provar, examinar, escrutinar para ver se algo é ou não genuíno , no nosso caso, compará-lo com a Bíblia, para ver se ele é aprovado ou reprovado. Está escrito sobre uns crentes: “ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.” (At 17:11), esse acontecimento foi na cidade de Beréia e quem foi o pregador foi Paulo e, mesmo assim, os crentes bereianos não abriram mão de comparar com as Escrituras para realmente saber se o ensinamento era verídico. Assim deve ser o proceder de cada um, o crente que não faz isso desobedece a Bíblia, que por diversas vezes manda examinar o que é ensinado, ela ainda diz: “o simples dá crédito a cada palavra, mas o prudente atenta para os seus passos.” (Pv 14:15), (cf Lc 12:57; At 17:11; Rm 16:19; I Co 14:29; I Ts 5:21; Ap 2:2).

A régua não poderia ser outra senão a própria Bíblia, nós também devemos diariamente medir a nós mesmos com a Palavra de Deus: “antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.” (Sl 1:2), a meditação bíblica e a conformação com ela deve ser uma conduta freqüente na vida do crente, justamente porque Deus estabeleceu Seus mandamentos para que eles fossem cumpridos, razão pela qual não podem ser alterados, sequer um milímetro: “tudo o que eu te ordeno, observarás para fazer; nada lhe acrescentarás nem diminuirás.” (Dt 12:32), (cf Dt 4:2; 13:18; Js 1:7; Pv 30:6; Mt 28:20; Ap 22:18,19) e nossa reação quanto aos alteradores é apartar deles: “se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis.” (II Jo 1:10). No nosso caso, o pentecostalismo será posto à prova, ante a Palavra de Deus, para ver se o sistema é aprovado ou reprovado, este é o objetivo deste livro, com isso saber se Deus aprova, ou, como o indaga o título do livro, se Deus quer o pentecostalismo.

2.1. A Trindade

(Gn 1:26; 3:22; Is 6:3,8; 11:2,3; 42:1; 48:16; 61:1-3; 63:9-10; Mt 1:18,20; 3:11; 12:28; 28:19; Lc 1:35; 3:22; 4:1,14; Jo 1:32,33; 3:34,35; 7:39; 14:16,17,26; 15:26; 16:7,13-15; 20:22; At 1:2,4,5; 2:33; 10:36-38; Rm 1:3,4; 8:9-11,26,27; I Co 2:10,11; 6:19; 8:6; 12:3-6; II Co 1:21,22; 3:17; 5:5; 13:14; Gl 4:4,6; Cl 2:2; II Ts 2:13,14,16; I Tm 3:16; Tt 3:4-6; Fl 1:19; Hb 9:14; I Pd 1:2; 3:18; I Jo 5:6,7; Ap 4:8).

“E aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo batizado também Jesus, orando ele, o céu se abriu; e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.” (Lc 3:21,22).

Esta seção visa estudar as três Pessoas da Trindade, não visa estudar a doutrina da Trindade e sim cada uma das três Pessoas, embora de modo bem introdutório, mas o suficiente para distinguir o ensino bíblico do ensino humano, os versos acima falam das três Pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

2.1.1. A Trindade no Pentecostalismo

Como já falado, na introdução, é bom lembrar que o ensino carismático não é exatamente igual em todos os ramos do pentecostalismo, há denominações, por exemplo, que rejeitam a divindade do Senhor Jesus, fazendo-O assim menor que o Pai e o Espírito, outros, na sua maioria, colocam mais ênfase no Espírito Santo e diminuem o trabalho do Senhor Jesus, embora seja importante lembrar que o Espírito também é Deus, mas ocorre que cada um dEles tem uma função, já outros têm diminuído até mesmo o poder e a direção do Pai, o exemplo é quando se determina a Ele, daí Ele passa a ser um servo, invés de Senhor, o Espírito também tem sido dito como objeto inanimado, sem vontade própria, com Ele é feito o que se bem entende, é comum alguém “derramá-lO” sobre alguém e coisas do tipo.

2.1.2. A Trindade na Bíblia

Curiosamente a palavra Trindade não aparece na Bíblia, embora o seu conceito sim, algumas palavras igualmente não aparecem na Bíblia, mas sim seus conceitos, como, por exemplo, o arrebatamento, homossexualismo (Gn 1:27; Lv 18:22,25; 20:13; Dt 22:5; I Rs 14:24; Jo 8:32,36; Rm 1:24-27; I Co 6:9,10; II Co 5:17; I Tm 1:15) etc., por isso, só o fato de não haver descrição dela, na Palavra, não a faz uma doutrina menos bíblica que outras, vale a pena dizer que esta também é uma doutrina muito dura, pois Deus pergunta: “a quem, pois, fareis semelhante a Deus, ou com que o comparareis?” (Is 40:18), é óbvio que Ele é Incomparável, Ele é o Magnífico, Majestoso, Senhor, Incomparável (cf Ex 8:10; 9:14; 15:11; Dt 33:26; I Sm 2:2; Jó 40:9; Sl 86:8-10; 89:6,8; 113:5; Is 40:25; 46:5,9; Jr 10:6,16; Mq 7:18; At 17:29; Cl 1:15; Hb 1:3), embora a mente humana precise de comparativos, nenhum deles será bom o suficiente para se assemelhar com o Senhor, pois Ele mesmo pergunta: “a quem me assemelhareis, e com quem me igualareis, e me comparareis, para que sejamos semelhantes?” (Is 46:5).

Daí alguém vai perguntar, se é assim como poderemos estudar a Trindade? A resposta é pelo que a Bíblia revelou, que basicamente se resume em, que a Trindade é composta de três Pessoas iguais, daí o nome Trindade, unidade de (ou em) três, são elas o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que embora sejam três Pessoas não se trata de três Deuses, pois Deus é Um (Dt 6:4; Is 44:6; Jo 17:3; I Co 8:4; I Tm 1:17; 2:5) e Eles são iguais. Cada um dEles é descrito como: Autor de operações espirituais (I Co 12:11; Cl 1:29; Hb 13:21), Criador (Gn 1:1; Jó 26:13; 33:4; Sl 148:5; Jo 1:3; Cl 1:16), Eterno (Rm 16:26; Hb 9:14; Ap 22:13), Fonte da vida eterna (Jo 10:28; Rm 6:23; Gl 6:8), Inspirador dos profetas (Mc 13:11; II Co 13:3; Hb 1:1), Onisciente (Jo 21:17; At 15:18; I Co 2:10,11), Onipotente (Gn 17:1; Jr 32:17; Lc 1:35; Rm 15:19; Hb 1:3; Ap 1:8), Onipresente (Sl 139:7; Jr 23:24; Ef 1:23), Professor (Is 54:13; 48:17; Lc 21:15; Jo 14:26; Gl 1:12; I Jo 2:20), Santificador (Hb 2:11; I Pd 1:2; Jd 1:1), Santo (At 3:14; I Jo 2:20; Ap 4:8; 15:4), Supridor de ministros para a igreja (Jr 26:5; Mt 10:5; At 13:2; 20:28 Ef 4:11), Trabalhador na salvação (II Ts 2:13,14; Tt 3:4-6; I Pd 1:2), Verdadeiro (Jo 7:28; Ap 3:7).

2.1.2.1. O Pai

“Porque o SENHOR Altíssimo é tremendo, e Rei grande sobre toda a terra.” (Sl 47:2).

De Deus se tem muito a falar, para começar, o nome dEle é SENHOR: “e eu apareci a Abraão, a Isaque, e a Jacó, como o Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, o SENHOR, não lhes fui perfeitamente conhecido.” (Ex 6:3), “o SENHOR é homem de guerra; o SENHOR é o seu nome.” (Ex 15:3), “para que saibam que tu, a quem só pertence o nome de SENHOR, és o Altíssimo sobre toda a terra.” (Sl 83:18), este nome foi o próprio Deus Quem falou, quando disse: “e disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.” (Ex 3:14), então a palavra hebraica para o nome dEle é “YEHO^VA^H”, é escrito em maiúsculo mesmo, para distinguir de “‘A?do^na^y”, palavra que empresta letras para que se possa pronunciar a primeira, “YEHO^VA^H” significa o Existente, Aquele que existe por Si mesmo, sem dependência de outro, portanto, Auto-Existente, o Eterno, daí em conseqüência é “o nome próprio do Único Deus verdadeiro ”, já “'A?do^na^y” significa Senhor , nome masculino usado exclusivamente para Deus. Uma forma enfática da palavra “’a¯d_ôn” (H113), esta palavra significa literalmente meu Senhor (Gn 18:3) .

O nome do SENHOR é glorioso: “se não tiveres cuidado de guardar todas as palavras desta lei, que estão escritas neste livro, para temeres este nome glorioso e temível, O SENHOR TEU DEUS,” (Dt 28:58), “e os levitas, Jesuá, Cadmiel, Bani, Hasabnéias, Serebias, Hodias, Sebanias e Petaías, disseram: Levantai-vos, bendizei ao SENHOR vosso Deus de eternidade em eternidade; e bendigam o teu glorioso nome, que está exaltado sobre toda a bênção e louvor.” (Ne 9:5), “como o animal que desce ao vale, o Espírito do SENHOR lhes deu descanso; assim guiaste ao teu povo, para te fazeres um nome glorioso.” (Is 63:14), nome que é para ser reverenciado (Ex 20:7; Dt 5:11; 28:58; Sl 111:9; Mq 4:5; I Tm 6:1), louvado (Sl 34:3; 68:4; 72:17), não pode ser profanado (Ex 20:7; Lv 18:21; 19:12; 20:3; 21:6; 22:2,32; Dt 5:11; Sl 139:20; Pv 30:9; Is 52:5). Daí o “porque apregoarei o nome do SENHOR; engrandecei a nosso Deus.” (Dt 32:3).

Deus é Confortador: “porém ninguém diz: Onde está Deus que me criou, que dá salmos durante a noite;” (Jó 35:10), (cf Sl 42:8; 77:6; 119:62; 149:5), Criador: “Ele fez a terra com o seu poder; ele estabeleceu o mundo com a sua sabedoria, e com a sua inteligência estendeu os céus.” (Jr 10:12), (cf Sl 8:3; 19:1,4; 24:1,2; 33:6,7,9; 65:6; 74:16,17; 78:69; 89:11,12,47; 90:2; 95:4,5; 96:5; 102:25; 103:22; 104:2-6,24,31, 119:90,91; 121:2; 124:8; 136:5-9; 146:5-6; 148:5,6), Eterno: “e plantou um bosque em Berseba, e invocou lá o nome do SENHOR, Deus eterno.” (Gn 21:33), (cf Is 26:4; 40:28; 41:4; 43:13; 44:6; 46:4; 48:12; 57:15; 63:16; Jr 10:10; 17:12; Lm 5:19; Dn 4:3,34; Hc 1:12; 3:6; Rm 1:20; 16:29; Ef 3:21; I Tm 1:17; 6:15,16; Hb 1:8; 9:14; II Pd 3:8; I Jo 2:13; Ap 1:4,6; 4:8-10; 5:14; 10:6; 11:17; 15:7; 16:5), Fiel: “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” (I Jo 1:9), (cf Sl 138:2; 146:6; Is 11:5; 25:1; 42:16; 44:21; 49:7,16; 51:6,8; 54:9,10; 65:16; Jr 29:10; 31:36,37; 32:40; 33:14,20,21,25,26; 51:5; Lm 3:23; Ez 16:60,62; Dn 9:4; Os 2:19,20; Mq 7:20; Ag 2:5; Zc 9:11; Mt 24:34,35; Lc 1:54,55,68-73; Jo 8:26; At 13:32,33; Rm 3:3,4; 11:1,2,29; 15:8; I Co 1:9; 10:13; II Co 1:20; I Ts 5:24; II Tm 2:13,19; Tt 1:2; Hb 6:10,13-19; 10:22,23,37; I Pd 4:19; II Pd 3:9).

Juiz: “se disseres: Eis que não o sabemos; porventura não o considerará aquele que pondera os corações? Não o saberá aquele que atenta para a tua alma? Não dará ele ao homem conforme a sua obra?” (Pv 24:12), (cf Gn 16:5; 18:20,21,25; Ex 20:5; 34:7; Nm 16:22; Dt 10:17; 32:4,35; Js 24:19; Jz 9:56,57; 11:27; I Sm 2:3,10; 24:12,15; II Sm 14:14; 22:25-27; Sl 18:25,26; I Rs 8:32; I Cr 16:33; II Cr 6:22,23; 19:7; Ne 9:33; Jó 4:17; 8:3; 9:15,28; 21:22; 23:7; 31:13-15; 34:10-12,17,19,23; 35:14; 36:3,19; 37:23; Sl 7:8,9,11; 9:4,7,8; 11:4,5,7;), Soberano: “o SENHOR tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo.” (Sl 103:19), (cf Jó 41:11; Sl 10:16; 22:28,29; 24:1,10; 29:10; 44:4; 47:2,3,7,8; 50:10-12; 59:13; 65:5; 66:7; 67:4; 74:12; 75:6,7; 76:11,12; 82:1,8; 83:18; 89:11,18; 93:1,2; 95:3-5; 96:10; 97:1,2,5,9; 98:6; 99:1; 103:19; 105:7; 113:4; 115:3,16; 135:5,6; 136:2,3; 145:11-13; 146:10; Is 52:7; Ec 9:1; Is 24:23; 33:22; 37:16; 40:22,23; I Co 10:26), Inescrutável: “não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento.” (Is 40:28), (cf Jó 11:7; 37:23; Sl 145:3; Rm 11:33).

É óbvio que tem muito mais de Deus, tanto do Seu caráter, quanto dos Seus atributos, e natureza, para falar, mas esta obra é bem introdutória no assunto, os atributos abordados são os que têm relação mais direta com o tema deste livro.

2.1.2.2. O Filho

“Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo;” (Tt 2:13).

Estudar sobre o Senhor Jesus é conhecer melhor o nosso Senhor, muitas são as coisas que se pode falar dEle, mas como o nosso estudo é elementar, passemos para a Sua natureza, que responde a pergunta, se o Senhor Jesus é Deus ou homem, a Bíblia categoricamente afirma que Ele é Deus: “e, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.” (I Tm 3:16), (cf Is 9:6; 40:3; Mq 5:2; Zc 2:8,10; 4:8; Ml 3:1; Mt 3:3,17; 18:20; 28:9,19, 20; Lc 1:35; 10:22; 23:42; Jo 1:1-13,48; 2:24, 5:23; 10:15; 21:17; At 1:24; 7:59; Rm 9:5; I Co 15:47; Fp 2:6; Cl 1:16; 2:3; Hb 1:6,8,10; 13:8; I Jo 5:20; Jd 1:25; Ap 2:23; 5:12; 19:16). No tópico anterior estudamos sobre o Pai e falamos do nome dEle, SENHOR, este nome é empregado ao Senhor Jesus, observe: “disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou.” (Jo 8:58), o Senhor Jesus falou propositadamente assim para deixar claro, que Ele é o mesmo EU SOU, utilizada em Ex 3:14, tanto é que os que O ouviram entenderam claramente o que o Mestre quis dizer, dessa vez Ele falou claramente, em outras ocasiões, Ele também é chamado de SENHOR, basta comparar a passagem no Velho Testamento com uma do Novo, por exemplo: “voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do SENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus.” (Is 40:3), “porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas.” (Mt 3:3), é de se observar a palavra SENHOR.

Outro exemplo é o da vocação do profeta Isaías: “no ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo.” (Is 6:1), para Quem os querubins clamavam: “e clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.” (Is 6:3), no mesmo dia o profeta disse: “engorda o coração deste povo, e faze-lhe pesados os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os seus olhos, e não ouça com os seus ouvidos, nem entenda com o seu coração, nem se converta e seja sarado.” (Is 6:10), “cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração, A fim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração, E se convertam, E eu os cure. Isaías disse isto quando viu a sua glória e falou dele.” (Jo 12:40,41), esta passagem se refere ao Senhor Jesus, deixando claro que o Mestre é SENHOR. Ainda sobre a divindade de Cristo, Ele tem os mesmos atributos do Pai, por exemplo, imutabilidade (Hb 1:11,12; 13:8), onipresença (Mt 18.20; 28:20; Jo 3:13), onisciência (Jo 2:25; 21:17; Ap 2:23), onipotência (Jo 10:27-29; Fp 4:13; Ap 1:8), obras são atribuídas a Ele como: criação (Jo 1:3; Ef 3:9; Cl 1:16; Hb 1:3; 2:10), doação da vida (Jo 5:21,25,28; At 3:12; 4:10; Fp 3.21).

Que Ele é Homem também está claro: “porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” (I Tm 2:5), (cf Is 53:3; Mt 1:18-25; 4:1,2,11; 8:24; 21:18; 26:37,38; Mc 1:13; 9:19; 15:34; Lc 1:28-35; 2:10,52; 4:2; 19:41 22:43,44; Jo 1:14; 4:6,10; 11:35; Gl 4:4; Fp 2:7,8; Hb 2:14-17; 2:18; 4:15), Ele Se chamou e foi chamado homem (Jo 8:40; At 2:22; Rm 5:15; I Tm 2:5), possuía os elementos da natureza humana, isto é, corpo natural e alma racional (Mt 26:38; Lc 24:39; Jo 11:33; Hb 2:14), sentia fome (Mt 4:2), cansaço (Mt 8:24; Jo 4:6), estava sujeito à lei do desenvolvimento humano (Lc 2:40,46; Hb 2:18; 5:8), morreu (Lc 22:44, Jo 19:30,33). Então aprendemos que Ele é simultaneamente Deus e Homem, a melhor descrição é dizer que Ele é Deus-Homem, o hífen é a precisão da palavra, pois liga e separa, o Senhor Jesus é simultaneamente 100% (cem por cento) Deus e 100% (cem por cento) Homem, por isso, Ele é Deus-Homem.

A função do Filho, na salvação, é importantíssima, pois Ele é Quem morreu, por nós: “porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.” (Rm 5:6), ressuscitou: “e o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.” (Ap 1:18), (cf Sl 16:9,10; Is 26:19; Mt 16:21; 17:23; 20:19; Mt 26:32; 28:6,7; Mc 8:31; 9:9,10; 10:34; 14:28,58; 16:6,7; Lc 9:22; 18:33; 24:5-7,46; Jo 2:19,21,22; 12:23; 20:1-18; At 1:3; 2:24,31,32; 3:15; 4:10,33; 5:30-32; 10:40,41; 13:30-34; 17:2,3,31; 26:23; Rm 1:4; 4:24,25; 6:4,5,9,10; 8:11; 10:9; I Co 6:14; 15:3-8,12-23; II Co 4:14; 5:15; Gl 1:1; Ef 1:20; Fp 3:10; Cl 2:12; I Ts 1:10; 4:14; II Tm 2:8; Hb 13:20; I Pd 1:3,21; 3:21), ascendeu ao céu: “ouvistes que eu vos disse: Vou, e venho para vós. Se me amásseis, certamente exultaríeis porque eu disse: Vou para o Pai; porque meu Pai é maior do que eu.” (Jo 14:28), (cf Sl 47:5; 68:18; Mc 16:19; Lc 24:26,50,51; Jo 6:62; 7:33,34; 14:12,28; 16:16,28; 20:17; At 1:9,22; 3:21; Rm 8:34; Ef 1:20; 4:8-10; I Tm 3:16; Hb 4:14; 9:24). No céu, o Senhor Jesus está à direita do Pai: “O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas;” (Hb 1:3), (cf Sl 110:1; Mc 16:19; Lc 20:42,43; At 7:56; Rm 8:34; Ef 1:20-22; Cl 3:1; Hb 8:1; 10:12; 12:2; I Pd 3:22; Ap 3:21), para lá começar um novo ministério, o de suster o crente, lá Ele fala ao Pai para receber o crente como se fosse a Ele: “assim, pois, se me tens por companheiro, recebe-o como a mim mesmo.” (Fl 1:17) e intercede pelo crente: “quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” (Rm 8:34), (cf Is 53:12; Jo 16:23,26,27; 17:20-24; Hb 4:14,15; 7:25; I Jo 2:1).

2.1.2.3. O Espírito Santo

“Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.” (At 5:3,4).

A primeira coisa que se precisa aprender do Santo Espírito é que Ele é Deus (At 5:3,4,9; I Co 3:16; Ef 2:22; II Co 3:17), isso está claro na Bíblia, nos dois tópicos anteriores vimos o nome SENHOR aparecer, nome que aparecerá novamente quando se fala do Espírito Santo, basta comparar passagens da Palavra:

E, como ficaram entre si discordes, despediram-se, dizendo Paulo esta palavra: Bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías, dizendo: Vai a este povo, e dize: De ouvido ouvireis, e de maneira nenhuma entendereis; E, vendo vereis, e de maneira nenhuma percebereis. Porquanto o coração deste povo está endurecido, E com os ouvidos ouviram pesadamente, E fecharam os olhos, Para que nunca com os olhos vejam, Nem com os ouvidos ouçam, Nem do coração entendam, E se convertam, E eu os cure. (At 28:25-27).

A menção é de: “depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim. Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis.” (Is 6:8,9), outro exemplo é: “mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o SENHOR: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.” (Jr 31:33), “e também o Espírito Santo no-lo testifica, porque depois de haver dito: Esta é a aliança que farei com eles Depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, E as escreverei em seus entendimentos; acrescenta:” (Hb 10:15,16). Estas passagens explicam o porquê de, na vocação do profeta Isaías, Deus falar no plural: “depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.” (Is 6:8), pois acusa a presença das três Pessoas, o Pai, o Filho e o Santo Espírito.

Ainda sobre a divindade do Espírito, Ele está associado ao Pai e ao Filho num mesmo nível de igualdade (Mt 28:19; I Jo 5:7; II Co 13:14), e também é provada por Seus atributos: eternidade (Hb 9:14), vida (Rm 8:2), onipresença (Sl 139:78), santidade (Mt 28:19; Lc 11:3), onisciência (I Co 2:10), soberania (Jo 3:8; I Co 12:11), onipotência (Gn 1:1,2; Lc 1:35; Jo 3:5), verdade (I Jo 5:6), sabedoria (Is 40:13). Além das obras dEle: criação (Jó 33:4; Sl 104:30), a encarnação (Mt 1:18), regeneração (Jo 3:8 cf I Jo 4:7), ressurreição (Rm 8:11), inspiração da Palavra de Deus (II Pd 1:21 cf II Rs 21:10), transmissão de vida (Gn 2:7; Rm 8:11; Jo 3:5-8; 6:63; Tt 3:5). Pelo ensinado acima, está claro que se trata de uma Pessoa, o Espírito é uma Pessoa e não uma força ativa, pois Ele sonda as profundezas de Deus (I Co 2:10), fala (Mt 10:20; At 10:19,20;13:2; Ap 2:7), ensina (Lc 12:12; Jo 14:26; I Co 2:13), conduz e guia (Jo 16:13; Rm 8:14), intercede (Rm 8:26), dispensa dons (I Co 12:7-11), chama homens para o serviço (At 13:2; 20:28), tem vontade (I Co 12:11; Ef 4:30), pode se rebelar contra Ele, incomodá-Lo e entristecê-Lo (Is 63:10; Ef 4:30); pôde ser blasfemado (Mt 12:31).

O ministério dEle, na salvação, é vital, pois quanto ao homem, Ele luta com eles (Gn 6:3; Mt 5:13-16), testifica (Jo 15:26; At 5:30-32) e convence-os do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8-11), após a conversão, portanto, ao crente, Ele ora: “e da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.” (Rm 8:26), ensina (Lc 12:12; Jo 14:26), habita no crente (Jo 7:37-39; 14:6,16,17; Rm 8:9; I Co 2:12; 3:16; 6:19; I Jo 3:24), guia na verdade (Jo 16:13), regenera o crente (Jo 3:3-7; Tt 3:5; Tg 1:18; I Pd 1:23), batiza o crente no corpo de Cristo (Rm 6:3,4; I Co 12:13; Gl 3:27; Ef 4:4,5; Cl 2:12), enche o crente (Lc 1:15,41,67,68; 4:1; Jo 7:38,39; At 4:8,31;2:4; 6:3;7:54,55; 9:17,20; 13:9,10,52; Ef 5:18-20), possibilita todas as formas de comunhão com Deus (At 2:11; Rm 8:26,27; Fl 3:3; Ef 5:18-20; 6:8; Jd 20), equipa para o trabalho (Sl 36:9; Jo 16:13,14; I Co 12:1-14; I Tm 1:5).

2.1.3. Reflexões

Obviamente o que escrevi, nesta seção, sobre o Senhor, é tão somente introdutório, mas foi apenas para demonstrar que o Senhor é o Senhor e que Ele é Quem decide: “mas, se ele resolveu alguma coisa, quem então o desviará? O que a sua alma quiser, isso fará.” (Jó 23:13), então Ele faz o que quiser e nós não fazemos o que queremos, Ele é Quem manda, nós que obedecemos, por isso mesmo o nome dEle é SENHOR e cabe aos Seus servos a obediência a Ele, das coisas mais elementares às mais complexas, obedeça ao Senhor e certamente será feliz, que bata em seu coração, caro leitor, a seguinte convicção: “e tomou o livro da aliança e o leu aos ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o que o SENHOR tem falado faremos, e obedeceremos.” (Ex 24:7), Ele estabelece Suas ordens na Bíblia, que será tratada na próxima seção.

 

Autor: Robert Santos
Fonte: www.palavraprudente.com.br