Lição 13
SEGUNDA: Atos 4:32-37
TERÇA: Efésios 5:22-32
QUARTA: Lucas 10:1-9
QUINTA: I Timóteo 5:17-22
SEXTA: Gálatas 6:1-6
SÁBADO: I Coríntios 9:1-14
DOMINGO: Hebreus 13:1-7
Em tempos relativamente recentes tem sido as igrejas do Senhor reanimadas em seu dever missionário. Por muitos séculos ficaram adormecidas, satisfeitas consigo mesmas, em lhes importar a sorte dos milhões sem Cristo. Com a ida de Carey à India, os cristãos evangélicos foram sacudidos da sua indiferença, e as igrejas começaram a sentir um impulso novo, provindo do fervor missionário dos seus membros.
1. A Missão da Igreja.
Uma das missões de uma igreja é evangelizar. Quando ela perde isso de vista, perde sua razão de ser. Nenhuma igreja poderá manter-se forte e vigorosa, firme e fiel aos princípios do Novo Testamento, se não colocar no lugar de importância a necessidade de buscar os perdidos e entregá-los o Evangelho de Cristo.
2. A visão dos campos.
Mordomia e missões são inseparáveis. A ciência registra casos de gêmeos que nascem ligados pelo tronco e que se chamam irmãos siameses. Não podem ser separados, pois isso traria a morte a ambos. Assim acontece com a mordomia e as missões. Podemos denominá-las irmãs siamesas. Vivem tão intimamente relacionadas, que isolá-las seria matá-las a ambas. A mordomia fornece o elemento material para o avanço missionário, enquanto que as missões oferecem o estímulo à prática constante e crescente da mordomia.
Igrejas doutrinadas na mordomia são igrejas missionárias, em que o povo dá com prazer. Igrejas bem informadas quanto às necessidades missionárias no mundo são igrejas onde a mordomia é praticada pela entrega de vidas ao serviço missionário e pela constante contribuicão dos recursos materiais para mantê-lo.
Quem hoje quiser descobrir o segredo de igrejas fortes e progressistas, cheias de fervor e visões amplas, poderá fazê-lo sem dificuldades. Igrejas dessa natureza se encontram onde quer que as verdades da mordomia são apregoadas do púlpito e vividas na vida diária dos crentes.
Se nossas igrejas realmente apanharem a visão dos campos brancos para a ceifa, e os crentes se compenetrarem da verdade de que não se pertencem a si mesmos, mas foram comprados por preço, o problema financeiro delas estará a caminho de uma solução satisfatória. Se os crentes tem de fato o amor de Deus em seus coracões, e são movidos de compaixão pelas almas que se perdem, não poderão deixar de contribuir com alegria e liberalidade para que o Evangelho a elas seja anunciado.
Um ferreiro estava cantando a plenos pulmões, ao ritmo do martelo, que, pesado, moldava o ferro na bigorna.
"Por que está tão alegre, irmão Tomás?" pergunta um transeunte.
"Ora, não sabe? Estou pregando o Evangelho em Portugal hoje," respondeu o ferreiro.
"O senhor está brincando; como pode ser isso?"
"Não é pilhéria, meu irmão. Nossa igreja ajuda a sustentar um missionário em Portugal, eu vou dar para o seu sustento tudo que fizer hoje: por isso me sinto tão alegre como se estivesse pregando um sermão lá em Lisboa.
1. Métodos escusos. Os métodos mais extravagantes tem sido usados por certas igrejas para levantar dinheiro. Alguns deles põem em franco ridículo o Evangelho, e levam-nos a pensar e sentir que nada mais fazemos do que transplantar para o nosso meio os processos usados pela Igreja Católica. Quermesses, leilões, rifas e outros recursos são empregados para tirar do bolso dos crentes os magros reais que eles se negam a dar de outra forma. São modos que precisam ser completamente excluídos do nosso meio.
2. O plano de Paulo. O plano financeiro de Paulo, se adotado por nossas igrejas, produzirá os mais benéficos resultados, e acabará com os mil artifícios, visando ao levantamento de dinheiro para o trabalho do Senhor. Referindo-se a coleta para os crentes em Jerusalem, diz Paulo: "No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que se não façam as coletas quando eu chegar". I Cor. 16:2. Esse plano, ainda que sugerido para uma oferta especial de beneficência, serve perfeitamento como modelo de nossas contribuições regulares para a igreja local.
Nossa contribuição deve ser:
1. Periódica - "No primeiro dia da semana". Em nosso caso diríamos, mensalmente, ou toda vez que recebermos nossos ordenados ou vendermos o produto da nossa lavoura. Assim como temos individualmente despesas forçadas todo mes, a igreja tem compromissos que precisam ser solvidos mensalmente. Por isso nossa contribuição não pode faltar sem acarretar prejuízo ao trabalho.
2. Pessoal - "Cada um de vós". A igreja deve alistar cada um de seus membros na contribuição, do menor ao maior. O ideal é que se instrua o crente na graça de contribuir, antes de ele ingressar para a igreja, e que ele assuma, desde o princípio, um compromisso de ajudar a sustentar o trabalho. Se assim fizermos, evitaremos um esforço árduo mais tarde, quando procurarmos levá-lo a arcar com a responsabilidade financeira da mesma.
3. Proporcional - "Conforme a sua prosperidade". Se havemos de usar um método proporcional, por que não aquele que Deus mesmo colocou no coração dos patriarcas e ordenou que fosse gravado na lei de Moisés? O dízimo do nosso salário, entregue regularmente a igreja, e uma proporção razoável para se contribuir, lembrando sempre que essa proporção é um ponto de partida e não a meta final. Tocados pelo Espírito, à semelhança de Barnabé e outros cristãos do primeiro século, seremos levados a esquecer toda e qualquer proporção, para darmos tudo o que possuímos. At 4:32-37. Oxalá incidentes como esses se multipliquem na história do povo de Deus em nossos dias!
Vamos mencionar algumas razões, a nosso ver capazes de despertar qualquer alma realmente desejosa do bem da causa de Cristo na terra.
1. Gratidão. Uma igreja é a instituição que Deus colocou entre nós para a propagação do evangelho. Foi por ela que chegamos a conhecer as boas novas. Ela, através de um ou mais de seus membros, foi instrumento para nos conduzir a Cristo, em quem descobrimos o Salvador das nossas almas e em quem, crendo, recebemos perdão pleno e gracioso. Não poderemos deixar de ser eternamento gratos a Deus pela salvação em Cristo. A melhor maneira de expressarmos essa gratidão é sustentarmos nossa igreja, para que outros, por meio dela, venham também a gozar dos mesmos privilégios. Um crente que não contribui para a igreja não tem em grande valia o evangelho de que essa mesma igreja é propagadora.
2. Respeito. Paulo compara a igreja à noiva de Cristo, a quem ele, como noivo, amou estremecidamente e por quem se entregou sem reservas. II Cor. 11:2. Isso ele fez "para a santificar, purificando-a com a lavagem da água pela palavra, para a apresentar, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível". Ef. 5:26-27. No livro de Apocalipse a igreja é noiva adornada e preparada para a vinda do noivo, que a vai levar para sempre consigo.
Essas imagens nos sugerem o alto conceito em que os escritores sagrados tinham a igreja. Na carta aos Efésios, Paulo fala do extraordinário preço que Cristo pagou para constituir para si mesmo uma igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, santa e irrepreensível.
Se Cristo se prontificou a tudo dar para sua igreja, como ousaremos negarmos a auxiliar no seu sustento, para que ela continue a ser perante o mundo uma igreja gloriosa? Como permitiremos que a noiva de Cristo ande em andrajos que desonrem seu divino noivo? Como negligenciaremos nossas obrigações para com ela, quando sabemos que Cristo fez tudo por ela? Como deixaremos de adorná-la e tratá-la com toda decência e dignidade, sabendo que o noivo voltará um dia para casá-la? Como nos havemos de apresentar perante ele naquele dia, se tivermos sido infiéis no cuidado da sua noiva, que ele entregou aos nossos cuidados?
Se temos respeito à igreja que Cristo comprou com seu próprio sangue, faremos tudo por mantê-la de tal modo, que não nos tenhamos de envergonhar de a ela pertencermos como membros.
3. O sustento do ministério. Quando nos unimos a uma organização, é porque cremos que ela tem algum valor para nós. Não há organização que mais faça pelo homem do que a igreja. Além de trazê-lo a Palavra de Deus, providencia um lugar onde ele possa alimentar-se espiritualmente, e exercitar-se na vida cristã, onde possa ter convívio com pessoas do mesmo ideal, enfim, providencia para o crente o ambiente propício para o seu desenvolvimento espiritual.
Para que a igreja possa fornecer aos seus membros tudo isso, ela precisa de prédio próprio, e um ministro que se dedique ao bem das almas. Tudo isso custa dinheiro, e o crente deve ter prazer em sustentar dignamente aqueles que se consagram ao trabalho de providenciar para ele o cuidado pastoral. Isso só será possível se nossos pastores e nós, os crentes, tivermos uma visão bastante elevada do ministério e de sua missão, acompanhada de uma visão nova de nossas obrigações para com a igreja, como mordomos do Senhor.
O Novo Testamento fala muito claramente da obrigação dos crentes de sustentarem com dízimos o ministério.
O Senhor Jesus, ao enviar os setenta, disse-lhes que dependessem para o seu sustento, daqueles a quem ministravam a Palavra, "pois digno é o obreiro de seu salário". Lc. 10:7; I Tm. 5:17-18.
Paulo diz: "O que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui". Gl. 6:6.
Em I Cor. 9 Paulo faz a defesa dos seus direitos, e conclui reclamando para o ministro do evangelho a mesma contribuição que o judeu fazia para o sustento dos sacerdotes e levitas. "Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar, participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho". II Cor. 9:13-14.
Uma palavra autorizada: "A única provisão que Deus fez para o sustento do seu ministério, desde o princípio do evangelho e da religião organizada, é o dízimo do crente". (W. C. Taylor).
Lição 13
1. Qual é a missão da igreja ao mundo?
2. Reproduza a historieta do ferreiro que, trabalhando na bigorna, dizia estar pregando em país estrangeiro.
3. Como deve ser nossa contribuição?
4. Que motivos nos devem levar a contribuir?
Autor: Walter Kaschel