Cap 12 - Soberania de Deus

A Soberania de Deus em Ação

Sermão 12

Pregador: Pr. Luiz Antonio Ferraz

Local: Igreja Batista da Esperança

Data: 09/12/2001

Texto: Apocalipse 19:6

“E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia! pois já o Senhor Deus Todo-Poderoso reina.”

INTRODUÇÃO

1. Se Deus predeterminou a salvação dos seus, que utilidade há que nos esforcemos pessoalmente na piedade (2Tm.4:7)?

2. Se Deus preparou de antemão as boas obras na qual hão de andar os predestinados (Ef.2:10), que utilidade há em sermos solícitos na prática de boas obras (Tt.3:8)?

3. Se Deus já determinou o número dos salvos, que encorajamento teremos para pregarmos o evangelho aos perdidos?

I. A SOBERANIA DE DEUS E O CRESCIMENTO DO CRENTE NA GRAÇA

1. Aprender e apreciar devidamente a Soberania de Deus, longe de ser um empecilho ao desenvolvimento do caráter, servirá para fomentá-lo.

2. Assim como o desespero do pecador, por causa de sua incapacidade, é a primeira condição para que haja conversão, assim também a perda de toda confiança em si mesmo é, da parte do crente, o primeiro ponto essencial para seu crescimento na graça.

3. O segredo do desenvolvimento do caráter cristão está em percebermos e confessarmos nossa própria incapacidade.

4. Somos completamente incapazes de praticar um único preceito ou obedecer um único mandamento. Não podemos “amar nossos inimigos” (Mt.5:44), sem a operação de Deus (Jo.15:4,5).

5. Deus então zomba de nós, quando nos manda que façamos o que sabe sermos incapazes de fazer? Respondemos como Agostinho: “Deus dá mandamentos que não podemos cumprir para que saibamos o que devemos pedir da parte dele.”

II. A SOBERANIA DE DEUS E O SERVIÇO DO CRENTE

1. Que lugar há para o zelo no serviço cristão?

2. A doutrina da Soberania de Deus não desencoraja os crentes na evangelização?

3. Suponha que alguém é chamado para ser evangelista, e sai crendo na liberdade da vontade humana e na capacidade do próprio pecador de vir a Cristo. Prega o evangelho com fidelidade, mas descobre que a vasta maioria dos ouvintes é indiferente à mensagem. Descobre que os homens estão, na sua maioria, preocupados com as coisas deste mundo. Implora aos homens que se reconciliem com Deus. Tudo em vão. Fica totalmente desencorajado e pensa consigo mesmo: Qual é a utilidade de tudo isto? Devo abandonar a vocação, mudar a missão ou a mensagem?

4. Qual é o corretivo que Deus dá ao seu servo desencorajado?

(1) Ele precisa aprender pela Escritura que Deus não está procurando agora converter o mundo, mas está “constituindo um povo para o seu nome” (At.15:14).

(2) Ele precisa ter uma correta compreensão do plano de Deus. Qual é a resposta de Deus para o aparente fracasso? A certeza de que o propósito de Deus não pode falhar. Jamais houve a intenção de que nossos esforços cumprissem aquilo que Deus nunca decretou!

(3) Ele precisa aprender que não somos nós os responsáveis pelos resultados. Paulo plantou, Apolo regou, mas Deus deu o crescimento (1Co.3:6).

5. A doutrina da Soberania de Deus nos encoraja ao evangelismo:

João 10:16 - “Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.”

(1) Jesus disse “tenho” e não “terei”, porque as ovelhas lhe foram dadas pelo Pai antes da fundação do mundo (Jo.17:2-9; Ap.13:8).

(2) Jesus disse “ouvirão a minha voz” e não “ouvirão se for da vontade delas”.

6. O amor do Pai pelo Filho é eterno:

João 17:24 - “Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo.”

7. É este o amor que Deus tem pelos eleitos:

João 17:23 - “Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim.”

8. Eles foram amados “antes da fundação do mundo”.

9. Por isso eles ouvirão a palavra:

João 17:8 - “Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste.

10. Se os “cabritos” não ouvem, as “ovelhas” [os eleitos] ouvirão.

11. Jesus garante uma grande “pescaria”

Lucas 5:5,6 - “E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, sobre a tua palavra, lançarei a rede. E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes a rede.”

12. Portanto a pregação do evangelho nunca será é inútil:

1 Coríntios 15:58 - “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.”

CONCLUSÃO

1. A doutrina da Soberania de Deus oferece estímulo para o crescimento na graça e encoraja para o evangelismo.

2. A doutrina da Soberania de Deus não é cruel nem injusta. É uma provisão misericordiosa! Se Deus não tivesse escolhido alguns para a salvação ninguém seria salvo, porque “...não há ninguém que busque a Deus” (Rm.3:11), “...teríamos nos tornado como Sodoma, e teríamos sido feitos como Gomorra.” (Rm.9:29).

3. Se a salvação é resultado da predeterminação de Deus, por que Ele não escolheu todos? Não seria mais sábio?

4. Do mesmo modo podemos perguntar: Não seria mais sábio se Deus não tivesse criado o Diabo, ou se jamais tivesse permitido que o pecado entrasse no mundo?

5. Os caminhos de Deus são inescrutáveis! (Is.55:8,9; Rm.11:33-36).

6. Embora somente a eternidade seja suficiente para se aprender toda a revelação divina, o inefável resultado é declarado em cinco palavras: DEUS SERÁ TUDO EM TODOS (1Co.15:28; Cl.3:11).

O esboço deste sermão foi por mim elaborado e pregado na Igreja Batista da Esperança, em Cruzeiro, interior de São Paulo. Foram 12 sermões preparados e pregados, tendo como base o livro Deus é Soberano, de A. W. Pink da Editora Fiel. Apenas os títulos de cada sermão seguem à risca os títulos apresentados no livro, entretanto alguns sermões podem conter mais de um capítulo do livro. As proposições e as divisões do sermão foram acrescentadas por minha conta. O conteúdo das argumentações foram extraídas do livro de Pink, com acréscimos de argumentos teológicos de minha própria autoria, assim como muitas outras referências bíblicas, a fim de melhor adaptar o conteúdo do livro à forma de sermão.

 

Autor: Pastor Luiz Antonio Ferraz
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br