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Um sermão para homens mortos

“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram. Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir. Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos. E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação. Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos. Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça; Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor.” (Rm 5.12-21, ACF)

Pode parecer estranho que pregamos mais de uma vez no ano sobre um assunto sombrio como a morte. Não é agradável trazer a mente pensar sobre esta realidade triste que todos têm experimentado. Mas, como disse o sábio: “Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração” Ec. 7.2. Portanto, este assunto sombrio pode trazer sabedoria. Desde que temos que reconhecer o nosso estado de morte antes que possamos conhecer a Vida, trago mais uma pregação sobre a morte.

Usando uma metáfora da capacidade de visão em vez da morte, Jesus disse aos Fariseus: “Disse-lhes Jesus: Se fósseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso o vosso pecado permanece“, Jo. 9.41. Assim, podemos aplicar esse mesmo ensino à metáfora da morte assim: Se fôsseis mortos (concordando com Deus sobre a sua condição), não teríeis pecado (pois procuraríeis a Vida verdadeira), mas como agora dizeis: Somos vivos (não temos problema com o pecado); por isso o vosso pecado permanece (pois não reconheceis Jesus Cristo, O Salvador). Prego essa mensagem para ajudar aquele que precisa concordar com Deus sobre a sua situação horrível de estar morto.

Você já se considerou a si mesmo como um morto?

Definição: A palavra ‘morte’, como verbo, substantivo ou adjetivo, usada no Grego (#599, Strong’s) ou Hebraico (#4191, Strong’s) simplesmente significa “morrer literal ou figurativamente.”

Literalmente, a palavra morte aponta para uma separação física, a alma separando-se do corpo – Gn. 5.5, “E foram todos os dias que Adão viveu, novecentos e trinta anos, e morreu.”; Ec. 12.7, “E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.” É essa que traz-nos a visitar os velórios em tempo em tempo.

Figurativamente, a palavra “morte” é usada de várias maneiras. Como Deus usa essa palavra nas Suas Escrituras, entendemos pelo uso figurativo o que a morte realmente significa. Pelo usos destas palavras pelas Escrituras, entendemos a morte sendo uma separação, quebra de comunhão. Está percebendo que a morte não é sempre uma cessação de existir entre os vivos?

A morte pode ser uma separação de comunhão entre pessoas. O filho pródigo era tido como morto pelo pai quando era ausente da casa do pai e sem a sua comunhão – Lc. 15.24, “Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se.” Essa parábola ensina que a separação de comunhão entre pessoas pode ser considerada uma morte.

Mas, também, a palavra “morte” pode significar a privação da alma do homem da plena comunhão com Deus. Isto pode ser determinado como morte. Foi nesse sentido que Adão morreu naquele mesmo dia que comeu o fruto proibido. Essa morte é tida como “morte espiritual”. Por ser morto espiritualmente, naquela mesma tarde que Adão pecou, estava com medo e esperava a ira de Deus e se escondeu da presença de Deus (Gn. 3.6-11). Pela quebra, ou seja, pela morte da livre comunhão que antes tinham, Adão e Eva morreram e tiveram medo e esperavam a ira de Deus.

Esta é a situação de todo homem para com Deus desde o seu nascimento: Rm. 5.12, “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” Todos os homens não saem do ventre mortos fisicamente, mas sim, nascem com uma natureza pecaminosa e, espiritualmente, são privados da plena comunhão com Deus. Ou seja, são mortos espiritualmente.

O Estado do Homem

Todos são pecadores – Rm. 3.23, “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;”; 5.12, “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.”

Todo pecado gera a morte – Rm. 6.23, “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.”; 5.12; Ez. 18.20, “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai levará a iniquidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.”

Mesmo sendo morto para com Deus o homem natural é vivo para com a sua própria justiça. O Fariseu orando consigo mesmo: Lc 18.12, “Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.” O mancebo rico falando sobre a sua situação moral diante de Deus: Mt 19.20, “Disse-lhe o jovem,” sobre a lei de Moisés, “Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda?” O homem natural está vivo para com ele mesmo e o mundo, mas morto, ou seja, separado da comunhão plena com Deus.

O homem natural é vivo para se justificar. Tanto Adão quanto Eva confessaram o seu pecado, mas os dois se justificaram dizendo que a culpa do pecado era de outros. Eva colocava a culpa no Tentador e Adão culpou o próprio Criador: “Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi. E disse o SENHOR Deus à mulher: Por que fizeste isto? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.” Gn. 3.12-13. O homem natural está vivo para com os seus interesses e os do mundo, mas morto, ou seja, separado da comunhão plena com Deus.

O homem natural está vivo para ser moral e ter virtudes e ser um amante de religião. Por isso Deus avisa os Seus: “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” Cl 2.8. O homem natural está vivo para com o foco que ele tem sobre Deus e do mundo, mas ainda é morto, ou seja, separado da comunhão plena com Deus.

O homem natural está vivo para com o mundo, mas morto, ou seja, separado da comunhão plena com Deus. Se chegar ao fim da vida nessa situação pode ser separado eternamente da presença da misericórdia de Deus.

Pelo seu estado natural de ser morto para com Deus o homem natural está sem desejo próprio de submeter-se a Deus: Jo 5.40, “E não quereis vir a mim para terdes vida.” O desejo dele vai para outro rumo: “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.” Jo 8.44.

Pelo seu estado natural de ser morto para com Deus o homem natural está sem qualquer capacidade para agradar a Deus (Rm. 3.10-18; 8.7; Sl. 14.1-4).

Pelo seu estado natural de ser morto para com Deus a sua condição pecaminosa o faz ser sem entendimento espiritual (II Co. 2.14). Ele está sem vista boa para as coisas espirituais, sendo cego pelo diabo (II Co. 4.4). Portanto, sem vida espiritual (Rm. 5.12). MORTO!

Tudo isto é compreendido quando a Bíblia determina o homem morto para Deus. Ele está sem a Verdade, sem a justiça verdadeira, sem a comunhão verdadeira e sem a sabedoria, ou seja, a salvação verdadeira (Pv. 3.21). E, o pior de tudo, é alegre por isso!

Este homem natural, morto para com Deus, e tudo que Lhe agrada, também conhecerá a Segunda Morte (Ap. 20.11-15).

Não é de surpreender: o homem natural é um morto ambulante.

Você está morto? Se não vê a sua condição de um morto, jamais procurará a vida. Como aquela metáfora ensina: Se fôsseis mortos (concordando com Deus sobre a sua condição), não teríeis pecado (pois procuraréis a Vida verdadeira), mas como agora dizeis: Somos vivos (não temos problema com o pecado); por isso o vosso pecado permanece (pois não reconheceis Jesus Cristo, O Salvador).

Você já se considerou a si mesmo como um morto?

Boas notícias – Cristo Jesus veio salvar os perdidos.

Cristo foi morto pelos mortos para que tenham a vida eterna! Cristo não foi morto por Ele mesmo, pois Ele é vida (Jo. 14.6). Ele está sem pecado (Hb. 4.15). Mas foi morto para os mortos em pecados (Is. 53.5-8; Rm. 5.8). A chamada de Deus para com os mortos é: Arrependei-vos dos seus pecados e tenha fé em Cristo. Assim terás vida!

Só são regenerados os que são mortos (Jo. 3.5-8).

Só são justificados os que são sem a sua própria justiça (Lc. 18.13-14).

Só são salvos pela graça os que são sem as suas próprias boas obras. (Rm. 3.24-25; 5.14-15; 11.6; Ef. 2.8-9)

Só são aliviados os que são cansados e oprimidos pelos seus pecados (Mt. 11.28-30).

Só são feitas novas criaturas os que morrem a si mesmo (At. 17.30).

Jesus veio ser A Vida para todos que olham a Ele pela fé (Jo. 3.14-17)

Jesus veio salvar os perdidos: Lc. 19.10, “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” Lembra-se da parábola da ovelha perdida, da dracma perdida e do filho perdido (Lc. 15)?

Você está morto? Já se considera a si mesmo como um perdido, culpado e condenado? Cristo veio salva todos nesta condição que se arrependem e crêem nEle pela fé! Se estiver morto, peça-Lhe perdão! Vida! Misericórdia!

A Responsabilidade do Homem

Como a ovelha não podia se salvar a si mesma, nem a dracma se achar; como o filho perdido somente achou a salvação voltando ao Pai e confessando o seu pecado, assim o homem natural, separado da comunhão plena com Deus, só encontra a nova vida para com Deus por Jesus Cristo! Entra nEle arrependendo-se dos pecados e crendo pela fé em Jesus Cristo, O Salvador.

Já se viu a si mesmo como um morto? Clame a Ele pela fé e Ele lhe dará a Vida eterna: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna, Jo. 3.16; “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.” Jo. 6.37

Para Viver para Cristo, a Morte é Necessária.

Cristo é vida. Pela Palavra de Deus o Espírito Santo testifica de Cristo (Rm. 8.9-16). Sendo feita a nova criatura em Cristo, o pecador é transformado das trevas para a Sua luz; de escravidão do pecado e da morte para ser um discipulado por Deus e feito conforme a imagem de Jesus Cristo (Rm. 8.29).

Cristo transforma o pecador arrependido que crê nEle ao ponto que este tenha prazer em adorar a Deus em Espírito e em Verdade (Jo. 4.23-25).

Todavia, para o Cristão viver para Cristo, e conhecer a plena comunhão desta nova vida diariamente é necessário ainda a morte. Essa morte é para com a carne onde que o pecado habita – Rm. 7.17.

A mortificação da carne é necessária diariamente – Cl. 2.10; Gl. 2.20, “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.

Você está morto? Se estiver morto em seus pecados, corre ao Salvador!

Se estiver vivo em Cristo, pela graça de Deus, morre ao seu pecado continuamente para viver neste mundo para o seu Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Published inSoteriologia