Cap 29 - Deus Quer Pentecostalimo?

Igreja - As Palmas e Músicas Dançantes

2.6.3.3.1. Palmas

Palmas só aparecem no Velho Testamento e nunca relacionadas com marcar o ritmo de música, nem em cultos diretos ao Senhor, quer no Tabernáculo, quer no Templo, as palavras hebraicas, para palmas, usadas, na Bíblia, são quatro, são: “sa^phaq” ela aparece 10 vezes (Nm 24:10; I Rs 20:10; Jó 27:23; 34:26;37; Is 2:6; Jr 31:19; 48:26; Lm 2:15; Ez 21:12), significa: “1) bater palmas, bater, 1a) (Qal), 1a1) bater, bater palmas, 1a2) bater, castigar, 1a3) respingar, jogar para cima, 1b) (Hifil) levar a bater palmas .”, ela é:

Um verbo significando aplaudir, bater, ferir, isso significa aplaudir em escárnio ou desrespeito, algumas vezes acompanhado de vaia (Jó 27:23; 34:37. Lm 2:15), bater a mão na coxa como sinal de desgosto ou vergonha (Jr 31:19; Ez 21:12 [17]) ou aplaudir em ira (Nm 24:10), a palavra é usada para se referir a Deus castigando o Seu povo em pública reprovação para arrepedimento (Jó 34:26), e o reviro ou esparramada de Moabe em seu vômito (Jr 48:26), em Is 2:6, a palavra se refere a bater as mãos, que é, fazer acordo como estrangeiros .

A segunda é “ta^qa’”, ela aparece 62 vezes, no Velho Testamento, e significa palmas em duas ocasiões em Sl 47:1; Na 3:19; o significado da palavra é: “1) soprar, bater palmas, bater, fazer soar, empurrar, soprar, soar, 1a) (Qal), 1a1) empurrar, manejar (referindo-se a uma arma), 1a2) tocar, soprar, 1a3) bater palmas, 1b) (Nifal), 1b1) ser soprado, ser tocado (referindo-se a uma corneta), 1b2) comprometer-se .”, “1) cravar dardos no corpo (II Sm 18:14), 2) cravar as estacas de uma tenda, 3) golpear as palmas, aplaudir (Sl 47:2/1), dar as mão em sinal de cumprimento mútuo (Pv 6:1), tocar a corneta do shofar (I Rs 1:31) .”, como visto, poucas vezes se refere à mão, mas “... quando descreve mãos isso denota aplaudir na vitória (Sl 47:1[2]); Na 3:19) ou pegar na mão como cumprimento (Jó 17:3; Pv 11:15; 17:18)... ”; a terceira é “ma^cha^’”, ela aparece em Sl 98:8; Is 55:12; Ez 25:6, significa “1) bater, bater (palmas), 1a) (Qal) bater palmas (de alegria), 1b) (Piel) bater palmas (de júbilo) ”, “um verbo significando bater, aplaudir, ele é usado com ya¯d_, mão, ou kap_, palma, mão, para significar o bater de mão, aplausos em júbilo (Sl 98:8; Is 55:12; Ez 25:6), ela é usada figurativamente para a natureza ou nações batendo palmas ”; por fim, “nâkâh”, aparece 497 vezes, mas se referindo a palmas só em II Rs 11:12; Ez 21:14,17, ela significa:

1) golpear, açoitar, atingir, bater, sacrificar, matar, 1a) (Nifal) ser ferido ou golpeado, 1b) (Pual) ser ferido ou golpeado, 1c) (Hifil), 1c1) ferir, golpear, bater, açoitar, bater palmas, aplaudir, dar um empurrão, 1c2) golpear, matar, sacrificar (ser humano ou animal), 1c3) golpear, atacar, atacar e destruir, conquistar, subjugar, devastar, 1c4) golpear, castigar, emitir um julgamento sobre, punir, destruir, 1d) (Hofal) ser golpeado, 1d1) receber uma pancada, 1d2) ser ferido, 1d3) ser batido, 1d4) ser (fatalmente) golpeado, ser morto, ser sacrificado, 1d5) ser atacado e capturado, 1d6) ser atingido (com doença), 1d7) estar doente (referindo-se às plantas) .

Quanto ao uso desta palavra, ela é:

Um verbo significando golpear, bater, ferir, tem vários exemplos de golpear fisicamente (Ex 21:15,19; Jó 16:10; Sl 3:7,[8]; Ct 5:7), esta palavra é usada também em diferentes sentidos, como quando os homens de Sodoma foram tornados cegos pelos dois anjos (Gn 19:11), quando um sacerdote enfiava o garfo dentro caldeira (I Sm 2:14), quando o povo batia palmas (II Rs 11:12), ou quando o povo verbalmente abusava de Jeremias (Jr 18:18), Deus feriu os egípcios com pragas (Ex 3:20) e trouxe julgamento para sobre o povo (Is 5:25) .

Resta a pergunta as palmas deveriam ser usadas no culto? A resposta é não, pois o uso de palmas, no culto, não encontra guarida nas palavras hebraicas, menos ainda no uso da palavra no Novo Testamento, os versos, que contêm palmas com a palavra “sa^phaq”, são os seguintes: “cada um baterá palmas contra ele e assobiará tirando-o do seu lugar.” (Jó 27:23), “porque ao seu pecado acrescenta a transgressão; entre nós bate palmas, e multiplica contra Deus as suas palavras.” (Jó 34:37), “todos os que passam pelo caminho batem palmas, assobiam e meneiam as suas cabeças sobre a filha de Jerusalém, dizendo: É esta a cidade que denominavam: perfeita em formosura, gozo de toda a terra?” (Lm 2:15), fica claro que bater palmas aqui é em sinal de repreensão ou escárnio; o segundo grupo é o da palavra “ta^qa’”, faria mais sentido, pois é bater palma face a vitória: “batei palmas, todos os povos; aclamai a Deus com voz de triunfo.” (Sl 47:1), “não há cura para a tua ferida, a tua chaga é dolorosa. Todos os que ouvirem a tua fama baterão as palmas sobre ti; porque, sobre quem não passou continuamente a tua malícia?” (Na 3:19), mas há o óbice que nas duas vezes, que aparece, não está ligada com o culto público a Deus.

Os outros dois grupos são os da palavra “ma^cha^’”, “os rios batam as palmas; regozijem-se também as montanhas,” (Sl 98:8), “porque com alegria saireis, e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cântico diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas.” (Is 55:12), também bater palma em júbilo, que, de tão poético que é, se diz que os montes e rios batam palmas; por derradeiro, “nâkâh”, “então Joiada fez sair o filho do rei, e lhe pôs a coroa, e lhe deu o testemunho; e o fizeram rei, e o ungiram, e bateram as palmas, e disseram: Viva o rei!” (II Rs 11:12), que aqui está ligada ao ato político, uma salva de palmas pela chegada do novo rei. A palavra palmas só aparece no Velho Testamento, o que quer dizer que sequer uma vez aparece no Novo Testamento, como se viu, as palavras para palmas têm outros significados, em oito passagens, acima mencionadas, elas equivalem a palmas, no conceito que temos, mas em todas as ocasiões, as palmas aparecem divorciadas do culto a Deus, o que é correto dizer que nenhuma passagem bíblica indica o uso de palmas no culto a Deus, posteriormente ela foi adicionada ao culto.

Só para que ninguém seja pego desapercebido, a palavra palma aparece no Novo Testamento, em português: “depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos;” (Ap 7:9), esta palavra não significa palmas, no sentido de bater as mãos, a palavra grega é “phoinix” e significa “palmeira -1. a árvore como tal Jo 12:13. -2. ramo de palmeira Ap 7:9. ”, existe mais um argumento contra o uso das palmas no culto:

Entre 1991 e 1994, em João Pessoa, os Pastores Walter Russell Gordon e Aureliano Colaço leram de vários púlpitos (em várias igrejas Batistas Regulares) um artigo do “Jornal Batista” com o título “Palmas que Valem Milhões”. Este artigo cita que um pastor norte-americano, depois de profundo estudo da Bíblia e de todas a fontes arqueológicas e históricas disponíveis, desde há muitos anos estabeleceu o prêmio de alguns milhões de dólares para quem conseguisse provar que jamais músicas foram acompanhadas por palmas (marcando-lhes o ritmo) nos cultos, quer no Tabernáculo, ou no Templo, ou nas igrejas do Novo Testamento, ou nas inúmeras igrejas primitivas. Este prêmio foi depositado na Justiça Americana, e até hoje lá está, ninguém nunca conseguiu ganhá-lo. Você não concorda conosco que isto é muito impressionante ?

2.6.3.3.2. Músicas dançantes

“Por isso estimo todos os teus preceitos acerca de tudo, como retos, e odeio toda falsa vereda.” (Sl 119:128).

A música dançante, também chamada de música cristã contemporânea, é o no estilo musical que vem adentrando nas igrejas, é chamada de contemporânea, pois inicialmente não era assim, e é o que será tratado neste tópico. O verso-texto diz que o salmista odeia toda falsa vereda, falso caminho é todo aquele que não é o caminho de Deus, o assunto deste tópico é a música, a música de Deus, bem como o culto a Ele, e todas as demais coisas concernente à direção da vida espiritual, do crente, está na Bíblia, nós batistas falamos constantemente: “a Bíblia é a nossa regra de fé e prática”, isso é muito bonito, maravilhoso, mas, via de regra, quando se trata de música, o crivo é diferente, muitos têm estabelecido que uma música é boa simplesmente pelo gosto pessoal deles, e isso tanto na sua vida cotidiana, bem como na adoração a Deus no culto. Ocorre que, também na parte da musica, Deus estabeleceu como Ele quer ser adorado, e mais especificadamente aqui louvado, quando Ele estabelece um mandamento, um princípio básico, a ser observado, é a completa diligência na execução: “atenta, pois, que o faças conforme ao seu modelo, que te foi mostrado no monte.” (Ex 25:40), e inclui as coisas menores também: “e era esta a obra do candelabro, obra de ouro batido; desde o seu pé até às suas flores era ele de ouro batido; conforme ao modelo que o SENHOR mostrara a Moisés, assim ele fez o candelabro.” (Nm 8:4), na Bíblia, há exemplos de pessoas que quiseram mudar um detalhe na forma de cultuar a Deus e foram desaprovados: Caim (Gn 4:3-7), Nadabe e Abiú (Lv 10:1-3), homens (I Sm 6:19), Uzá (II Sm 6:3-9), a insistência é dupla, primeiro, fazer tudo conforme foi ordenado, segundo, não se deixar olhar outro modelo.

O Novo Testamento preceitua quanto estilo e qualidade musical da igreja: “falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração;” (Ef 5:19); “a palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.” (Cl 3:16), estes versos repetem o ensino que a música cristã tem de ser doutrinária, espiritual, a palavra traduzida por espiritual é “pneumatikos”, ela aqui designa algo que é diferente do mundo, que é carnal, ela aparece 26 vezes em 21 versículos (Rm 1:11; 7:14; 15:27; I Co 2:13,15; 3:1; 9:11; 10:3,4; 12:1; 14:1,37; 15:44,46; Gl 6:1; Ef 1:3; 5:19; 6:12; Cl 1:9; 3:16; I Pd 2:5):

Relativo ao espírito, espiritual -1. causado por ou cheio com o Espírito (divino), pertencente ou correspondente ao Espírito (divino) -a. como adj. Rm 1:11; 7:14; I Co 10:3s; 15:44; Ef 1:3; 5:19; Cl 1:9; 3:16; I Pd 2.5. ? p?e?µat???? (?????p??) em I Co 2:15 pode significar a pessoa espiritual, cujos poderes de julgamento são dirigidos pelo Espírito de Deus. Cf também I Co 15:47 v.l. -b. subst. ta p?e?µat??? coisas ou assuntos espirituais Rm 15:27; I Co 2:13; 9:11; 15:46. Dons espirituais I Co 12:1; 14:1. ó p?e?µat???? aquele que possui o Espírito I Co 3:1; 14:37; Gl 6:1. -2. pertencente a (maus) espíritos, poderes espirituais Ef 6:12. [pneumático] .

Em algumas de suas aparições, ela nos ensina muitas coisas: “as quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.” (I Co 2:13), dá o contraste entre a sabedoria humana e a espiritual; na próxima aparição ela traz uma diferenciação importantíssima para entender o que é espiritual: “e eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo.” (I Co 3:1), a diferenciação é que ela deixa de lado oposto a carnalidade, portanto, espiritual é o que não é carnal. Com isso em mente, fica mais fácil entender que o princípio, que rege os estilos de músicas, deve ser diferente: “como, pois, se saberá agora que tenho achado graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Acaso não é por andares tu conosco, de modo a sermos separados, eu e o teu povo, de todos os povos que há sobre a face da terra?” (Ex 33:16), portanto, as músicas devem ser diferentes, o princípio de separação permanece até hoje: “e não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as.” (Ef 5:11), (cf Rm 12:2; Tt 2:11,12; Tg 4:4; I Jo 2:15,16), por isso, a igreja tem de viver separada, a justificativa é: “sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno.” (I Jo 5:19), todo crente batista deve ter no coração: “abstende-vos de toda a aparência do mal.” (I Ts 5:22), a direção dada então é: “mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver;” (I Pd 1:15).

A música eclesiástica, bem como as demais coisas da igreja, deve seguir as normas colocadas pelo Senhor, Ele mesmo foi Quem a estabeleceu na Terra: “pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;” (Mt 16:18), “regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja;” (Cl 1:24), Ele mesmo a sustenta pelas gerações: “a esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém.” (Ef 3:21), por isso, Ele é Quem legisla, aprouve a Ele dar um código de conduta que seja de separação do mundo: “não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.” (I Jo 2:15).

Algo precisa ficar claro, a música é para adorar a Deus: “cantai a Deus, cantai louvores ao seu nome; louvai aquele que vai montado sobre os céus, pois o seu nome é SENHOR, e exultai diante dele.” (Sl 68:4), é Ele Quem tem de ser engrandecido, isso com reverência: “por isso, tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade;” (Hb 12:28), é fato de que a música tem sido usada para pregar o evangelho, mas esse não é o objetivo primordial dela, com essa desculpa, a de pregar o evangelho, algumas músicas chamadas cristã, ou seja, as músicas dançantes se assemelham muito com as mundanas, mas isso não é correto: “adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tg 4:4), respondendo a quem pensa assim, além de não poder rebaixar o padrão de Deus, há um fato que é esquecido, Deus salva ao crente pela pregação do evangelho: “visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” (I Co 1:21), a música cristã é espiritual e os incrédulos são homens naturais: “ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” (I Co 2:14), motivo que não é o meio melhor de chegar a eles.

Outro ponto importante é da diferença entre as músicas, enquanto no mundo o homem cantava uma música, enquanto salvo passou a cantar um novo cântico, já que é uma nova criatura: “e pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no SENHOR.” (Sl 40:3), do mesmo modo que os crentes queimaram seus livros de mágicas: “também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros, e os queimaram na presença de todos e, feita a conta do seu preço, acharam que montava a cinqüenta mil peças de prata.” (At 19:19), o crente precisa deixar morrer sua carnalidade: “já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gl 2:20), não seguir o coração, pois há o padrão bíblico: “e as franjas vos serão para que, vendo-as, vos lembreis de todos os mandamentos do SENHOR, e os cumprais; e não seguireis o vosso coração, nem após os vossos olhos, pelos quais andais vos prostituindo.” (Nm 15:39), “o que confia no seu próprio coração é insensato, mas o que anda em sabedoria, será salvo.” (Pv 28:26), “e aconteça que, alguém ouvindo as palavras desta maldição, se abençoe no seu coração, dizendo: Terei paz, ainda que ande conforme o parecer do meu coração; para acrescentar à sede a bebedeira.” (Dt 29:19); uma prova da diferença entre as musicas do mundo e a música de Deus é que quando os judeus estavam no cativeiro, os babilônicos pediam que eles cantassem a música de Deus, que era diferente para eles, mas os judeus logo respondiam: “como cantaremos a canção do SENHOR em terra estranha?” (Sl 137:4).

A letra precisa estar de conformidade com a doutrina, senão haverá um patente descumprimento de: “não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem”. (Ef 4:29), portanto, doutrinária: “goteje a minha doutrina como a chuva, destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a erva e como gotas de água sobre a relva.” (Dt 32:2), “que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” (I Co 14:26), “que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.” (I Co 14:15), o cerne, das questões musicais, é perguntar quem a música agrada, se for única e exclusivamente a Deus então a usemos (Lc 9:23; Jo 3:30; (I Co 10:31; Ef 5:10; Cl 3:5,23; I Ts 5:21). A música é uma oferta dirigida a Deus (Sl 95:2; 100:2), seria totalmente desnecessário dizer isso, mas, por ser para Deus, ela não é para o deleite dos ouvintes e sim exaltar a Cristo (Hb 1:5,6), falar dos feitos de Deus (Jz 5:11; Sl 150:2; 106:2; 145:4), ser instrutiva, pois através dela devemos aprender doutrina (Dt 32:2; Cl 3:16), ser racional (Rm 12:1,2; I Co 14:15), um não apelo a carne, no sentido de corpo (II Co 5:7), deve ser usada para edificação do corpo de Cristo (I Co 14:26), e para produzi-lo, a música deve ser espiritual (Sl 119:7), o que também a faz ser admoestativa (Cl 3:16).

Uma figura importante, e geralmente não muito observada, é a do músico, voltando a Cl 3:16, está escrito sobre a admoestação e ensino, então significa que a música e a pregação devem ter o mesmo alvo, ambas pertencem à proclamação da Palavra de Deus, o compositor deve, portanto, ser tão hábil, nas Escrituras, e tão preocupado com a precisão teológica quanto o pastor, isso é esquecido hoje, ou seja, o conhecimento doutrinário do músico é bem diferente dos líderes musicais de Israel, lá foram escolhidos três, são eles: Hemã, Asafe e Etã (I Cr 15:19), ocorre que eles foram os primeiros dentre todos os sacerdotes levitas, homens que dedicaram suas vidas ao serviço do Senhor (v. 17), homens conhecedores das Escrituras e hábeis no manejo da Palavra de Deus, eles até escreveram alguns salmos (Sl 73-83; 88:1; 89:1), igualmente ao conhecimento teológico dos nossos músicos hoje, não? Há outra coisa, a falar deles, quando Salomão recebeu sabedoria, que excedeu a todos os humanos, para falar da sua sabedoria a compararam com a de outros homens e curiosamente dois, dos três líderes da música, estavam na comparação: “e era ele ainda mais sábio do que todos os homens, e do que Etã, ezraíta, e Hemã, e Calcol, e Darda, filhos de Maol; e correu o seu nome por todas as nações em redor.” (I Rs 4:31), então fica a exortação aos músicos que manejem bem a Bíblia e que o conhecimento da sã doutrina exceda ao musical.

Há ainda há uma série de lições, a serem aprendidas com a música, dois exemplos a serem estudados, o primeiro é o de um rei, o nome dele é Jeosafá, ele foi um bom rei, seguiu nos caminhos dEle (II Cr 17:1-6,12) e foi próspero, mas se aliou com acabe, um ímpio (II Cr 18:1-3), o que fez Deus enviar Jeú, para mostrar Seu descontentamento com a aliança feita entre eles (II Cr 19:1-3), e neste ponto é bom parar e refletir, Jeosafá aliou-se com Acabe para guerrear contra inimigos comuns a eles, embora ele soubesse que isso não era o correto a fazer ele tinha uma desculpa, se alguém o indagasse, exatamente o que nós temos feito e o que nos têm sido proposto, é o famoso ecumenismo, aliemos às demais denominações, cantemos a mesma música, abramos mão de algumas doutrinas, como o caso aqui é a música, então seria, “não seja tão criterioso em selecionar uma música” ou ainda “tudo isso agrada a Deus”, infelizmente tal aliança deixou seqüelas em Jeosafá, tanto que ele novamente se aliou a um outro rei ímpio, de nome Acazias, e foi novamente, e agora duramente, repreendido por Deus (II Cr 20:35-37).

A lição para nós hoje é: “não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.” (I Co 15:33), caminhar e pedir orientação, que saiam do modelo dado por Deus, só trará desvios, pois haverá pequenas concessões, o que já foi advertido: “não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?” (I Co 5:6), “um pouco de fermento leveda toda a massa.” (Gl 5:9), a direção é a oposta: “por isso estimo todos os teus preceitos acerca de tudo, como retos, e odeio toda falsa vereda.” (Sl 119:128), conservar a sã doutrina: “tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.” (I Tm 4:16), “amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.” (Jd 1:3), da qual a igreja é coluna e firmeza: “mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade.” (I Tm 3:15). A segunda lição é que a música é uma linguagem, ou seja, e com ela milhares de pessoas foram levadas a adorar uma estátua (Dn 3:5-7), a linguagem utilizada foi a musical, e infelizmente isso tem ocorrido muitas e muitas vezes, pois não somente adorar ao deus errado (falso) que está incorreto, a forma de adorar ao Deus Supremo também precisa ser correta: “e ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, Mas o seu coração está longe de mim;” (Mc 7:6), (cf Is 29:13; Mt 15:8), por isso que Ele, muitas vezes, não recebe tal louvor.

 

Autor: Robert Santos
Fonte: www.palavraprudente.com.br