Diferenças Doutrinarias entre Batistas e Presbiterianos - I

Dr. W. C. Taylor

O Diretor do

“Correio Doutrinal”

RECIFE

TYPOGRAFIA DO C.A.B.

1933

Introdução

A tática geralmente adotada pelos polêmicos presbiterianos de nosso ambiente é a de procurar esmagar com sarcasmo, descomposturas e superiores ares de literatice qualquer batista que tenha a coragem de defender e propagar as doutrinas do Novo Testamento rejeitadas pelo presbiterianismo. Os estranhos ficam completamente atônitos diante de semelhante espetáculo de carnalidade, julgam que o defensor da verdade é tão culpado quanto é o oponente da verdade e querem apagar logo “o escândalo”. O batista geralmente não diz coisa alguma contra o caráter de outrem, mas ocupa-se em discutir as Escrituras. Portanto, quando a opinião publica abafa ou abandona a discussão, estão de pé mil injurias do caluniador contra o pregador batista e este é obrigado ao silencio, a bem da paz evangélica e para não escandalizar os incrédulos. Qual valentão que insulta, intimida e agride um homem pacato e depois insiste diante dos curiosos que afluem: “Isto é muito feio, muito inconveniente, os homens devem viver em paz, vamos nos esquecer de tudo isto, nós somos irmãos, dá cá um abraço, irmão”; assim ofendem polêmicos proselytadores aos que anunciam na sua pureza a pregação de Jesus Cristo os quais ficam reduzidos a objeto de escárnio, e classificados de desordeiros nos meios evangélicos, taxados de “mentiroso, anarquista, diabólico, pagão, desembestado, modernista, idolatra, insano, perverso”, etc., etc. Assim é o folheto do Rev. Anibal Nora. O prof. Teixeira ataca os batistas como anarquistas na Igreja e no Estado, inimigos da criança e do lar. E o prof. Oliveira classifica todos de “milímetro e meio...milímetro e meio – matematicamente exatos!”

(Isto vem de longe. Calvino soube amar e casar-se com uma viúva anabatista, mas Serveto foi banido; então, quando descoberto em território nacional outra vez, foi capturado e queimado vivo).

Bem. Com isto surtem efeito. O pregador batista é publicamente envergonhado, e é tentado a recuar triste e deixar os valentões donos do campo da luta. Então o tom se muda. Para o campo de batalha se arrasta “a mesa do Senhor”. Sorrisos sucedem aos olhares raivosos. Doçura proselytadora envolve as consciências. Superlativos de fraternidade substituem bravatas e insultos. “Nada há de diferenças. Somos um. Uma igreja é tão boa quanto outra. Todos vamos para o mesmo lugar. Comungaremos juntos no céu. Nada destas diferenças é essencial – são como a questão se Adão foi branco ou preto”. E, adulando os batistas pacatos, ferindo e afastando da confiança que merece o pregador batista e proselytando sempre, os advogados da desobediência a Jesus Cristo manobram o publico para seus fins sectários.

Recusamos ser intimidados; e nomes feios, por pavorosos que sejam, não nos obrigarão a calar-nos. Vou examinar as reais e graves diferenças entre o cristianismo como é entendido pelos presbiterianos e côo é pregado pelos batistas. Estas diferenças são de doutrinas, e no terreno doutrinário as discutirei, sem uma palavra desairosa sobre o caráter ou a salvação de quem quer que seja. Personalismo não tem lugar em doutrinar.

As diferenças entre presbiterianos e batistas são muito mais e maiores do que o prof. Oliveira indica. Iremos analisar algumas:

 

Autor: Dr William Carey Taylor
Digitação: David C. Gardner 11/2008
Fonte: www.palavraprudente.com.br